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AUTORIA:
1
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: Aplicabilidade das Principais Vertentes e Ferramentas da Ergonomia
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.
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A presentação
Neste módulo serão apresentados algumas técnicas e métodos que podem ser empregados
durante a Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Em cada fase da AET existe um conjunto
de procedimentos que orientam o ergonomista/pesquisador na análise da atividade e na
compreensão do trabalho para transformá-lo.
Discutiremos como empregar recursos de diferentes mídias (áudio, vídeo, fotos, textos,
animação) para enriquecer a utilização de ferramentas ergonômicas mais simples como os
check lists (listas de verificação) e modelos biomecânicos. Conhecerá alguns dos principais
check lists (trabalho sobre bancadas, distúrbios músculo-esqueléticos) e protocolos de
avaliação (EWA, RULA, OWAS, NIOSH, MOORE & CARG, Método Suzanne Rodgers) e
será capaz de avaliar criticamente a eficácia deste tipo de ferramenta.
Serão ensinados os 128 pontos de verificação propostos pelo Ergonomic Checkpoints (ECP)
relacionados à Estocagem e manuseio de Materiais, Ferramentas Manuais, Segurança de
Máquinas, Projeto da Estação de Trabalho, Iluminação, Premissas, Controle de agentes e
substâncias perigosas, Serviços de pessoal, Equipamentos de proteção individual e
Organização do trabalho. O manual irá ajudá-lo a buscar soluções ergonômicas, pois cada
ponto de verificação indica uma ação e para cada uma das ações são fornecidas opções
exequíveis, assim como algumas indicações adicionais.
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Finalmente, você aprenderá a utilizar a matriz de QFD (Quality Function Deployment) e o
5W1H durante a etapa de síntese ergonômica.
Bons estudos!
O bjetivo
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E menta
Os limites dos check lists, os princípios das ferramentas mais utilizadas e a importância de
saber empregá-las na prática. Entre elas damos destaque ao: EWA (Ergonomic Workplace
Analysis), OWAS – Ovako Working Posture Analysis System, RULA (Rappid Upper Limb
Assesment), Equação de NIOSH, Moore & Garg e o Método Suzanne Rodgers.
Descrição dos cento e vinte oito pontos de verificação propostos pelo Ergonomic
Checkpoints capazes de difundir os preceitos ergonômicos e melhorar as condições de
trabalho, saúde, segurança e a eficácia da produção.
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S obre o Autor
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S UMÁRIO
UNIDADE 1 ......................................................................................................... 10
A ergonomia na prática .................................................................................... 10
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 16
Método para análise ergonômica do trabalho ................................................. 16
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 24
Análise da Tarefa e da Atividade ..................................................................... 24
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 30
Técnicas utilizadas na análise do trabalho ...................................................... 30
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 37
Dinâmica da entrevista e observação na ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO. AET ............................................................................................. 37
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 45
Análise cinesiológica e biomecânica ............................................................... 45
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 53
Instrumentos de investigação .......................................................................... 53
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 60
A crítica aos check lists .................................................................................... 60
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 69
Check lists para trabalho sobre bancadas....................................................... 69
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 76
Check lists para distúrbios músculos-esqueléticos ......................................... 76
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 83
EWA – Ergonomic Workplace Analysis ........................................................... 83
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 88
RULA – Rappid Upper Limb Assesment ......................................................... 88
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UNIDADE 13 ....................................................................................................... 93
OWAS – Ovako Working Posture Analysis System ........................................ 93
UNIDADE 14 ..................................................................................................... 101
Equação de Niosh .......................................................................................... 101
UNIDADE 15 ..................................................................................................... 111
Moore & Garg e o Método Suzanne Rodgers ............................................... 111
UNIDADE 16 ..................................................................................................... 119
Escalas de desconforto .................................................................................. 119
UNIDADE 17 ..................................................................................................... 126
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO). .................... 126
UNIDADE 18 ..................................................................................................... 131
Questionário de Percepção ........................................................................... 131
UNIDADE 19 ..................................................................................................... 136
Avaliação fisiológica ....................................................................................... 136
UNIDADE 20 ..................................................................................................... 143
Pontos de verificação – Ergonomic CheckPoint (ECP) ................................. 143
UNIDADE 21 ..................................................................................................... 149
ECP: Manipulação e armazenagem de materiais ......................................... 149
UNIDADE 22 ..................................................................................................... 155
ECP: Ferramentas ......................................................................................... 155
UNIDADE 23 ..................................................................................................... 164
ECP: Segurança de Máquinas ....................................................................... 164
UNIDADE 24 ..................................................................................................... 170
ECP: Projeto da Estação de Trabalho ........................................................... 170
UNIDADE 25 ..................................................................................................... 175
ECP: Iluminação............................................................................................. 175
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 181
ECP: Instalações, Riscos Ambientais, Comodidade e bem-estar................. 181
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UNIDADE 27 ..................................................................................................... 188
ECP: Equipamentos de Proteção Individual .................................................. 188
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 193
ECP: Organização do Trabalho ..................................................................... 193
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 201
Etapa de síntese e implementação das melhorias ........................................ 201
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 207
Caderno de Encargos .................................................................................... 207
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 213
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U NIDADE 1
A ergonomia na prática
4) Recomendações ergonômicas;
"É preciso escolher entre todas as metodologias conforme a natureza do problema proposto,
os prazos e os recursos utilizáveis, a situação de prático industrial, de consultor ou de
pesquisador do ergonomista. Portanto, não parece justificável privilegiar uma abordagem
generalizada. Mais vale preconizar a adaptação da metodologia ao problema".
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Desta maneira, antes de apontarmos detalhadamente cada fase, é importante refletirmos
sobre os limites da teoria e da prática ergonômica a partir de um trecho do texto escrito por
Abrahão e Pinho (1999), páginas 4 a 7.
Fragmento do texto
Quando se discute teoria, em geral, associamos a ideia de um modelo. Muitas vezes, como é
o caso da ergonomia, o modelo resulta da integração de conhecimentos diversos: um
conhecimento pode ser considerado original, inclusive pela forma como ele articula
conhecimentos antigos.
Nas categorias trabalho, saúde e modelo de homem, por exemplo, as abordagens são
distintas. As diferentes disciplinas, sobre as quais se fundamenta a ergonomia, como área do
conhecimento, revelam que as fronteiras entre as disciplinas que estudam o trabalho são
cada vez mais tênues. O avanço científico e tecnológico da atualidade exige conexões, ainda
inexistentes, entre as áreas do conhecimento, para que se possa construir um objeto de
estudo mais complexo e mais abrangente, do que aquele resultante da simples adição ou
confrontação de pontos de vista. (Abrahão, 1993).
Além das características gerais, os modelos em ergonomia se diferenciam pelo seu objeto e
pela sua natureza, como afirma Amalberti (1991) ao distinguir de forma clara o objeto e a
natureza dos modelos em ergonomia.
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O autor afirma que, o seu objeto é específico, pois se trata da atividade do homem no
trabalho. Neste caso, não se trata de criar um modelo genérico do homem, mas antes de
tudo, de modelizar um operador engajado em uma situação precisa de trabalho, com suas
imposições cognitivas específicas, situacionais e organizacionais. Aí reside um dos
paradoxos de modelização em ergonomia: o modelo pretende se constituir como instrumento
de generalização, contudo, sua natureza em ergonomia o leva a descrever particularidades
mais situacionais. Além do que, vale ressaltar, que o modelo continua vinculado à tarefa e
aos comportamentos do operador. Esta dificuldade na generalização dos resultados
ergonômicos, explica porque, excetuando-se os conhecimentos oriundos do Human Factors
sobre as limitações psicofisiológicas, o balanço dos conhecimentos teóricos em ergonomia
seja ainda imitado.
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Esses conhecimentos, oriundos de vários campos, confrontados e articulados de forma
integrada, contribuem com a tecnologia e a organização do trabalho na descrição da
melhoria desta realidade. Assim, na prática a utilização deste conjunto de conhecimentos
visa à melhor adaptação das situações de trabalho aos trabalhadores.
Para isto, a ergonomia tem como objeto específico de estudo, a atividade real dos
trabalhadores com o objetivo de transformação. O interesse da ergonomia é saber o que os
trabalhadores realmente fazem; como fazem; por que fazem, e como afirma Montmollin
(1990), “se estes podem fazer melhor”.
Para estudar as situações reais do trabalho a ergonomia utiliza-se de várias técnicas, que
por mais distintas que sejam, apresentam um ponto de convergência: a necessidade de
observar o trabalho realizado, completar e corrigir estas informações com o que o
trabalhador tem a dizer sobre o seu trabalho.
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Esta análise é permeada por várias fases, e tem como fio condutor a dialética entre análise
da demanda e análise da atividade. Seu ponto de partida é uma demanda inicial que reflete
um problema, buscando esclarecer esta demanda, com vistas a propor formas de
intervenção. A partir deste esclarecimento procura aprofundar alguns aspectos para uma
melhor compreensão do contexto no qual se insere o trabalho, ou seja, a tecnologia e a
organização (o cenário onde se desenvolvem as atividades). Com estes dados, chega-se
então, a fase operacional - a análise ergonômica da atividade-que tem como objetivo a
análise das exigências e condições reais da atividade e das funções efetivamente utilizadas
pelos trabalhadores na realização da suas tarefas (Laville, 1977), permitindo a interrogação
com substância da demanda inicial.
Assim, o trabalho seria o mediador da construção da saúde, de forma que a melhor relação
homem - trabalho não é a exclusão do trabalho, mas sim uma relação harmônica entre os
dois - trabalho/saúde.
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Dica 1: O texto completo “Teoria e prática ergonômica: seus limites e Possibilidades” de Júlia
Issy Abrahão e Diana Lúcia Moura Pinho encontra-se disponível no endereço:
www.unb.br/ip/labergo/sitenovo/Julia/Artigos/paraosite/TPESEP.PDF
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U NIDADE 2
Método para análise ergonômica do trabalho
Objetivo: Iniciar a discussão sobre os métodos de análise utilizados ao longo das etapas da
AET.
Santos (1995, apud Bezerra, 1998), por exemplo, propõe para o desenvolvimento da análise
ergonômica do trabalho, uma abordagem metodológica, composta de três grandes etapas,
conforme detalhado no Quadro 1.
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Quadro 1
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A segunda etapa consiste na análise ergonômica do trabalho, propriamente dita, e é
constituída de três fases: análise da demanda, análise da tarefa e análise das atividades.
Numa primeira fase é realizada a análise da demanda, cujo objetivo é definir o problema a
ser estudado, a partir de uma negociação com os diversos atores sociais (individuais e
coletivos) envolvidos. Nesta fase, os primeiros dados da situação de trabalho são levantados,
permitindo a formulação das hipóteses de primeiro nível (hipóteses preliminares), a serem
consideradas na realização do estudo: tipo de tecnologia utilizada, organização do trabalho
implantada, principais características da mão-de-obra disponível, principais aspectos sócio-
econômicos da empresa e, enfim, os diversos pontos de vista a respeito do problema
formulado pela demanda. Na terceira fase desta segunda etapa, é realizada a análise das
atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, face às condições e aos meios que lhe são
colocados à disposição. Trata-se da análise dos comportamentos de trabalho: posturas,
ações, gestos, comunicações, direção do olhar, movimentos, verbalizações, raciocínios,
estratégias, resoluções de problemas, modos operativos, enfim, tudo que pode ser
observado ou inferido das condutas dos indivíduos. Os dados assim obtidos poderão ser
confrontados com os das fases precedentes, comprovando as hipóteses anteriormente
formuladas ou, ainda, permitindo a formulação de novas hipóteses, para a elaboração de um
pré-diagnóstico da situação de trabalho analisada.
