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Informativo 878-STF
Márcio André Lopes Cavalcante
Processos excluídos deste informativo pelo fato de não terem sido ainda concluídos em virtude de pedidos de vista ou
de adiamento. Serão comentados assim que chegarem ao fim: ADI 4439/DF; HC 125360/RJ; HC 142932/RS.
Julgado excluído por ter menor relevância para concursos públicos e por ter sido decidido com base em peculiaridades
do caso concreto: HC 122875/PE.
ÍNDICE
DIREITO CONSTITUCIONAL
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Não é possível que o STF examine questões jurídicas formuladas a respeito da denúncia antes do seu envio à Câmara
dos Deputados para o juízo político de que trata o art. 86 da CF/88.
DIREITO CONSTITUCIONAL
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Não é possível que o STF examine questões jurídicas formuladas a respeito da denúncia antes do
seu envio à Câmara dos Deputados para o juízo político de que trata o art. 86 da CF/88
Importante!!!
Imagine que foi formulada denúncia contra o Presidente da República por infrações penais
comuns. O STF deverá encaminhar esta denúncia para a Câmara dos Deputados exercer o seu
juízo político. É possível que, antes desse envio, o STF analise questões jurídicas a respeito
desta denúncia, como a validade dos elementos informativos (“provas”) que a embasaram?
NÃO. Não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva
suscitada pelo Presidente antes que a matéria seja examinada pela Câmara dos Deputados.
O juízo político de admissibilidade exercido pela Câmara dos Deputados precede a análise
jurídica pelo STF para conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada pelo
denunciado.
Trata-se de uma espécie de imunidade especial e temporária porque irá durar apenas pelo período do
mandato.
Apesar de não haver previsão expressa, a doutrina majoritária entende que, nesta situação, a prescrição
ficará suspensa enquanto perdurar o mandato.
Depois que a denúncia ou queixa-crime chega ao STF, qual é a providência a ser adotada?
O STF deverá encaminhar a denúncia ou queixa-crime à Câmara dos Deputados para que esta Casa decida
se o Supremo poderá dar ou não continuidade à análise da peça acusatória. Na prática. funciona assim: o
Ministro que foi sorteado como relator do caso irá encaminhar à Presidência do STF a denúncia/queixa
pedindo que ela seja remetida oficialmente ao Presidente da Câmara dos Deputados.
Veja o exemplo recente envolvendo Michel Temer:
Vale ressaltar que o STF somente poderá decidir se aceita ou não a denúncia (ou queixa) se a Câmara dos
Deputados autorizar.
Para que a Câmara autorize exige-se o voto de, no mínimo, 2/3 dos Deputados. Confira:
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
A necessidade de autorização da Câmara dos Deputados exigida pela CF/88 tem a finalidade de proteger
a soberania do voto popular, impondo que, quem fora eleito pelo sufrágio, só seja afastado do exercício
de seu mandato com a autorização dos representantes do próprio povo.
Essa é a razão, também, pela qual a CF/88 elegeu a Câmara dos Deputados para realizar esse juízo político,
eis que se trata da Casa do Congresso Nacional tradicionalmente associada à representação do povo.
da futura denúncia até que fossem concluídas as investigações sobre supostas irregularidades no acordo
de colaboração premiada celebrado entre executivos do grupo J&F e a PGR.
O advogado de Temer argumentou que a denúncia do PGR seria baseada na colaboração premiada de
Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo J&F. No entanto, surgiram indícios de que houve
irregularidades na negociação do referido acordo de colaboração premiada. Logo, para a defesa, a
denúncia somente poderia ser formulada após ser encerrada a investigação policial sobre esse acordo de
colaboração, inclusive sobre a participação do ex-Procurador da República Marcelo Miller.
Além disso, a defesa pediu que fossem desconsideradas as provas obtidas a partir das gravações realizadas
por Joesley considerando que teria havido flagrante provocado.
Como o STF não pode fazer juízo de admissibilidade sobre a denúncia oferecida contra o Presidente da
República antes da autorização pela Câmara dos Deputados, da mesma forma, não pode fazer juízo
antecipado a respeito de eventuais teses defensivas. Isso porque o momento adequado para este exame
é justamente o do art. 4º da Lei 8.038/90.
