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Redação
Introdução
O que fazer: apresente sua tese! Explique a relevância do tema para a atualidade e relacione com
o contexto histórico. Contextualize o tema ao afirmar de que lado você está. Ou é a favor ou é
contra! Aqui não tem esse negócio de ficar em cima do muro.
O que não fazer: evite períodos muito longos. Não aborde, também, muitos temas diferentes.
Uma introdução ideal é breve e sucinta.
Desenvolvimento
O que fazer: Explique as causas e consequências da situação. Cada parágrafo deve trazer um
tópico frasal. Ou seja, a ideia dominante do seu argumento. dê exemplos concretos para embasar
os seus argumentos.
O que não fazer: Se não for relevante, nem escreva. Cuidado também na hora de repetir
informações que você pode acabar se enrolando.
Conclusão
O que fazer: reforce a sua tese. Dê soluções concretas que possam atenuar os problemas que
você apresentou ao longo do texto. Essa estratégia nada mais é do que a famosa proposta de
intervenção!
O que não fazer: aqui, não cabem informações novas! Estamos no final da redação e você não
vai ter linhas suficientes para explicar esses dados.
Anotações:
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Introdução
Funções: a primeira parte da introdução é a contextualização da proposta de tema, ou seja, nessa parte, o
aluno deve colocar o tema dentro de um contexto e a segunda parte da introdução é a apresentação da
tese.
Base histórica
Caso concreto
Flashes (frases nominais)
Referências culturais
Conceituação (definição)
Tese: A tese é o ponto de vista do autor que indica uma abordagem para o tema e pode ser feita de duas
maneiras:
Tese analítica: citação genérica de argumentos (palavras que representem a ideia mas não sejam
necessariamente a ideia). Exemplo: social/político/cultural/ambiental.
Tese sintética: utilização de frases expressivas ou perguntas retóricas.
Tipos de Introdução
– Introdução por Citação de Argumentos – Neste tipo, o mais tradicional deles, o candidato deve
contextualizar o tema (Que tema é esse? Qual a importância dele no mundo atual?), e apenas citar os
pontos que serão aprofundados ao longo do texto, com palavras-chave.
– Introdução por Base Histórica – O candidato deve procurar na História uma relação direta com o tema
proposto, ainda que este seja contemporâneo. Ou seja, em um tema como “A importância do amor no
mundo pós-moderno”, começar a introdução dizendo como os relacionamentos eram “montados” com
base nas terras e dotes no passado pode ser uma boa estratégia.
– Introdução por Flashes – Na primeira oração da introdução, o candidato cita algumas palavras-chave
que representem aquele tema. Por exemplo, em um tema como “A violência na sociedade brasileira”, é
possível começar a redação assim: “Tiros. Assaltos. Medo. Essas são algumas palavras que representam
bem a questão da violência na sociedade brasileira.”.
– Introdução por Situação Concreta – Consiste em citar um fato concreto para melhor ilustrar a
contextualização. Em um tema como “A Intolerância no Mundo Contemporâneo”, pode ser bastante
eficaz começar a introdução falando rapidamente sobre o 11 de setembro.
– Introdução por Conceituação – Neste tipo, o candidato dá a definição de alguma palavra-chave do tema,
quase como um dicionário. Também são usados, aqui, pedaços de leis e/ou textos científicos.
– Introdução por Alusões Culturais – Consiste em citar uma frase ou citação de algum especialista no
assunto, ou personalidade. Por exemplo, naquele tema sobre o amor, uma boa estratégia seria começar a
introdução com algo como: “O grande poeta Camões, certa vez, disse que ‘Amor é fogo que arde sem se
ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente. ’. A partir disso, é possível
contemplar a questão do amor no mundo contemporâneo, uma vez que tal romantismo é cada vez mais
difícil na atualidade'”.
Desenvolvimento
A etapa de desenvolvimento em um texto é o centro de suas atenções, e é também a parte que
possui mais critérios de avaliação. Durante esse trecho você irá inserir os argumentos que
defendem a sua tese, além de responder os questionamentos realizados na introdução da sua
redação. Aí entra a importância de haver uma boa relação e escrita de cada uma das etapas do
texto: sem uma introdução clara e que conduza o leitor para o conteúdo que ele verá no texto,
você terá dificuldades para produzir um bom desenvolvimento na redação. Geralmente, a
introdução é dividida em 2 parágrafos. Você pode trabalhar um argumento em cada parágrafo,
por exemplo. Assim, você terá espaço para fazer um bom aprofundamento, além de ter conteúdo
suficiente para defender a sua tese. Comece pela apresentação da ideia principal, apresente seus
argumentos de acordo com o seu ponto de vista e, por fim, feche a ideia para que o seu
desenvolvimento não termine do nada, de forma brusca e sem sentido. Para não se perder e
acabar esquecendo algum argumento ao longo da escrita do texto ou até mesmo se estendendo
demais, a dica é: esquematize as suas ideias.
coloque em um rascunho tudo o que vier à sua mente, mesmo que seja de forma
aleatória e sem sentido à primeira vista.
Enumere o que irá aparecer no seu texto. É importante que a união de suas ideias fique
coerente e siga uma ordem lógica.
planejamento é essencial no Enem. Afinal de contas, você tem 30 linhas e tempo
limitado para fazer a prova. Portanto, é preciso administrar bem essas duas coisas.
Tipos de argumento
1. argumento de autoridade: se dá pela citação de autores e autoridades numa área de saber.
Argumentos feitos por meio de citações devem estar bem elaborados e ter ligação com o tema,
caso contrário, o texto ficará descosturado;
2. argumento baseado no consenso: se dá pelo uso de proposições aceitas como verdadeiras. É
preciso não confundir com lugar-comum, de validade discutível e, às vezes, preconceituosa;
3. argumento baseado em provas concretas (fatos): podem ser estatísticos, dados históricos,
exemplos e têm de gerar conclusão adequada, compatível com os dados apresentados;
4. argumento baseado em raciocínio lógico: baseia-se na relação lógica entre as proposições,
por exemplo, relação de causa e consequência. É preciso cuidado para evitar problemas de
tautologia e inversão;
5. argumento baseado na competência linguística: caracteriza-se pelo uso da variante culta da
língua ou um vocabulário adequado à situação de interlocução.
