Dissertar

Influência dos agrotóxicos na alimentação infantil

The influence of agrochemicals in children’s feeding
La influencia de los agrotóxicos en la alimentación infantil

A utilização do agrotóxico The use of agrochemicals has A utilização do agrotóxico

surgiu com o principal objetivo de al-
terar a composição da flora e da fau-
na, buscando preservá-las da ação
de seres vivos nocivos. No entanto, de
acordo com estudos, o uso indiscri-
minado gera danos à saúde humana
e ao meio ambiente. Considerando
tais problemas, a presente pesquisa
buscou avaliar a utilização dos agro-
tóxicos no meio ambiente, como se
classificam, seus elementos químicos,
relatando os riscos e os danos que
acarretam também na saúde huma-
na, principalmente na alimentação
infantil, alertando como o consumo
regular de alimentos tratados com
agrotóxicos pode interferir no desen-
volvimento das crianças. A pesquisa
também aborda as normas vigentes
no país e fiscalização, concluindo-se
e compreendendo a importância do
estudo do agrotóxico no Brasil e no
mundo. Esse trabalho foi realizado
com o apoio da Universidade Está-
cio de Sá.
come about with the main purpose of
changing the composition of flora and
fauna, seeking to preserve them from
the action of harmful living beings.
However, according to studies, the
indiscriminate use causes problems,
damaging human health and the envi-
ronment. Considering such problems,
this study sought to evaluate the use
of agrochemicals in the environment,
how they are classified and their che-
mical elements, reporting the risks
and damage it also brings on human
health, especially concerning infanti-
le feeding, as well as warning about
how regular consumption of food tre-
ated with agrochemicals can interfere
with the development of children. The
survey also addresses the current na-
tional standards and inspection, con-
cluding and understanding the impor-
tance of the agrochemicals’ study in
Brazil and worldwide. This work was
done with the support of the Universi-
dade Estácio de Sá.
surgiu com o principal objetivo de al-
terar a composição da flora e da fau-
na, buscando preservá-las da ação
de seres vivos nocivos. No entanto, de
acordo com estudos, o uso indiscri-
minado gera danos à saúde humana
e ao meio ambiente. Considerando
tais problemas, a presente pesquisa
buscou avaliar a utilização dos agro-
tóxicos no meio ambiente, como se
classificam, seus elementos químicos,
relatando os riscos e os danos que
acarretam também na saúde huma-
na, principalmente na alimentação
infantil, alertando como o consumo
regular de alimentos tratados com
agrotóxicos pode interferir no desen-
volvimento das crianças. A pesquisa
também aborda as normas vigentes
no país e fiscalização, concluindo-se
e compreendendo a importância do
estudo do agrotóxico no Brasil e no
mundo. Esse trabalho foi realizado
com o apoio da Universidade Está-
cio de Sá.

Palavras-Chave: Agrotóxico, Meio Ambiente, Alimentação, Introdução

Crianças. O termo agrotóxico, ao invés de defensivo agrícola, após
grandes manifestações da sociedade, passou a ser utilizado, para
Autores denominar os venenos agrícolas. Mais do que uma simples mu-
Lorena Camile Batista da Silva dança da terminologia, esse termo demonstra a toxicidade des-
Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária/ Universidade ses produtos ao meio ambiente e à saúde humana (SIQUEIRA;
Estácio de Sá/UNESA/RJ KRUSE, 2007).
E-mail: lorenacamile@ymail.com Apesar de serem importante para a agricultura, é neces-
sário cuidado em seu uso, pois, desde a origem dos tempos o
Luize de Oliveira Santos homem aprendeu a produzir seu alimento e vivia indo de um lu-
Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária/ Universidade gar para outro em busca de melhores condições de alimento e
Estácio de Sá/UNESA/RJ sobrevivência, baseando-se na caça e na coleta. Com o passar do
E-mail: luize.santos@hotmail.com tempo passou a permanecer num determinado local, tornando-
-se sedentário. Essa permanência se deve, entre outros fatores, ao
Raquel Lima Oliveira cultivo de alimento, passando a utiliza-lo como moeda de troca e
Doutorado em Química pela Universidade Federal Fluminense. comercialização (PIRES et al., 2005).
E-mail: quell_2008@yahoo.com.br Com a crescente necessidade de produzir mais alimentos,
foram surgindo várias técnicas que garantissem uma boa colheita,
Marcela Vicente Vieira Andrade Gonçalves como a irrigação, adubação e entre outros. Mas, para obter bons
Doutorado em Biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. resultados do plantio, era preciso eliminar as pragas que infes-

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Dissertar Influência dos agrotóxicos na alimentação infantil
Lorena Camile Batista da Silva, Luize de Oliveira Santos, Raquel Lima Oliveira e Marcela Vicente Vieira Andrade Gonçalves
tavam as lavouras, causando danos ao alimento e afetando a co-
mercialização. A partir dessa tentativa de eliminar as pragas sur-
giram os pesticidas, também conhecidos como agrotóxicos, que
são compostos orgânicos capazes de eliminar o desenvolvimento
dessas pragas em plantações (SOARES et al., 2003).