A discussão sobre o valor probatório dos elementos de convicção (“provas”), ou mesmo a respeito da
validade desses elementos que eventualmente embasarem a denúncia, constitui matéria relacionada com
a chamada “justa causa”, uma das condições da ação penal, cuja constatação ou não se dará por ocasião
do juízo de admissibilidade, a ser levado a efeito pelo Plenário do STF após eventual autorização da Câmara
dos Deputados.
Rescisão do acordo de colaboração afeta apenas o colaborador, não produzindo efeitos sobre terceiros
O STF decidiu, ainda, que a possibilidade de rescisão ou de revisão, total ou parcial, do acordo de
colaboração premiada de Joesley em decorrência do descumprimento dos deveres que ele havia assumido
não tem a força de fazer com que as provas obtidas a partir deste acordo sejam consideradas imprestáveis.
Isso porque a rescisão ou revisão tem efeitos somente entre as partes, não atingindo a esfera jurídica de
terceiros.
Importante!!!
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que
disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional
ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados
os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em
respeito ao princípio constitucional da isonomia (art. 5º, da CF/88).
Quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros
moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional,
permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a
redação dada pela Lei nº 11.960/2009.
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que
disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a
remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição
desproporcional ao direito de propriedade (art. 5º, XXII, da CF/88), uma vez que não se
qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea
a promover os fins a que se destina.
STF. Plenário. RE 870947/SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/9/2017 (repercussão geral) (Info 878).
Levará alguns meses ou anos até que a ação chegue ao fim. Dessa forma, como há essa demora em o
processo terminar, a legislação prevê que o órgão judicial, ao condenar a Fazenda Pública, deverá
determinar que ela pague a quantia principal acrescida de juros e correção monetária.
Assim, em nosso primeiro exemplo, o juiz irá determinar que a União pague as gratificações atrasadas
acrescidas de juros e correção monetária. No segundo exemplo, o magistrado condenará o INSS a pagar
as prestações pretéritas da aposentadoria mais juros e correção monetária.
Quais os índices de juros e correção monetária que a Lei prevê para esses casos?
O tema é tratado no art. 1ºF da Lei nº 9.494/97:
Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e
para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a
incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e
juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960/2009)
Desse modo, de acordo com esse dispositivo, deveriam ser adotados os seguintes parâmetros:
• correção monetária: índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (este índice é
chamado de TR — Taxa Referencial);
• juros de mora: juros simples no mesmo percentual que é pago na poupança (0,5% ao mês / 6% ao ano).
Assim, de acordo com o texto da Lei, quando a Fazenda Pública estivesse em débito (atraso), a correção
monetária e os juros de mora deveriam adotar os índices e percentuais aplicáveis às cadernetas de poupança.
Esse art. 1ºF da Lei nº 9.494/97 é constitucional? O que decidiu o STF a respeito?
Vale ressaltar que na tese acima exposta fala-se apenas em juros de mora. Veja: “aos quais devem ser
aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário”. Apesar
disso, ela abrange juros e correção monetária. Explico.
O índice de juros para débitos tributários é a SELIC. Ocorre que a SELIC é um tipo de índice de juros
moratórios que já abrange juros e correção monetária. Como assim? No cálculo da SELIC (em sua “fórmula
matemática”), além de um percentual a título de juros moratórios, já é embutida a taxa de inflação
estimada para o período (correção monetária). Em outras palavras, a SELIC é uma espécie de índice que
engloba juros e correção monetária.
Logo, a SELIC já irá substituir os dois índices do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, ou seja, tanto o índice de juros
como de correção monetária.
E com relação aos débitos de natureza não-tributária, quais os índices que devem ser aplicados? O art.
1ºF é constitucional?
O art. 1ºF trata sobre juros e também sobre correção monetária. São institutos distintos.
Quanto à CORREÇÃO MONETÁRIA, o STF afirmou que a previsão do art. 1ºF é inconstitucional.
A correção monetária é simplesmente uma forma de manter o poder de compra da moeda. Se uma pessoa
tem R$ 100 mil hoje, não significa que daqui a dois anos esses R$ 100 mil conseguirão comprar as mesmas
coisas. O normal é que não, em virtude da inflação. Logo, a correção monetária tem por objetivo fazer
com que o valor de compra da moeda seja “atualizado”.
