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Direito Financeiro - 2019.

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Aula: Despesas Públicas

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Profa. Lizziane Queiroz


E-mail:
lizziane@ufersa.edu.br
Despesas Públicas
1. Conceito
2.

3. Regime Contábil
4.

5. As fases da Despesa
6.

7. As diversas classificações

1 Conceito: Despesas públicas

Decidir gastar é uma decisão política.

Enfoque orçamentário: “a aplicação de certa quantia em dinheiro, por parte da autoridade ou


agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de um fim a
cargo do governo”.

Critério científico: “a despesa pública é a soma de gastos realizados pelo Estado para a realização
de obras e para a prestação de serviços públicos”.

Decisão de gastar: política ou jurídica?

Princípio da legalidade (finalidade? moralidade?)

Há representatividade na decisão de gastar?

Planejamento

Princípio republicano

Gastar para quê?


Despesas Públicas
❖ Gasta-se para atender os fins definidos pela sociedade: fins da
Constituição.
❖ Gasta-se o dinheiro do cidadão (terceiro)
❖ Indiretamente o cidadão decide como gastar (será?)
❖ O crescimento dos gastos públicos é uma realidade:

❖ a) incremento da capacidade econômica do homem


❖ b) elevação do nível político, moral e cultural da população
❖ c) guerras
Despesas Públicas
❖ Evolução do gasto público

Evolução das despesas correntes do governo federal: quatro r


Despesas Públicas
❖ O governo gasta mais do que arrecada
❖ Novo Regime Fiscal: Emenda Constitucional 95/2016

❖ Próxima Aula - Novo Regime Fiscal



Despesa Pública
Conceito:

“Constitui a dotação consignada no orçamento sob a forma de autorização

legislativa devidamente quantificada, cujos valores correspondentes devem ser

gastos segundo as ações governamentais de planejamento e classificados em

conformidade com as funções desenvolvidas pelo Estado".

Carlos Valder do Nascimento


Despesa Pública
O conceito de despesas públicas envolve aspectos políticos e jurídicos.

Políticos: : “exige a execução de políticas abrangentes capazes de suprir de


serviços públicos uma parcela da sociedade e, como tal, as necessidades
humanas fundamentais como meta maior do Estado”

Jurídicos: deve seguir o rito previsto em lei, via de regra, autorizado pelo
Poder Legislativo e executado pelo Poder Executivo.

Base normativa da despesa pública

Constituição Federal: Arts. 165, 166, 167, 169.

Lei 4.320/64: Art. 12

Lei Complementar 101/2000: Arts. 15, 16, 17.



2. Regime Contábil

❖ De caixa para receitas: é considerada receita tudo o


que for recebido durante o ano financeiro, ainda que
se trate de receita para custear despesas posteriores
ou anteriores;
A receita só pode ser contabilizada quando entra nos cofres
públicos.

❖ De competência para despesas: devem ser consideradas


e incluídas na apuração do resultado do período em

Por isso que as receitas são reconhecidas no momento do
lançamento tributário e as despesas no momento da emissão
empenho!!

Lei 4320/64
❖  Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

❖         I - as receitas nêle arrecadadas;

❖         II - as despesas nêle legalmente empenhadas.



O equilíbrio das receitas e despesas deve ser compreendido no
tempo e não em cada exercício.

Não se deve confundir equilíbrio orçamentário da previsão e da


dotação, com o equilíbrio das execuções das receitas e despesas.

O equilíbrio orçamentário da previsão e da dotação é baseado no


princípio da anualidade, combinado com a inclusão, no total da
previsão, do valor dos saldos de exercícios anteriores para justificar
o suporte financeiro à dotação orçamentária.

Requisitos para previsão das despesas:
A) utilidade: deve atender ao maior numero de pessoas e
produzir benefícios voltados ao interesse público
B) legitimidade (legalidade): a despesa deve atender a uma
necessidade pública evidente;
C) discussão pública: participação direta ou indireta do povo,
que deve aprovar e fiscalizar as despesas.

Outros requisitos:
❖ Possibilidade contributiva: os gastos devem ser realizados de
acordo com a possibilidade contributiva do povo e

3. Classificação da Despesa

I – Doutrinária

II - Legal

I – doutrinária

Quanto à periodicidade

Quanto à competência

Quanto à extensão

Quanto ao aspecto econômico



Despesas públicas
a) Quanto à periodicidade (regularidade)
Ordinárias: as que constituem a rotina de serviços públicos e se renovam
todos os anos no curso de cada exercício financeiro.
Ex: despesas com pessoal, aquisição de material de expediente e conservação
de prédios públicos

Extraordinárias: são as de caráter esporádico, provadas por circunstâncias de


caráter eventual, acidental, excepcional e que, justamente por isso, costumam
não aparecer nos orçamentos com dotação própria. Ex.: calamidade, guerra,
etc.