Esses fatores contribuíram para que um grupo cada vez
menor de agricultores na sua maioria despreparados e sem su-
pervisão, se tornassem responsáveis por uma produtividade cada
vez maior, conseguida, na grande maioria das vezes, com a ampla
utilização de fertilizantes e agrotóxicos (SILVA et al., 2005).
Considera-se que cerca de 2,5 a 3 milhões de toneladas de
agrotóxicos são usados na agricultura a cada ano, relacionando
um comércio de cerca de 20 bilhões de dólares, neste sentido o
processo de produção por mudanças tecnológicas e organizacio-
nais, tem como resultado final também o aumento da produção.
Com relação às mudanças tecnológicas, a primeira e importante
mudança foi a mecanização de atividades agrícolas e substituição
da mão-de-obra pela maquinaria, considerado um dos principais
motivos de êxodo rural (SILVA et al., 2005), principalmente em
países subdesenvolvidos, como o Brasil.
Em relação ao sistema de produção, podemos dizer que
em grande parte dos países subdesenvolvidos a agricultura está
voltada principalmente para produção familiar, cuja finalidade
é para o próprio sustento, enquanto nos países desenvolvidos e
em alguns subdesenvolvidos com maior investimento industrial
(onde o Brasil se encaixa), a agricultura se transformou em uma
atividade altamente comercial, na qual a produção de alimentos
é agregada à transformação, comercialização e distribuição, for-
mando assim, o chamado complexo agroindustrial (FARIA et al.,
2004).
Fomos motivadas a realizar esta pesquisa, pelo impacto
social e ambiental que o uso desordenado de produtos agrotóxi-
cos tem causado à sociedade. Por meio deste estudo tentamos de-
monstrar como são utilizados e comercializados principalmente
em alimentos, e como pode afetar no desenvolvimento infantil,
focando-nos na alimentação realizada fora de casa como creches/
escolas.
Objetivos
Objetivo Geral
Abordar de forma ampla a questão dos agrotóxicos, desde
seu surgimento até a chegada deles ao Brasil e como eles afetam
o meio ambiente quando aplicados a agricultura, assim como de-
monstrar os efeitos causados na saúde humana através da inges-
tão por alimentos contaminados por pesticidas e derivados dos
agrotóxicos, utilizados nas lavouras e agricultura na maioria das
vezes de forma incorreta.
Objetivo especifico
Realizar pesquisa de campo por meio de um questioná-
rio, uma análise crítica de como estes agrotóxicos nos alimentos
são sendo encarados pela sociedade e por profissionais na ali-
mentação de crianças em desenvolvimento, principalmente em
creches.
Fornecer e sugerir informações e soluções eficazes para
a utilização destes alimentos de forma saudável sem a utilização
24
de agrotóxicos, alertando claramente como uso indiscriminado
destes alimentos contaminados podem afetar na formação infantil
e sua saúde ao longo dos anos.
Desenvolvimento teórico
Agrotóxicos
Agrotóxicos são produtos e compostos de processos fí-
sicos, químicos ou biológicos, usados nos setores de produção,
no armazenamento e beneficio dos produtos agrícolas, nas pasta-
gens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas e também
de ambientes urbanos, hídricos e industriais, sendo sua finalidade
alterar a composição da flora ou da fauna, para preservá-las da
ação danosa de seres vivos considerados daninhos (LEI FEDE-
RAL 7.802 de 11.07.89).
A Lei dos agrotóxicos (7.802 de 11.07.89) foi regulamen-
tada pelo (DECRETO nº 98.816, 11 de janeiro de 1990) e sendo
atualizada através de várias portarias conforme a necessidade até
os últimos anos (DECRETO: Lei 4.074, 04 de Janeiro de 2002).
Foram desenvolvidos durante a primeira guerra mundial e
muito utilizados na segunda guerra mundial como arma química,
a partir deste fato o mundo conheceu uma revolução no que diz
respeito ao controle de pragas na agricultura, o DDT (Dicloro-Di-
fenil-Tricloroetano) (SOARES, 2010).
O DDT foi fabricado em 1874 pelo alemão Othamar Zei-
dler, contudo, foi apenas em 1939 que Paul Muller comprovou
suas propriedades inseticidas. Era então, a grande arma para aca-
bar com o inseto transmissor da malária, até descobrir que como
ele, todos os compostos são cancerígenos, teratrogênicos e por
não serem eliminados de forma eficiente são cumulativos ao or-
ganismo (ALVES FILHO, 2002).
O grande sucesso desse produto no combate às pragas fez
com que novos compostos organossintéticos fossem produzidos,
fortalecendo a grande indústria de agrotóxicos no país. O cresci-
mento do uso desses insumos químicos somados a um processo
de desenvolvimento desses produtos ficou conhecido como “re-
volução verde”, que tinha como objetivo estimular a agricultura,
resultando em um aumento na produção de alimentos em países
subdesenvolvidos, durante o período da Guerra Fria (ALBER-
GONI; PELAEZ, 2007).
