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ALVENARIA

ESTRUTURAL

Prof. José Milton de Araújo

Engenharia Civil - FURG

Bibliografia:
1. ABNT. Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos – Parte 1:
Projetos. Projeto de norma brasileira 02:123.03-0001/1, Janeiro
de 2009.

2. ABNT. Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos – Parte 2:


Execução e controle de obras. Projeto de norma brasileira
02:123.03-0001/2, Janeiro de 2009.

3. ABNT. Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de


concreto. NBR 10837, 1989.

4. ABNT. Execução e controle de obras de alvenaria estrutural


de blocos vazados de concreto. NBR 8798, 1985

5. ABNT. NBRs: 14321, 14322, 14974-1, 14974-2, 15270-2,


15270-3, 8215, 8490, 8949: Especificações e métodos de
ensaio.

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6. Sabbatini, Fernando Henrique. Requisitos e critérios mínimos a
serem atendidos para solicitação de financiamento de edifícios
de alvenaria estrutural junto à Caixa Econômica Federal. Março
de 2003 (disponível no site da CEF).
http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/inovacoestecnologicas/manu
alvest/ALVENARIA_ESTRUTURAL.pdf

7. Ramalho, M. A.; Corrêa, M. R. S. Projeto de Edifícios de


Alvenaria Estrutural. São Paulo, PINI, 2003.

8. Toda a bibliografia referente a estruturas de concreto armado.

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ƒ ABNT. Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de


concreto. NBR 10837, 1989.

Essa norma usa o método das tensões admissíveis (antigo método de


dimensionamento usado para concreto armado, estruturas de aço e
madeira). É uma norma defasada, que deverá sofrer alterações.

ƒ ABNT. Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos – Parte 1:


Projetos. Projeto de norma brasileira 02:123.03-0001/1, Janeiro de
2009.

Esse projeto de norma (ainda não aprovado) emprega o método dos


estados limites (método atualmente utilizado em concreto armado, aço,
madeira, etc).
A tendência é de uniformização dos procedimentos em uma única
norma (como ocorreu com o concreto armado e o concreto protendido),
sempre empregando o método dos estados limites (que será utilizado
nesse curso).

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1. INTRODUÇÃO
ƒ Edifício convencional
ƒ A estrutura é formada por um pórtico espacial de concreto
armado. Há ainda, as lajes de piso (maciças, nervuradas, lisas,
cogumelo, pré-moldadas), escadas, reservatórios e fundações.

ƒ Em geral, as alvenarias são feitas de tijolos cerâmicos furados,


mas podem-se usar tijolos cerâmicos maciços ou blocos
vazados de concreto.

ƒ As alvenarias não possuem nenhuma função estrutural (são


alvenarias de vedação). Por isso, não há controle sobre as
características mecânicas dos tijolos e blocos de concreto.
Também não há controle sobre a resistência da argamassa de
assentamento.

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Edifício convencional: pórtico espacial de concreto armado


com alvenarias de vedação

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ƒ Como as alvenarias não possuem função estrutural, elas
podem ser cortadas à vontade para passagem de tubulações
hidráulicas e eletrodutos. O usuário pode trocar portas e janelas
de lugar (o que ocorre com frequência).

ƒ Após a construção da parede, o pedreiro faz cortes para


colocação das tubulações (e o proprietário da obra fica
indignado com o desperdício do seu dinheiro: motivo de conflito
constante entre proprietário e empreiteiro).

ƒ O pedreiro corta (quebra) os tijolos para complementar as


fiadas (usa pedaços de tijolos).

ƒ Os erros de prumo e alinhamento horizontal (barrigas) das


paredes são grandes, o que se corrige depois com o reboco
(grandes espessuras de reboco podem ser necessárias).

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ƒ Muitas vezes, o canteiro de obras pode apresentar


congestionamento de entulho: desorganização ou falta de
limpeza da obra.

Vantagens do edifício convencional:

ƒ Há grande flexibilidade arquitetônica: as paredes podem ser


dispostas com maior liberdade; é possível trocar aberturas
(portas e janelas) e algumas paredes de lugar, durante o uso da
edificação.

ƒ Não há necessidade de grande controle sobre a qualidade dos


materiais e da mão-de-obra na execução das paredes.

ƒ Com o desenvolvimento da tecnologia do concreto, consegue-


se construir edifícios muito altos, com grandes balanços e
estrutura esbelta.
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Desvantagens do edifício convencional:

ƒ Desperdício de material: devido ao “faz e quebra”, aos


enchimentos de paredes para corrigir desaprumos, etc.

ƒ Maior custo em mão-de-obra: deve-se executar a estrutura de


concreto armado e, depois, as paredes. As paredes não são
aproveitadas estruturalmente e ainda são “quebradas” depois
de prontas (para passagem de tubulações).

ƒ Estima-se que o custo total pode chegar até a 25% acima do


custo dos edifícios executados com alvenaria estrutural (o
percentual depende de cada caso, sendo menor para os
edifícios mais altos; em edifícios de 18 pavimentos, esse
percentual chega ao máximo de 10% ).

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ƒ Edifício de alvenaria estrutural


ƒ As paredes são responsáveis por transferir as cargas verticais e as
ações horizontais (vento, sismo) para as fundações; são paredes
estruturais.

ƒ Há, ainda, elementos estruturais de concreto armado: lajes,


escadas, fundações, reservatórios (podem ser de alvenaria,
fibrocimento, fibra de vidro).

ƒ Como as paredes são os elementos estruturais principais, elas não


podem ser cortadas para passagem de tubulações. São admitidos
apenas pequenos cortes com muita restrição.

ƒ Os eletrodutos são encaixados dentro dos furos dos blocos. As


tubulações hidráulicas são colocadas em blocos especiais ou shafts.

ƒ Exige-se um rigoroso controle da resistência e das dimensões dos


blocos, os quais podem ser cerâmicos ou de concreto.
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ƒ A qualidade da argamassa de assentamento é determinada em
ensaios de prismas (normalmente, dois blocos unidos com a
argamassa). Podem-se ensaiar, também, pequenas paredes.

ƒ Exige-se um controle rigoroso do prumo e do alinhamento


horizontal das paredes. Caso o desaprumo ou “embarrigamento”
sejam grandes, a parede deve ser demolida e refeita (não se
admite enchimento com reboco para correção de erros.

ƒ Os blocos não podem ser quebrados pelo pedreiro. O projeto


deve ser modulado de forma a se obter um número inteiro de
blocos (mais meio bloco), sem necessidade de cortes.