Especiais: decorrem de fato previsível, mas que o Estado não sabe quando
ocorrerá. “aquela realizada para atender necessidades novas surgidas no
correr do exercício financeiro que, embora possa até ser previsível, não é
estimável, a priori”. Ex: decisões judiciais

b) Quanto à competência
Federais
Estaduais
Municipais

c) Quanto à extensão
Interna: é a efetuar para acorrer às necessidades de ordem
interna

Externa: feita fora do pais, paga em moeda estrangeira.



d) Quanto ao aspecto econômico
Despesa compra: realizada para aquisição de produtos ou
serviços que satisfaçam a necessidade pública. Ex: folha de
pagamento, aquisição de bens de consumo, etc.

Despesa transferência: é a que não corresponde à aplicação


governamental para compra de produtos e serviços,
limitando-se a criar rendimento para outras pessoas sem
qualquer contraprestação. Ex.: juros da dívida pública,
aposentadoria, pensões, etc.

Despesas públicas

II – Legal:
Lei 4.320/1964  classificação econômica, que dá ênfase aos
efeitos dos gastos sobre a economia
Despesas de custeio

Despesas Transferências correntes –


subvenções sociais e subvenções
econômicas
correntes:

- Investimentos
- Inversões financeiras
- Transferência de capital
Despesas de
capital

DESPESAS CORRENTES:
Referente ao atendimento das necessidades de consumo de bens
e serviços pela máquina pública.
❖ manutenção e o funcionamento dos serviços públicos em
geral, quer através da administração direta, quer através da
administração indireta
❖ Há uma variação no patrimônio do ente – aqui há
efetivamente um GASTO.
❖ são aquelas que casam uma variação negativa no patrimônio
público e são necessárias à execução dos serviços públicos e
à vida do Estado, sendo, assim, verdadeiras despesas

a) De custeio
Art. 12, Lei 4320/64
  § 1º Classificam-se como
Despesas de Custeio as
dotações para manutenção de
serviços anteriormente
criados, inclusive as
destinadas a atender a obras
de conservação e adaptação
de bens imóveis.
        

b) Transferências correntes: as despesas às quais não
corresponda uma contraprestação imediata em bens ou serviços
e as destinadas à manutenção de outras entidades de direito
público ou privado, tais como as contribuições e as subvenções,
pagamento de juros da dívida, etc.
São operações características das transferências.

Constituição:
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre

❖ Art. 158. Pertencem aos Municípios:
❖ I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
❖ II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial
rural, relativamente aos imóveis neles situados;
❖ II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial
rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se
refere o art. 153, § 4º, III; 
❖ III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seus territórios;
❖ IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação.
❖ Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão
creditadas conforme os seguintes critérios:
❖ I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
❖ II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.

Subvenções: transferências destinadas a cobrir despesas


de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se
como subvenções sociais e subvenções econômicas.

a) Sociais: as que se destinem a instituições públicas ou


privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade
lucrativa;

b) econômicas: as que se destinam à empresas públicas ou


privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

DESPESAS DE CAPITAL

Constituem o grupo de despesas da Administração Pública,


direta ou indireta, com intenção de adquirir ou constituir bens
de capital que contribuirão para a produção ou geração de novos
bens ou serviços.
Corresponde a uma modificação no patrimônio público,
realizadas direta ou indiretamente pela administração.
Procura-se fazer alguma coisa produtiva, que vai dar um fruto
futuramente.

DESPESAS DE CAPITAL

Estruturam-se da seguinte forma:

A) investimentos: planejamento e execução de obras e


instalações; aquisição de imóveis necessários à realização de
obras; programas de trabalho; equipamento e material
permanente; constituição ou aumento de capital de empresas,
sentenças judiciárias e despesas de exercícios anteriores quando
referentes à investimentos.

É a despesa de capital que poderá gerar serviços e


consequentemente produzir um incremento ao Produto
Nacional.

Todo investimento é feito para ser operado e produzir um


resultado, sempre positivo.

Na empresa privada, esse resultado é o lucro; no Governo, o


resultado esperado é o benefício social proporcionado às
populações.

ART. 12, § 4º DA LEI 4320/64 - Classificam-se como
investimentos as dotações para o planejamento e a execução de
obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis
considerados necessários à realização destas últimas, bem
como para os programas especiais de trabalho, aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente e constituição
ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro.