Procure observar como os textos são desenvolvidos por seus autores. Veja como ficam
desestimulantes se dizem o que já estamos cansados de ouvir, o que já é lugar-comum. Observe
como ficam interessantes se são construídos com dados recentes, se bem usam a linguagem
figurada, ou se embasam casos concretos.
Podemos fazer um teste simples para ver se o desenvolvimento está sendo uma continuidade da
introdução. É o seguinte: se cortássemos a introdução fora, o texto ficaria sem sentido? Se a
resposta for sim, fizemos uma dependência entre eles. Vamos ver isso com um exemplo.
Digamos que a introdução do capítulo anterior continuasse com um desenvolvimento:
“Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de trazer benefícios, o seu consumo em
excesso pode trazer prejuízos. (introdução)
Considerando isso, é importante estar atento às quantidades consumidas de chocolate. A dose
diária recomendada é alvo de discussões entre nutricionistas, dado que os benefícios do cacau
são contrabalançados com os malefícios do açúcar.” (desenvolvimento)
“Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de trazer benefícios, o seu consumo em
excesso pode trazer prejuízos.
É importante estar atento às quantidades consumidas de chocolate. A dose diária recomendada
é alvo de discussões entre nutricionistas, dado que os benefícios do cacau são contrabalançados
com os malefícios do açúcar”.
Bem melhor, não? Se fizéssemos aquele teste agora, ficaria claro que o texto poderia começar
com o desenvolvimento sem problemas. Isso é um sinal de que o parágrafo do desenvolvimento
consegue sobreviver sozinho.
Apesar de estar frio, levantei cedo, pois precisava ir para a aula. Isso foi um esforço, mas valeu
a pena. Afinal, aprendi a matéria.
Agora já está parecendo mais um texto, concorda? Cuide para nunca deixar uma frase solta,
dando a impressão de ter surgido do nada.Esse aspecto parece bem básico, mas é essencial. Faz
parte dos detalhes que muita gente até sabe, mas não coloca em prática. Nosso objetivo aqui é
nunca esquecer essas coisas “básicas”, pois elas são uma espécie de fundamento em que temos
que nos apoiar. Ler isso tudo várias vezes é bom para gravar, para que se torne algo automático
nas nossas escritas.
Tópico frasal ou frase-núcleo – aquele(a) que contém a síntese da ideia central de todo o
parágrafo;
Frases de desenvolvimento – aquelas utilizadas para comentar, exemplificar,
desenvolver e ampliar o tópico frasal;
Frases de conclusão – aquelas utilizadas para fechar o parágrafo, arrematando a ideia.
Em geral, recomendamos que você sempre facilite a sua vida, então procure fazer uma frase por parágrafo
para ficar mais intuitivo, ou então dois parágrafos para uma frase. Utilizar duas frases para um parágrafo é
mais arriscado.
1. “Viver é mesmo uma ginástica. O coração se contorce para bombear o sangue, que, por sua
vez, corre o corpo inteiro. A respiração estica e encolhe os pulmões. O aparelho digestivo se
dobra e desdobra com o alimento. Tudo na vida animal é movimento – músculos que se
contraem, músculos que se estendem. Graças a cerca de 650 músculos, o homem pode, além de
viver,
ficar de pé, andar, dançar, falar, piscar os olhos, cair na gargalhada, prorromper em
lágrimas, expressar no rosto suas emoções, escrever e ler este texto. Portanto, o
desempenho da musculatura é muito mais forte que mera força bruta.” (REVISTA
Superinteressante, n. 2, 1988.)
2. “Todos sabem que, a cada dia, torna-se mais difícil trafegar pelas ruas da capital
amazonense. Com a facilidade que existe hoje para se adquirir um automóvel, o
número de veículos em circulação vem crescendo em larga escala. Só que a cidade não
foi preparada para essa nova realidade. Cresceu rápida e desordenadamente nas últimas
décadas, sem ruas e bairros planejados para a grande demanda de carros. Isso, somado à
falta de preparo de motoristas e pedestres, resultou no trânsito confuso e estressante de
hoje.” (CARLOS GUEDELHA)
3. “Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de comunicação: informar,
divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, de relatos e
comentários sobre a realidade. A segunda atende à procura de distração, de evasão, de
divertimento por parte do público. A terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-
lo a adquirir certo produto. A quarta é realizada de modo intencional ou não, por meio
de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de
conhecimentos.” (SAMUEL P. NETTO)
4. “O Brasil tem 31 milhões de crianças – destas, apenas três milhões terminarão o
curso secundário. É uma forma de abandono disfarçado, mesmo daquelas que não
dormem na rua. Um programa educacional para todas essas crianças não se fará pela
lógica do crescimento econômico, mas sim usando um crescimento econômico que seja
subordinado e compatível com a educação.” (BUARQUE, C. In: Humanidades, n. 1, p.
10-12, 1992.)
5. “A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio
entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil
dos séculos XVII e XVIII, expandiu-se com a industrialização, ganhou novas bases com
a grande indústria nos fins do século XIX e, agora, adquire mais intensidade, mais
amplitude e novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de trocas:
técnicas, comerciais, financeiras, culturais.” (SANTOS, M. In: Folha de São Paulo, 5
abr. 1996.)
Presente nos mais diversos campos de ação, a agressividade acompanha os passos do homem
desde a sua existência, influenciando, diretamente, os seus atos. Esse comportamento,
manifestando-se de várias maneiras, continua questionável, uma vez que suas consequências
não agradam a todos.