ƒ O usuário não pode trocar portas e janelas de lugar, muito


menos demolir paredes.

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ƒ O projeto pode prever que algumas paredes não tenham função


estrutural. Essas paredes podem ser cortadas para colocação de
eletrodutos e tubulações hidráulicas (às vezes, são denominadas
de “paredes hidráulicas”).

ƒ As paredes hidráulicas podem ser executadas com tijolos


cerâmicos comuns ou com blocos de concreto não estrutural (de
menor resistência).

ƒ Deve-se ter cuidado de evitar que as lajes se apoiem nas


paredes hidráulicas (deixando um espaço vazio entre a laje e o
topo da parede).

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Edifício de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos
(Condomínio popular de 4 pavimentos)

Observar ausência de vigas e pilares!

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Residência unifamiliar de alto padrão em alvenaria estrutural

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Edifício de alto
padrão em alvenaria
estrutural de blocos
de concreto

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Felice Condomínio Club, localizado em Curitiba

Edifício de alvenaria estrutural de blocos de concreto: dois


subsolos, térreo e duas torres com 19 pavimentos.
A Construtora Baú adotou a solução em alvenaria estrutural para
reduzir em dois meses o prazo de entrega do empreendimento.

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Vantagens do edifício de alvenaria estrutural:

ƒ Menor desperdício de material e de mão-de-obra.

ƒ Redução do tempo de execução, com redução de custo.

ƒ Canteiro de obras limpo e com grande controle de todas


as etapas da execução.

ƒ Ideal para construções de baixa renda, condomínios


residenciais de pequena altura (4 a 5 andares, apesar de
já se dispor de experiência com edifícios mais altos).

ƒ Também indicado para edifícios mais altos: 10, 15 até 20


andares, desde que haja materiais adequados e mão-de-
obra qualificada nas proximidades.

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Desvantagens do edifício de alvenaria estrutural:

ƒ Exigência de controle rigoroso em todas as etapas da


construção (fiscalização intensa).

ƒ Exigência de mão-de-obra mais qualificada. Em geral, é


necessário dar treinamento aos operários.

ƒ A construção deve ser modulada, o que limita o projeto


arquitetônico quanto às dimensões dos vãos e o posicionamento
das paredes.

ƒ Há uma certa limitação quanto à altura do edifício.

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2. COMPONENTES DA ALVENARIA

Componentes da alvenaria estrutural:

ƒ Bloco: componente básico da alvenaria (cerâmico ou de concreto)

ƒ Junta de argamassa: utilizada na ligação dos blocos

ƒ Graute: microconcreto (feito com agregados graúdos de pequeno


diâmetro) e auto-adensável (grande fluidez, não precisa de vibração),
usado para preenchimento de espaços vazios de blocos com a
finalidade de solidarizar armaduras à alvenaria ou aumentar sua
capacidade resistente.

ƒ Armaduras: aço para concreto armado CA e aços para concreto


protendido CP (nas alvenarias protendidas).

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Blocos de concreto: conforme fabricante "GIASSETTI"

Bloco Hidráulico

Estrutural (4.5MPa)
C ESP PESO
39 14 12,5

Exige-se que os blocos estruturais possuam resistência


característica à compressão, fbk, de no mínimo 4,5 MPa.
A resistência é dada em termos da área bruta do bloco.

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Bloco Interno

Estrutural Vedação
(4.5MPa) C ESP PESO
C ESP PESO 39 09 09
39 14 12 x 14 8,3
19 14 x 19 9,5

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Meio Bloco

Estrutural (4.5MPa)
Vedação
C ESP PESO
19 14 6,0 C ESP PESO
19 09 4,8
19 8,8

Meio bloco + junta + meio bloco = um bloco inteiro

C = 19 + 1 + 19 = 39 cm

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Canaleta Interna

Estrutural (4.5MPa)
C ESP PESO
39 14 13
19 15

Para a colocação de armaduras e preenchimento com


graute, formando cintas

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Meia Canaleta

Estrutural
(4.5MPa) Vedação
C ESP PESO C ESP PESO
19 14 6,3 19 09 4,6
19 8,3

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Bloco Modular "34"

Estrutural (4.5MPa)
C ESP PESO
34 14 11,5

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Bloco Modular "54"

Estrutural (4.5MPa)
C ESP PESO
54 14 17,5

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Bloco Chanfrado 45º

Estrutural (4.5MPa)
C ESP PESO
19 14 7,5

Existem várias empresas fabricantes de blocos estruturais


(pesquisar na internet).

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Blocos cerâmicos:
L A C Peso
7 19 39 4,30
9 19 29 3,60
9 19 39 5,50
11.5 19 29 4,00
11.5 19 39 5,10
14 19 29 4,80
14 19 39 5.70
Bloco cerâmico estrutural inteiro 19 19 29 5,80
19 19 39 7,00

L = largura
A = altura
C = comprimento
Resistência mínima:fbk= 4,5 MPa

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L A C Peso
7 19 19 2,25
9 19 14 1,85
9 19 19 2,40
11.5 19 14 2,10
11.5 19 19 2,70
14 19 14 2,50
Meio bloco estrutural cerâmico 14 19 19 2.90
19 19 14 3,00
19 19 19 3,60

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L A C Peso
7 19 04/09 -
7 19 39 4,50
9 19 02/04/6,4/09 -
11,5 19 02/04/6,4/09 -
Bloco cerâmico estrutural compensador 14 19 02/04/6,4/09 -
19 19 02/04/6,4/09 -

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L A C
9 19 29/39
11,5 19 29/39
14 19 29/39
14 19 34/44
19 19 29/39

Canaleta cerâmica estrutural

Usada como forma para vergas e cintas de amarração.

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Altura
L C
Aa x Ab
9 7/9/11x19 29/39
11,5 7/9/11x19 29/39
14 7/9/11x19 29/39

Canaleta cerâmica estrutural em J 19 7/9/11x19 29/39

Usada como formas para cintas de borda para apoio das lajes

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BLOCOS CERÂMICOS ESPECIAIS

BLOCO CERÂMICO 45º - BLOCO ELÉTRICO - BLOCO HIDRÁULICO

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L A C Peso
14 19 34 6,40
14 19 44 7,20

Bloco cerâmico estrutural de amarração

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3. MODULAÇÃO

ƒ O comprimento do bloco define o módulo horizontal, ou módulo em


planta.
ƒ A altura do bloco define o módulo vertical, a ser adotado nas
elevações.
ƒ As dimensões da edificação, em planta e em elevação, devem ser
moduladas, evitando-se enchimentos.