A terceira etapa consiste na síntese ergonômica do trabalho. Esta etapa é dividida em duas
fases: o estabelecimento do diagnóstico da situação de trabalho e a elaboração do caderno
de encargos de recomendações ergonômicas.
Menegon et al (2003, p.23) afirmam que o método da AET é dividido em dois grandes blocos,
conforme a Figura 1:
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Figura 1
De acordo com os autores, “em cada uma destas etapas, o ergonomista colhe dados da
situação sob investigação e confronta com os conhecimentos acerca do homem no trabalho.
Desta confrontação, surgem hipóteses que irão direcionar o prosseguimento do estudo. O
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resultado de uma ação ergonômica desemboca, em primeira instância, na proposição de
mudanças na situação em estudo, em segunda instância, novos conhecimentos acerca de
homem no trabalho”.
Nos próximos itens serão descritos em detalhes alguns procedimentos que podem ser
utilizados durante a AET de acordo com os seguintes autores: Menegon et al (2003), Guérin
et al (2001), Santos e Fialho (1995) e Wisner (1987).
Análise da Demanda
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Levantamento das queixas de todos os trabalhadores para identificar as áreas mais
problemáticas do ponto de vista da ergonomia: pode-se utilizar o questionário de
percepção (Unidade 18) ou qualquer ferramenta capaz de avaliar as queixas.
Na figura 2, você pode identificar os principais fatores que devem ser reunidos ao final da
análise da demanda de acordo com a metodologia proposta pelo Ergo&ação (Menegon et al.
2003).
Figura 2
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Não se esqueça de que para cada situação analisada poderá haver a necessidade de
levantar outros tipos de informações não citadas anteriormente. Por isso, cabe ao
ergonomista verificar de acordo com a demanda o que deverá ser pesquisado.
Menegon et al. (2003) explica que nesta fase é fundamental construir as condições ideais
para a condução da análise através da discussão dos objetivos do estudo com o conjunto
das pessoas envolvidas, da obtenção do consentimento livre e esclarecido dos trabalhadores
que ocupam o posto ou setor estudado, além de permitir esclarecer as respectivas
responsabilidades.
Para Santos e Fialho (1995, 61), os resultados da análise da demanda permitem ao analista
elaborar o plano de uma intervenção ergonômica e estabelecer um contrato. No contrato
deve ficar claro o objeto da demanda, o cronograma do estudo, as obrigações da empresa,
as obrigações do analista, o prazo para a realização do estudo, a equipe técnica, os custos
do estudo e forma de pagamento, rescisão e vigência do contrato. Mesmo no caso dos
estudos realizados pelo comitê interno de ergonomia é importante considerar os primeiros
itens do contrato.
Wisner (1995) orienta que ao final desta etapa deve ser elaborado um pré-estudo que trata
de uma ou mais das seguintes questões:
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Para refletir 1: Durante este módulo você irá aplicar várias ferramentas e testar alguns dos
métodos existentes. Para isso, é fundamental que você escolha uma situação para
desenvolver a análise ergonômica do trabalho. O ideal é que haja uma demanda, porém,
nesta fase de aprendizado o importante é o seu aperfeiçoamento. Por isso, procure encontrar
uma situação de trabalho a qual você tenha facilidade de acesso, da qual você receba
autorização de todos os envolvidos e mais importante na qual consiga desenvolver todo o
estudo. Não deixe de explicar que é um trabalho acadêmico. Por enquanto, o seu o objetivo
não é intervir na situação e sim aprender as etapas da ação ergonômica. Portanto, nenhum
dos resultados encontrados por você devem ser usados para embasar futuras mudanças,
uma vez que para isso será preciso conhecer primeiramente todos os aspetos que envolvem
uma ação ergonômica.
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U NIDADE 3
Análise da Tarefa e da Atividade
Objetivo: Verificar quais métodos e procedimentos podem ser utilizados durante a análise da
tarefa e da atividade.
Nesta unidade discutiremos quais fatores devem ser analisados durante a análise da tarefa e
como as hipóteses levantadas irão auxiliar na melhor compreensão da análise da atividade.
Análise da Tarefa
A análise da tarefa coincide com a análise das condições de trabalho. Santos e Fialho (1995)
dividem a análise da tarefa em três fases:
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compreensão da tarefa fornece normas específicas de rendimento, de tempo e de
qualidade do trabalho.
Menegon et al. (2003, p.24) explica que a análise da tarefa é “o estudo daquilo que o
trabalhador deve realizar e as condições ambientais, técnicas e organizacionais desta
realização”. Os autores afirmam que nesta etapa é fundamental conhecer como o trabalho é
organizado e prescrito no interior da organização. Deve-se proceder a descrição da situação,
observações e medidas sistemáticas das variáveis.
Caracterização da tarefa.
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simultaneamente sobre cada posto; Regras das divisões das tarefas e de sucessão;
Características da população, etc;
Órgãos sensoriais: Visão (campo visual, localização dos sinais, tempo disponível para
acomodação visual, riscos de ofuscamento, duração e solicitação do sistema visual,
acuidade visual exigida para tomada de decisão, rapidez e percepção de sinais
visuais); Audição (acuidade auditiva exigida para a percepção dos sinais sonoros,
riscos de problemas de audição, sensibilidade às comunicações verbais em meio
barulhento e aos diferentes caracteres).
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de longo tempo, cada identificação e interpretação; Grau de elaboração da codificação
das informações úteis; Grau de organização dos quadros de sinalização, etc.
Para tal, Menegon et al (2003) indicam a aplicação do Ergonomic Workplace Analysis –EWA
(Unidade 11) capaz de conhecer o trabalho prescrito e os condicionantes para a sua
realização e o Questionário de Percepção (Unidade 18) para captar a percepção dos
trabalhadores sobre os problemas na execução da tarefa.
Entretanto, não se esqueça de que tais ferramentas não analisam em toda a totalidade os
aspectos da tarefa. É fundamental descrever em detalhes o sistema homem-tarefa e todos
os elementos que compõem este sistema.
Portanto, várias são as técnicas empregadas na análise ergonômica da tarefa. Você deverá
analisar os documentos existentes (o maior número de informações sobre o trabalho
prescrito, como a história do posto ou setor, sua localização, organograma da empresa,
relações hierárquicas, normas e objetivos fixados, normas de segurança, etc), realizar
entrevistas com os atores envolvidos (trabalhadores, supervisores, gerentes, setor da
manutenção e demais setores diretamente envolvidos), realizar medidas no ambiente de
trabalho (medidas do posto de trabalho e das condições físicas), avaliar as cargas de
trabalho e realizar observações sistemáticas (primeiro contato com a situação para traçar
uma primeira ideia e levantar as principais operações a serem efetuadas).
Santos e Fialho (1995) explicam que para realizar estes procedimentos, aparentemente
simples você deverá saber:
Quem entrevistar?
O que observar?
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O que e quem questionar?
O que medir?
Análise da Atividade
Nesta etapa você deverá realizar a análise das atividades desenvolvidas pelos
trabalhadores, diante dos objetivos exigidos e dos meios que lhe são colocados à disposição.
Você deverá realizar uma descrição mais detalhada possível da atividade de trabalho. Trata-
se de um aprendizado prático. Com o tempo você ampliará “o seu olhar”, ou seja, passará a
avaliar uma situação de trabalho sob o ponto de vista da atividade. Nas próximas unidades
apresentaremos uma série de ferramentas e métodos que irão auxiliá-lo nesta fase de
aprendizado. Portanto, não deixe de testar na prática as ferramentas sugeridas, pois
somente desta maneira você irá absorver o conteúdo proposto.
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Fórum 1: A prática em ergonomia
2. Caso você já tenha tido alguma experiência na área discuta como a prática em
ergonomia modificou os seus conhecimentos teóricos?
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U NIDADE 4
Técnicas utilizadas na análise do trabalho
Objetivo: Aprofundar a discussão sobre os tipos de técnicas e métodos que podem ser
utilizados durante a análise do trabalho.
Wisner (1995) explica que nesta etapa devem ser analisados as posturas, ações, gestos,
comunicações, direção do olhar, movimentos, verbalizações, raciocínios, estratégias, formas
de resolução dos problemas, modos operatórios ou quaisquer tipos de atividades motoras ou
mentais exigidas para a execução do trabalho.
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É fundamental confrontar os dados obtidos através dos conhecimentos científicos com as
diferentes interpretações existentes no ambiente organizacional sobre a situação de trabalho
pesquisada.
Fragmento do texto
Técnicas
Deve-se considerar que essas técnicas são aplicadas segundo um plano preestabelecido de
intervenção em campo, com um dimensionamento da amostra a ser considerado em função
dos problemas abordados.
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Métodos
1. Métodos diretos
a. Observação
É o método mais utilizado em Ergonomia, pois permite abordar de maneira global a atividade
no trabalho. A partir da estruturação das grandes classes de problemas a serem observados,
o Ergonomista dirige suas observações e faz uma filtragem seletiva das informações
disponíveis.
b. Observação assistida
Inicialmente considera-se uma ficha de observação, construída a partir de uma primeira fase
de observação "aberta". A utilização de uma ficha de registro permite tratar estatisticamente
os dados recolhidos; as frequências de utilização, as transições entre atividades, a evolução
temporal das atividades.
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Alguns indicadores podem ser observados para melhor estudo da situação de trabalho
(postura, exploração visual, deslocamentos etc).
c. Direção do olhar
A posição da cabeça e orientação dos olhos do indivíduo permitam inferir para onde esse
está olhando. O registro da direção do olhar é amplamente utilizado em Ergonomia para
apreciação das fontes de informações utilizadas pelos operadores. As observações da
direção do olhar podem ser utilizadas como indicador da solicitação visual da tarefa. O
número e a frequência das informações observadas em um painel de controle na troca de
petróleo em uma refinaria, por exemplo, indicam as estratégias que estão sendo utilizadas
pelos operadores na detecção de presença de água no petróleo, para planejar sua ação
futura.
d. Comunicações
A troca de informação entre indivíduos no trabalho pode ter diversas formas: verbais, por
intermédio de telefones, documentais e através de gestos. O conteúdo das informações
trocadas tem se revelado como grande fonte entre operadores, esclarecedora da
aprendizagem no trabalho, da competência das pessoas, da importância e contribuição do
conhecimento diferenciado de cada um na resolução de incidentes.
e. Posturas
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visualmente. A postura é influenciada pelas características antropométricas do operador e
características formais e dimensionais dos postos de trabalho. No trabalho em salas de
controle, a postura é condicionada à oscilação do volume de trabalho. Em períodos
monótonos a alternância postural servirá como escape à monotonia e reduzirá a fadiga do
operador. Em períodos perturbados a postura será condicionada pela exploração visual que
passa a ser o pivô da atividade. Os segmentos corporais acompanharão a exploração visual
e executarão os gestos.
f. Estudo de traços
Os dados levantados em diferentes fases do trabalho podem dar indicação sobre os custos
humanos no trabalho, mas, entretanto, não conseguem explicar o processo cognitivo
necessário à execução da atividade. O estudo de traços pode ser considerado como
complemento e é usado, com frequência, nas primeiras fases da análise do trabalho. O
estudo de traços pode ser fundamental no quadro metodológico para análise dos erros.