Esta revolução chegou ao Brasil na década de 1960. Ins-
talou-se por meio da imposição das fábricas de agrotóxicos e do
governo nacional, contudo, foi apartir de 1975, que o Plano Na-
cional de Desenvolvimento (PND) se encubiu de abrir as portas
do Brasil para o comércio internacional desses produtos, ocor-
rendo a grande evolução da utilização de agrotóxicos no trabalho
rural (OCTAVIANO, 2010).
Utilização dos agrotóxicos no Brasil
A utilização de agrotóxicos na agricultura tem um forte
efeito socioeconômico, pois gera custos em benefícios à socieda-
de, afetando de forma diferente todos os fatores sociais envolvi-
dos (indústria química, trabalhadores, produtores rurais e consu-
midores) (VEIGA, 2007).
O mercado de agrotóxicos no Brasil se caracteriza pela
grande oferta de produtos, sendo mais ricos em termos político
econômico, apresentando crescimento significativo, expandindo-

Lorena Camile Batista da Silva, Luize de Oliveira Santos, Raquel Lima Oliveira e Marcela Vicente Vieira Andrade Gonçalves
-se, em média, 10% ao ano. A partir de 2008, o Brasil passou a
assumir a posição de maior produtor e consumidor de agrotóxicos
do mundo, as vendas de agrotóxicos somaram US$ 10 bilhões
diante de US$ 7,3 bilhões do segundo colocado, os Estados Uni-
dos (CRUZ, 2014).
As maiores concentrações de utilização de agrotóxicos
acontecem nas regiões onde a atividade de monocultura é maior,
nas áreas produtoras de soja, milho, cana-de-açúcar, cítricos, ar-
roz e algodão. e também nas culturas menos expressivas por área
plantada como: pimentão, morango, tomate, abacaxi e outras es-
pécies hortícolas e frutícolas que obtêm amplas quantidades de
agrotóxicos. O estado do Mato Grosso é o maior consumidor de
agrotóxicos, com 18,9%, seguido de São Paulo (14,5%), Paraná
(14,3%) e Rio Grande do Sul (10,8%) (MIRRA, 2013).
Dados indicam que um terço dos alimentos que consumi-
mos diariamente está contaminado pelos agrotóxicos, segundo
análise de amostras coletadas em todas as 26 Unidades Federa-
das do Brasil, realizadas pelo Programa de Análise de Resíduos
de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa (2012), como
mostra a Tabela 1.
Tabela 1 - Ranking com os 10 alimentos mais contaminados por
agrotóxicos
Amostras com resultados
Cultura
insatisfatórios*
Pimentão 91,8%
Morango 63,4%
Pepino 57,4%
Alface 54,2%
Cenoura 49,6%
Abacaxi 32,8%
Beterraba 32,6%
Couve 31,9%
Mamão 30,4%
Tomate 16,3%
Fonte: Anvisa (2012)
*Porcentagem de amostras com nível de agrotóxico acima do tolerável.
Composição química dos agrotóxicos
A utilização dos agrotóxicos é definida pelo seu modo de
ação no alvo biológico, sendo as mais comuns, plantas daninhas,
pragas de espécies agrícolas cultivadas e doenças. No mercado,
os herbicidas (48%), inseticidas (25%) e fungicidas (22%) movi-
mentam 95% do consumo mundial de agrotóxicos (BRAIBANTE;
ZAPPE, 2012).
Os herbicidas são mais utilizados dentre os agrotóxicos,
porque o controle de plantas daninhas é uma prática de extrema
importância para a diminuição de perdas na colheita, na competi-
ção, obtendo altos rendimentos, em qualquer exploração agrícola
(EMPRAPA, 2003). Segundo o mesmo autor, existe um consumo
crescente dos herbicidas, provocado principalmente pela expansão
de fronteira agrícola e aumento de terras onde é praticado o plantio
direto, no mercado brasileiro o ingrediente ativo glifosato desta-
25
Influência dos agrotóxicos na alimentação infantil
Dissertar
ca-se por representar 76% do total de herbicidas comercializado.
Em segundo lugar no mercado, estão os inseticidas (25%),
e é representado por três grupos químicos: os organoclorados, ini-
bidores da colinesterase (fosforados orgânicos e carbamatos) e pi-
retróides naturais e sintéticos. Os inseticidas fosforados orgânicos
e carbamatos são os mais utilizados, com princípio ativo ciperme-
trina responsável por mais de 55% da comercialização (IBAMA,
2012).
Ocupando a terceira colocação com (22%) os fungicidas
são comercializados com larga quantidade de estruturas químicas.
A maioria tem baixo efeito toxico a mamíferos. Seu maior impacto
ambiental é a toxicidade com os microrganismos do solo. Sendo os
responsáveis pela comercialização dos produtos com ação fungici-
da os princípios ativos do enxofre e carbendazim (IBAMA, 2012).
Ingredientes ativos como o glifosato, e os óleos mineral e
vegetal destacam-se por estar entre os cinco ingredientes ativos
mais comercializados em quase todos os estados, a distribuição de
cada estado é semelhante à distribuição no Brasil (SOUZA et al.,
2010).