Módulo horizontal: é igual ao comprimento real do bloco mais a


espessura de uma junta.
c = comprimento real do bloco;
j = espessura da junta (em geral, j =1 cm)

2M = c+j ; c=2M-j

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c (cm) 2M (cm) M (cm) c = comprimento real do bloco


14 15
19 20
2M = comprimento nominal
29 30 15
34 35
39 40 20 M=15 cm e M=20 cm são os módulos
44 45 mais usados
54 55

As dimensões reais de uma edificação em planta, entre faces dos


blocos, ou seja, sem se considerar os revestimentos, serão sempre
determinadas pelo número de blocos e juntas.

É importante que a espessura (ou largura) nominal do bloco (largura


real L + uma junta) seja igual ao módulo M.

c = 29 cm ; 2M=29+1=30 cm ; M=15 cm Bloco ideal para


L= 14 cm ; L+1=15 cm = M modulação de 15 cm

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c = 39 cm ; 2M=39+1=40 cm ; M=20 cm
L= 19 cm ; L+1=20 cm = M Bloco ideal para
modulação de 20 cm

ƒ Adotando o módulo de 15cm, as dimensões em planta devem ser


múltiplas de 15. Adotando o módulo de 20cm, as dimensões serão
múltiplas de 20.
ƒ Assim, o módulo a ser adotado deve ser aquele que ocasione as
menores alterações em uma planta arquitetônica previamente concebida.
ƒ O ideal é que o módulo longitudinal M seja igual à espessura nominal da
parede. Com isso, evita-se o uso de blocos especiais e uma série de
problemas na ligação de duas paredes.
ƒ O projetista deve avaliar se a espessura das paredes deve ser de 15 cm
ou de 20 cm (ou outro valor, em função do carregamento, altura do
edifício, etc.) e depois escolher a modulação a ser adotada (M = L+1cm).
ƒ A modulação vertical, em geral é igual a 20cm, já que os blocos são
fabricados com altura real de 19 cm.

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Amarração entre paredes e modulação vertical

Amarração direta de paredes: obtida por interpenetração dos blocos,


com juntas verticais defasadas (opção preferencial de amarração)

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Amarração direta de paredes

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Amarração indireta de paredes: deve ser evitado

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Canto com modulação e largura iguais

Bloco: c=29cm ; L=14cm ; M=15 cm

ou Bloco: c=39cm; L=19cm; M=20cm

Basta desenhar duas fiadas para esclarecer o detalhe!

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Borda com modulação e largura iguais, com bloco especial de
três módulos

Bloco: c=29cm ; L=14cm ; M=15 cm e bloco especial c=44cm

Basta desenhar duas fiadas para esclarecer o detalhe!

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Borda com modulação e largura iguais, sem bloco especial de


três módulos, mas usando meio bloco

Neste caso, a junta vermelha ficará a prumo nas três primeiras fiadas.
A junta só ficará defasada na quarta fiada. Recomendável grampear!

São necessárias quatro fiadas para esclarecer o detalhe!

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Amarrações com blocos de concreto de 34cm e 54cm

Amarração em T com blocos especiais

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Modulação primeira
fiada

Planta da primeira fiada

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4. TERMOS E DEFINIÇÕES

ƒ elemento de alvenaria não-armado: elemento de alvenaria no qual


a armadura é desconsiderada para resistir aos esforços solicitantes;
quando todo o elemento está comprimido.
ƒ elemento de alvenaria armado: elemento no qual são utilizadas
armaduras passivas (CA-50 ou CA-60) que são consideradas para
resistir aos esforços solicitantes; em geral, as armaduras são colocadas
em pontos submetidos à tração.
ƒ elemento de alvenaria protendido: elemento de alvenaria no qual
são utilizadas armaduras ativas (aço de protensão).
ƒ parede estrutural: toda parede admitida como participante da
estrutura.
ƒ parede não estrutural: toda parede não admitida como participante
da estrutura (“parede hidráulica”); isolar a parede da laje superior.
ƒ cinta: elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado
ou não às lajes, vergas ou contravergas; têm a função de distribuir as
reações da laje sobre a parede.

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ƒ coxim: elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para


distribuir cargas concentradas; é um reforço de concreto em pontos sob
cargas concentradas.
ƒ enrijecedor: elemento vinvulado a uma parede estrutural com a
finalidade de produzir um enrijecimento na direção perpendicular ao
seu plano; para reduzir a esbeltez da parede.
ƒ viga: elemento linear, submetido à flexão, e apoiado de maneira
descontínua.
ƒ verga: viga alojada sobre abertura de porta ou janela, com a função
de transmissão de cargas verticais para as paredes adjacentes à
abertura.
ƒ contraverga: elemento estrutural colocado sob o vão da abertura
com a função de reduzir a fissuração nos seus cantos.
ƒ pilar: elemento linear que resiste predominantemente à compressão,
cuja maior dimensão da seção transversal não exceda a cinco vezes a
menor dimensão.
ƒ parede: elemento laminar, cuja maior dimensão excede cinco vezes a
menor dimensão.

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Reforço de parede: nas
extremidades tracionadas pela
ação do vento, foi colocada
armadura e o furo foi preenchido
com graute.

Verga e contraverga

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Cinta com canaleta tipo J sobre


canaleta tipo U

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ƒ área bruta: área de um elemento ou componente considerando-se as
suas dimensões externas, desprezando-se a existência de vazios.
ƒ área líquida: área de um componente ou elemento, com desconto
das áreas dos vazios.
ƒ prisma: corpo de prova obtido pela superposição de blocos unidos
por junta de argamassa, grauteados ou não.

ƒ Normalmente, os blocos apresentam uma área de vazios em torno de


50%. A área bruta é igual ao dobro da área líquida, aproximadamente.
ƒ Em geral, a tensão é referida à área bruta.

ƒ A NBR-6136, exige uma resistência característica à compressão do


bloco de concreto, fbk, medida em relação à área bruta, com os
seguintes valores mínimos:

fbk>= 6 MPa: blocos em paredes externas sem revestimento;


fbk>= 4,5 MPa: blocos em paredes internas ou externas com
revestimento.

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A NBR-7171, menciona que para os blocos portantes cerâmicos,


deve-se ter uma resistência mínima de 4 MPa.

Em geral, os fabricantes procuram fornecer fbk>=4,5 MPa para os


dois tipos de blocos (concreto e cerâmico).

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5. ASPECTOS CONSTRUTIVOS

Colocação da argamassa de assentamento com bisnaga: permite


maior produtividade e economia de argamassa, pois evita o
desperdício de material.