2. Métodos subjetivos
Deve-se ressaltar que com o questionário se obtém as opiniões, as atitudes em relação aos
objetos, e que elas não permitem acesso ao comportamento real.
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Segundo PAVARD e VLADIS (1985), o questionário é um método fácil e se presta ao
tratamento estatístico, e, se corretamente utilizado, permite coletar certo número de
informações pertinentes para o Ergonomista.
a. Tabelas de avaliação
Esse tipo de questionário permite aos operadores avaliarem, eles mesmos, o sistema que
utilizam. O objetivo é apontar os pontos fracos e fortes dos produtos. No caso de avaliação
de programas, uma tabela de avaliação deve cobrir os aspectos funcionais e
conversacionais.
A entrevista pode ser consecutiva à realização da tarefa (pede-se ao operador para explicar
o que ele faz, como ele faz e por que).
A análise se concentra nas questões sobre a natureza dos dados levantados, sobre as
razões que motivaram certas decisões e sobre as estratégias utilizadas.
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Dessa maneira o Ergonomista revela a significação que os operadores têm do seu próprio
comportamento. As verbalizações devem ser aplicadas com cuidado e de maneira a não
alterar a atividade real de trabalho.
Estudo complementar 1:
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U NIDADE 5
Dinâmica da entrevista e observação na ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO. AET
Fragmento do texto
Nessas circunstâncias, o que de fato se consegue obter são “opiniões”, sem que se possa
estabelecer uma relação efetiva com as experiências efetivamente vividas e pensadas dos
atores sociais. É verdade que as técnicas de análise do discurso, aplicadas aos resultados
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das entrevistas, podem revelar ambiguidades e contradições interessantes, mas é impossível
ainda relacioná-los à vida efetiva ou simplesmente atribuí-los à artificialidade da situação em
que foi colocado o entrevistado. De qualquer forma, fica-se preso ao discurso dos
trabalhadores sem poder explicar em bases mais objetivas seu significado.
Vimos que a natureza mesma das atividades práticas inviabiliza um recurso direto à
consciência dos atores, na medida em que grande parte da atividade é regulada de forma
subconsciente. A AET, ao fornecer uma descrição objetiva do comportamento, permite
introduzir um termo mediador no processo de pesquisa, ao conduzir a entrevista com o
trabalhador a partir do que se sabe sobre sua própria atividade: o discurso sobre o trabalho é
assim mediado pelos traços objetivos da atividade.
Porém, não é possível explicar o sentido da ação de “fora”, sendo, portanto necessário
explicitar os motivos e razões dos indivíduos, o que não pode ser feito sem recorrer à fala
dos próprios atores, em última instância, aqueles que podem validar as interpretações
propostas. O discurso deve, porém, tomar por objeto o seu próprio comportamento e não
diretamente os motivos e razões. Este processo iterativo configura o que se denomina de
entrevista em autoconfrontação (ACF).
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Autoconfrontação (ACF)
1º Nível de Autoconfrontação
Esta forma de entrevista não é natural, ao contrário, é contra-intuitiva, pois na vida cotidiana
temos tendência a buscar imediatamente o sentido dos atos, indagando diretamente sobre o
porquê das coisas (em nossa terminologia, saltamos diretamente para o segundo nível da
entrevista). Existem alguns “macetes” que podem ajudar a direcionar a entrevista para o nível
mais imediato do comportamento. Para preservar o caráter contextualizado do
comportamento, deve-se manter o verbo no presente (quando se pode interromper o sujeito
para questioná-lo) ou no passado quando nos referimos a algo já ocorrido, mas que foi
registrado e reapresentado ao trabalhador. Neste momento da entrevista, procura-se remeter
ao sujeito o seu comportamento tal como foi observado, com perguntas do tipo:
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- como você soube que deveria fazer aquilo? O que observou? Em qual momento? Como
você escolheu?
Num segundo momento é possível então formular perguntas mais genéricas de forma a
explorar mais exaustivamente as regras implícitas do sujeito observado em outras situações
e as alternativas de ação. Assim pode-se perguntar:
- por que você não fez daquele outro jeito (previsto ou já observado)?
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Este 1º nível de ACF permite obter os seguintes resultados:
2º Nível de Autoconfrontação
A imbricação dessas duas fases de autoconfrontação justifica que sejam explicitados num só
momento, pois são de fato inseparáveis, o que se manifesta até mesmo na ambiguidade das
palavras “motivo” e “intenção”, carregadas de sentidos éticos e cognitivos. (Cf. Giddens,
1987; Lima, 1994). Pode-se constatar esta imbricação em nosso comportamento cotidiano:
quando, diante de um ato que desaprovamos, perguntamos à pessoa: como você fez isso?
Ou aonde você pensa que vai? Ou ainda o quê você está fazendo? Trata-se, em verdade, de
questões sobre as razões ou motivações da ação e não, como poderia levar a pensar o uso
dessas conjunções interrogativas.
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Neste segundo nível de autoconfrontação, que comporta duas fases de análise, as perguntas
serão do tipo: para que? A fim de quê? Por quê?.
- para quê?
Outro nível ou fase de análise servirá para explorar a orientação axiológica da ação, isto é,
que valores, normas e regras de natureza ética interferem na realização do trabalho. Trata-se
não da “ética do trabalho”, tal como descrita por Weber, quando tenta explicar o
comportamento do capitalista em função de valores religiosos incorporados no trabalho, mas
de valores que, de uma forma ou de outra, se tornaram imanentes à atividade dos
trabalhadores (Lima, 1993 e 1995).
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contrário, na relação negativa com um trabalho desqualificado, com colegas; com o produto
ou usuário.
Esta relação “negativa” não é um julgamento de valor por parte do ergonomista: é um fato
vivido e real da atividade de várias pessoas (talvez mesmo a maioria delas). No entanto o
inverso também está presente nas situações de trabalho, isto é, valores éticos positivos. Em
relação à saúde psicofisiológica, esta relação “negativa” é até mais benéfica, preservando o
trabalhador de uma implicação excessiva no trabalho, tal como ocorre frequentemente com
os portadores de LER. De qualquer forma, podem servir para orientar o diagnóstico e a
transformação das situações de trabalho uma vez que se constituem, ainda que seja pela
“recusa em se envolver demasiadamente”, em comportamentos adequados à preservação
da saúde.
Tudo isto mostra que a regulação da atividade, sua organização dinâmica, é algo complexo e
contraditório que só pode ser compreendida em situação e respeitando-se as especificidades
individuais. Aos indivíduos, mais ou menos coletivamente, cabe a arbitragem entre as metas
fixadas e os interesses e valores conflitantes, o que vai definir certa forma de utilização de
seu corpo, tempo e capacidades, isto é, uma “utilização de si por si mesmo”, mediadas pelas
relações sociais e por sua própria atividade e autoimagem.
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Dica 2: Se você desejar conhecer mais autores que utilizam as entrevistas de
autoconfrontação e casos práticos de aplicação, leia os seguintes artigos:
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U NIDADE 6
Análise cinesiológica e biomecânica
Abrir a caixa, pegar objeto ao lado/chão, transportar o objeto, colocar o objeto na caixa e
fechar a caixa.
Para cada tarefa você deverá realizar uma análise completa abrangendo:
Medição de esforços.
Tipos de pega.
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Tipos de ferramentas utilizadas.
É preciso conhecer os limites de movimentação das partes do corpo mais solicitadas durante
a realização da tarefa, tanto para a concepção dos maquinários, instrumentos e localização
dos mesmos, quanto para a realização da análise da atividade. Desta maneira, o
ergonomista poderá intervir para minimizar os constrangimentos que o homem sofre durante
o desenvolvimento de seu trabalho. Os postos de trabalho devem ser projetados com espaço
suficiente para que o operador possa realizar seus movimentos de maneira fácil e segura
para melhor desempenho de suas atividades, permitindo a alternância de posturas e a
manutenção de movimentos neutros e confortáveis.
Guérin et al. (2001, p.152) afirmam que as posturas constituem “um indicador complexo da
atividade e dos constrangimentos que pesam sobre ela”. Sendo também um objeto de estudo
em si, na medida em que são fontes de fadiga e podem gerar doenças músculo-esqueléticas.
Segundo os autores, vários tipos de hipóteses podem ser associados à observação de
posturas, como: se o trabalhador é levado a assumir frequentemente, ou por longo tempo,
posturas desconfortáveis; se os constrangimentos que pesam sobre o operador reduzem
suas possibilidades de mudança de postura; se a evolução da atividade das posturas
adotadas durante o dia revela um desconforto crescente ligado à fadiga; se as modificações
de postura revelam dificuldades particulares ligadas à execução da tarefa.
Alguns autores associaram a ADM segundo o tempo nas diversas posições. Couto (1996),
por exemplo, procura categorizar os movimentos dos membros superiores (Figura 3 –
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Ombros e Cotovelos e Figura 4 – Antebraços e Punhos) de acordo com a frequência
aceitável de cada movimento durante a atividade de trabalho.
Figura 3
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Figura 4
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Marise et al. (2008) cita os trabalhos de Roberto Verdussen (1978) e Susan Hall (1993) sobre
os movimentos mais solicitados durante o trabalho realizado em plantas fabris, sendo eles:
Para uma melhor configuração dos postos de trabalho, deve-se incluir na observação da
tarefa o alcance dos braços, pois o mesmo é muito importante para que o trabalhador evite
constrangimentos ao flexionar ou torcer o tronco. Os objetos a serem manipulados devem
estar localizados o mais próximo possível do trabalhador, para que sejam evitados os
movimentos não produtivos que causam fadiga e perda de tempo, na execução da tarefa. As
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ferramentas e os demais objetos auxiliares utilizados devem estar localizados na área normal
de trabalho e na sequência normal de uso para evitar movimentos além de sua amplitude
normal. As estações de trabalho devem ser projetadas de forma que o trabalhador possa
utilizar a força gravitacional sempre que possível e distribuir as atividades para os dois
membros superiores, de forma simétrica.
A localização dos controles e comandos deve ser projetada de forma a permitir que os
braços os alcancem, dentro de seu raio normal de ação, sem que o operador precise curvar
o dorso ou deslocar o corpo. Isto significaria maior fadiga e mais tempo na execução de uma
tarefa. Todos os movimentos acima da altura dos ombros devem ser modificados.
Num setor de trabalho idealmente projetado, o operário não deveria precisar movimentar
mais que os antebraços, o que representaria um mínimo de movimentos, isto é, menos
fadiga e maior rendimento. Naturalmente, esta é uma situação desejável, nem sempre
possível de ser obtida.