O art. 1º-F afirma que a correção monetária deve ser feita pelo índice oficial da poupança (que é chamado
de TR — Taxa Referencial). Ocorre que isso não consegue evitar a perda de poder aquisitivo da moeda.
Esse índice (TR) é fixado ex ante, ou seja, previamente, a partir de critérios técnicos não relacionados com
a inflação considerada no período. Em outras palavras, a TR é calculada antes de a inflação ocorrer. Assim,
a remuneração da caderneta de poupança – diferentemente de qualquer outro índice oficial de inflação –
é sempre prefixada. Essa circunstância deixa claro que existe uma desvinculação entre a remuneração da
poupança e a evolução dos preços da economia, isto é, a TR não capta a variação da inflação.
Por essa razão, diz-se que todo índice definido ex ante é incapaz de refletir a real flutuação de preços
apurada no período em referência. É o caso da TR (poupança).
Dessa maneira, como este índice não consegue manter o valor real da condenação, ele afronta à própria
decisão judicial, tendo em vista que o valor real do crédito previsto na condenação judicial não será o valor
que o credor irá receber efetivamente. Este valor terá sido corroído pela inflação.
A finalidade da correção monetária consiste em deixar a parte na mesma situação econômica que se
encontrava antes. Nesse sentido, o direito à correção monetária é um reflexo imediato da proteção da
propriedade.
A título de curiosidade, veja como a TR é um índice completamente injusto e que não garante o poder de
compra:
Imaginemos que, em maio de 2009, a pessoa possuía um crédito de R$ 100 mil para receber da União.
Se aplicarmos a TR, em dezembro de 2014 esse crédito estará em R$ 103.572,42 (cento e três mil,
quinhentos e setenta e dois reais e quarenta e dois centavos). É óbvio que nesses 5 anos o valor da inflação
foi superior a isso, ou seja, mesmo com a correção monetária, a pessoa perdeu poder de compra.
Se aplicarmos o IPCA-E como índice de correção monetária neste mesmo período, esse crédito será
equivalente a R$ 137.913,29 (cento e trinta e sete mil, novecentos e treze mil reais e vinte e nove
centavos). Perceba que a diferença supera 30%.
Em suma, a taxa básica de remuneração da poupança não mede, de forma adequada, a inflação acumulada
do período e, portanto, não pode servir de parâmetro para a correção monetária.
O STF assim decidiu, fixando a seguinte tese:
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que disciplina
a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da
caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de
propriedade (art. 5º, XXII, da CF/88), uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a
variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina.
STF. Plenário. RE 870947/SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/9/2017 (repercussão geral) (Info 878).
Quanto aos JUROS DE MORA relacionados com dívidas não-tributárias, o STF afirmou que o índice previsto
no art. 1ºF é válido (constitucional).
O STF entendeu que não há qualquer inconstitucionalidade no fato de a lei ter previsto que os juros
moratórios das dívidas não-tributárias seriam equivalentes aos da caderneta de poupança.
Assim, no caso de juros moratórios quanto a débitos não-tributários da Fazenda Pública, continua sendo
aplicado o art. 1ºF.
É o que acontece, por exemplo, quando a Fazenda Pública é condenada a pagar benefícios previdenciários
ou verbas a servidores públicos. Em tais situações, os juros moratórios serão os da poupança.
O STF assim decidiu, fixando a seguinte tese:
Quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios
segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido,
nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009.
STF. Plenário. RE 870947/SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/9/2017 (repercussão geral) (Info 878).
Resumindo:
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA ENVOLVENDO CONDENAÇÕES DA FAZENDA PÚBLICA
Isso foi no julgamento das ADI 4357/DF, ADI 4425/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4357/DF, rel. orig.
Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 13 e 14/3/2013 (Info 698).
Diferentemente dos juros moratórios, que só incidem uma única vez até o efetivo pagamento, a atualização
(correção) monetária da condenação imposta à Fazenda Pública ocorre em dois momentos distintos:
1) O primeiro se dá ao final da fase de conhecimento, com o trânsito em julgado da decisão condenatória.