A humanidade primitiva conseguiu se desenvolver à medida que o seu domínio sobre os
instrumentos de combate aumentava. A sobrevivência do mais forte, ainda hoje, é uma realidade
que define o destino da vida, fruto da competitividade que – aliás – sempre existiu. As atitudes
agressivas, que garantiram a permanência da espécie humana, são utilizadas, atualmente, por
pessoas que querem superar seus adversários a qualquer custo. Nicolau Maquiavel, com sua
teoria, influenciou reinos e países a conseguirem o progresso. Evidentemente, existem
controvérsias quanto a essa ideologia, dita por muitos como antiética, que – inclusive – é
ensinada em cursos como os de administração de empresas, por exemplo.
Entende-se por agressividade qualquer ação que pretende danificar algo ou alguém. É
compreensível, portanto, que a ela sejam atribuídas características negativas (solução imoral,
recurso deplorável). Esse comportamento precisa ser evitado para que se obtenha uma
personalidade pacífica e cortês (ideal para um relacionamento). Na política, por exemplo, é
constante a violência verbal, às vezes também física, dos candidatos ao governo, fato que faz a
população ter uma aversão a essas atitudes, consideradas falta de controle emocional de quem as
pratica. Segundo estudiosos, o que ocasiona esse procedimento de “ataque” é a inconformidade
com a situação. Intrigante, porém, é o fato de um comportamento hostil como esse ter o poder
de fazer alguém atingir o sucesso. Afinal, ele é ruim até que ponto?
Em âmbito competitivo, agressividade é sinônimo de determinação, que ajuda as pessoas a
alcançarem seus objetivos. As constantes manifestações com as quais o homem convive
contribuem para a reprodução desse comportamento quando se toma como exemplo o
retrospecto dos bem-sucedidos. Para trabalhar em uma empresa é preciso ter atitude, o que
explica o fato de empresários contratarem indivíduos de caráter ofensivo quanto a negócios e
comércios em geral. Em uma partida de xadrez, o jogador mais agressivo geralmente vence,
pois obriga o adversário a permanecer na defensiva, restringindo – cada vez mais – as jogadas
do oponente e posicionando-se para dar o esperado xeque-mate. Isso tudo prova que ambição e
coragem de atacar são importantes, e talvez até essenciais, para a realização de metas e a
superação de desafios.
Antes de tudo, repare o desenvolvimento não começou com “Por causa disso”, “Com
isso”, etc. Já ensinamos o porquê disso.
Olhando para a estrutura, a primeira frase da introdução foi inteiramente explorada no primeiro
parágrafo do desenvolvimento. Foi dito que a agressividade acompanha os passos do homem
desde a sua existência, influenciando seus atos. Nesse parágrafo, o autor falou sobre a
agressividade do homem primitivo, a sobrevivência do mais forte e depois trouxe exemplos
mais recentes (o ensino do pensamento de Maquiavel nas universidades). Além de ter explorado
corretamente a primeira frase da introdução nesse parágrafo, o autor usou argumentos fortes e
convincentes, o que é muito importante em um texto dissertativo argumentativo.
A segunda frase da introdução foi desenvolvida em dois parágrafos. Foi dito na introdução que
a agressividade se manifesta de várias maneiras, continua questionável e suas consequências
não agradam a todos.
Sobre as “várias manifestações da agressividade”, o autor provou isso mostrando a ação da
agressividade nos relacionamentos e na política; e, no terceiro parágrafo, mencionando sua ação
nos negócios e no xadrez.
Sobre “não agradar a todos”, o autor explicou o motivo disso logo no início do segundo
parágrafo. E sobre “ser questionável” o autor mostrou (no terceiro parágrafo) os benefícios que
a agressividade pode trazer.
Além de ter uma estrutura muito boa, ficou claro que esse texto está muito bem argumentado. É
exatamente isso que os corretores querem: argumentações organizadas e estruturadas. Construir
isso sem erros de português faz sua redação ser uma forte concorrente a tirar nota máxima.
Métodos de raciocínio
Dedução e indução
No momento do preparo da argumentação, os detalhes fazem muita diferença na hora de
alcançar o convencimento da veracidade de sua tese. E hoje vou lhe falar sobre dois tipos de
raciocínio para você desenvolver o seu texto (e como os dois se mesclam na construção
argumentativa): a dedução e a indução.
A partir do momento em que detectamos nossa tese (viu os vídeos que deixei lá em cima, né?),
passamos a tomá-la como nosso ponto de partida e de chegada. Pense assim: quando
começamos uma discussão? Quando temos uma ideia diferente da do nosso interlocutor e,
então, vamos (educadamente!) expor nossos argumentos para, no final, concluir que nossa ideia
(nossa tese) era realmente válida.
TÓPICO FRASAL: a ideia central de cada parágrafo. O leitor vai terminar o seu parágrafo
podendo dizer: “ah, aqui, o texto falou ISSO!”
Uma possibilidade:
Primeiro argumento: influência religiosa. Posso mostrar como, desde a Idade Média, a
religião foi utilizada como meio de padronização social, mostrando diversos hábitos
sociais que tem aí a sua causa. Portanto, para entender tais costumes, é necessário
recorrermos ao passado.
Segundo argumento: diferença racial. Posso abordar casos explícitos de racismo e
desigualdade tomando como ponto de partida questões históricas (partindo, por
exemplo, da escravidão e da dominação europeia).
Terceiro argumento: desenvolvimento científico. Posso apresentar como o
desenvolvimento científico está presente na constituição de nossa sociedade atual,
enfatizando que tal desenvolvimento só foi possível com o conhecimento de estudos
anteriores, levando a uma contínua progressão.
Como posso garantir que o leitor termine cada parágrafo com a plena percepção de como o
tópico frasal escolhido leva à confirmação da tese? Usando o raciocínio INDUTIVO!