Intoxicações por agrotóxicos
Com o intuito de aumentar a oferta de alimentos, com o
passar do tempo são e ainda continuam sendo desenvolvidas, tec-
nologias que utilizam em larga escala o uso excessivo de fertilizan-
tes e agrotóxicos que na maioria dos casos são aplicados de ma-
neira incorreta e que do ponto de vista ambiental e principalmente
de saúde pública tem determinado um forte impacto, infelizmente
negativo, com contaminação dos vários meios (ar, água e solo), e
com muitos casos de doenças e mortes (SILVA, 2005).
A organização mundial de saúde considera que, no mun-
do, a exposição a pesticidas é capaz de causar 20.000 mortes anu-
almente e pelo menos 3 milhões de casos de intoxicação aguda.
Outras estimativas sugerem um número muito maior, equivalente
a 25 milhões de casos de intoxicação somente nos países em de-
senvolvimento. O maior índice de incidentes e acidentes, tanto no
Brasil quanto nos diversos outros países do terceiro mundo, resul-
tando frequentemente em mortes por intoxicação severa, está prin-
cipalmente relacionada ao perfil socioeconômico e cultural destes
países (SOARES, 2007).
Existem vários fatores relativos para determinar as into-
xicações, alguns deles são: as características do produto, como:
forma de apresentação, presença de contaminantes e presença de
solventes. E o perfil do individuo exposto ás condições de exposi-
ção, como: idade, sexo, peso, estado nutricional, escolaridade, etc
(PRISTA, 2013).
São necessárias medidas urgentes de conscientização,
quanto à utilização correta e moderadora dos defensivos agrícolas,
segundo as normas de biossegurança, além de alertarem a popula-
ção sobre riscos eminentes de intoxicações por agrotóxicos (OLI-
VEIRA, 2013).
Consequências do uso do agrotóxico no desenvolvimen-
to infantil
As intoxicações por agrotóxicos representam um problema
de saúde pública em razão da elevada incidência, de acordo com
um estudo realizado pela Universidade de São Paulo em 2012,
Dissertar Influência dos agrotóxicos na alimentação infantil
Lorena Camile Batista da Silva, Luize de Oliveira Santos, Raquel Lima Oliveira e Marcela Vicente Vieira Andrade Gonçalves
constatou-se que mais de 2 mil crianças, de 0 a 14 anos, foram
registradas com contaminação por agrotóxicos desde 2009. Con-
siderando que apenas um em cada 50 casos é registrado, o número
real é muito maior (OLIVEIRA, 2013).
As crianças por terem um metabolismo e crescimento ace-
lerados são particularmente sensíveis e frequentemente mais sus-
ceptíveis a toxinas químicas que alteram a estrutura ou o funcio-
namento do cérebro, embora a susceptibilidade possa variar em
função do agente tóxico. Exposições precoces a neurotoxinas têm
sido associadas a doenças neurológicas, retardo mental, déficit de
atenção, hiperatividade e leucemia (carcinogênicos) (AZEVEDO,
2010).
Segundo ABRANCHES, 2009, crianças em condições de
intoxicação apresentam indícios, como: náuseas, tonturas, dificul-
dades respiratórias, salivação excessiva, diarreia, irritabilidade, dor
de cabeça e fadiga.
A exposição da criança ao agrotóxico pode ocorrer de va-
rias formas, as principais são pelas vias ambientais e alimentar,
pois os contatos podem ser feitos em suas casas, escolas, parques,
gramados, pela alimentação como, a ingestão de águas e alimen-
tos contaminados, ou também pela via ocupacional onde o contato
pode ser feito através dos pais que tiveram o manuseio de agentes
químicos em trabalho rurais (MOREIRA, 2002).
A preocupação com o grande impacto que exposições a quí-
micos ambientais podem causar na saúde de crianças e fetos em
desenvolvimento, levou a numerosos esforços políticos e ao de-
senvolvimento de uma série de estudos sobre a saúde das crianças
(PALMA, 2010).
Pesquisas recentes já detectaram a presença de inseticidas
no leite materno e altos níveis de pesticidas no mecônio (a primei-
ra evacuação da criança), relacionados com exposição materna a
algumas substâncias. Algumas alterações moleculares decorrentes
do contato com esses produtos também são responsáveis pela tera-
togênese (má formação) (SANTOS, 2007).
Alertar contra o uso de inseticidas passa principalmente
pela educação. Somente por meio de conhecimento e educação as
famílias vão tomar maior consciência sobre o risco que elas estão
correndo.
Alimentação com agrotóxicos em creches
A criança passa grande parte do seu dia em creches e esco-
las, e muitas delas utilizam alimento com agrotóxicos em suas ali-
mentações diárias, por ser uma alternativa mais barata e pelo modo
fácil como é encontrado, as condições de higiene inadequadas no
local de preparo e distribuição também contribuem para o aumento
de contaminação, já que a maioria desses alimentos são preparados
com antecedência e até o momento da distribuição ficam expostos
a agentes físicos, químicos e biológicos (ABRANCHES, 2009).