B) Inversões financeiras: : Art. 12, § 4o –
Art. 12, § 5º. Classificam-se como Inversões Financeiras as
dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas
ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a
operação não importe aumento do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou
empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros,
inclusive operações bancárias ou de seguros.

A distinção entre Inversões Financeiras e Investimentos é
puramente econômica.
Investimento é toda despesa de capital que gera serviços e, em
conseqüência, acréscimo ao PIB (Produto Interno Bruto).



c) Transferência de capital: se destinarão a investimentos ou
inversões financeiras. Consta do orçamento mas é destinado a
outro setor. Ex: Linha de metrô - saiu do orçamento da União o
orçamento do Estado. Quando o governo transfere verba para o
município, para o metrô etc., é transferência de capital.

As transferências de capital se dividem em auxílios e


contribuições.

O que distingue um e outro é que o auxílio deriva diretamente


da lei de orçamento – são meras autorizações orçamentárias, ao
passo que as contribuições derivam de lei especial anterior.

Atenção: A amortização do principal é classificada como
transferência de capital, ao passo que o pagamento dos juros é
transferência (corrente, segundo o esquema da Lei, pois não
gera acréscimo patrimonial).


Extra: classificação institucional e funcional - programática
❖ Lei 4.320/64
❖ Portaria 42 de 14/04/1999 do Ministério do Planjemento,
Orçamento e Gestão
❖ Portaria Interministerial 163 de 04/05/2001.

Classificação institucional

Aponta-se quem faz a despesa (órgão ou unidade


orçamentária)
Detalha-se em:

Órgão
Unidade orçamentária
Unidade administrativa ou Executiva

São 05 dígitos, sendo os dois primeiros do órgão e os



Classificação funcional-programática

Art. 4 da Portaria 42/99 MOG:


Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão
identificadas em termos de funções, subfunções,
programas, projetos, atividades e operações especiais.
Funções: missão institucional de cada órgão. São os dois
primeiros dígitos. Ex.: cultura, saúde, educação.
Subfunções: área de atuação governamental que
especifica a função. São os três dígitos sequentes da
função.

Classificação funcional-programática

Art. 4 da Portaria 42/99 MOG:


Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão
identificadas em termos de funções, subfunções,
programas, projetos, atividades e operações especiais.
Programas: instrumento de organização da atuação
governamental que articula um conjunto de ações que
concorrem para a concretização de um objetivo comum
preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no
plano, visando à soluçarão de um problema ou ao
atendimento de determinada necessidade ou demanda da

Despesas vinculadas e obrigatórias na Constituição da
República

Despesas com saúde e educação.


Arts. 198 e 212 da Constituição, e ainda o art. 77 da ADCT.
Lei Complementar 141/2012
Decreto 7.827/2012

Gasto mínimo com saúde

União: montante empenhado no exercício anterior acrescido de


percentual correspondente ao PIB ocorrido no ano anterior ao
dia da lei orçamentária anual.
Estados: 12% do produto de impostos de sua competência,
excluídos os que serão transferidos a outros entes.
Municípios: 15% do produto de impostos de sua competência,
excluídos os que serão transferidos a outros entes

Gasto mínimo com educação

União: 18% da receita de imposto de sua competência


Estados: 25% a receita de imposto de sua competência.
Municípios: 25% a receita de imposto de sua competência.

Estágios da Despesa Pública

a) Planejamento
Envolve a fixação da despesa orçamentária,
descentralização/movimentação de créditos, a programação
orçamentária e financeira e o processo de licitação.

b) Execução
Envolve o Empenho, a Liquidação e o Pagamento

❖ Sobre planejamento:

❖ É essencial à administração pública que planeje suas ações.


Com os recursos orçamentários não pode ser diferente.
❖ O que é planejamento?

❖ O planejamento é o próprio orçamento.



Estágios da Despesa Pública

a) PLANEJAMENTO

I - Fixação
1.

Na fixação, estabelece-se a causa jurídica da despesa. É quando


ela é inserida no orçamento, com correspondente dotação
orçamentária (art. 165, §8º da CF).
Dotação: verba designada anualmente para atender a
execução de certas atividades governamentais.

Serve para limitar o Estado.

Não pode gastar a mais, mas pode gastar a menos.

Demanda um vasto trabalho de discussão e levantamento das necessidades do


Estado.

Art. 16 da LRF:
❖  Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que

acarrete aumento da despesa será acompanhado de:


❖         I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que

deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;


❖         II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação

orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o


plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

1.

II - Descentralizações de créditos orçamentários

As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando


for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as
classificações institucional, funcional, programática e
econômica para que outras unidades administrativas possam
executar a despesa orçamentária.