As mãos são partes do corpo mais solicitadas tanto no acionamento e controle de máquinas
e equipamentos como na utilização de ferramentas e instrumentos, os mais variados. Desta
forma, o projeto de comandos e controles, bem como o desenho das ferramentas e
instrumentos devem considerar as características e limitações dos movimentos das mãos, a
fim de que o operador possa usá-las de maneira natural, realizando movimentos simples.
Flexão do punho consiste na aproximação da face palmar da mão à face anterior do
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antebraço. Extensão é o retorno à posição anatômica e, na hipertensão, a superfície dorsal
da mão aproxima-se da face posterior do antebraço. .
Considerando podermos exercer muito mais força com as pernas do que com os braços, ou
a necessidade de liberar as mãos para outras ações, muito comumente são projetados
comandos a serem acionados pelos pés. Assim, é conveniente conhecermos também as
limitações para uma movimentação natural das pernas. Considerando os limites de
movimentação das pernas, o espaço de ação dos pés deve ser projetado para que os
movimentos sejam realizados com delicadeza e a menor força possível.
Movimentação da pelve:
A pelve pode ser movida nos três planos. Os movimentos no plano sagital são chamados
inclinação anterior e posterior. O movimento no plano frontal é conhecido como inclinação
lateral para a direita ou para a esquerda, de acordo com o lado para o qual a pelve se
desloca. Pode ocorrer também rotação da pelve no plano transverso, como observado
durante a marcha ou a corrida.
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Movimentação do tornozelo:
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U NIDADE 7
Instrumentos de investigação
Nesta unidade discutiremos como, quando e de que maneira você deve empregar recursos
eletrônicos para capturar som e imagens durante a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
Em todas as etapas da AET você poderá utilizar recursos de diferentes mídias (áudio, vídeo,
fotografias, textos, animação). Estes recursos podem enriquecer a utilização de ferramentas
ergonômicas mais simples como os check lists (listas de verificação) e modelos
biomecânicos.
A imagem por si só não representa a realidade, por isso a ergonomia vale-se das entrevistas
em autoconfrontação. A esse respeito Cunha et al. (2006) afirmam que a imagem apenas
permite, no entanto, ler uma das dimensões da atividade: à semelhança de um iceberg, a
imagem apenas mostra a parte “emersa”, visível da atividade. Para descobrir os sentidos e
significados das estratégias postas em prática, é preciso aceder aos trabalhadores, que nos
explicitam os motivos e as opções que os guiam.
Ainda segundo os autores, “uma das aplicações mais frequentes da imagem consiste na sua
utilização para o desenvolvimento de entrevistas com os trabalhadores, favorecendo a
recolha das suas apreciações e comentários emitidos face às estratégias que desenvolvem
na atividade. As imagens contribuem para uma reflexão e um questionamento sobre os
modos operatórios desenvolvidos em determinadas condições de trabalho, considerando que
os saberes-fazeres dos trabalhadores nem sempre são conscientes, o que acaba por
dificultar a sua verbalização através de um simples questionamento direto” (p.25)
Cunha et al. (2006, p.25) relatam que “o confronto dos trabalhadores com as imagens do
próprio exercício da atividade permite ainda desencadear o debate sobre os acontecimentos
ou sequências que consideram mais significativas e contribui para atribuir um outro valor à
palavra: um valor demonstrativo (idem) da eventualidade de considerar outras opções em
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termos de organização do trabalho, propostas a partir da experiência concreta dos
trabalhadores. O filme pode então contribuir para o processo de transformação das situações
de trabalho ao desencadear a produção de conhecimentos fundamentais para a proposta de
novas soluções, de medidas preventivas, de modificações ao nível da organização do
trabalho. A partir da filmagem podem ser colocados em evidência os elementos concretos,
tangíveis, demonstrativos da atividade, que funcionarão como argumentos base, úteis para a
modificação das situações de trabalho”.
Etapas
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Realizar tomadas de no mínimo 10 minutos para trabalhos contínuos e filmar 4 a 6
ciclos se a tarefa é cíclica;
Utilizar-se do zoom somente quando necessário (para análise mais fina da articulação)
mesmo assim, realizar a tomada das duas articulações próximas (exemplo se você
quer analisar os movimentos do cotovelo deve filmar também ombro e punho no
mesmo plano).
Filmar em todos os planos, inclusive uma tomada da visão lateral direita e outra
tomada da visão lateral esquerda.
Autorização
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Tudo deverá transcorrer sem qualquer tipo de coerção que impeça a livre decisão dos
trabalhadores, que devem possuir o benefício de se recusar a participar ou de revogar a sua
participação a qualquer momento. Infelizmente, o que vemos com maior frequência é o
ergonomista ou o comitê de ergonomia “convocar” o trabalhador.
Plano lateral
Flexão/extensão de pescoço
Inclinação frontal
Flexão/extensão
Mão
Plano anterior/posterior
Antebraço
Pronação/supinação do antebraço
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Ombro (membro superior e tronco)
Abdução de ombro
Plano superior
Ombro
Pescoço
Rotação de pescoço
Tronco
Rotação de tronco
Punho
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Atividade Optativa 1: Não existem artigos brasileiros que abordem o uso de recursos
multimídia e as entrevistas em autoconfrontação. O artigo mais amplo sobre o assunto foi
desenvolvidos por pesquisadores portugueses. Disponível no endereço:
http://repositorio.up.pt/jspui/bitstream/10216/5462/2/Instrumentos%20de%20investiga%C3%
A7%C3%A3o%20luz%20c%C3%A2mara%20ac%C3%A7%C3%A3o%20orienta%C3%A7%C
3%B5es%20para%20a%20filmagem%20da%20actividade%20real%20de%20trabalho.pdf
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U NIDADE 8
A crítica aos check lists
Nas próximas unidades você aprenderá como utilizar uma série de check lists e protocolos
de avaliação. Antes de aprender cada tipo de ferramenta existente é importante discutirmos a
ineficácia e os limites existentes de basearmos a ação ergonômica apenas neste tipo de
ferramenta.
Os check lists e demais ferramentas “prontas” devem ser utilizadas pelo ergonomista ou
pelos membros do comitê ergonômico apenas como parte de uma análise mais ampla.
De acordo com Menegon et al (2002, p.5), “os check lists correspondem a uma primeira
aproximação para o encaminhamento posterior de avaliações posteriores mais detalhadas”.
Os autores relatam que os “protocolos de avaliação também são bastante difundidos.
Normalmente são direcionados para seguimentos corporais específicos.
O OWAS aplica-se para avaliações posturais gerais, o RULA para avaliações dos membros
superiores e o aplica-se aos membros superiores e o MOORE & GARG é centrado nos
segmento mão e punho. Via de regra, os protocolos que se propõem quantificar riscos,
apresentam escalas de medida, visando estabelecer o grau de risco da situação avaliada.
Questionam se os protocolos e check lists podem ajudar a estabelecer a resposta para a
questão acerca da probabilidade da sua ocorrência e sua severidade.
Segundo eles, a resposta é não, pois “quanto mais refinado é um protocolo, mais específico
ele se torna, isolando uma variável e detalhando a sua análise, pouco ou nada nos dizendo
sobre o global da situação. A dificuldade fundamental é que por mais detalhado que seja o
instrumento de avaliação de risco, a situação é uma só e os condicionantes não atuam de
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forma independente. No caso das DORT em específico, a multicausalidade e a
interdependência dos fatores indica que o determinante está na situação e não num fator
específico”.
Iremos trabalhar com fragmentos do texto “Os riscos da normatização em ergonomia: estudo
de uma avaliação baseada estritamente em “check lists”. Escrito por Bouyer (2003), o texto
discute os riscos de normatização em ergonomia. O autor verificou, no caso estudado, que
essas avaliações não correspondem à realidade concreta do trabalho realizado, gerando
contradições materializadas em laudos equivocados que põem em risco a saúde de quem
trabalha.
Fragmento do Texto
A caracterização de uma tarefa como “segura” ou “insegura” não é algo inerente apenas aos
aspectos biomecânicos do posto tomado isoladamente das questões postas pela
organização real do trabalho. Não se pode dizer que uma tarefa é “segura” ou que “não
oferece riscos ergonômicos” sem que se considerem as relações que se estabelecem para
além daquelas existentes entre o posto e o corpo do trabalhador; sem que se considere o
contexto; sem que se considere a complexidade das situações em que o trabalho real se
desenvolve; sem que se considere a subjetividade dos próprios trabalhadores e a forma
como eles experienciam as tarefas; sem que se considerem as exigências a que estão
submetidos; sem que se considere a temporalidade da atividade, o grau de autonomia (ou
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mesmo a inexistência dela), os controles exercidos sobre a força de trabalho, as avaliações
de desempenho e de produtividade e seus efeitos sobre os modos operatórios e regulações;
sem que se considere o fino tecido da intersubjetividade; sem que se considere os reflexos
que surgem na vida extra-trabalho em decorrência da patogenia implícita na própria
organização do trabalho, negligenciada pelas avaliações superficialistas; sem que se
considere o caráter mediado da atividade; sem que se considerem os seres humanos que
trabalham em sua totalidade biopsíquica complexa; sem que se considere a dimensão
psicossocial que permeia o trabalho realizado na fábrica.
Não é nenhuma novidade que a contradição entre capital e trabalho inserida na produção de
empresas como essa acabe se materializando nos corpos e mentes daqueles que integram a
sua “mão-de-obra”, na forma de problemas de saúde que vão desde reflexos negativos que
se estendem para a vida extra-trabalho (LE GUILLANT, L. & BÈGOIN, J., 1987; DEJOURS,
1987) até as LER, lesões por esforços repetitivos (LIMA, 1998).
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força de trabalho submetida ao rigor excessivo dos mecanismos tradicionais de controle
minucioso do trabalho e impedida de exercer qualquer autonomia, mesmo no tocante ao
rearranjo dos modos operatórios ou ao “uso de si mesmo” (SCHWARTZ, 1998) no trabalho.
Ora, mas estamos, então, diante de uma grave ironia gerada pelo desconhecimento, por
parte do “comitê ergonômico” da empresa, dos fundamentos teóricos, epistemológicos e
práticos da real Ciência do Trabalho. A Ergonomia (pasmem...) não é normativa (LIMA,
2000). Quando utilizados para definição de normas de comportamento, os resultados dessas
“avaliações” estão sendo empregados de forma incorreta, quando poderiam ser utilizados
para iniciar um diagnóstico ou questionar um problema que deva ser melhor explicado.
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Os exemplos de recomendações normativas do tipo “utilizar a postura correta
para...”encontrados no meio estudado são vários. Carregar grandes baldes, cheios de
substâncias químicas, para despejá-las em um tanque, cuja borda superior situa-se a uma
altura que exige que os braços ultrapassem o nível dos ombros, é uma tarefa feita por um
único trabalhador. Logo, não há alguém disponível para ajudar a dividir o peso e facilitar a
provável manutenção de uma “postura correta”. Além disso, alguns baldes não possuem
alças; são objetos cujo próprio formato dificulta uma definição da forma correta de se pegar,
de se virar no tanque, de se manipular quando cheio de um líquido nocivo e com risco de
derramamento por qualquer oscilação. Some-se a isso o fato de que essas manobras devem
ser feitas sob uma exigência de tempo rigorosamente acompanhada segundo os mesmos
princípios de tempos e movimentos já tão conhecidos desde Taylor, com vistas a manter a
produtividade exigida. Os trabalhadores estudados têm pressa em virar vários baldes por
conta das cobranças a que estão submetidos.