Esta correção inicial compreende o período de tempo entre o dano efetivo (ou o ajuizamento da demanda)
e a imputação de responsabilidade à Administração Pública. A atualização é estabelecida pelo próprio juízo
prolator da decisão condenatória no exercício de atividade jurisdicional.
2) O segundo momento ocorre já na fase executiva, quando o valor devido é efetivamente entregue ao
credor. Esta última correção monetária cobre o lapso temporal entre a inscrição do crédito em precatório
e o efetivo pagamento. Seu cálculo é realizado no exercício de função administrativa pela Presidência do
Tribunal a que vinculado o juízo prolator da decisão condenatória.
No julgamento dessas ADIs, o STF analisou a correção monetária no intervalo de tempo entre a inscrição
do crédito em precatório e o efetivo pagamento (segundo momento acima exposto). O § 12 do art. 100
da CF/88 dizia que, entre a inscrição do crédito em precatório e o efetivo pagamento deveria incidir
correção monetária com base nos índices da poupança (TR). O STF afirmou que isso era inconstitucional
porque viola o princípio da propriedade.
Faltava, no entanto, o STF examinar a correção monetária em outro período, qual seja, durante a
tramitação da ação (primeiro momento acima explicado).
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 afirmava que durante a tramitação da ação judicial deveria também ser
aplicada a TR (poupança) como índice de correção monetária. O STF, contudo, mais uma vez disse que isso
não é válido.
Para o Supremo, não há qualquer motivo para aplicar critérios distintos de correção monetária de
precatórios e de condenações judiciais da Fazenda Pública. Assim, a atualização monetária com base na
TR é inconstitucional tanto na fase de precatórios (ADI 4357/DF) como também durante a tramitação da
ação judicial (RE 870947/SE).
PRISÃO
Há excesso de prazo em caso de réu preso há mais de quatro anos
sem ter sido sequer realizado seu interrogatório
Em um caso concreto, o réu foi preso preventivamente pela suposta prática de delitos
previstos na Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas).
Ocorre que já se passaram mais de quatro anos desde a prisão preventiva sem haver, sequer,
audiência de interrogatório.
Diante disso, o STF entendeu que havia flagrante excesso de prazo na segregação cautelar e,
por essa razão, concedeu habeas corpus para determinar a soltura do paciente.
Embora a razoável duração do processo não possa ser considerada de maneira isolada e
descontextualizada das peculiaridades do caso concreto, diante da demora no encerramento
da instrução criminal, sem que o paciente, preso preventivamente, tenha sido interrogado e
sem que tenham dado causa à demora, não se sustenta a manutenção da constrição cautelar.
STF. 2ª Turma. HC 141583/RN, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 19/9/2017 (Info 878).
EXERCÍCIOS
Julgue os itens a seguir:
1) Não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada pelo
Presidente da República antes que a matéria seja examinada pela Câmara dos Deputados. ( ) C
2) (PGM-Goiânia 2015) O Presidente da República não estará sujeito à prisão, e, na vigência de seu
mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções, em razão de
sua imunidade penal, enquanto não sobrevier sentença condenatória nas infrações comuns. ( ) E
3) (PGM-Fortaleza 2017) De acordo com o STF, não configura violação ao princípio da isonomia a incidência,
sobre os precatórios, de juros moratórios corrigidos pelo índice de remuneração da caderneta de
poupança. ( ) E
4) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que disciplina
os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional ao incidir sobre
débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional
da isonomia (art. 5º, da CF/88). ( ) C
5) Quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios
segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido,
nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009.
( )C
6) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que disciplina a
atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da
caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de
propriedade (art. 5º, XXII, da CF/88), uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a
variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina. ( ) C
Gabarito
1. C 2. E 3. E 4. C 5. C 6. C
Vencido o ministro Marco Aurélio (relator), que concedeu a ordem. Entendeu a inobservância da
organicidade do direito a partir da quesitação de qualificadoras do homicídio após a conclusão dos jurados
quanto à prática de crime menos grave e consequente procedência do pedido de desclassificação.
HC 122875/PE, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 19.9.2017.
(HC-122875)
OUTRAS INFORMAÇÕES
CLIPPING DA R E P E R C U S S Ã O G E R A L
DJe de 18 a 22 de setembro de 2017
Decisões Publicadas: 2