III - Programação orçamentária e financeira

A programação orçamentária e financeira consiste na



A LRF definiu procedimentos para auxiliar a programação
orçamentária e financeira nos artigos 8º e 9º:

“Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos


termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do
art. 4º , o Poder Executivo estabelecerá a programação
financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
[...]

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização


da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de

IV - Processo de licitação

Processo de licitação compreende um conjunto de


procedimentos administrativos que objetivam adquirir materiais,
contratar obras e serviços, alienar ou ceder bens a terceiros, bem
como fazer concessões de serviços públicos com as melhores
condições para o Estado, observando os princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e de outros
que lhe são correlatos.
Despesa pública
b) Execução da despesa

Empenho

Liquidação

Pagamento

1.
Despesa Pública
b) Execução da despesa

Empenho

Empenho, segundo o artigo 58 da Lei nº 4.320/1964, é o ato


emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para
um fim específico.

O empenho será formalizado mediante a emissão de um


documento denominado “Nota de Empenho”, do qual deve
constar o nome do credor, a especificação do credor e a
1.


Despesa Pública
Os empenhos podem ser classificados em:

I. Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de


valor fixo e
previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma
só vez;

II. Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas


cujo montante não se pode determinar previamente, tais como
serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição
de combustíveis e lubrificantes e outros; e
Despesa Pública
b) Execução da despesa

Liquidação
Conforme dispõe o artigo 63 da Lei nº
4.320/1964, a liquidação consiste na
verificação do direito adquirido pelo credor
tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito e tem
por objetivo apurar:
Despesa Pública

b) Execução da despesa

Liquidação

As despesas com fornecimento ou


com serviços prestados terão por
base:
Despesa Pública
Pagamento

O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por


meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito
em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da
despesa.

A Lei nº 4.320/1964, em seu artigo 64, define ordem de


pagamento como sendo o despacho exarado por autoridade
competente, determinando que a despesa liquidada seja paga.

A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos


processados pelos serviços de contabilidade
Despesa Pública
III) CONTROLE E AVALIAÇÃO
Esta fase compreende a fiscalização realizada pelos órgãos de
controle e pela sociedade.

O Sistema de Controle visa à avaliação da ação governamental, da


gestão dos administradores
públicos e da aplicação de recursos públicos por entidades de
Direito Privado, por intermédio da
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, com finalidade de:
Despesa Pública
a) Avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a
execução dos
programas de governo e dos orçamentos da União; e

b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia


e à eficiência da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da Administração
Pública, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades
de direito privado.

Por controle social entende-se a participação da sociedade no


planejamento, na implementação, no acompanhamento e
Despesa Pública
Restos a Pagar

São dívidas que não serão pagas no exercício financeiro em que


foram contraídas.

Por este dispositivo, o poder público deixe dinheiro do ano


financeiro em que foi contraída a dívida para o exercício em que
efetivamente a despesa será paga.

Art. 36:
Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas mas não
pagas para o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das
não processadas.
Despesa Pública

Despesas processadas: é aquela que empenhada e liquidada.

Despesa não processada: é aquela que foi empenhada e não


liquidada.

Restos a pagar em final de mandato: (LRF)


 Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este
efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados
os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.
Despesa Pública
❖ Obs.:

❖ A inscrição em restos a pagar sem cobertura afronta o


princípio do equilíbrio orçamentário;
Despesa Pública
Despesas de exercícios anteriores
São as despesas resultantes de compromissos assumidos em
exercícios anteriores àqueles em que for ocorrer o pagamento,
para os quais não existe empenho.

Art. 37 da 4320/64
  Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o
orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo
suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na
época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição
interrompida e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à
Despesa Pública
Categorias de Despesas de exercícios anteriores:

a) Despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento


respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente
para atendê-las, que não se tenham processado na época
própria;

O empenho foi anulado ou insubsistente mas o credor cumpriu a


sua prestação;

Despesas urgentes que não puderam aguardar o procedimento


para realização de empenho.
Despesa Pública
Categorias de Despesas de Exercícios Anteriores:
a)

b) Restos a pagar com prescrição interrompida;


Restos a pagar que não foram pagos no exercício devido, cuja
receita entrou para o orçamento seguinte como “outras
receitas”.

c) Compromissos reconhecidos após o encerramento do


exercício correspondente
Exemplo: assumiu um cargo em 18 de dezembro, quando a
folha de pagamento já havia sido fechada. O salário referente
Despesa Pública
Observações:

Todas as despesas que entrem em “DEA” devem ser


empenhadas novamente, inclusive as que são fruto de empenhos
cancelados;

As DEA são despesas orçamentárias enquanto que os restos a


pagar são extraorçametnárias.
Despesas segundo a LRF

a) Obrigatória de caráter continuado


b) Com pessoal
c) Com seguridade social
d) Transferências voluntárias
e) Para o setor privado
f) Regime de adiantamento
Despesas segundo a LRF

Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/2000

Art. 16 e 17.