Quanto aos gestos, pode o diretor de cinema estudá-los, analisá-los sob diferentes ângulos,
escolher as melhores posições e movimentos dos membros do ator, etc. O resultado é visível
na tela, em que as imagens trazem, de forma objetiva, aquilo que era pertencente apenas ao
campo das idealizações do diretor. Tanto o médico e o fisioterapeuta quanto o diretor de
cinema possuem algo em comum: podem idealizar os melhores movimentos, as melhores
posturas, as formas que julgam mais adequadas para o alcance dos objetivos a que se
propõem. Entretanto, ambos lidam com situações fictícias e fantasiosas, muito diferentes da
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dinâmica e da complexidade das situações reais de trabalho, pautadas por exigências
severas de ritmo e que, muito diferente daquilo que idealizam os médicos, fisioterapeutas e
diretores de cinema, ocorrem sob o açoite do controle excessivo do capital sobre o trabalho.
O risco de criar normas que não garantem a saúde dos trabalhadores (conforme verificamos
no presente estudo) está, justamente, em tomar apenas esses aspectos biomecânicos,
idealistas, de forma isolada. Ou seja, uma avaliação que considera apenas o corpo humano
como uma máquina funcionando fora de qualquer contexto e de seu conjunto de regulações.
O corpo adquire uma conotação quixotesca, como se existindo em um mundo à parte, em
que os gestos surgem como peças de um saber que se completa a si próprio, livre de
mediações do mundo real. Descarta-se, assim, o caráter mediado da atividade, seus
aspectos sociais e toda a complexidade biopsíquica e psicossocial inerente ao ser humano
que trabalha, o qual não pode ser reduzido a “um corpo que realiza movimentos mecânicos”.
Com base nas “análises” tiradas de manuais prescritivos repletos de “check lists”, reificações
essas que não podem adentrar no real do trabalho (DEJOURS, 1997), o comitê de
ergonomia e a gerência da empresa criaram as chamadas “normas ergonômicas”, que
padronizaram posturas, gestos, ritmos, intervalos e até mesmo o biótipo de trabalhador
adequado para cada posto de trabalho. Ao final desta “enciclopédia ergonômica”, surgem os
levantamentos ergonômicos que, em muitos dos casos estudados, acabam por concluir que
“a tarefa é segura, não oferecendo riscos biomecânicos significativos”.
“Quando saio daqui, meu cotovelo direito parece que fica dando choque mesmo estando sem
fazer nada. Tem dias que, antes de dormir, ponho bolsa de água quente para aliviar. O
problema não é só o cotovelo, mas parece que sobe até no ombro. [...] O meu ombro e
pescoço fica duro, parece que alguma coisa lá dentro está repuxando, rígida mesmo. Eu
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deixo a água do chuveiro cair bem quente, mas até no outro dia de manhã, quando eu
acordo pra ir pra fábrica, ainda está meio duro” (Operário).
Portanto, não caia na tentação! Isso mesmo! Não busque soluções rápidas, de mercado e já
prontas! Nenhuma situação é semelhante a outra. Para entender a realidade é preciso
compreender a atividade de trabalho e entender as diferentes racionalidades envolvidas.
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Estudo Complementar 2:
Leia a versão completa do texto “Os riscos da normatização em ergonomia: estudo de uma
avaliação baseada estritamente em “check lists” encontra-se disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0408_0721.pdf
Boa leitura!
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Fórum 2: Por trás da aparência, adentrando a essência da produção, a “salutar ginástica”
mostra-se, na realidade, como mais um artifício que mascara a essência do problema
localizada na patogenia da organização real do trabalho.
Por exemplo, no youtube, você pode ver um vídeo de um profissional de saúde realizando
ginástica laboral com os trabalhadores da cana-de-açúcar e as “maravilhas” obtidas segundo
a reportagem. Vídeo 01 ( Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=GCjQE8xs_Ak).
Com certeza, a ginástica laboral tem sua contribuição quando aplicada a trabalhadores
sedentários, de escritório, ou quando utilizada para “aquecer” o corpo do trabalhador antes
do início da jornada de trabalho evitando o risco de lesões agudas. Entretanto, vivemos hoje
“a moda da ginástica laboral”.
1. Por que apesar de atuar sobre o sujeito, a ginástica laboral se expande como o rótulo de
solução preventiva para as LER/DORT?
3. Por que os trabalhadores são em muitos casos obrigados a realizar a ginástica laboral?
4. Se você trabalha numa empresa que emprega a ginástica laboral discuta qual é o
discurso empresarial e qual é a realidade?
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U NIDADE 9
Check lists para trabalho sobre bancadas
Objetivo: Conhecer um check list para avaliação geral das condições ergonômicas e um
check list para condições biomecânicas.
Nesta unidade apresentaremos dois checK lists desenvolvidos por Couto (1995).
Do ponto de vista da ergonomia francesa (abordagem empregada neste curso) os check lists
são sempre insuficientes porque não contemplam as determinações sociais, desconsideram
a ação individual e coletiva dos trabalhadores, não apreendem os complexos mecanismos de
evitação de riscos, desconsideram a opinião dos trabalhadores e demais racionalidades
envolvidas e não permitem a associação de fatores.
O próprio autor que propõe o uso destas ferramentas explica que estes check lists são uma
classificação grosseira, podendo apenas auxiliar para uma análise rápida da condição geral
de um posto de trabalho. Ou seja, mesmo os Ergonomistas de origem americana admitem a
fragilidade de tal abordagem quando aplicada isoladamente.
Você deve estar se perguntando então por que você deve aprender a utilizar tais
ferramentas? Primeiro, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo discutido nos módulos
“Introdução à ergonomia”, “Biomecânica Ocupacional” e “Aspectos Sociais, Saúde e
Produtividade”.
Segundo, a partir da aplicação dos check lists você terá um primeiro contato com o campo.
E, por último, o mais importante, elas fazem parte do aprendizado da Ergonomia, mesmo que
não sejam eficazes quando aplicadas, a prática irá ajudá-lo a fixar conceitos e orientará o
seu “olhar” para uma nova forma de analisar o trabalho: sob o ponto de vista da ergonomia.
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Check list para Avaliação Geral
8 – Tem-se que fazer esforços musculares fortes com a coluna ou outra parte do corpo?
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Não (0) Sim (1)
Critério de interpretação
O próximo check list também é proposto por Couto (1995, p.161) para avaliação simplificada
das condições biomecânicas do posto de trabalho.
Siga as mesmas etapas do chek list anterior. Primeiro, responda a quatorze perguntas, em
seguida some a pontuação e, por último, classifique segundo os critérios.
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2. A bancada ou máquina tem regulagem de altura de forma a possibilitar ao trabalhador
adequar a altura do posto de trabalho à sua?
3. Tem-se que sustentar pesos com os membros superiores para evitar seu deslocamento
seja na vertical seja na horizontal?
4. Tem-se que apertar pedais estando de pé, em frequência maior que 3 vezes por minuto?
6. O trabalho exige ficar parado na posição de pé durante grande parte do tempo (mais que
60%)?
9. O corpo trabalha no eixo vertical natural, ou em ângulo de 100 graus entre as coxas e o
tronco (no caso de trabalho sentado?)
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11. Fica-se de pé, parado, durante a maior parte da jornada?
13. Existem pequenas contrações estáticas, porém por muito tempo (por exemplo, pescoço
excessivamente estendido, braços suspensos, sustentação dos antebraços pelos braços,
falta de apoio para os antebraços?)
Critério de Interpretação
Observação:
Se você encontrar inicialmente dificuldades para avaliar a carga estática, procure lembrar as
principais situações de esforços estáticos mais comuns no trabalho. De acordo com o próprio
autor que criou estes check lists (Couto 1995), são exemplos de posturas estáticas:
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Trabalhar com o corpo fora do eixo vertical natural;
Trabalhar sentado, porém sem utilizar o apoio para o dorso, sustentando o tronco
através de esforço estático dos músculos das costas;
Trabalhar sem apoio para os antebraços, e tendo que sustentá-los pela ação dos
músculos dos braços;
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.
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Atividade optativa 2:
Leia os check lists e procure entender cada pergunta. Caso tenha alguma dúvida sobre
determinados conceitos você encontrará explicações detalhadas no módulo “Biomecânica
Ocupacional”, além disso você pode e deve tirar todas as suas dúvidas com o Tutor antes de
ir a campo.
É importante este primeiro contato com uma situação de trabalho, pois além de recordar os
conceitos apreendidos nos módulos anteriores você poderá vivenciar na prática a realidade
de um ambiente de trabalho. Procure observar uma situação de trabalho em bancadas e
responda as perguntas propostas pelos dois check lists e aponte o resultado final.
Não se esqueça de explicar à pessoa que será observada que se trata de trabalho
acadêmico. É fundamental que a participação do trabalhador seja livre, voluntária e
consciente. Lembre-se de que não pode existir qualquer tipo de coação e que o trabalhador
pode revogar sua participação a qualquer momento.
Em seguida, deixe de lado os check list realizados e tente observar novamente a situação de
trabalho. Anote com suas próprias palavras o que você observa. Durante esta atividade não
mantenha contato com o observado, pois se trata de um exercício inicial, um primeiro
contato. Todo o trabalho deve ser feito a partir das interpretações e observações. Evite,
durante a observação, fazer comentários ou sugestões ao observado.
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U NIDADE 10
Check lists para distúrbios músculo-esqueléticos
Objetivo: Aplicar um check list para avaliação do risco de lesão dos membros superiores.
O autor sugere a filmagem em vídeo dos diversos ciclos para que a análise seja realizada a
partir da filmagem. Recursos como “pause” e “stop” podem ajudá-lo a avaliar os fatores,
principalmente quando você ainda não domina as posturas e conceitos utilizados.
Sobrecarga física
1 – O trabalho pode ser feito sem que haja contato da mão ou do punho ou dos tecidos
moles com alguma quina viva de objeto ou ferramenta?
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Não (0) Sim (1)
3 – Quando usado para apertar botões, teclas ou componentes, para montar ou inserir, ou
para exercer compressão digital, a força de compressão exercida pelos dedos ou pela mão é
pequena?
Postura
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Não (0) Sim (1)
6 – A tarefa pode ser exercida sem a elevação dos braços ou abdução dos ombros?
Posto de trabalho
Não (0) Sim (1) Desnecessária a regulagem de inclinação e posição dos objetos (1)
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Repetitividade
Para esforços em pinça: o cabo não é muito fino nem muito grosso, e permite boa
estabilidade da pega?
4 – No caso da ferramenta pesar mais que 1 Kg, a mesma encontra-se suspensa ou por
balancim?
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Critério de interpretação
Dica 4: Observe atentamente a pontuação, pois em alguns casos a resposta negativa será
pontuada.
Para refletir 3: Após a leitura do check list reflita de acordo com o conteúdo discutido nos
módulos anteriores quais fatores desencadeadores de tenossinovite e LTC são ignorados
pelo check list acima?