Observar o eletroduto colocado dentro do furo do bloco.

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Funil e caneca ou balde


para grautear

Assentamento do bloco:
devem ser posicionados
enquanto a argamassa
estiver trabalhável, fazendo-
se o mínimo de ajuste
possível.

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A colocação da argamassa
pode ser feita de duas
maneiras, conforme
especificado no projeto.

Primeira fiada construída, e


escantilhões posicionados nos
cantos. Os blocos dos cantos
devem ser assentados com o
auxílio de escantilhões e régua
de prumo e nível

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Paredes parcialmente construídas.

Observar que as dimensões e altura das


janelas são definidas em função da
modulação vertical (número inteiro de
blocos até o peitoril).

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Eletrodutos passam pela laje e
descem pelos furos dos blocos

Blocos com caixas elétricas são preparados


antes da execução da alvenaria e
assentados no local previsto em projeto.

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Instalações hidráulicas são


escondidas em shafts
(poços) acessíveis para
que se façam reparos sem
necessidade de quebrar
parede.

A pintura pode ser feita diretamente


sobre o bloco, economizando-se no
reboco.

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Conclusões:

ƒ A execução exige o emprego de equipamentos não usuais nas


construções convencionais (edifícios de concreto armado).
ƒ É necessário ter um extremo cuidado com o prumo e o nível em
todas as fiadas.
ƒ Em particular, deve-se ter extrema atenção com a primeira fiada,
pois dela depende a correta confecção das paredes.
ƒ É necessário dar treinamento especial à mão-de-obra.
ƒ Em geral, em uma obra com equipe não treinada, haverá
necessidade de fazer demolições, até acertar o passo.
ƒ O projeto deve ser muito bem elaborado em termos de desenhos,
incluindo todos os detalhes das fiadas em planta e elevação, fiadas
diferenciadas, detalhes de amarrações das paredes, localização dos
pontos de grauteamento e armaduras, posicionamento de juntas de
dilatação, das caixas de eletricidade, shafts e pontos de tomada
d’água, de captação de esgoto, etc. Ou seja, é um projeto minucioso.

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6. ENSAIOS E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


Ensaio em blocos
ƒ Os blocos devem ser medidos, para verificar suas dimensões e
calcular a área bruta.
ƒ A resistência à compressão do bloco, fb, deve ser determinada para
lotes de no máximo 20.000 blocos, ou o número de blocos
necessários para construção de dois pavimentos.
ƒ Os blocos devem ser capeados com pasta de cimento ou
argamassa de resistência superior à resistência do bloco na área
líquida (aproximadamente 2fb), com espessura média até 3 mm.

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ƒ A resistência característica do bloco, fbk, correspondendo ao
quantil de 5%, deve ser maior ou igual ao valor especificado em
projeto, mas não menor que 4,5 MPa.
ƒ Os valores de fbk utilizados no Brasil variam de 4,5 MPa até
20MPa.
ƒ O capeamento do bloco para ensaio deve ser total (disposto em
toda a superfície do bloco).

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Ensaio em prismas
ƒ Neste caso, são ensaiados prismas formados por dois blocos,
assentados com junta de argamassa de 10 mm, com tolerância de mais
ou menos 3 mm. Os corpos de prova são capeados e comprimidos
para determinar a resistência de prisma fp, e a resistência
característica fpk.
ƒ Os prismas deverão ser grauteados, se eles devem representar uma
parede que será grauteada na obra.

ƒ O argamassamento
(e o capeamento) deve
ser total.

Ocasionalmente, também podem ser feitos ensaios de compressão


em pequenas paredes.
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Eficiência
ƒ A resistência fk da parede real é menor que a resistência dos
blocos, fbk, é menor que a resistência dos prismas, fpk, e menor que
a resistência de pequena parede, fppk.

ƒ Isto ocorre por causa da interação entre a argamassa e os blocos.


Comprova-se experimentalmente que a resistência da parede diminui
com o aumento da espessura da junta horizontal de argamassa. Por
isso, as normas limitam a espessura das juntas em 10 mm (com
tolerância de 3 mm).

ƒ Não adianta aumentar muito a resistência da argamassa. Ao


contrário, argamassas exageradamente resistentes podem reduzir a
resistência final da parede.

ƒ Define-se como eficiência, a relação entre a resistência da parede


real e a resistência de um dos corpos de prova acima.

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ƒ A resistência à compressão da argamassa deve respeitar o mínimo


de 1,5 MPa e o máximo de 0,7fbk,l, sendo fbk,l referida à área líquida
(aproximadamente 1,4fbk, com fbk referida à área bruta).

ƒ A resistência característica à compressão da alvenaria, fk, pode ser


estimada como: fk=0,70fpk ou fk=0,85fppk.

ƒ Se as juntas horizontais
tiverem argamassamento
parcial, a resistência da
alvenaria, fk, deve ser
corrigida, multiplicando-a pela
razão entre a área de
argamassamento parcial e a
área de argamassamento
total.

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Procedimento de projeto:

ƒ Determinar a tensão de compressão de cálculo atuante na parede:


σ d = 1,4σ k , onde σ k é a tensão de serviço.

ƒ Determinar a resistência de cálculo da alvenaria em função da


resistência de prisma:
f k 0,70 f pk
fd = = = 0,28 f pk
2,5 2,5

ƒ σ d ≤ f d → σ k ≤ 0,20 f pk ou σ k ≤ K 0,20 f pk
onde K é o coeficiente de redução para argamassamento parcial.

5
ƒ A resistência de prisma necessária será: f pk ≥ σk
K

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ƒ Para escolher a resistência do bloco, deve-se considerar a eficiência


parede-bloco. Esses valores variam conforme a tabela abaixo.

Eficiência parede-bloco
Bloco Valor mínimo Valor máximo
Concreto 0,40 0,60
Cerâmico 0,20 0,50

Considerando os valores médios 0,50 e 0,35 para a eficiência bloco-


parede, chega-se às resistências características dos blocos:

7 10
Blocos de concreto: f bk ≥ σk Blocos cerâmicos: f bk ≥ σk
K K
As expressões acima só servem para estimativa da resistência do
bloco. É necessário realizar ensaios em prismas e ajustar a
5
resistência do bloco e da argamassa até garantir que f ≥ σ pk k
K

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ƒ As condições de obtenção da resistência fk devem ser as mesmas
da região comprimida da peça no que diz respeito à porcentagem de
preenchimento com graute e à direção da resultante de compressão
em relação à junta de assentamento.
ƒ Quando a compressão ocorrer em direção paralela à junta de
assentamento (como em vigas), a resistência característica na
flexão pode ser adotada como abaixo.

fk=0,70 fpk, se a região comprimida estiver


totalmente grauteada
fk=0,40 fpk, em caso contrário

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Tração na flexão
No caso de ações temporárias como, por exemplo, o vento, permite-
se considerar a resistência à tração da alvenaria na flexão, ftk,
segundo os valores da tabela abaixo (em MPa).