Conclusão
A conclusão, ao contrário do que muitos pensam, não é lugar de simplesmente repetir o que já
foi dito. Ela precisa ser um fechamento que acrescenta algo ao texto. Pode ser uma retomada da
discussão, mas de uma forma inovadora, que não se limita a repetições. Pode também ser usada
para fazer advertências, uma análise crítica do tema discutido ou, até mesmo, fazer sugestões,
caso o tema trate de um problema social, por exemplo.
“O homem vem modificando a sua concepção sobre amizade com o passar do tempo, o que lhe
permite experimentá-la de formas diferenciadas. Isso pode ser percebido ao se comparar as
amizades vividas no passado, em menor número, mais profundas e duradouras, com as de hoje,
em profusão, superficiais e meteóricas.
Não é preciso voltar muito no tempo para se ver como os relacionamentos eram tratados sob um
ponto de vista bem distante do de hoje. Amigos eram pessoas em quem se podia confiar
cegamente, para quem todos os segredos podiam ser contados, sem medo de se ter a confiança
traída. A relação de amizade era estabelecida somente com aqueles com os quais se tinha uma
convivência longa, motivo pelo qual ela era quase um laço de parentesco e, por isso,
normalmente durava por muito tempo, quando não pela vida toda. Assim, até que alguém fosse
considerado realmente um amigo, havia um período ao longo do qual a confiança e a admiração
eram conquistados mutuamente.
Os casos de amizades verdadeiras estão em número reduzido atualmente. Com o passar do
tempo, as relações, de um modo geral, passaram a sofrer modificações, por causa das próprias
circunstâncias a que a sociedade veio sendo submetida. Essa realidade trouxe características
novas inclusive para um dos sentimentos mais nobres do homem. Parece que as pessoas
perderam muito da sua capacidade de discernimento quanto ao verdadeiro valor de uma
amizade. Tanto é, que qualquer um que se conheça em meio a uma festa de fim de semana já é
chamado de amigo no dia seguinte. Redes sociais como o Facebook, que simbolizam união, na
verdade conferem desleixo sobre o que chamamos de amigo. Entre dezenas de contatos, quantos
são plenamente confiáveis? Infelizmente, em alguns casos, inovações tecnológicas cooperam
com a perda de significado de palavras valiosas.
Progredir e inovar estão, constantemente, no pensamento do cidadão moderno. Mais importante
do que isso, porém, seria o homem reavaliar todos os seus valores, a fim de devolver à amizade
o lugar que ela deve ocupar no âmbito das relações humanas.”
Observe como essa conclusão fez um fechamento para o texto, mas não apenas
repetindo algo que já foi dito. Uma ideia nova foi colocada, manifestando um
pensamento que já foi defendido no texto: a ideia de que a amizade é importante demais
para ser banalizada. Esse é um exemplo de uma ótima conclusão.
Quando você for concluir seu texto, responda essas perguntas sobre sua redação:
Elabore sua conclusão respondendo essas perguntas em relação ao seu texto e você terá uma boa
conclusão.
Métodos de raciocínio
Dedução e indução
No momento do preparo da argumentação, os detalhes fazem muita diferença na hora de
alcançar o convencimento da veracidade de sua tese. E hoje vou lhe falar sobre dois tipos de
raciocínio para você desenvolver o seu texto (e como os dois se mesclam na construção
argumentativa): a dedução e a indução. Existem diversas maneiras de se desenvolver os
raciocínios dedutivos e indutivos, mas me permita fazer, aqui, uma explicação simples (embora
superficial) apenas para alcançar o propósito direto deste texto: a aplicação desse conhecimento
na escrita da dissertação.
A partir do momento em que detectamos nossa tese (viu os vídeos que deixei lá em cima, né?),
passamos a tomá-la como nosso ponto de partida e de chegada. Pense assim: quando
começamos uma discussão? Quando temos uma ideia diferente da do nosso interlocutor e,
então, vamos (educadamente!) expor nossos argumentos para, no final, concluir que nossa ideia
(nossa tese) era realmente válida.
TÓPICO FRASAL: a ideia central de cada parágrafo. O leitor vai terminar o seu parágrafo
podendo dizer: “ah, aqui, o texto falou ISSO!”
Assumindo a tese como “geral”, como poderemos particularizá-la? Quais os pontos específicos
que, somados, levarão à validação da minha proposição inicial?
Uma possibilidade:
Primeiro argumento: influência religiosa. Posso mostrar como, desde a Idade Média, a religião
foi utilizada como meio de padronização social, mostrando diversos hábitos sociais que tem aí a
sua causa. Portanto, para entender tais costumes, é necessário recorrermos ao passado.
Segundo argumento: diferença racial. Posso abordar casos explícitos de racismo e desigualdade
tomando como ponto de partida questões históricas (partindo, por exemplo, da escravidão e da
dominação europeia).
Como posso garantir que o leitor termine cada parágrafo com a plena percepção de como o
tópico frasal escolhido leva à confirmação da tese? Usando o raciocínio INDUTIVO!
Os raciocínios dedutivo e indutivo não são excludentes. Como vimos, no planejamento geral da
nossa redação, podemos utilizar da dedução (com cada tópico frasal particularizando um
aspecto da tese); enquanto na escrita dos parágrafos nos utilizamos da indução (partindo do
tópico frasal e conduzindo a sua relação com a tese).
Dialética
Como aplicar a dialética em uma redação:
A dialética e o princípio de não-contradição das afirmações. O raciocínio dialético é um pouco
mais complicado, mas garante uma redação muito bem vista pelos corretores. Funciona como
uma evolução da lógica dos raciocínios indutivo e dedutivo. Aristóteles, quando construiu o
raciocínio indutivo apresentado anteriormente, criou um princípio de não-contradição das
afirmações, ou seja, para o filósofo, só se poderia chegar a uma conclusão de ordem lógica se as
afirmações não fossem contraditórias. Por exemplo: se alguém diz que uma casa é amarela e não
é amarela ao mesmo tempo, a única conclusão possível é que esse objeto não existe. Dito de
outro modo, seria considerada uma falha do raciocínio a afirmação e a negação de um mesmo
elemento.