Os alimentos mais consumidos em creches são: alface
(54,2%), cenoura (49,6%), tomate (16,3%), beterraba (32,6%) e
Mamão (30,4%). Esses alimentos estão no ranking dos mais con-
taminados por agrotóxicos. E se ainda não forem bem lavados tor-
nam-se ainda mais prejudiciais a saúde da criança (SALVI, 2009).
Uma das condições essenciais para manutenção da saúde
infantil é o consumo de alimentos dentro dos padrões higiênico-sa-
nitários satisfatórios, já que a deficiência nesse controle é um dos
26
fatores responsáveis pela ocorrência de surtos de doenças transmi-
tidas por alimentos contaminados (BORBA et al., 2013).
O controle higiênico-sanitário no ambiente escolar é um
aspecto que deve ser observado, tendo em vista que o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) atende anualmente a
milhares de alunos que frequentam creches, pré-escolas e esco-
las do ensino fundamental das redes federal, estadual e municipal
(ACCIOLY, 2009).
Os funcionários da educação e profissionais envolvidos
com alimentação da criança devem ter cuidado ao preparar as refei-
ções, devendo também informar aos pais e familiares a importância
de uma refeição saudável livre de agrotóxicos e alimentos indus-
trializados, colaborando com bons hábitos alimentares, e assim
influenciando as crianças de maneira positiva a ter uma nutrição
saudável (SHIMABUKURO, 2008).
Alimentação saudável no desenvolvimento infantil
O incentivo a uma alimentação saudável e que englobe o
aproveitamento integral dos alimentos mostra-se ainda mais im-
portante quando o público alvo são as crianças. Nesta fase da vida,
é fundamental que a alimentação forneça todos os nutrientes neces-
sários para o seu desenvolvimento. A alimentação adequada contri-
bui inclusive para a sua capacidade de aprendizado e bem-estar de
um modo geral (RAMOS, 2000).
O período pré-escolar, particularmente, é determinante para
a formação de hábitos alimentares saudáveis que podem ser leva-
dos ao longo da vida, gerando benefícios da infância à idade adulta
(SALVI, 2009).
Uma ótima solução para proporcionar alimentos mais sau-
dáveis e principalmente mais seguros a saúde infantil, são os ali-
mentos orgânicos, por serem alimentos livres de resíduos de agro-
tóxicos. Caso os orgânicos seja difícil de ser encontrado existem
alternativas a fim de aliviar o impacto desses alimentos contamina-
dos (VITOLO, 2005).
Essas alternativas são: a) Antes de cozinhar frutas e legu-
mes lavar bem; b) até o primeiro ano de idade da criança, evitar fru-
tas como kiwi, morango e tomate, pois esses alimentos absorvem
mais essas substancias químicas; c) no caso de verdura, descartar
as folhas externas; d) para não ingerir o mesmo tipo de substancias
tóxico constantemente é fundamental diversificar os alimentos; e)
comprar sempre em feiras livre ou direto do produtor, pois tornasse
mais fácil negociar (PERES, 2005).
Os alimentos orgânicos apresentaram resultados satisfató-
rios na alimentação infantil, com teores mais elevados de nutrien-
tes, como: fibra alimentar, carboidratos e algumas vitaminas e mi-
nerais considerados importantes para a saúde das crianças, como o
ferro e o selênio (VITOLO, 2005).
O consumo desses alimentos e o não uso dos alimentos in-
dustrializados, em geral permite as crianças terem um desenvolvi-
mento mais saudável, a ingestão desses alimentos desde a infância
e adolescência, garantem uma vida saudável na fase adulta, evitan-
do problemas e doenças futuras (ARCHANJO, 2001).
Uso de alimentos orgânicos e parâmetros legais
Alimento orgânico é aquele livre de qualquer tipo de con-
taminante que coloque em risco a saúde ambiental ou humana,

Lorena Camile Batista da Silva, Luize de Oliveira Santos, Raquel Lima Oliveira e Marcela Vicente Vieira Andrade Gonçalves
seja dos produtores ou dos consumidores. Por ser produzido sem
insumos artificiais, como os adubos químicos, os agrotóxicos, as
drogas veterinárias, agentes químicos sintéticos (corantes, aro-
matizantes e emulsificantes), hormônios e antibióticos, é consi-
derado mais saudável (REZENDE; FARINA, 2001).
Mais que isso, para ser considerado como orgânico, o ali-
mento deve ser produzido dentro dos princípios da agricultura
orgânica ou biológica, isto é, em um ambiente de produção sus-
tentável, que ampare o uso responsável do solo, da água, do ar
e de outros recursos naturais, respeitando as relações sociais e
culturais (DAROLT, 2002).
Esse sistema de produção tem como objetivos a auto sus-
tentação da propriedade agrícola, maiores benefícios sociais para
o agricultor, a redução da dependência de energias não renová-
veis na produção, a oferta de produtos saudáveis e de elevado
valor nutricional (DAROLT, 2002).
