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Quais são os passos da “Lectio Divina”?

As SS. Escrituras não são um livro qualquer, mas um instrumento para entrar em contato com
Cristo ressuscitado. Por isso, a leitura de suas páginas inspiradas também deve ser feita de
modo diferente.

Nesta aula, Pe. Paulo Ricardo explica os quatro passos da leitura orante da Bíblia, que passa da
leitura à meditação, e da oração à contemplação.

Tradicionalmente, a Lectio divina se estrutura em quatro passos: leitura, meditação, oração e


contemplação. Vejamos cada um deles em particular.

Quanto à leitura, é preciso ter claro que as SS. Escrituras não são um livro qualquer, mas, como
instrumento de união com Cristo ressuscitado, devem ser lidas num sentido espiritual que nos
conduza a Ele. Nas Escrituras, com efeito, é o Cristo vivo quem nos fala, é o Verbo encarnado
quem se dirige aos nossos corações.

Ao fazer a leitura da passagem bíblica, é importante retê-la na memória, para que as


informações memorizadas sejam depois utilizadas no momento da meditação. Isso também
serve para revisitá-las ao longo do dia, ruminando-a constantemente. Outra maneira de ler é
consultar o texto bíblico aos poucos, meditando-o em pequenos trechos.

Além de ouvirmos Cristo pela leitura, precisamos ainda buscar nas suas palavras a verdade que
ilumina nossas vidas. Não se trata de buscar sentimentos, afetos ou “calafrios”, mas de
encontrar a verdade do amor de Deus, que se manifesta em nós e também nas Escrituras,
como veremos ao falar de seus sentidos.

Quando meditamos um trecho do Evangelho, precisamos tomá-lo como uma palavra


direcionada pessoalmente a nós, e não a uma genérica “humanidade”. Esse encontro pessoal
tem início com os dois primeiros passos da Lectio divina. Depois disso, após ouvirmos o que
Deus nos tinha a dizer, precisamos dar-lhe uma resposta. Iniciam-se assim os outros dois
passos: a oração e a contemplação.

A oração diz respeito, antes de tudo, à oração vocal, quando utilizamos a Palavra de Deus
como matéria e instrumento para expressar nosso amor a Cristo. Na oração vocal, como já
vimos, os atos mais importantes são os que buscam alimentar as virtudes teologais (fé,
esperança e caridade), gerando em nós uma mudança concreta de vida.

Por fim, a contemplação constitui um ato de presença de Deus, que está conosco não de forma
passiva, mas ativa, doando-se-nos a todo momento. Por isso, precisamos doar-nos a Ele e, a
exemplo de S. João, reclinar nossa cabeça em seu sacratíssimo Coração.

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