Você está na página 1de 1

Abstencionismo:

Chama-se abstencionista ao cidadão que, gozando do direito de voto, não participa


numa consulta eleitoral. O estudo do abstencionismo põe problemas de medida, de
conteúdo, de observação e de interpretação. Nos Estados Unidos da América, o
abstencionismo é medido pela diferença entre o número de cidadãos com idade de votar,
fornecido pelo recenseamento, e o número de votantes. Na França só são contabilizados
os eleitores inscritos numa lista eleitoral e que não participam no escrutínio; ora, pôde
estabelecer-se que cerca de um francês em dez não estava inscrito nas listas eleitorais.
Sobreavaliado sem dúvida no primeiro caso, o abstencionismo é subavaliado no
segundo. Em alguns países, como a Bélgica, o voto é obrigatório. O abstencionismo
encontra-se, portanto, lá limitado aos casos de força maior. Por outro lado, nos regimes
de partido único o abstencionismo não tem evidentemente o mesmo significado que nas
democracias pluralistas. Os meios de que se dispõe para o estudo do abstencionismo são
reduzidos: as informações fornecidas pelas listas de votantes efectivos são mais que
limitadas e os dados de sondagens só com prudência podem ser utilizados. O
abstencionismo foi durante muito tempo considerado como um disfuncionamento do
sistema democrático. Nessa lógica foi interpretado como um indício de despolitização,
de insuficiente integração política, que seria a consequência de
uma débil inserção social.

Você também pode gostar