Direção da tração Resistência média à compressão da


argamassa (MPa)
1,5 a 3,4 3,5 a 7,0 >7,0
Normal à fiada 0,10 0,20 0,25
Paralela à fiada 0,20 0,40 0,50
Pilar ou parede estrutural
Viga de alvenaria ftk

ftk ftk
Tração paralela à fiada
Tração normal à fiada

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Cisalhamento na alvenaria
Local Resistência média à compressão da argamassa
(MPa)
1,5 a 3,4 3,5 a 7,0 >7,0
Juntas horizontais 0,10 + 0, 6σ ≤ 1, 0 0,1 5 + 0, 6σ ≤ 1, 4 0, 35 + 0, 6σ ≤ 1, 7
Interfaces de paredes com 0,35 0,35 0,35
amarração direta

45o
fvk
45o

Tensões de cisalhamento
devido à interação entre
paredes
Espalhamento do carregamento
em paredes em L com
amarração direta

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Quando existirem armaduras perpendiculares ao plano de


cisalhamento, envoltas por graute, a resistência característica ao
cisalhamento pode ser obtida por:

fvk = 0,35 +17,5ρ ≤ 0,7 MPa

As é a taxa geométrica de armadura, sendo As a área de aço,


ρ= b e d as dimensões da seção transversal.
bd

Aderência:

Resistência característica da aderência (em MPa)


Tipo Barras Barras
nervuradas lisas
Entre aço e argamassa 0,10 0,00
Entre aço e graute 2,20 1,50

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Propriedades elásticas
ƒ Módulo de deformação longitudinal:

Alvenaria com blocos de concreto: Ealv=800fpk<=16.000 MPa

Alvenaria de blocos cerâmicos: Ealv=600fpk<=12.000 MPa

ƒ Coeficiente de Poisson : 0,15

ƒ Fluência: Wfinal=2Winicial (deformações no Estado Limite de Serviço)

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7. RESISTÊNCIAS DE CÁLCULO DOS MATERIAIS


fk
A resistência de cálculo, fd, é obtida como: f d =
γm
Valores de γ m
Combinações de Alvenaria Graute Aço
ações
Normais 2,5 2,5 1,15
Especiais ou de 2,1 2,1 1,15
construção
Excepcionais 2,1 2,1 1,0

No caso da aderência entre o aço e o graute, ou a argamassa,


deve ser usado γ m = 1,5 .

As verificações nos Estados Limites de Serviço são feitas com as


resistências características, ou seja, com γ m = 1,0

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8. ESTADOS LIMITES

ƒ O projeto deve ser feito com base no conceito de Estados Limites,


como para as estruturas de concreto armado.

ƒ As verificações relativas aos Estados Limites Últimos devem


garantir segurança contra a ocorrência de todos os modos possíveis
de ruína.

ƒ Os Estados Limites de Serviço (ou de Utilização) estão


relacionados à durabilidade, aparência, conforto do usuário e
funcionalidade da estrutura.

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9. AÇÕES A CONSIDERAR
ƒ Ações permanentes:

Peso próprio: pode-se considerar o peso específico de 12kN/m3


para alvenarias de blocos cerâmicos vazados e 14 kN/m3 para blocos
vazados de concreto. Para blocos de concreto preenchidos com
graute, considerar o peso específico de 24 kN/m3.

Revestimentos, enchimentos, peso próprio de lajes: igual visto em


concreto armado.

Imperfeições geométricas (desaprumo de paredes): igual visto em


concreto armado

ƒ Ações variáveis:

Cargas acidentais, ações do vento, etc.: igual visto em concreto


armado.

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ƒ Ações de cálculo:

Uma ação de cálculo Fd é obtida através da majoração da ação


característica Fk, exatamente como visto em concreto armado.
Em análise linear, pode-se majorar o esforço solicitante de serviço,
para obter o esforço solicitante de cálculo.
Tipo: M d = γ f M k , onde γ f = 1,40

ƒ Combinações de ações:

Quando há mais de uma ação variável, fazemos as combinações das


ações, exatamente como foi visto em concreto armado.

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10. DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS VERTICAIS

Dispersão das cargas verticais

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PAREDES ISOLADAS

ƒ As cargas tendem a
se uniformizar em
direção à base do
edifício.

ƒ O produto p1a1 deve


ser igual à resultante
de todas as cargas
aplicadas à esquerda
da linha central das
aberturas.

ƒ O produto p2a2 deve


equilibrar as cargas
aplicadas à direita.

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ƒ As reações p1 e p2 estão em kN/m e são valores de serviço, se as


cargas aplicadas forem de serviço (como é usual).

ƒ Se o bloco tem uma largura L (cm), as tensões normais de


compressão na base do edifício serão:
p1 10 p1
σ1k = , kN/cm2 ou σ1k = , MPa
100 L 100L
p2 10 p 2
σ 2k = , kN/cm2 ou σ 2k = , MPa
100 L 100 L

ƒ Com esses valores da tensão de compressão, determina-se a


resistência de prisma e a resistência de bloco, como visto
anteriormente. 7
Blocos de concreto: f bk ≥ σ k1
5 K
fpk ≥ σ k 1, se σ k 1 > σ k 2
K 10
Blocos cerâmicos: f bk ≥ σ k1
K
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ƒ Nesse processo não são consideradas as interações entre
paredes. O processo é simples e fica a favor da segurança.

ƒ Um processo mais sofisticado, considerando a interação entre


paredes, pode ser mais econômico. Neste caso, são feitos
agrupamentos entre paredes, mas é necessário ter um bom critério
para se fazer os agrupamentos.

ƒ Caso seja considerada a interação de


paredes, deve ser verificada e garantida a
resistência ao cisalhamento das interfaces
(deve haver junta travada entre as
paredes). A existência de aberturas pode
limitar a interação.

ƒ O mais simples e seguro é considerar


paredes isoladas.

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11. VIGAS E VERGAS


Vão de cálculo: é o menor valor entre
a) a distância entre as faces dos apoios mais a altura da seção
transversal da viga
b) a distância entre eixos dos apoios

Seção transversal: deve ser considerada com suas dimensões


brutas, desconsiderando-se revestimentos.