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Atividade Dissertativa 1
Aplique o check list em uma atividade que requeira trabalho manual ou de precisão. Em
seguida, observe a situação escolhida. Baseado nas suas observações elabore algumas
perguntas ao trabalhador sobre cada um dos grandes itens abordados (sobrecarga física,
força com as mãos, postura, posto de trabalho, repetitividade e ferramentas de trabalho).
As perguntas abaixo são apenas ilustrativas. Você deve elaborar suas próprias perguntas de
acordo com a realidade observada.
Exemplos:
Pergunte ao operador:
Sobrecarga física
e) ____________________________________
b) ____________________________________
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Postura
a) _____________________________________
b) _____________________________________
Posto de Trabalho
a) _____________________________________
b) _____________________________________
Repetitividade
a) _____________________________________
b) _____________________________________
Ferramentas de trabalho
a) _____________________________________
b) _____________________________________
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U NIDADE 11
EWA – Ergonomic Workplace Analysis
Nesta unidade e nas próximas, você conhecerá e aplicará uma série de ferramentas e check
lists que podem auxiliá-lo a entender a tarefa. Portanto, você pode utilizá-los nas primeiras
etapas da Análise Ergonômica do Trabalho (AET), especificamente na etapa de Análise da
Tarefa.
Segundo Sato e Coury (2005, p.356), “há muitas ferramentas disponíveis para a avaliação do
risco no trabalho, algumas se concentram na avaliação das posturas e outras incluem
manuseio de cargas e fatores ambientais. No entanto, a maioria delas não inclui alguns
fatores de risco importantes como: pressão sobre estruturas corporais, aceleração, vibração
e temperatura. Ainda, muitos métodos fazem a descrição da postura de segmentos corporais
restritos ou de forma muito genérica”.
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1. Espaço de trabalho
Área horizontal, alturas de trabalho, distância visual, espaço para as pernas, assento,
ferramentas manuais e outros equipamentos.
3. Levantamento de cargas
5. Risco de acidente
6. Conteúdo de trabalho
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7. Restrições no trabalho
9. Tomada de decisões
10. Repetitividade
11. Atenção
Todo o cuidado e observação que um trabalhador deve dar para seu trabalho, instrumentos,
máquinas, visores e processos.
12. Iluminação
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13. Ambiente térmico
14. Ruído
O EWA questiona os colaboradores sobre as suas opiniões quanto a cada um destes itens.
O questionário apresenta duas notas: uma atribuída pelo ergonomista e outra pelos
trabalhadores.
Áreas de risco são identificadas a partir da combinação do julgamento de cada item pelo
ergonomista e pelos trabalhadores. Os critérios de julgamento do trabalhador são:
Comece agora!
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Atividade Dissertativa 2
Leia cuidadosamente a versão do EWA traduzida pelo grupo Simucad. Disponível em:
http://www.simucad.dep.ufscar.br/110345_Ergonomia_graduacao_1_2008/ewa.pdf
Imprima o EWA e leia novamente procurando fixar os novos conceitos. Em seguida, defina e
delimite a tarefa a ser pesquisada. Vencida esta etapa, vá a campo! Só assim você
conseguirá ampliar o seu olhar.
Caso você não esteja diretamente ligado a uma ambiente fabril encontrará dificuldades para
avaliar os itens 12, 13 e 14 que requerem respectivamente aferições de iluminamento,
temperatura e ruído. Mesmo sem os equipamentos adequados, tente responder os itens e
não deixe de perguntar ao trabalhador o seu julgamento.
Nesta fase, o mais importante é o seu aprendizado. Portanto, encare esta atividade como um
treinamento. Após aplicar o EWA disserte sobre as seguintes questões:
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U NIDADE 12
RULA – Rappid Upper Limb Assesment
Aplicabilidade do modelo
O RULA pode ser utilizado como forma de análise inicial, para avaliação do nível de
exposição dos membros superiores aos seguintes fatores de risco:
Postura;
Repetição;
Força;
Esta ferramenta permite também estabelecer prioridades entre as tarefas que têm maior
urgência de ser analisadas conforme a metodologia da Análise Ergonômica do Trabalho
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(AET). Permite ainda ao ergonomista determinar os fatores que mais contribuem para o risco
associado à tarefa, através da análise dos resultados.
A aplicação do RULA pode ser útil em ambiente empresarial, pois valoriza quantitativamente
alterações introduzidas nas tarefas, o que poderá auxiliar o ergonomista a mostrar dados e
percentuais aos gestores. Avaliações qualitativas são muito mais eficazes do ponto de vista
da ergonomia, mas, com o tempo, você perceberá que muitas vezes é importante aplicar
conjuntamente tais ferramentas. Assim, você é capaz de falar a mesma “linguagem” do
ambiente organizacional, ou seja, concatenar com o discurso empresarial que deseja
números, percentuais e valores precisos.
A principal vantagem do RULA é permitir que você faça uma análise inicial rápida de todos
os postos de trabalho para levantamento de prioridades, principalmente quando não há
dados oficiais sobre as causas de absenteísmo por postos de trabalho. Entretanto, não se
baseia apenas nesta ferramenta para intervir nas situações de trabalho.
Fatores psicossociais.
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Instruções de uso
O RULA pode ser aplicado sem a necessidade de equipamento especial. Caso você possa
filmar a atividade faça planos diferentes de filmagem, conforme você aprendeu na Unidade 7,
não se esqueça de que as imagens precisam ser captadas também globalmente. Além disso,
é interessante fotografar as situações identificadas como mais problemáticas para ilustrar os
documentos redigidos ao final da Análise da Tarefa.
Fases de Análise
Outra ferramenta bastante similar ao RULA é o REBA. Proposto por REBA Hignett e
McAtamney o REBA é um método que permite avaliar a exposição dos trabalhadores a
fatores de risco que podem ocasionar desordens e desconfortos por traumas cumulativos
devido à carga postural dinâmica e estática.
O REBA foi desenvolvido para avaliar posturas de trabalho imprevisíveis de corpo inteiro, a
fim de identificar as posturas sensíveis a fatores de risco músculo-esqueléticos. Tal método
utiliza, no processo de investigação, registros segundo os planos de movimentos e discrimina
atividades musculares causadas por posturas instáveis, em seguida categoriza as ações e
gera recomendações de urgência.
http://www.insht.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/601a
700/ntp_601.pdf
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Dica 6: O texto original em inglês “Rapid Entire Body Assessment (REBA)” escrito por Sue
Hignett e Lynn McAtamney descreve o processo de desenvolvimento desta ferramenta.
Atividade Optativa 3:
Leia o manual sobre como aplicar o RULA. Após a leitura, imprima os grupos que deverão
ser analisados e vá a campo aplicar a ferramenta.
Caso você domine a língua inglesa você poderá acessar o site oficial sobre o RULA:
http://www.rula.co.uk e baixar o modelo do RULA para ser utilizado off-line.
3. Quais fatores nocivos você observou na atividade que não são analisadas pelo RULA?
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U NIDADE 13
OWAS – Ovako Working Posture Analysis System
Nesta unidade apresentaremos o método OWAS (Ovako Working Posture Analising System)
proposto por três pesquisadores finlandeses (KARHU, KANSI e KUORINKA, 1977), em
conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, na Finlândia, com o objetivo de
analisar posturas de trabalho na siderúrgica Ovaco Oy Company.
Lida (2005) explica que os pesquisadores definiram 72 posturas típicas que resultaram de
diferentes combinações das seguintes posições:
1. Ereta.
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3. Torcida ou inclinada para os lados.
Figura 5
Figura 6
1. Sentado.
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5. De pé, ou agachado, com um dos joelhos dobrados.
7. Andando, ou se movendo.
Figura 7
Força
As cargas são classificadas de acordo com o levantamento da carga ou uso de força (Figura
8):
Figura 8
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Por último, o método solicita a determinação da tarefa e classifica a porcentagem de tempo
que o trabalhador permanece na tarefa.
A partir dos resultados encontrados para as posturas e sua relação com a carga manuseada
e a duração da tarefa na jornada de trabalho, os autores propuseram quatro categorias de
posturas, determinando o tipo de aço que deve ser tomada.
Classe 1 – Postura normal, que dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais
Não são necessárias medidas corretivas.
Classe 2 – Postura que deve ser verificada na próxima revisão dos métodos de
trabalho São necessárias correções num futuro próximo.
Classe 3 – Postura que deve merecer atenção em curto prazo São necessárias
correções tão logo quanto possível.
Classe 4 – Postura que deve merecer atenção imediata São necessárias correções
imediatas.
Lida (2005) explica que essas classes dependem do tempo de duração das posturas, em
percentagens de trabalho ou da combinação de quatro variáveis (dorso, braços, pernas e
cargas).
Desta forma, a combinação das posições das costas, braços e pernas e o tipo de força
determinam os níveis de ação para as medidas corretivas. A partir da Tabela 1 (Fonte:
Software Ergolândia) você pode classificar o tipo de ação de acordo com a combinação das
variáveis.
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Tabela 1
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Tabela 2
Para análise da postura, força e fase do trabalho é necessário observar as amostras das
atividades coletadas a partir de filmagens e observações diretas e fazer estimativas de tempo
durante o qual são exercidas forças e posturas assumidas.
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1º Selecione as fases para serem analisadas (inicie com as etapas que você considerar
de maior constrangimento para o trabalhador).
10ºCruze os dados do dorso, braços, pernas e força de acordo com a Tabela 1 e verifique
o número da ação esperada.
11ºCaso a carga seja leve, cruze os dados do dorso, braços, pernas de acordo com o
percentual da tarefa analisada ao longo da jornada ou ciclo de trabalho. Utilize neste
caso a Tabela 2 e verifique o tipo de ação esperada.
Limites
Além dos limites já discutidos anteriormente sobre check lists e ferramentas de verificação, o
método OWAS desconsidera fatores importantes como vibração e dispêndio energético.
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Embora o método tenha limitações, tem demonstrado benefícios no monitoramento de
tarefas que impõem constrangimentos possibilitando identificar as atividades mais
prejudiciais e ao mesmo tempo indicar as regiões anatômicas mais atingidas. Além disso, por
ser de fácil uso irá auxiliá-lo no seu aprendizado!
Atividade optativa 4: Aplique o método OWAS. Nesta fase de aprendizado, escolha uma
operação de manuseio de carga, assim você poderá observar de uma maneira mais
completa e com maior facilidade todas as variáveis do método.
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U NIDADE 14
Equação de Niosh
A equação de Niosh foi criada em 1981, nos Estados Unidos, sob iniciativa do National
Institute for Ocupational Safety and Health – NIOSH. Trata-se de um método desenvolvido
para determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa
atividade de trabalho - NIOSH - Work Practices Guide for Manual Lifting.
Em 1991 e em 1994 o método sofreu alterações sendo revisado e ampliado. O método foi
elaborado baseando-se em conta quatro aspectos básicos:
Objetivo
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Podemos citar aqui algumas situações em que pode ser aplicado, mas não podemos nos
restringir a elas: Análise de postos de trabalho; Perícias ocupacionais; Priorização de riscos
entre diversos postos; Adequação à legislação (a Norma Regulamentadora 17 baseia-se na
equação revida de 1994); Simulação de projetos de melhoria (uma das principais
aplicabilidades do método).