O ato de criação, expansão ou aperfeiçoamento de


ação governamental que acarrete aumento de
despesa deverá ser acompanhado de:
❖ Estimativa de impacto orçamentário e
financeiro;
❖ Declaração do ordenador de despesas de que o
aumento tem adequação orçamentária e
financeira com a LOA; compatível com o PPA
e com a LDO.

❖ O não cumprimento destes itens caracteriza-se


como crime contra as finanças públicas
passível de pena de um a quatro ano de
reclusão (Art. 359 – D)
a) Despesa obrigatória de caráter continuado

Art. 17, caput da LRF

 Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a


despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação
legal de sua execução por um período superior a dois
exercícios.
Gerando a despesa à Luz da LRF

 Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação


governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de:
        I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;
        II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento
tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária
anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias.
Gerando a despesa à Luz da LRF
§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
        I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação
específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que
somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no
programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o
exercício;
        II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a
despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas
previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.
   {...}
        § 4o As normas do caput constituem condição prévia para:
        I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de
obras;
        II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da
Constituição.
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

 Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente


derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para
o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois
exercícios.

Despesas com pessoal


 Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total
com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os
inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou
empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,
proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
o
❖  § 1  Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-
obra que se referem à substituição de servidores e
empregados públicos serão contabilizados como "Outras
Despesas de Pessoal".
o
❖         § 2  A despesa total com pessoal será apurada somando-
se a realizada no mês em referência com as dos onze
imediatamente anteriores, adotando-se o regime de
competência.
❖         Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em
cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da
receita corrente líquida, a seguir discriminados:

§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão
computadas as despesas:
❖         I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
❖         II - relativas a incentivos à demissão voluntária;

        III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da
Constituição;
❖         IV - decorrentes de decisão judicial o
e da competência de período anterior
ao da apuração a que se refere o § 2  do art. 18;
❖         V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima,
custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e 
XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no19;
❖         VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas
por recursos provenientes:
❖         a) da arrecadação de contribuições dos segurados;

        b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da
Constituição;
❖         c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal
finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem
como seu superávit financeiro.
o o
❖   § 2  Observado o disposto no inciso IV do § 1 , as despesas
com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão
incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no
art. 20.
 Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá
exceder os seguintes percentuais:
        I - na esfera federal:
        a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o
Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
        b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
        c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para
o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas
com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e 
XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma
proporcional à média das despesas relativas a cada um destes
dispositivos, em percentual da receita corrente líquida,
verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
    II - na esfera estadual:
        a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o
Tribunal de Contas do Estado;
        b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
        c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;
        d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos
Estados;

 III - na esfera municipal:


        a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o
 § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão
repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com
pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios
financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
        § 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
        I - o Ministério Público;
        II - no Poder Legislativo:
        a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
        b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;
        c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do
Distrito Federal;
        d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município,
quando houver;
   
     III - no Poder Judiciário:
        a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;
        b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.
        § 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da
União por força do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante
aplicação da regra do § 1o.
        § 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os
percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão,
respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).
        § 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos
financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a
resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados
na lei de diretrizes orçamentárias.
❖    
Do Controle da Despesa Total com Pessoal
        Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque
aumento da despesa com pessoal e não atenda:
        I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar,
e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição;
        II - o limite legal de comprometimento aplicado às
despesas com pessoal inativo.
        Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de
que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento
e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do
respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20
será realizada ao final de cada quadrimestre.
        Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e
cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que
houver incorrido no excesso:
        I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a
qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal
ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
        II - criação de cargo, emprego ou função;
        III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
        IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a
qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento
de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;
        V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do §
6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes
orçamentárias.
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os
limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual
excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos o
um terço
no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4  do art. 169 da
Constituição.
        § 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser
alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles
atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)
        § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos
vencimentos à nova carga horária.(Vide ADIN 2.238-5)
        § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente
não poderá:
        I - receber transferências voluntárias;
        II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
        III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida
mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
        § 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder
o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão
referidos no art. 20.
Regime de adiantamento: suprimento de fundos

Art. 65 da Lei 4.320/64

 Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria


ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos
bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de
adiantamento.

 Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de


despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega
de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na
❖ Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem
a responsável por dois adiantamento. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

❖ 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação


de obras e serviços serão regulados em lei, respeitado o
princípio da concorrência.
.

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