A viga é calculada para o peso


próprio mais a carga contida
dentro da região triangular
mostrada na figura. Essa carga
pode incluir parte da reação da
laje, dependendo do tamanho e
da localização da abertura.

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12. PILARES
Altura efetiva (ou comprimento de flambagem):
ƒ igual à altura real do pilar, se houver travamentos que restrinjam os
deslocamentos horizontais ou as rotações das suas extremidades na
direção considerada;
ƒ ao dobro da altura para pilar engastado em uma extremidade e livre
na outra.

Seção transversal:
Devem-se considerar as dimensões brutas, sem revestimentos.

Carregamento para os pilares:


Devem ser consideradas excentricidades do carregamento,
dimensionando-se os pilares à flexão composta.

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13. PAREDES
Altura efetiva (he): mesmo critério adotado para os pilares.

Espessura efetiva (te):

ƒ Paredes sem enrijecedores: te=t, onde t é a espessura da parede,


sem considerar os revestimentos.

ƒ Paredes com enrijecedores regularmente espaçados: te=δ t, onde δ é


dado na tabela seguinte.

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Valores do coeficiente δ
lenr/eenr tenr/t=1 t enr /t=2 t enr/t=3
6 1,0 1,4 2,0
8 1,0 1,3 1,7
10 1,0 1,2 1,4
15 1,0 1,1 1,2
20 ou 1,0 1,0 1,0
mais
Interpolar para valores intermediários

A espessura efetiva te=δ t é utilizada apenas para o cálculo da


esbeltez da parede. Para o cálculo da área da seção resistente,
deve-se considerar sempre a espessura real t.

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Esbeltez:

O parâmetro de esbeltez λ de uma parede ou pilar é definido por


λ = he/te. Observe que isto é diferente do índice de esbeltez
convencional λo = comprimento de flambagem dividido pelo raio de
giração.
λo = λ 12

Valores máximos permitidos para


a esbeltez λ de paredes e pilares
Não armados 24
Armados 30

Os elementos estruturais armados devem respeitar as armaduras


mínimas que serão apresentadas mais à frente.

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14. INTERAÇÃO PARA AÇÕES HORIZONTAIS
Interação em flanges (abas):

ƒ Considera-se que existe a interação, quando se tratar de flange


com amarração direta.
ƒ Em outras situações de ligação, a interação só deve ser
considerada se existir comprovação experimental de sua eficiência.
ƒ O comprimento de cada flange não deve exceder o limite abaixo.

f f f

ação do vento no
painel de
contraventamento

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ƒ Em nenhuma hipótese, poderá haver superposição de flanges.

ƒ Os flanges (abas) devem ser utilizados tanto para o cálculo da rigidez


do painel de contraventamento, quanto para o cálculo das tensões
normais devidas à flexão provenientes das ações horizontais.

ƒ Os flanges não devem ser considerados na absorção dos esforços


cortantes durante o dimensionamento.

ƒ A distribuição das ações do vento para os diversos painéis de


contraventamento é feita com o mesmo modelo apresentado para
concreto armado. Cada painel é substituído por uma mola de rigidez K.

ƒ Para determinar a rigidez da mola, pode-se adotar o modelo de


paredes isoladas ou o modelo de paredes com aberturas.

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Modelo de paredes isoladas (método mais simples):

Neste caso, considera-se que as aberturas separem as paredes


adjacentes.
ƒ A rigidez K1 e K2 de
cada painel é
determinada em
função do momento
de inércia das
paredes P1 e P2,
considerando-se as
abas existentes.
ƒ Os lintéis (trechos
horizontais sobre as
aberturas) não são
considerados e ficam
sem flexão devida ao
vento.

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Modelo de paredes com aberturas:

Neste caso, a parede é assimilada a um pórtico plano. A rigidez


equivalente do pórtico é calculada como em concreto armado.

ƒ É importante considerar
que as barras horizontais do
pórtico possuam
extremidades rígidas, para
evitar uma flexão excessiva e
irreal.

ƒ Os lintéis ficam solicitados


à flexão e cortante (logo,
devem ser dimensionados
para essas solicitações).

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Após obter as forças horizontais em cada painel de contraventamento,
determinam-se os seus esforços solicitantes: momentos fletores,
esforços cortantes e esforços normais (no caso do modelo de pórtico).

Carregamento e esforços solicitantes na parede devidos ao vento

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15. CORTES E JUNTAS


ƒ Não é permitido corte individual horizontal de comprimento superior a
40 cm em paredes estruturais. Não são permitidos cortes horizontais
em uma mesma parede cujos comprimentos somados ultrapassem 1/6
do comprimento total da parede.

ƒ Cortes verticais, de comprimento superior a 60 cm, realizados em


paredes definem elementos estruturais distintos.

ƒ Não são permitidos condutores de fluidos embutidos em paredes


estruturais, exceto quando a instalação e a manutenção não exigirem
cortes (com o uso de blocos hidráulicos especiais, por exemplo).

ƒ Devem ser previstas juntas de dilatação no máximo a cada 24 m da


edificação em planta. Esse limite pode ser alterado desde que se faça
uma avaliação mais precisa dos efeitos da variação de temperatura
sobre a estrutura.

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ƒ Deve ser analisada a necessidade de colocação de juntas verticais de
controle de fissuração em elementos de alvenaria com a finalidade de
prevenir o aparecimento de fissuras provocadas por variação de
temperatura, expansão, variação brusca de carregamento e variação
da altura ou da espessura da parede.

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16. DESLOCAMENTOS LIMITES


ƒ Os deslocamentos finais dos elementos fletidos (lajes e vigas),
incluindo efeitos da fluência e da fissuração, não devem ser maiores
que L/150 ou 20 mm, para peças em balanço, e L/300 ou 10 mm, nos
demais casos. (Na NBR-6118: L/125 e L/250)

ƒ Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados por


contraflecha, desde que elas não sejam maiores que L/400.

ƒ Os elementos estruturais que servem de apoio para alvenaria (lajes,


vigas, etc.) não devem apresentar deslocamentos maiores que L/500
ou 10 mm ou rotação maior que θ=0,0017 rad.

