Hoje foi um dia atípico, eu nunca gostei desses dias, dias assim que não tem rotina, não tem proposito, talvez, por isso eu não gosto muito de feriados ou finais de semana. Porém, o dia atípico não foi por isso, não foi por ser feriado e carnavrau. O principal fator foi que em mais de dois anos de namoro, compartilhando a vida, as alegrias, as fases ruins e toda palhaçada que temos eu senti que não estou mais te fazendo bem. Uma vez a gente chegou à conclusão de que só o amor não basta. Tem muitos fatores externos ao amor que interfere em um relacionamento. Fatores como reciprocidade, gentileza aspirações para um futuro, desejos e sonhos e até mesmo gosto musical. Quando a gente conversou sobre isso eu tinha certeza de que isso tinha total e absoluto sentido. Ainda não duvido, mas agora tenho outro olhar sobre o termo só o amor não basta diferente. Comecei essa carta chorando, me achando a pior namorada do mundo, eu ainda acho isso. Vamos voltar ao “só o amor não basta”. Ok, vamos. Estou em um momento da minha vida que eu não sei o que faz sentido, o que vale a pena ou o motivo real de sentir tanta dor, tudo me assombra e me dá medo, qualquer coisa me deixa assustada e tenho crises de ansiedade, talvez pânico, quase toda noite. Isso não é tão importante é só um agravante para a nossa atual situação. Hoje no momento de choros e lagrimas você me falou algo sobre não poder ir embora pois eu não desisti de você. Isso acabou comigo, eu não consegui falar na hora, talvez se eu não escrever aqui eu nunca consiga falar. Eu nunca fiz nada por obrigação, toda vez que estive ao seu lado em algum momento foi amor e lealdade. Das poucas qualidades que me compõe uma das que eu mais prezo é a minha lealdade as pessoas e coisas que eu amo. Acho que no momento que eu estive ao seu lado eu só precisei do amor, ali naquele momento, naquele pequeno recorte de tempo, só o amor me bastou. Entende que eu não quero você ao meu lado por obrigação? No recorte temporal que compõe o momento de agora, eu não tenho nada para te oferecer, nada para te ofertar, nem mesmo minha presença física, ou o calor do meu abraço, minha comida sempre meio salgada e a companhia para aventuras. No momento que eu me encontro não tenho nada além de amor para te oferecer. Eu não sei se isso basta para você. E tudo bem não bastar, eu entendo. Você me deu um mês para eu “me cuidar” não sei se isso é bom, ruim ou só diferente. Eu ando tendo tanto medo de tudo que tenho certeza que isso não vai me fazer tão bem assim. Raquel, eu não tenho nem a mim mais. Eu não tenho nem meu corpo, nem a alegria de pentear meu cabelo. Eu não tenho nada. Isso é mais um desabafo, não é uma declaração de amor, são apenas palavras tristes aglomeradas. Mas afinal, qual o proposito de todas essas palavras? É um alerta. Venho te alertar que tudo que eu tenho agora é amor, um amor longe, um amor que te causa preocupações, dores e medo. Eu não quero te fazer mal. Então nem o amor você tem mais, pois quando o amor dói não é mais amor. E no final o que eu tenho para te oferecer como namorada? Nada. Como eu disse anteriormente eu não tenho nada. Na verdade quero uma resposta e ao mesmo tempo isso pode ser sua libertação, eu vou entender se você não estiver afim de lidar comigo, meu caos, meu inferno e tudo que vem no pacote lili.e.seus.demonios. Eu vou entender se você quiser buscar a felicidade, ou buscar outra boca, outro beijo, outro corpo para encaixar no seu. Vou entender, mesmo me doendo. Você quer assumir o risco de amar uma mulher doente? Gosto de te escrever, eu me alivio de varias dores não curadas no peito. Por anos eu escrevi para o Fabio, ainda tenho cartas guardadas. É isso. Mas a verdade soberana é que eu não sei mais ficar sem seu amor, é como uma parte completa minha. Existe tanto de você aqui dentro que eu não consigo simplesmente te deixar ir embora. A coisa que mais me doeu nos últimos tempos foi tirar minha aliança e te dar. Eu não queria ir embora, ainda não quero, só não queria te causar alguma dor. Sabe “meu futuro amor” (pegou a referência?) ter você é como beber um copo de água bem gostosa no dia mais quente do ano, é sono depois do almoço, cobertor quentinho e com os dois lados fofinhos. Ter você é sempre como morder o whopper rebel pela primeira vez e surpreender pelo sabor, ter você é ter sempre a sensação de experimentar uma coisa incrível. Ter você comigo é um abraço dos deuses para deixar meu coração quentinho. Eu te amo e eu não sei desde quando, desconfio que sempre foi amor, que nossas vidas já estavam traçadas e se cruzariam em algum momento. Mas não quero manter meu amor como linha paralela que mesmo perto nunca se cruzam, quero ser perpendicular com constância. Que em cada nova esquina da vida a gente se esbarre e que de preferencia viremos a esquina de mãos dadas. Quando o amor vacila Eu sei que atrás deste universo de aparências, Das diferenças todas, A esperança é preservada.
Nas xícaras sujas de ontem
O café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir, E dela não me conformo.
Eu acredito em tudo, Mas eu quero você agora.
Eu te amo pelas tuas faltas,
Pelo teu corpo marcado, Pelas tuas cicatrizes, Pelas tuas loucuras todas, minha vida.
Eu amo as tuas mãos,
Mesmo que por causa delas Eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo teu jogo triste.
As tuas roupas sujas
é aqui em casa que eu lavo.
Eu amo a tua alegria.
Mesmo fora de si,
Eu te amo pela tua essência. Até pelo que você poderia ter sido, Se a maré das circunstâncias Não tivesse te banhado Nas águas do equívoco.
Eu te amo nas horas infernais
E na vida sem tempo, quando, Sozinha, bordo mais uma toalha De fim de semana.
Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
E pelos teus sonhos inúteis.
Amo teu sistema de vida e morte.
Eu te amo pelo que se repete
E que nunca é igual.
Eu te amo pelas tuas entradas,
Saídas e bandeiras.
Eu te amo desde os teus pés
Até o que te escapa.
Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras, Ainda que seja através delas Que eu me defenda, Quando digo que te amo Mais que o silêncio dos momentos difíceis, Quando o próprio amor Vacila. BETHANIA, MARIA
Termino aqui esse copilado de letras e pontos.
OS.: EU TE AMO COMO NUNCA PENSEI QUE AMARIA ALGUÉM.