Porém, vivemos em um mundo um pouco mais complexo, onde as coisas não só são e não são e,
por isso, esse princípio acaba se tornando um pouco mais complicado de ser afirmado. Por
exemplo, em um tema de redação onde se pergunte se as adaptações de clássicos no Brasil são
válidas ou não, é muito comum encontrar benefícios e prejuízos na sua aplicação – é muito
comum, então, encontrarmos opiniões favoráveis e contrárias à proposta. Percebe-se, então, que
as coisas, às vezes, podem ser e não ser ao mesmo tempo. Dessa forma, a dedução, a indução e a
não-contradição se tornam limitantes do raciocínio humano, sendo necessário o método
dialético.
A palavra dialético deriva de aptidão para falar de dualidades, ou seja, contradições.
Diferentemente da indução e da dedução, a dialética não se baseia em evidências ou premissas,
mas em três elementos muito importantes: a tese, a antítese, elemento oposto, contraditório, e a
síntese, momento em que se associa as duas afirmações de forma que se possa falar da
contradição. Vamos ver um exemplo? O tema é “A influência da TV na sociedade brasileira do
século XXI”:
É fácil perceber que os efeitos negativos da televisão nascem na difusão de valores como o
individualismo e a violência, veiculados por imagens a que estão submetidas muitas pessoas
sem senso crítico. Paradoxalmente, esse mesmo meio de comunicação de massa permite um
contato com o mundo distante, permitindo ao público ter acesso ao poder da informação. Na
verdade, a discussão sobre a influência da TV só fará sentido se for considerado o uso que cada
telespectador faz do veículo, o que depende de sua formação prévia, e não do que é reproduzido.
Note que o tema trata de dois lados da discussão acerca da influência da televisão na sociedade.
Por um lado, podemos identificar a difusão de valores negativos, que podem ser prejudiciais
(tese). Entretanto, há também um lado positivo que precisa ser levado em conta (antítese). Dessa
forma, a discussão se desloca, um impasse é superado: a discussão, aqui, não é sobre o que é
veiculado nesse meio, mas sobre o uso que se faz dele ( síntese). Viu como é simples?
A síntese conciliadora
O primeiro tipo de síntese é a conciliadora que, como o próprio nome diz, traz harmonia,
associação aos elementos que, a princípio, são contraditórios. Na discussão da TV, podemos,
por exemplo, concluir que tudo depende do veículo e do programa em questão, afinal, a TV é
um meio com múltiplos usos, alguns positivos, outros negativos. Esse seria um exemplo de
síntese conciliadora, onde esclarecemos os termos, mostrando que, de certa forma, não há uma
contradição no que está sendo apresentado. Podemos, também, nessa síntese, deslocar a questão,
como uma “fuga” à discussão anterior, o que fica muito claro no parágrafo que vimos
anteriormente sobre o mesmo tema.
A síntese reafirmadora
Já a síntese reafirmadora, o segundo tipo, reafirma a tese apresentada, destruindo o argumento
antitético. Dessa forma, apresenta- se um argumento, tenta-se contestar tal argumento com a
antítese e, por fim, usa-se a síntese para reafirmar e convencer o leitor da invalidez da antítese.
Vamos ver um exemplo?
A síntese reafirmadora, então, destrói o argumento antitético e reforça a tese, ou seja, o ponto de
vista do autor do texto.
Coerência e Coesão
A coesão tem a ver com a estrutura do texto, quando as palavras adequadas são
utilizadas para construí-lo, por isso é importante saber usar corretamente as conjunções,
os advérbios, os pronomes e outros elementos linguísticos.
Você precisa trabalhar a gramática e a escrita dentro do seu texto para que ele tenha
uma boa estrutura e que seu leitor entenda de forma clara a informação que está sendo
passada.
Como o texto é um emaranhado de palavras, frases, orações e parágrafos, a coesão é a
conexão que existe entre todos esses elementos. Quando você escreve, sabe dizer se os
elementos estão bem ligados? Vamos conhecer um pouco mais sobre o assunto a seguir.
Elementos de coesão
Para saber escrever um texto coeso é preciso, primeiro, saber identificar os elementos da
coesão. Mas, afinal, quais são eles?
São as conjunções que opõem as ideias, que as complementam, são os pronomes que
retomam outras partes no texto, os advérbios que marcam o tempo, lugar, ou seja, todas
as palavras que têm a função de conectivos. Vejamos um exemplo:
Perceba que essa frase tem uma sequência bem coordenada e que as conjunções,
preposições e pronomes fazem a ligação entre todos os períodos.
A conjunção “mas” traz a adversidade, pois se estava chovendo, Maria não poderia sair.
“Então” (conjunção conclusiva), retornou ao “seu” quarto. O pronome “seu” retoma o
sujeito, que é Maria, e a frase segue com uma locução prepositiva que é o “para”, que
indica uma finalidade.
Existem, portanto, elementos que fazem referência e elementos que dão sequência de
sentido.
A coesão referencial serve para evitar a repetição dos termos, desse modo, ela aponta
para outros elementos do texto, para acrescentar novas informações sobre o que já foi
dito. Por exemplo:
“MARIA E JOÃO SÃO PAIS DE PEDRO. ELES TÊM UMA LINDA CASA NA
PRAIA, NA QUAL ESTÃO TODOS OS FINAIS DE SEMANA.”
Elementos endofóricos
Esses elementos são a ligação entre tudo que está dentro do texto. Eles se dividem em
anafóricos (quando se referem a um termo já citado) e catafóricos (quando se referem a
um termo posterior).