Equação
LC = Constante de Carga;
VM = Fator de Altura;
AM = Fator de Assimetria
FM = Fator de Frequência;
CM = Fator de Pega
LPR = LC x HM x VM x DM x AM x FM x CM
O LPR é calculado partindo do princípio que o peso máximo a ser levantado por um indivíduo
na melhor das situações e que não causa sobrecarga na coluna é de 23 kg, considerando a
pega com as duas mãos, de uma altura de 75 centímetros do solo, para um deslocamento no
plano vertical inferior a 25 cm, segurando a carga em uma distância em torno de 25 cm de
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maneira simétrica. De acordo com o método esta situação não provocaria danos físicos à
coluna vertebral em 99% dos homens e 75% das mulheres.
Índice de levantamento
Uma vez calculado o LPR, compara-se com a carga real levantada, obtendo-se então o
Índice de Levantamento (IL).
—————————————
Chance de lesão
IL < 1= Risco Limitado. A maioria dos trabalhadores que realizam este tipo de tarefa
não deveria ter problemas.
IL > 3 = Aumento elevado do risco. Este tipo de tarefa é inaceitável do ponto de vista
ergonômico e deve ser modificada.
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boa pega da carga e levantando a carga a menos de 25cm. O valor da constante de carga
(LC) foi fixado em 23kg;
O H (medido em cm) é a distância horizontal entre a projeção sobre o solo do ponto médio
entre as pegas da carga (número 2 na Figura 9) e a projeção do ponto médio entre os
tornozelos (número 1 na Figura 9).
HM = 25/H
Figura 9
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Fator de Altura (VM)
VM = (1 – 0,003 [V – 75])
O DM (Distance Multiplier)
DM = (0,82 + 4,5/D)
Sendo D=V1-V2
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Fator de Assimetria (AM)
AM = 1 – (0,0032A)
Sendo A = ângulo de giro. O ângulo de giro (A) deverá ser medido na origem do movimento.
O comitê estabeleceu em 30% a diminuição para levantamentos que impliquem torções no
tronco de 90 graus. Se o ângulo de torção for superior a 135 graus, tomaremos AM= 0;
FM (Frequency Multiplier) é definido pelo número de levantamentos por minuto, pela duração
da tarefa de levantamento e pela altura dos mesmos.
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Tabela 3
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Fator de Pega (CM)
Definições
Alça de desenho ótimo: é aquela de longitude maior que 11,5cm, de diâmetro entre 2
e 4cm, com um espaço de 5cm para colocar a mão, de forma cilíndrica e de
superfície suave, porém não-escorregadia;
Apoio perfurado de desenho ótimo: é aquele de longitude maior que 11,5cm, largura
maior que 4 cm, espaço superior a 5cm, com uma espessura maior que 0,6cm na
zona de pega e de superfície não-rugosa;
Recipiente de desenho ótimo: é aquele cuja longitude frontal não supera os 40 cm,
sua altura não é superior a 30 cm e é macio e não-escorregadio ao tato;
A pega da carga deve ser tal que a palma da mão fique flexionada em 90 graus, no
caso de uma caixa deve ser possível colocar os dedos na base da mesma;
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gravidade é assimétrico, possui bordas afiladas, seu manejo implica o uso de luvas ou
seu conteúdo é instável;
Peça solta de fácil pega: é aquela que permite ser comodamente abarcada com a mão
sem provocar desvios do punho e sem precisar de uma força de pega excessiva;
Elevação deve estar sendo feita com suavidade, isto é, sem movimentos bruscos; Condições
térmicas e visuais favoráveis;
Boas condições mecânicas - piso plano e sem obstruções oferecendo boa aderência ao
calçado.
Assume que a superfície de contacto do calçado com o solo tem um coeficiente de fricção
estática, no mínimo, de 0.4 (de preferência 0.5);
Não estão incluídas tarefas que impliquem elevações rápidas de objetos (>15 elev./min) Se o
ambiente físico for desfavorável (temperatura ou umidade relativa inferiores aos intervalos
19º a 26ºC ou 35% a 50%HR).
Não pode ser aplicada nas seguintes condições: tarefas de elevação de objetos com uma só
mão; na posição de sentado ou agachado, ou ainda elevações em espaços confinados que
obriguem a posturas desfavoráveis.
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Quando o trabalhador realiza várias tarefas nas quais ocorrem levantamentos de cargas,
torna-se necessário o cálculo de um índice composto de levantamento para estimar o risco
associado ao seu levantamento.
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U NIDADE 15
Moore & Garg e o Método Suzanne Rodgers
Nesta unidade você conhecerá dois métodos para análise de riscos de doenças músculo
esqueléticas: Moore & Carg e Suzanne Rodgers.
Fatores de Avaliação
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Orientações
Leve = 1,0
Médio = 3,0
Pesado = 6,0
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4. Determine a Fator Frequência do Esforço (FFE)
Dimensione a número de esforços por minuto realizados pelo trabalhador, compare com as
faixas de frequência da ferramenta e transfira a pontuação correspondente para a coluna
“Encontrado”.
Observe a postura das mãos / punhos durante a aplicação do esforço analisado, compare
com as mencionadas na ferramenta, transferindo a pontuação correspondente para a coluna
“Encontrado”.
A análise do ritmo de trabalho está baseada nos estudos de cronoanálise, onde o ritmo
normal da atividade é aquele que o operador pode exercer por todo o turno de trabalho sem
desgastes exagerados, acidentes ou lesões. Obtenha o ritmo e compare aos mencionados
na ferramenta, transferindo para a coluna “encontrado” a pontuação correspondente.
8. Calcule o ÍNDICE
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< 3.0 Verde Baixo Risco
Limites do método
Sue Rodgers
Criado por Suzanne Rodgers, este método de análise permite avaliar o esforço, duração do
esforço e frequência.
O método estuda a interação do esforço, da sua duração e da frequência requerida por cada
parte do corpo para realizar uma determinada tarefa. A partir destes parâmetros é possível
avaliar a fadiga muscular.
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Tabela 5 – Nível de esforço segundo Sue Rodgers
NÍVEL DE ESFORÇO
BAIXO ( 0 - 30% ) MODERADO ( 30 - 70% ) PESADO ( 70 - 100 % )
PESCOÇO A cabeça gira parcialmente A cabeça gira totalmente para o lado Igual ao moderado porém
A cabeça esta ligeiramente para frente A cabeça esta totalmene para trás com aplicação de força
A cabeça está para frente aprox. 20 º A cabeça esta flexionada
acima de 20º
OMBROS Braços ligeiramente abduzidos Braços abduzidos sem suporte Aplica força ou sustentando
Braços extendidos com algum suporte Braços flexionados (nível da cabeça) pesos com os braços
separados do corpo ou ao
nível da cabeça
TRONCO Inclina ligeiramente para o lado Flexiona para frente sem carga Levantando ou aplicando
Flexiona ligeiramente o tronco Levanta carga de peso moderado força com rotação
próximo ao corpo Grande força com flexão
Trabalho próximo ao nível da cabeça do tronco
BRAÇOS Braços ligeiramente afastados do Rotação do braço, exigindo força Aplicação de grande força
ANTE-BRAÇOScorpo sem carga moderada com rotação
Aplicação de pouca força ou Levantamento de cargas
levantando pequena carga com os braços extendidos
próxima ao corpo
MÃOS Aplicação de pequena força em Area de agarre grande ou estreita Pinçamento com dedos
PUNHOS objetos próximos ao corpo Moderado angulo do punho especial - Punho angulado com força
DEDOS Punho reto, com aplicação de força mente em flexão Superfície escorregadia
para agarre pequena Uso de luvas com força moderada
PERNAS Parado, caminhando sem Flexão para frente Exercendo grandes forças
PÉS flexionar-se Inclinar-se sobre a mesa de trabalho para levantamento de
DEDOS Peso do corpo sobre os dois pés Peso do corpo sobre um pé algum objeto
Girar o corpo sem exercer força Agachar-se exercendo
força
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30 à 70% da Força máxima aplicada por determinado segmento corpóreo.
Orientações
Observe a região corpórea escolhida para análise e compare com os níveis de esforços
mencionados na Tabela 5 (partes do corpo), que podem ser BAIXO, MODERADO e
PESADO aliado a força aplicada na atividade.
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Exemplo: Para uma determinada tarefa o trabalhador está com a cabeça à frente em torno
de 25 graus. Portanto o nível de esforço para esta atividade é moderado, ou seja, pontuação
= 2.
É o período de tempo em que uma parte do corpo permanece ativa antes de descansar. Não
corresponde à quantidade de unidades que são manuseadas ou quantas tarefas se
completam, mede-se em tempo total.
Aplicando esta diretriz à nossa atividade exemplo, o trabalhador permanece com o pescoço
fletido por cerca de 30 seg, continuamente. Portanto o tempo de esforço é + de 20 seg,
determinando pontuação = 3.
Refere-se à frequência, ou seja, quantas vezes num minuto uma parte do corpo é usada para
executar o movimento contido no tempo de esforço contínuo.
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localizada na faixa AMARELA de priorização. Portanto a atividade analisada tem
priorização moderada (AMARELO).
Atividade Optativa 6: Escolha uma tarefa repetitiva. Aplique, primeiramente o Moore & Carg,
disponível em arquivo do formato Word.
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U NIDADE 16
Escalas de desconforto
Nesta unidade e nas próximas duas você conhecerá como as escalas de desconforto podem
ser utilizadas para avaliação da fadiga no trabalho, satisfação no trabalho, desconforto físico
ou qualquer outro aspecto considerado penoso aos trabalhadores.
Escala de Likert
A escala foi desenvolvida por Rensis Likert, no início dos anos 30 e consiste em um conjunto
de itens apresentados em forma de afirmações, ou juízos, ante os quais se pede aos sujeitos
que externem suas reações, escolhendo um dentre cinco, ou sete pontos de uma escala.
Trata-se, portanto, de uma escala de respostas gradativas que pode ser utilizada durante a
ação ergonômica para avaliar as cargas existentes, avaliar a eficácia das modificações
realizadas e para testar a eficiência de um protótipo testado.
Na escala de Likert as respostas para cada item variam segundo o grau de intensidade. Essa
escala com categorias ordenadas, igualmente espaçadas e com mesmo número de
categorias em todos os itens, é largamente utilizada em pesquisas organizacionais, segundo
Alexandre et al. (2003).
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As escalas podem ser de vários tipos, ou seja, baseadas em diversos critérios, tais com:
Você deve elaborar escalas de acordo com os assuntos a serem questionados sobre cada
condicionante presente nas situações de trabalho analisadas.
As principais vantagens das Escalas Likert em relação às outras, segundo Mattar (2001apud
BRANDALISE, 2005) são a simplicidade de construção; o uso de afirmações que não estão
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explicitamente ligadas à atitude estudada, permitindo a inclusão de qualquer item que se
verifique, empiricamente, ser coerente com o resultado final; e ainda, a amplitude de
respostas permitidas apresenta informação mais precisa da opinião do respondente em
relação a cada afirmação.
Questionário Bipolar
De acordo com Couto (1996, p.345-47), “um questionário bipolar típico contém uma
seqüência de pares de adjetivos, sendo que em cada par, num extremo está uma situação, e
no outro extremo a situação oposta, sempre referentes à sensação do indivíduo naquele
instante do trabalho”.