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17. HIPÓTESES PARA O DIMENSIONAMENTO
A) ALVENARIA NÃO ARMADA

No projeto de alvenaria não armada submetida a tensões normais,


admitem-se as seguintes hipóteses:

ƒ as seções transversais planas se mantêm planas após a deformação;

ƒ as máximas tensões de tração de cálculo devem ser menores ou


iguais à resistência à tração de cálculo ftd da alvenaria;

ƒ as máximas tensões de compressão de cálculo devem ser menores ou


iguais à resistência à compressão de cálculo fd da alvenaria, para
compressão simples, e a 1,3fd para compressão na flexão;

ƒ as seções transversais submetidas à flexão simples e à flexo-


compressão devem ser consideradas no Estádio I (como material
elástico linear).
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B) ALVENARIA ARMADA

No projeto de alvenaria armada submetida a tensões normais, admitem-


se as seguintes hipóteses:

ƒ as seções transversais planas se mantêm planas após a deformação;


ƒ as armaduras aderentes têm a mesma deformação que a alvenaria em
seu entorno (aderência perfeita, igual ao concreto armado - CA);
ƒ a resistência à tração da alvenaria é nula (igual ao CA);
ƒ as máximas tensões de compressão de cálculo devem ser menores ou
iguais à resistência à compressão de cálculo fd da alvenaria;
ƒ a distribuição de tensões de compressão nos elementos submetidos à
flexão pode ser representada por um diagrama retangular (igual ao CA);
ƒ o máximo encurtamento da alvenaria em flexão é 0,35% (igual ao CA);
ƒ o máximo alongamento do aço se limita em 1% (igual ao CA).
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18. DIMENSIONAMENTO DA ALVENARIA À
COMPRESSÃO SIMPLES
Resistência de cálculo de paredes

Em paredes de alvenaria estrutural, o esforço resistente de cálculo é


dado por
N rd = f d AR

onde
N rd = força normal resistente de cálculo
f d = resistência à compressão de cálculo da alvenaria
A = área da seção resistente
R = redutor devido à esbeltez da parede, sendo
⎡ ⎛ λ ⎞3 ⎤ h
R = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ , onde λ = e
⎢⎣ ⎝ 40 ⎠ ⎥⎦ te

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ƒ Se for considerado o comprimento de 1 m de parede de espessura real


t cm, sem revestimento, A= 100t, cm2. Se fd estiver em kN/cm2, o
esforço normal resistente Nrd estará em kN/m.

ƒ A segurança é garantida se Nd<=Nrd, onde Nd é o esforço normal


solicitante.

ƒ A contribuição de eventuais armaduras existentes em paredes de


blocos cerâmicos será sempre desconsiderada.

ƒ Pode-se aumentar a capacidade resistente das paredes, aumentando a


resistência do bloco e/ou fazendo grauteamento dos blocos.

ƒ OBS: A NBR-10837 (para blocos de concreto) permite um aumento de


12,5% no valor de Nrd em paredes armadas com taxa de armadura
>=0,2%. A resistência da alvenaria fd é correlacionada com a resistência
do prisma fpk cheio de graute.

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Exemplo:
k

altura efetiva he=h (parede


travada pelas lajes)

espessura efetiva te=t (sem


enrijecedores)

Esforço normal de cálculo: N d = 1,4 x70 = 98 kN/m


h 280
Esbeltez: λ = e = = 20 < 24 OK!
te 14
⎡ ⎛ 20 ⎞ 3 ⎤
Redutor: R = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ = 0,8 75
⎢⎣ ⎝ 40 ⎠ ⎥⎦

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A = 100t = 100 x14 = 1400 cm2 ; N rd = f d x1400 x0,875 = 1225 f d

98
Igualando N rd = N d → f d = = 0,08 kN/cm2 fd = 0,8 MPa
1225

fk
Se f d = = 0,8 MPa → f k = 2,0 MPa
2,5

2,0
Se f k = 0,7 f pk → f pk = = 2,86 MPa (Resistência de prisma)
0,7
Admitindo eficiência bloco-prisma = 0,7

f pk 2 ,86
fbk = = = 4,09 MPa ; bloco com f bk = 4,5 MPa
0,7 0,7
Considerando argamassamento parcial com K=0,74:

fpk=2,86/0,74=3,86 MPa ; fbk=4,09/0,74=5,52 MPa


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Resistência de cálculo de pilares

Em pilares de alvenaria estrutural não armados, o esforço resistente de


cálculo é dado por

N rd = 0,9 f d AR com as mesmas definições dadas para as paredes.

Em pilares de alvenaria armada, o esforço resistente de cálculo é dado


por

N rd = ( f d A + f sd As ) R , sendo f sd = 0,5 f yd

onde f d é a resistência de cálculo da alvenaria,


baseada no prisma cheio de graute.
A tensão no aço é limitada a 0,5fyd para evitar uma fissuração
excessiva (em peças fletidas) e para garantir a aderência entre as
barras de aço e o graute. Por isso, a contribuição das armaduras é
pequena em peças comprimidas, não sendo uma solução econômica.

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Forças concentradas em áreas reduzidas:

ƒ a região de contato deve possuir a dimensão mínima a indicada na


figura abaixo;

ƒ a tensão de contato deve ser menor ou igual a 1,5 fd.

⎧ t /3
a≥⎨
⎩50 mm

Fd
≤ 1,5 f d
ab

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19. DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO SIMPLES
A) Alvenaria não armada
O momento fletor resistente de cálculo pode ser obtido com auxílio da
figura abaixo, onde se admite que a peça esteja no Estádio I.

Deve-se limitar σ c ≤ 1,3 f d e σ t ≤ ft d .


Para seção retangular: yc = yt , σ c = σ t .
bh 2
Logo, o momento resistente é M rd = f td (= momento de fissuração).
6
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Exemplo: viga b=19 cm e h=40cm;


tração paralela à fiada: ftk=0,50 MPa (ver tabela na página 67)
f tk
ftd = = 0,20 MPa; f td = 0 ,02 kN/cm2
2,5
2
1 9 x 40 x 0, 02
M rd = = 1 01 kNcm; M rd = 1,01 kNm
6

Considerando γ alv = 14 kN/m3, a carga máxima na viga é


p max = 14 x0,19 x0,65 = 1,73 kN/m.

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p max l 2
O momento máximo de serviço é M k = = 0,24 kNm
12

O momento máximo solicitante de cálculo é M d = 1,4 M k = 0,34 kNm.

Logo, M rd > M d e a viga (verga) resiste ao carregamento sem armadura.

ƒ Esse cálculo foi feito considerando o valor máximo para ftk, o qual
depende da resistência da argamassa (ver tabela na pág. 67).