Como pode ser formulada uma questão sobre eles no vestibular? Por exemplo, uma
palavra é destacada e pedem para que você encontre um pronome com referência
anafórica ou catafórica.
A elipse também funciona como um termo anafórico, ela aparece para evitar de se usar
um termo que já apareceu no texto.
Elementos exofóricos
Elementos exofóricos são aqueles que apontam para fora do texto, que necessitam de
um contexto, então só vou conseguir dizer quem é o referente por esse contexto.
O que é coerência?
Coerência é a organização das ideias em uma forma lógica, assim, um texto precisa
estar escrito corretamente, mas com ideias interligadas e que fazem sentido.
Se eu digo: Os cachorros em minha casa têm asas e voam por toda parte. Apesar da
estrutura correta, você já viu algum cachorro voar?
A não ser que esteja escrevendo um conto de ficção, é algo que não faz sentido. Por
isso, para que o texto seja coerente, as informações precisam ser passadas de forma
clara e objetiva.
Elementos de coerência
Existem vários tipos de coerência (semântica, sintática, estilística, pragmática, temática
ou genérica), porém, o que determina um texto coerente é o encadeamento das ideias
dentro da estrutura. É preciso:
Eliminar ambiguidades;
Usar os conectivos corretamente;
Evitar contradições;
Relacionar os sentidos;
Evitar trechos irrelevantes, que estejam fora de contexto;
Atentar-se à sequência da escrita;
Empregar a variedade adequada da língua e mantê-la até o final do texto;
Seguir o gênero textual proposto do início ao fim.
Diferença entre coesão e coerência
quebra-cabeça coesão e coerência
Podemos concluir que coesão e coerência têm as suas diferenças, mas andam juntas,
porque a estrutura e a organização do texto necessitam das ideias que irão trazer a
informação de forma clara e objetiva.
A coesão é o tecido no qual está contido o texto e todos os seus fios e a coerência é a
agulha que alinhava os sentidos, tornando tudo “amarradinho”.
O Enem trabalha muito a coesão e a coerência e em todas as suas questões, sejam elas
de Língua Portuguesa ou de outra matéria, o tempo todo você precisa ler e interpretar de
maneira correta o que é solicitado.
Gramática na Redação
Crase: regra geral e casos especiais
A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da
preposição “a” com o artigo feminino a (s), com o “a” inicial referente aos pronomes
demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
qual (as quais). Casos estes em que tal fusão se encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s),
àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais.
Trata-se de uma particularidade gramatical de relevante importância, dado o seu uso de modo
frequente. Diante disso, compreendermos os aspectos que lhe são peculiares, bem como sua
correta utilização é, sobretudo, sinal de competência linguística, em se tratando dos preceitos
conferidos pelo padrão formal que norteia a linguagem escrita.
Há que se mencionar que esta competência linguística, a qual se restringe a crase, está
condicionada aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nomimal, mais
precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo ou nome que
exige complemento regido pela preposição “a”, e o temo regido é aquele que completa o sentido
do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Como explicitamente nos revela os
exemplos a seguir:
Notamos que o verbo referir, analisado de acordo com sua transitividade, classifica-se como
transitivo indireto, pois sempre nos referimos a alguém. Constatamos que o fenômeno se
aplicou mediante os casos anteriormente mencionados, ou seja, fusão da preposição a + o artigo
feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).
Observação importante: Alguns recursos nos servem de subsídios para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns deles:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação
a+o(s), a crase está confirmada.
Exemplos:
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso
resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Exemplos:
Atenção:
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento
grave se o temo regente exigir complemento regido da preposição “a”.
Exemplos:
O marginal foi morto a bala pelos policiais. (Poderíamos dizer que ele foi morto a tiro)
Marcela redige todos os seus trabalhos a máquina. (Poderia ser a lápis)
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
Ensino à distância.
Ensino a distância.
Uso da vírgula
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à
melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o
período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:
Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação
entre si.
Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui
elementos separados por vírgula.
Uso de hífen
O hífen [ - ] é usado em substantivos compostos, em palavras formadas por derivação prefixal,
em locuções, na colocação pronominal, na divisão silábica, na translineação e em
encadeamentos vocabulares, indicando maioritariamente a união semântica de duas palavras. O
atual acordo ortográfico trouxe diversas alterações às regras de hifenização. Aprenda como e
quando usar o hífen nas diferentes situações.
bem-te-vi; recém-nascido;
erva-doce; além-fronteiras;
andorinha-do-mar; sem-vergonha
capim-açu; Com a nova ortografia, o hífen foi abolido
nas palavras compostas por justaposição
Palavras com advérbios mal e quando já se perdeu esta noção de
bem: composição.
mal-estar;
bem-estar;
mal-humorado;
bem-humorado;
girassol;
madressilva;
paraquedas;
paraquedista;
paraquedismo;
micro-organismo;
micro-ondas;
contra-ataque;
contra-atacante;
anti-inflamatório;
sobre-exaltar;
sobre-erguer;
extra-amazônico;
extra-alcance;
micro-história;
contra-habitual;
anti-higiênico;
sobre-humano;
extra-humano;
extra-hospitalar;
...
Não se usa o hífen em todas as outras sobreaviso;
situações, sendo o prefixo escrito junto à extrajudicial;
palavra já existente. Salienta-se que nas extragalático;
formações em que o prefixo termina em extranormal;
vogal e a segunda palavra começa com as …
consoantes r ou s, estas consoantes deverão
ser duplicadas.
Sem hífen - com consoantes r e s
Sem hífen: duplicadas:
microbiologista; microrregião;
micronutriente; microssegundo;
anticoncepcional; antissocial;
contracheque; antirrugas;
contraproposta; contrassenso;
sobrenome; contrarreforma;
sobrenatural; ...
sobremesa;
sub-bibliotecário;
sub-base;
sub-região;
sub-reino;
…
Com o prefixo co- apenas se utiliza o hífen quando a segunda palavra começa com h. Em todas
as outras situações, não se usa o hífen:
cooperar;
coordenar;
coadjuvar;
coprodutor;
copiloto;
...