Os métodos empregados na agricultura orgânica são apli-
cados e regulados em muitos países, baseados, em sua maioria,
nas normas estabelecidas pela Federação Internacional dos Mo-
vimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM), uma organização
internacional que reúne organizações de agricultores orgânicos
de todo o mundo desde 1972. Segundo a organização, 88 países,
incluindo o Brasil, contam com leis sobre a produção de alimen-
tos orgânicos (PENTEADO, 2003).
A produção e o comércio de alimentos orgânicos no Brasil
foram aprovadas pela Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003 e
regulamentadas em 27 de dezembro de 2007 com a publicação do
Decreto Nº 6.323.
Segundo a legislação, para ter o nome “orgânico” ou “pro-
duto orgânico” no rótulo, o produto deve conter, no máximo, 5%
de ingredientes não-orgânicos. Produtos que tem um número
maior de ingredientes não-orgânicos serão considerados como
“produtos com ingredientes orgânicos”, porque a parte orgânica
deve ser, no mínimo, 70%. Aqueles que possuírem valor inferior
ao deste percentual não podem ser vendidos como de qualidade
orgânica (BRASIL).
As entidades certificadoras podem conferir um certifica-
do declarando que um produtor ou comerciante está autorizado a
usar a marca de certificação em produtos orgânicos. Essa marca
é um selo de certificação, símbolo que identifica se os produtos
estão em conformidade com as normas oficiais de produção orgâ-
nica (MAZZOLENI; NOGUEIRA, 2006).
No país, usam-se “Selos de Qualidade” (selo de certifi-
cação) junto à marca específica de cada produtor para indicar o
cumprimento com as diretrizes, disponibilizadas por certificação
do Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC)
credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento (MAPA).
Os produtores podem também se organizar em grupos e
se cadastrarem junto ao Ministério da Agricultura para realizar a
venda direta sem certificação. A diferença é que o produtor sem a
certificação só pode realizar vendas diretas ao consumidor como
em feiras, enquanto o produtor certificado poderá vender seus
produtos (que receberão selo que atesta a qualidade de orgânico)
além de feiras, em supermercados, lojas, restaurantes, hotéis, in-
dústrias, internet (MAPA).
27
Influência dos agrotóxicos na alimentação infantil
Dissertar
Para que um produtor possa usar o selo de certificação,
deve se submeter a fiscalizações periódicas. As certificadoras e
seus fiscais devem ter acesso a todas as dependências, inclusive
aos registros contábeis e demais documentos relativos às unida-
des certificadas (SOUSA et al., 2012).
O selo de certificação de um alimento orgânico concede
ao consumidor a garantia de um produto livre de contaminação
química e derivado de uma agricultura capaz de confirmar uma
boa qualidade ao alimento, ao homem e ao ambiente (SOUZA;
RESENDE, 2006).
Iniciativas sustentáveis na educação alimentar em creches
Considerando creches/escolas como ambiente de convi-
vência e ensinamentos, as escolhas alimentares são experiências
aprendidas. Uma escola promotora de saúde estimula, através
de programa de alimentação escolar, boas práticas de consumo
e influência crianças e familiares a buscas por comportamento e
escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis (ACCIOLY,
2009).
No país está em vigor desde 1955, implantado durante a
era Vargas o tradicional Programa Nacional de Alimentação Es-
colar – PNAE, que tem como objetivo garantir o fornecimento
de parte das necessidades nutricionais diária dos alunos. Além do
caráter assistencial, obtém iniciativa de educação alimentar que
envolve desde o sujeito principal – a criança até gestores e famí-
lia. Sendo este o programa que mais estimula creches e escolas a
práticas de alimentação nutricionalmente equilibradas (FNDE).
Mais do que bases legais, tais iniciativas tem objetivo edu-
cativo, no sentido de modificar e melhorar a cultura alimentar no
ambiente escolar com bases nos princípios de alimentação sau-
dável (FNDE).
Considerando o tempo de permanência na instituição e a
variedade de oportunidades de ensino formal, as creches/escolas
representam espaço importante para o desenvolvimento de ações
que visem o padrão de hábitos saudáveis de alimentação (AC-
CIOLY, 2009).
A seguir, são apresentadas algumas alternativas possíveis
de adoção na rotina da educação alimentar e sustentável (BRA-
SIL):
• Inserir atividades formais e informais do cotidiano
escolar os conceitos básicos da alimentação saudável,
incluindo conteúdos da nutrição no currículo escolar
e na formação de profissionais;
• Incluir na equipe, um nutricionista, profissional ao qual
compete, no âmbito do Programa de Alimentação Es-
colar – PAE, a programação, elaboração e avaliação
dos cardápios a serem oferecidos nas creches/escolas;
• Treinamentos e conscientização de merendeiras, afim
de que adotem e favoreçam práticas saudáveis de ali-
mentação, obtendo melhor conhecimento e capacida-
de para manusear alimentos em ambiente com condi-
ções higiênicas, adequadas e seguras.