ƒ Por prudência, é sempre recomendável que as vigas (e vergas)


sejam armadas. Neste caso, basta adotar uma armadura mínima.
0,10
As ,min = bh , cm2
100

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B) Alvenaria armada
Neste caso, o dimensionamento é feito como para uma viga de
concreto armado.
Resistência à compressão da alvenaria:
Se a compressão for paralela às juntas (vigas):
f k = 0,70 f pk , onde f pk = resistência de prisma grauteado
f k = 0,40 f pk , onde f pk = resistência de prisma vazio

Se a compressão for normal às juntas (pilares):


f k = 0,70 f pk , sempre

Deve-se reduzir f k em função do argamassamento parcial.


Finalmente, f d = f k 2,5

Resistência do aço: f s = 0,5 f yd , onde f yd = f yk 1,15

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Seção retangular com armadura simples

μ=
Md
2
≤ 0,4 ; (
ξ = 1,25 1 − 1 − 2 μ )
bd f d

fd 0,10
As = 0,8ξbd ; As ≥ As ,min = bh
fs 100

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Seção T com armadura simples


Restrições:
m b f ≤ 6t (pg. 84) t f ≤ 0,5d
f
bm ≤ h 3 onde h é a altura da parede
f f
acima do nível analisado
Momento resistido pela mesa:
( )
s
M dm = bm t f d − 0,5t f f d

Limitação: M d ≤ M dm

O dimensionamento é igual de seção retangular com largura bm .

μ=
Md
2

M dm
2
; (
ξ = 1,25 1 − 1 − 2 μ )
bm d f d bm d f d

fd 0,10
As = 0,8ξbm d ; As ≥ As ,min = Area ,total
fs 100

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20. DIMENSIONAMENTO AO ESFORÇO
CORTANTE
A) Cisalhamento em paredes estruturais
σ = tensão normal na
junta para as cargas
permanentes
Cisalhamento em multiplicadas por 0,9.
d juntas horizontais
fvd=fvk/2,5, onde fvk
junta considerada é dado em função de
d
σ na pg. 68.
Vd
τ vd =
vd seção da parede
tL

Se τvd<=fvd, pode-se dispensar o uso de armaduras de cisalhamento.

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ƒ Se a tensão convencional de cisalhamento τvd for maior que fvd, é


obrigatório o uso de armadura de cisalhamento.
ƒ Em elementos submetidos à flexão simples é obrigatório o uso de
armaduras de cisalhamento.

B) Elementos com armadura de cisalhamento

Tensão convencional de cisalhamento: τ vd


Vd
Em vigas: τ vd = , bw = largura da seção retangular ou da
bw d nervura das seções T
Em paredes: τ vd como anteriormente

Restrição: τ vd ≤ 0,7 MPa, para evitar esmagamento da alvenaria.

100bw (τ vd − f vd )
Armadura transversal: Asw = , cm2/m
0,5 f yd

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Armadura mínima:

Asw,min = ρ w,min 100bw , cm2/m onde ρ w,min = 0,05%

ƒ A armadura transversal será sempre paralela à direção da força


cortante (estribos verticais nas vigas e horizontais nas paredes e
pilares).
ƒ O espaçamento máximo é de 0,5 d.
ƒ Nas vigas, ainda tem que respeitar o espaçamento de 30 cm.
ƒ Nas paredes armadas ao cisalhamento, tem que respeitar 60 cm.

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21. DIMENSIONAMENTO À FLEXO-COMPRESSÃO


A) Alvenaria não armada
As tensões normais de compressão devem satisfazer à seguinte
inequação:

Nd M
+ d ≤ fd ,
AR 1,3W
onde A = área da seção resistente;
R = coeficiente redutor devido à esbeltez (ver compressão simples);
W = I y = módulo de resistência da seção;
N d e M d = esforço normal e momento fletor de cálculo;
1,3 é o coeficiente de correção para flexão
f d = resistência à compressão de cálculo da alvenaria (ver pg. 103)

Caso exista tensão de tração, seu valor máximo deve ser menor ou
igual à resistência à tração de cálculo ftd.
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B) Alvenaria armada
O dimensionamento à flexo-compressão da alvenaria armada é feito
como no caso do concreto armado, com as seguintes alterações:

* No lugar de σ cd , adotar f d ;

* No lugar de f yd , usar 0,5 f yd

Com essas alterações, podem-se usar as tabelas de flexo-compressão


do Volume 3 de Curso de Concreto Armado.

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C) Excentricidades
ƒ Deve-se considerar a excentricidade acidental ea do esforço normal,
para levar em conta as imperfeições geométricas locais de pilares,
como em concreto armado.

he
ea = , he = altura efetiva do pilar ou parede
400

ƒ Em elementos com esbeltez λ=he/te>12, deve-se considerar a


excentricidade de segunda ordem

(he )2
e2 =
2000t

onde t é a espessura da peça no plano da flexão.

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22. Disposições construtivas
Cobrimentos

ƒ As barras de armadura horizontais dispostas nas juntas de


assentamento devem estar totalmente envolvidas pela argamassa,
com um cobrimento mínimo de 15 mm na horizontal.
ƒ As barras envolvidas por graute devem ter um cobrimento mínimo de
15 mm, não contanto a espessura do bloco.

Armaduras mínimas

ƒ Em vigas e paredes de alvenaria armada, a área da armadura


longitudinal principal não será menor que 0,10% da área da seção
transversal.
ƒ Em paredes de alvenaria armada, deve-se dispor uma armadura
secundária, perpendicular à principal, com área mínima de 0,05% da
seção transversal.

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ƒ A armadura colocada em juntas de assentamento para reduzir efeitos


nocivos de variações de temperatura, fissuração ou para garantir
ductilidade, deve ter taxa geométrica no mínimo igual a 0,03%.
ƒ Em pilares de alvenaria armada, a taxa mínima de armadura
longitudinal é igual a 0,30%.
ƒ Em vigas com estribos, a taxa mínima dessa armadura é 0,05%.

Armadura máxima

ƒ Armaduras alojadas em um espaço grauteado (furo vertical ou


canaleta) não podem ter área da seção transversal maior que 8% da
seção do graute, incluindo-se eventuais emendas por traspasse.

Diâmetro máximo das barras

ƒ As barras da armadura não devem ter diâmetro superior a 6,3 mm,


quando localizadas em juntas de assentamento, e 25 mm em qualquer
outro caso.

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Outras observações:

ƒ Espaços livres entre barras em vigas e pilares

ƒ Espaçamento dos estribos dos pilares

ƒ Ancoragem e emendas das armaduras

ƒ Ganchos das barras de aço

Ver Curso de Concreto Armado

FIM

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