Nota: No entanto, verifica-se que esta regra não se aplica à palavra coabitar.
Com os prefixos pró-, pós- e pré- utiliza-se o hífen quando os prefixos forem tônicos e
autônomos da segunda palavra:
pós-graduação;
pré-fabricado;
pró-vida;
…
Quando os prefixos pro-, pos- e pre- forem átonos e não forem autônomos da segunda palavra,
não se emprega o hífen:
predeterminar;
pospor;
propor;
prever;
…
Com os prefixos circum- e pan- utiliza-se o hífen quando a segunda palavra começa por vogal,
m, n ou h:
circum-navegação;
pan-americano;
circum-murado;
...
Com os prefixos ex-, vice-, vizo-, soto- e sota- utiliza-se sempre o hífen:
ex-diretor;
vice-presidente;
vizo-rei;
soto-mestre;
...
Uso do hífen em locuções
Segundo o atual acordo ortográfico, não deverá ser utilizado hífen nas locuções substantivas,
adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais:
dia a dia;
fim de semana;
sala de jantar;
cão de guarda;
cor de vinho;
café com leite;
à toa;
à vontade;
…
São exceções a essa regra algumas locuções consagradas pelo uso, com significado próprio:
água-de-colônia;
arco-da-velha;
cor-de-rosa;
mais-que-perfeito;
pé-de-meia;
ao deus-dará;
à queima-roupa.
Uso do hífen na colocação pronominal
O hífen é usado na ligação dos pronomes pessoais oblíquos átonos aos verbos, proporcionando a
colocação pronominal em mesóclise (intercalado no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo):
oferecer-nos-ão (mesóclise);
oferecer-te-emos (mesóclise);
ofereceram-me (ênclise);
ofereci-lhe (ênclise).
Os pronomes oblíquos átonos são: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
mar-ga-ri-da;
tro-vo-a-da;
ca-ri-nho;
hi-po-té-ti-co.
Hífen na translineação:
al-
moço;
corte-
sia;
disseram-
-me;
couve-
-flor.
Na translineação, o hífen deverá ser escrito no fim da linha, antes da mudança das restantes
sílabas da palavra para a outra linha. Caso seja uma palavra hifenizada e o fim da linha coincidir
com o hífen, este deverá ser repetido no início da outra linha.
a ponte Rio-Niterói;
a rodovia Rio-Santos;
a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;
a ponte aérea São Paulo-Manaus;
…
Separação silábica
A Separação Silábica, também chamada de divisão silábica, é a delimitação das palavras em
sílabas, cuja ação é marcada pelo hífen.
Vale lembrar que não existe sílaba sem vogal, visto ela ser a base da sílaba, ou seja, a vogal é
um elemento obrigatório.
Separam-se:
Não se separam:
Ditongos
i-dei-a
cha-péu
prai-a Dígrafos
noi-te (ch, lh, nh, qu, gu)
a-ni-mais cha-ve
pa-pa-gai-o fo-lhe-ar
ar-ra-nhar
Tritongos qu-ão
U-ru-guai á-gua
a-ve-ri-guei Pa-ra-guai
en-xa-guei
sa-guão Encontros Consonantais Perfeitos
i-guais blu-sa
quão pre-to
a-tlân-ti-co bru-ta
li-vra-ri-a
bi-bli-o-te-ca
Translineação das Palavras
2) O hífen deve iniciar a linha quando a translineação coincidir com o hífen da palavra na linha
anterior. (Vale lembrar que antes no Novo Acordo Ortográfico a repetição do hífen era
opcional).
pré-/-história
pós-/-graduação
vice-/-versa
As cinco competências
1. Domínio da escrita formal da língua portuguesa
É avaliado se a redação do participante está adequada às regras de ortografia, como acentuação,
ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica. Ainda são
analisadas a regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, pontuação, paralelismo, emprego
de pronomes e crase.
2. Compreender o tema e não fugir do que é proposto
Avalia as habilidades integradas de leitura e de escrita do candidato. O tema constitui o núcleo das ideias
sobre as quais a redação deve ser organizada e é caracterizado por ser uma delimitação de um assunto
mais abrangente.
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em
defesa de um ponto de vista
O candidato precisa elaborar um texto que apresente, claramente, uma ideia a ser defendida e os
argumentos que justifiquem a posição assumida em relação à temática da proposta da redação. Trata da
coerência e da plausibilidade entre as ideias apresentadas no texto, o que é garantido pelo planejamento
prévio à escrita, ou seja, pela elaboração de um projeto de texto.
4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
São avaliados itens relacionados à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização
textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta uma sequência
coerente do texto e a interdependência entre as ideias. Preposições, conjunções, advérbios e locuções
adverbiais são responsáveis pela coesão do texto porque estabelecem uma inter-relação entre orações,
frases e parágrafos. Cada parágrafo será composto por um ou mais períodos também articulados. Cada
ideia nova precisa estabelecer relação com as anteriores.
5. Respeito aos direitos humanos
Apresentar uma proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos.
Propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema significa sugerir uma iniciativa que
busque, mesmo que minimamente, enfrentá-lo. A elaboração de uma proposta de intervenção na prova de
redação do Enem representa uma ocasião para que o candidato demonstre o preparo para o exercício da
cidadania, para atuar na realidade em consonância com os direitos humanos.
Tese
O que é tese na redação?
Na redação, a tese é a sua opinião, o seu ponto de vista sobre o tema proposto. Ela pode ser apresentada
por meio de declarações afirmativas ou negativas. Você pode defender qualquer tese, desde que ela
respeite os direitos humanos e a diversidade cultural.
Porém, é importante ter em mente que a tese é um posicionamento crítico. Isso significa que você não
deve se ater a ideias de senso comum. Demonstre autoria, seja crítico e reflexivo ao expor sua opinião.