Tal conscientização deve ser levada também aos pro-
prietários de cantinas escolares, afim de que ofertem
Dissertar Influência dos agrotóxicos na alimentação infantil
Lorena Camile Batista da Silva, Luize de Oliveira Santos, Raquel Lima Oliveira e Marcela Vicente Vieira Andrade Gonçalves
alimentos mais saudáveis em seus estabelecimentos.
• Educadores e merendeiras devem dar bons exemplos
de comportamento alimentar, considerando que os
mesmos influenciam na educação e consumo infantil;
• Modificar práticas de consumo em feiras/exposições,
festividades e datas comemorativas ou outros eventos
que ofertem e exponham alimentos, estimulando-se
o consumo de frutas no lugar de sobremesas a base
de doces, preparações que agregam ingredientes mais
nutritivos; laticínios com gordura reduzida, sucos na-
turais de frutas no lugar de refrigerantes, iogurte na-
tural na preparação de cremes no lugar de maionese
e creme de leite.
É fundamental que todos estejam envolvidos no processo
de criação de hábitos alimentares saudáveis no ambiente esco-
lar para que venham a agregar positivamente melhores práticas
alimentares de crianças, modificando a preocupante situação de
agravos à saúde relacionada à alimentação inadequada em etapas
iniciais da vida (BORBA et al., 2013).
Metodologia
A análise apresentada, quanto aos objetivos a que se pro-
pôs, envolve pesquisa teórica e de campo.
a. A pesquisa envolveu um levantamento teórico do
tema, ao qual se descreveu de forma ampla e clara as
questões sobre a influência dos agrotóxicos no meio
ambiente e saúde humana.
b. O estudo de campo foi realizado a partir de pesqui-
sa feita em 5 creches do estado do Rio de Janeiro,
situadas nas cidades de Niterói, São Gonçalo e Rio
de Janeiro (no bairro de Vila Isabel), onde aplicamos
um questionário baseado na alimentação de crianças
do berçário a pré-escola. Este questionário foi pron-
tamente preenchido pelos nutricionistas responsáveis
pela alimentação dessas crianças nas creches. Após
a aplicação deste questionário, entregaremos a carti-
lha‘’NÃO DEIXE O VENENO ENTRAR NA SUA
MESA’’ para maior e melhor informação e conheci-
mento sobre os malefícios do uso dos agrotóxicos na
alimentação e os benefícios da utilização de alimen-
tos orgânicos ou com o selo Brasil Certificado.
Resultados e Discussão
A partir de pesquisa realizada com base no questionário
apresentado a cinco creches do estado do Rio de Janeiro, sendo
uma no bairro de Vila Isabel, duas no município de Niterói e duas
no município de São Gonçalo, obtemos os resultados a seguir
no que se refere ao conhecimento dos nutricionistas em relação
aos agrotóxicos e sua utilização na alimentação das crianças, e
se dispõem de alternativas mais saudáveis, como os alimentos
orgânicos.
A pesquisa mostra que 80% dos entrevistados consideram
28
alta a existência de agrotóxico nos alimentos que fazemos uso
todos os dias. Isso porque, muitos dos produtores desses agrotó-
xicos aplicam doses acima do permitido, alegando que com isso
evitam riscos de perda, utilizam muitas vezes agrotóxicos não
recomendados ao plantio, além de realizem colheitas agrícolas
antes da data prevista, ocasionando também perda da qualidade
do alimento, como declarado pelo autor Rodrigues, 2006.
Verificamos também que 100% desses entrevistados têm
conhecimento do quanto o consumo regular de alimentos tratados
com agrotóxicos podem gerar doenças graves principalmente na
infância. Segundo Santos 2014, as crianças possuem metabolis-
mo e crescimento acelerado, os componentes mesmo em menores
quantidades, podem afetar o seu desenvolvimento. Além dessas
doenças, podem acarretar déficit de atenção e hiperatividade.
Portanto, 60% dos nutricionistas entrevistados compre-
endem que os alimentos produzidos sem o uso de agrotóxicos
podem ser considerados orgânicos e que são confiáveis. Mas a
produção orgânica vai além da não utilização de agrotóxicos.
Segundo o MAPA o cultivo deve respeitar aspectos ambientais,
sociais, culturais e econômicos, garantindo um sistema agropecu-
ário sustentável e para ser considerado orgânico, o produto deve
possuir no mínimo 95% de ingredientes orgânicos, os que têm
proporção inferior só podem ser chamados de “produto com in-
gredientes orgânicos” e essa porção tem que ser de, no mínimo,
70%. Já os inferiores a 70% não podem ser vendidos como tal e
não podem ter o selo brasileiro.
De acordo com a pesquisa, 100% dos entrevistados tem
a preocupação com os orgânicos a fim de evitar contaminações
por bactérias. Segundo Santos e Monteiro 2004, os alimentos
orgânicos não estão livres de bactérias, pois nem todo produto
é cultivado de forma 100% segura. Para minimizar os riscos de
contaminação, utilizam-se adubos orgânicos (esterco) no cultivo,
em exigência, a legislação proíbe o uso na parte comestível dos
alimentos, tendo que posteriormente submeter o adubo à com-
postagem.