Mas lembre-se de que, em grande parte das provas de redação, isso deve ser feito de forma impessoal.
Qual é a importância da tese na redação?
A redação de caráter dissertativo-argumentativo é constituída de argumentos para justificar aquilo que
você acredita ser a situação-problema apresentada no tema. Portanto, é por meio da tese que você indica,
logo na introdução, o que será exposto nos parágrafos de desenvolvimento.
Por outro lado, é fundamental saber que a tese é um elemento essencial para o texto dissertativo-
argumentativo e que não apresentá-la significa não se adequar de forma eficiente a esse gênero. Isso irá
comprometer significativamente a nota da redação, caso esse seja o gênero exigido.
Como elaborar uma tese?
Agora que você já entendeu o que é uma tese na redação e qual é a sua importância, vamos entender
como criar uma.
Como já dissemos, a sua função é a de persuadir o leitor a respeito daquilo que você acredita. Então,
você deve pensar bem se será capaz de sustentar aquele pensamento. Reflita se há argumentos
consistentes para fundamentar a tese que você está propondo.
Uma boa dica é pensar bem e escolher primeiro o que você utilizará como argumento. Depois disso,
elabore uma tese que roteirize essas ideias que aparecerão nos parágrafos seguintes.
Mesmo se tratando da sua opinião, a tese deverá ser defendida de forma impessoal. Nada de usar
expressões como “eu acho que…”, “acredito que as causas do problema sejam…”, dentre outras. Por isso,
modalize seu discurso de forma a expor a tese como um fato, uma verdade.
Conectivos e conectores
Os conectivos para redação são os grandes responsáveis pela chamada coesão, um tópico fundamental
para que o leitor compreenda bem a relação de sentido entre as partes do seu texto. Em qualquer redação
eles são extremamente necessários. Entretanto, para os vestibulares, é ainda mais importante prestar
atenção em seu bom uso. No Enem, por exemplo, as competências 1, 3 e 4 da correção visam a
colocação adequada dos conectivos em seu texto, garantindo fluidez e conexão entre suas ideias.
1. Ideia de soma
Caso seu intuito seja acrescentar informações, ideias ou argumentos ao texto, você pode utilizar
os conectivos que representam soma.
e;
mais;
nem;
também; “É importante não só a sua presença
não só…mas também; neste evento, como também a do seu
assim como; colega de trabalho.”
como também;
ademais;
outrossim;
além disso;
em adição.
2. Ideia de conclusão
Esse tipo é usado principalmente na hora de concluir um parágrafo, dando maior clareza para as
ideias apresentadas.
logo; por conseguinte;
portanto; de modo que;
então; dessa forma;
assim; em resumo;
enfim; em síntese;
por isso; assim sendo.
“Pelé fez muitos gols quando era jogador de futebol. Por isso, hoje é um dos jogadores mais
renomados.”
3. Ideia de contraposição
Se você está querendo contrapor uma ideia em relação a outra, é bom utilizar os conectivos para
redação que apresentam ideia de contraposição, como:
mas; no entanto; mesmo quando;
porém; senão; apesar de que;
todavia; embora; se bem que;
contudo; ainda que; não obstante.
entretanto; mesmo que;
“A aprovação da Lei Maria da Penha foi um grande avanço, porém ela não surtiu todos os
efeitos esperados.”
4. Ideia de alternância
Como o próprio nome diz, o uso desse conectivo serve para acrescentar ideias alternadas.
ou…ou;
ora…ora;
já…já;
não…nem;
quer…quer;
seja…seja;
talvez…talvez.
“Joana não conseguiu estudar para a prova nem fez o trabalho para hoje.”
5. Ideia de comparação
Com o intuito de comparar ideias e estabelecer uma relação com o que já foi dito anteriormente,
você pode utilizar os conectivos que expressam ideia de comparação.
que; tão…como;
do que; tal qual;
mais que; da mesma forma;
menos que; da mesma maneira;
tão…quanto; igualmente;
tão…como; bem como.
tanto…quanto;
6. Ideia de explicação
Se você está querendo esclarecer as causas ou consequências de algum fato anterior, os
conectivos para redação que expressam ideia de explicação são os ideias para você!
7. Ideia de conformidade
Com o intuito de expressar conformidade com uma ideia ou argumento, você pode utilizar esse
tipo de conectivo.
conforme;
como;
segundo;
consoante;
de acordo com;
de conformidade com.
“Segundo o prefeito da cidade, as obras estão prestes a acabar.”
“Conforme dito pela professora, as aulas foram suspensas na próxima semana.”
8. Ideia de condição
Já esse tipo de conectivo é usado para expressar circunstâncias hipotéticas em relação a uma
situação futura. Eles são:
se; exceto se;
caso; salvo se;
desde que; a menos que;
contanto que; a não ser que.
“Você consegue sua aprovação no vestibular, desde que estude com antecedência.”
“A menos que você mude sua postura, você não conseguirá estudar todo o conteúdo
necessário.”
9. Ideia de proporção
Caso você queira expressar uma ideia de proporcionalidade, utilize os conectivos de proporção.
Como:
à medida que; quanto mais;
à proporção que; quanto menos.
ao passo que;
“Quanto mais você estudar, mais chances de conseguir a nota 1000.”
“À medida que você se prepara mais para a prova, suas chances de passar aumentam.”
“Com a intenção de passar no vestibular, Mariana escreve três redações por semana.”
“Praticar a escrita com frequência aumenta suas chances de alcançar a nota 1000 no Enem. A
estudante Mariana, por exemplo, atingiu a nota máxima escrevendo três redações por semana.”
“Enquanto todos estavam distraídos, inesperadamente Juliana apareceu em sua festa surpresa.”
“Em resumo, podemos perceber que a violência contra as mulheres está muito relacionada ao
assédio sexual.