Contudo, surgir-se a preocupação quanto aos alimentos
higienizados e descascados, porque, 80% dos entrevistados con-
sideram que o agrotóxico possa ser eliminado ao higienizar ou
descascar os alimentos, mas segundo Menashe (2004), mesmo
que o alimento seja higienizado ou descascado ele não estará livre
completamente de agrotóxicos. Dependendo do produto usado e
da quantidade aplicada, o alimento absorve o veneno de forma
que sua eliminação seja impossibilitada, podendo apenas uma
parte ser retirada, se esfregando em água corrente e utilizando
soluções à água com hipoclorito de sódio.
Sendo assim, das cinco creches apresentadas, apenas uma
faz uso de alimentos orgânicos, destacando como muitas creches/
escolas ainda não aderiram ao uso desses alimentos, muitas vezes
por falta de informação, incentivo e custo. As demais creches/
escolas demonstraram interesse em utilizar produtos orgânicos
na alimentação escolar, destacando, que apesar de possíveis obs-
táculos, os orgânicos representam papel importante no contexto
escolar.
A pesquisa demonstra que 60% dessas instituições ain-
da não utilizam no meio didático a atividade de criação/cultivo
de uma horta orgânica, prática que Segundo Fernandes, 2005, é

Lorena Camile Batista da Silva, Luize de Oliveira Santos, Raquel Lima Oliveira e Marcela Vicente Vieira Andrade Gonçalves
fundamental para o aprendizado infantil porque demonstra com
clareza o tamanho da importância que tem os alimentos cultiva-
dos sem a presença de agrotóxicos, sendo capaz de despertar nas
crianças o interesse por hortaliças e frutas, mudando sua rotina
por hábitos alimentares mais saudáveis e nutritivos.
Essas creches/escolas, portanto, apenas utilizam no currí-
culo escolar a educação nutricional, destacando como a inserção
deste tipo de educação acrescenta na vivência didática das crian-
ças, o conhecimento quanto aos alimentos saudáveis (orgânicos)
e nutritivos. Boog 2014 acrescenta que a educação nutricional
como especialidade de interesse acadêmico é de extrema impor-
tância para mostrar as crianças como a prática de alimentos sem
compostos químicos e nutricionalmente saudáveis são fundamen-
tais no desenvolvimento e crescimento infantil, os benefícios que
agregam para a saúde e alerta como práticas alimentares ricas em
gorduras podem trazer complicações futuras.
Observamos de acordo com o tempo de experiência de
cada um desses profissionais como a importância com a alimen-
tação escolar é fundamental e considerada no desenvolvimento
infantil e o quão as creches/escolas são responsáveis também por
levar a essas crianças o ensinamento e o exemplo de alimentação
balanceada e nutricional, para que futuramente essas crianças le-
vem consigo o conceito de alimentação saudável, promovendo
assim que futuras gerações sofram menos com os impactos cau-
sados por produtos e alimentos com agrotóxicos e valores nutri-
cionais baixos.
Agradecimento
Ao Programa de Pesquisa e Produtividade da Universida-
de Estácio de Sá- RJ.
Conclusão
Em virtude dos fatos mencionados, sabemos que os agro-
tóxicos são usados para exterminar pragas ou doenças que cau-
sam danos às plantações, mas o uso intenso dessas substâncias
vem acarretando, consequências severas para o meio ambiente e
a saúde humana.
O excesso de agrotóxicos, que de modo em geral são tóxi-
cos, independentemente de sua composição química, ao ser inge-
rido torna-se acumulativo no organismo causando danos muitas
das vezes irreversíveis. Esses efeitos são ainda maiores nas crian-
ças do que os adultos. O uso dessas substancia podem alterar o
desenvolvimento infantil, gerando doenças neurológicas, câncer,
distúrbios endócrinos, hiperatividade entre outras mais. Dessa
forma, devemos ter uma consciência maior na educação infantil,
pois as crianças passam grande parte do seu tempo em creches e
escolas e muitas delas utilizam os agrotóxicos.
Concluímos através de pesquisa de campo, que 90% das
escolas fazem o uso do agrotóxico e apenas 10% usa os alimen-
tos orgânicos, destacando como muitas creches/escolas ainda
não aderiram o uso da alimentação saudável, livres de toxinas.
A maioria está ciente do efeito que o agrotóxico pode causar no
desenvolvimento infantil.
Levando-se em conta o que foi observado, estaremos for-
necendo uma cartilha de titulo “NÃO DEIXE O VENENO EN-
TAR NA SUA MESA” a fim de sugerir e informar essas escolas
29
Influência dos agrotóxicos na alimentação infantil
Dissertar
os benefícios dos alimentos orgânicos, para melhor conhecimento
sobre a utilização dos alimentos livres de agrotóxicos. E também
orientar esse profissional para que eles possam fornecer e infor-
mar a importância de uma alimentação balanceada e saudável,
para que futuramente essas crianças possam ter bons hábitos ali-
mentares, influenciando assim de maneira positiva e tornando-se
adultos conscientes de uma nutrição saudável.
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