De acordo com Couto (2005), o questionário deverá ser preenchido pelo trabalhador na
presença do profissional que esteja conduzindo a pesquisa ou do auxiliar de pesquisa.
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Excepcionalmente poderá ser preenchido diretamente pelo próprio trabalhador na ausência
daqueles.
O autor afirma que é muito importante instruir bem o trabalhador sobre o significado dos
extremos e assegurar-se que o mesmo entendeu. Também é muito importante que o
trabalhador se sinta à vontade para responder o questionário e que confie no ergonomista.
Couto (1996) recomenda que num dia típico de trabalho, deve ser aplicado 8 questionários a
um trabalhador, nos seguintes horários:
Ao iniciar a jornada
3 horas após
4 horas após
Ao término da jornada
Uma dica dada pelo autor é mudar a ordem das questões (por exemplo, o par
descansado/cansado, que é o primeiro item da folha inicial, deve estar no décimo item da
segunda folha, no quarto item da terceira folha, e assim por diante). Tal macete pode evitar
que o trabalhador se lembre do que respondeu em cada questão na hora anterior;
naturalmente, é muito importante que ele não veja o resultado anterior; e é também
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importante que a ordem dos pares na primeira folha daquele dia de trabalho coincida com a
última, pois isto possibilitará uma interpretação rápida e fácil.
Moderada – 4 ou 5 em algum dos itens (sendo que a pontuação inicial era menor que
3);
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Estudo Complementar 3: Os dois textos abaixo utilizaram escala de likert para avaliar as
seguintes situações:
Alguns softwares utilizam a escala de Likert para auxiliar a análise biomecânica. O programa
utilizado para análise dos dados coletados pelo Lumbar Motion Monitor (é um exoesqueleto
capaz de avaliar o movimento da coluna) baseia-se na escala de Likert. Observe como você
pode avaliar a percepção de desconforto no início, no meio e ao final da jornada.
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Atividade Optativa 7: No endereço abaixo você encontra o modelo do questionário bipolar.
Leia atenciosamente o modelo e suas orientações de uso. Aplique o modelo em uma
situação de trabalho que você considere a carga física de trabalho alta.
http://www.ergoltda.com.br/downloads/questionario_bipolar_ava_fadiga.pdf
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U NIDADE 17
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO).
Esse instrumento foi adaptado culturalmente para a língua portuguesa por Barros e
Alexandre em 2003, apresentando uma confiabilidade variando de 0,88 a 1 segundo o
coeficiente de Kappa.
Conforme Lida (2005, p.173), o questionário nórdico foi desenvolvido para auto-
preenchimento. Avalia situações de dor, desconforto e incomodo. Possui uma figura humana
vista pela região posterior, dividida em nove partes (Figura 11):
1. Região cervical.
2. Ombros.
3. Cotovelos.
4. Punhos/mãos.
5. Região torácica.
6. Região lombar.
7. Quadril/coxas.
8. Joelhos.
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9. Tornozelos/pés
Figura 11
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Para cada uma das partes (bilateralmente, quando for o caso) o trabalhador deve responder
questões sobre:
3. Você teve que deixar de trabalhar algum dia nos últimos 12 meses devido ao
problema?
Lida (2005) recomenda que juntamente com o questionário deve ser distribuída uma carta
explicando os objetivos do levantamento e solicitando a colaboração do trabalhador. Não se
esqueça de agradecer a participação do trabalhador, de esclarecer a que o conteúdo das
respostas é confidencial e não será utilizado em hipótese nenhuma para julgar a capacidade
individual de cada trabalhador.
Cabe aqui destacar a triste realidade dos trabalhadores brasileiros que sofrem deste tipo de
problema. Infelizmente, os primeiros sinais e sintomas são ignorados tanto pelos médicos
que atendem o trabalhador quanto pela empresa que, normalmente, baseiam-se nos dados
de absenteísmo para iniciar alguma medida efetiva (no caso daquelas que procuram analisar
a situação de trabalho quando já existem taxas elevadas de incidência em determinados
setores). Porém, conforme discutido no Módulo “Aspectos Sociais, Saúde e Produtividade”, é
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fundamental que os trabalhadores recebam a atenção adequada assim que surgem os
primeiros sinais, pois só assim pode-se atuar eficazmente sobre a epidemia da LER/DORT.
Lida (2005, p.175) afirma que o questionário é valido quando se quer fazer um levantamento
abrangente, rápido e de baixo custo. Pode ser utilizado para se fazer um levantamento inicial
das situações que requerem análises mais profundas e medidas corretivas.
O questionário foi validado por Pinheiro et al. (2002). Para ilustrarmos os benefícios e
limitações desta ferramenta, será apresentado um fragmento do texto “Validação do
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares como medida de morbidade”, página
308.
Fragmento do texto
Os autores desse questionário não o indicam como base para diagnóstico clínico, mas para a
identificação de distúrbios osteomusculares e, como tal, pode constituir importante
instrumento de diagnóstico do ambiente ou do posto de trabalho. Há três formas do NMQ:
uma forma geral, compreendendo todas as áreas anatômicas, e outras duas específicas para
as regiões lombar e de pescoço e ombros. A forma geral do NMQ é a que recebe
apresentação no presente estudo.
O questionário foi traduzido para diversos idiomas na última década, dando origem a muitos
estudos empíricos. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou binárias quanto à
ocorrência de sintomas nas diversas regiões anatômicas nas quais são mais comuns. O
respondente deve relatar a ocorrência dos sintomas considerando os 12 meses e os sete
dias precedentes à entrevista, bem como relatar a ocorrência de afastamento das atividades
rotineiras no último ano.
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Apesar das limitações inerentes aos instrumentos de autoavaliação, a simplicidade e os bons
índices de confiabilidade do NMQ indicam-no para utilização em investigações
epidemiológicas e estudos que busquem mensurar a incidência dos sintomas
osteomusculares.
Para refletir 4: Leia o questionário e responda você mesmo cada questão do questionário.
Reflita sobre cada pergunta realizada. Este processo de conhecimento irá ajudá-lo
posteriormente quando for preciso aplicar o questionário com trabalhadores.
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U NIDADE 18
Questionário de Percepção
Nesta unidade discutiremos o diagrama de áreas dolorosas e como utilizar na prática este
tipo de ferramenta.
Lida (2005) cita como vantagem deste diagrama o fácil entendimento, a possibilidade de ser
distribuído para um grande número de trabalhadores, permitindo o mapeamento de toda a
empresa.
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Figura 12
Durante a AET, os questionários de percepção podem ser utilizados para analisar as cargas
de trabalho, a eficácia das modificações realizadas, bem como para testar protótipos.
Estudos sobre o desconforto têm sido utilizados para aumentar a compreensão dos fatores
que afetam a relação da atividade de trabalho com o impacto sobre os trabalhadores,
atendendo a diferentes propósitos, tais como:
Comparação de postos;
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Comumente as ações ergonômicas utilizam o diagrama das áreas dolorosas para obter
informações detalhadas sobre a percepção subjetiva dos trabalhadores. O grupo Ergo&ação
da UFSCar, por exemplo, elaborou um questionário para trabalhadores contendo
informações relacionadas com a atividade de trabalho, tempo, pausas e percepção de
desconforto através do uso do diagrama.
Além de questões sobre o perfil do trabalhador, o grupo elaborou um questionário com onze
questões a respeito:
3. Das atividades que deixam o trabalhador mais tenso ou nervoso, ou seja, que
“enchem a cabeça”;
11. Do que o trabalhador menos gosta no seu trabalho e o que poderia ser realizado para
mudar ou melhorar a situação.
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Antes da aplicação do questionário, os trabalhadores devem ler o termo de consentimento e
assinar caso desejem participar. No termo, o trabalhador declara estar ciente do objetivo do
projeto; da segurança de que não será identificado e que será mantido o caráter confidencial
das informações prestadas e de ter liberdade de recusar participar da pesquisa.
O questionário não deve ser considerado Universal, pois cada situação é singular. Desta
maneira, observe a atividade, elimine as questões que não se aplicam (ou deixe todas caso
sejam funcionais) e crie mais duas questões que podem trazer informações importantes
sobre a atividade que você irá estudar. As perguntas precisam ser claras, objetivas e não
muito extensas.
Aplique o questionário e relate quais foram as respostas dadas pelos trabalhadores para as
duas questões incluídas por você no questionário.
Resposta: ________________________________________________________
Resposta: _________________________________________________________
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U NIDADE 19
Avaliação fisiológica
Nesta unidade iremos apresentar outras possibilidades para a avaliação da carga física do
trabalho.
Como estas técnicas requerem grandes investimentos e, nem sempre, podem ser utilizadas
em situações reais de trabalho, a ergonomia utiliza duas formas simples de análise: a Escala
de Borg e o acompanhamento da frequência cardíaca.
Grandjean (2004, p.76) explica que “com um mesmo consumo de energia um trabalho é mais
pesado quando poucos músculos estão envolvidos do que quando o mesmo trabalho é
realizado por muitos músculos”. Segundo o autor, pode-se ter o mesmo consumo de energia,
mas o trabalho estático é mais cansativo que o trabalho dinâmico. Diante dessas
constatações, a FC depende muito mais do trabalho, aumentando:
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Quanto mais quente for o ambiente.
A Frequência Cardíaca pode ser avaliada através de aparelhos ou pela simples medição da
frequência de pulso.
Por aparelhos:
A frequência de pulso pode ser sentida e medida na artéria radial (situada no antebraço no
lado do polegar).
Para medir o pulso no punho, coloque os dedos indicador e médio sobre o lado de dentro do
punho oposto, abaixo da base do polegar. Pressione firmemente com os dedos esticados até
que sinta o pulso. Quando achá-lo, conte os batimentos por um minuto ou por 30 segundos e
multiplique por 2. Isso lhe dará os batimentos por minuto.
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rapidamente e mantém-se em uma altura correspondente à intensidade do trabalho e que
fica constante durante toda a jornada de trabalho”.
Com o término do trabalho, a freqüência do pulso retorna aos níveis iniciais. Por outro lado,
quando o trabalho é pesado “o pulso sobe constantemente enquanto é realizado o trabalho,
até que o trabalho seja interrompido ou que a pessoa fique em um estado de esgotamento
que a obrigue a parar o trabalho”.
Limites aceitáveis
Soma dos pulsos de recuperação: soma dos pulsos desde o fim do trabalho até o
retorno à frequência de repouso. Trata-se da medida da fadiga e da recuperação;
Soma dos pulsos de trabalho: soma dos pulsos desde o início do trabalho até o
retorno à frequência de repouso.
Baseado em outros autores, Grandjean (2004) afirma que o limite de carga máxima aceitável
deveria ser aquele no qual a frequência do pulso de trabalho não aumentasse continuamente
e que após o fim do trabalho, retorne até em 15 minutos aos valores normais de repouso.
O limite de trabalho contínuo para uma jornada de oito horas para homens é alcançado
quando a Frequência de pulso for de 35 batidas/minuto acima do pulso de repouso. Para as
mulheres, apesar de faltarem dados a respeito, o autor propõe o limite de 30 batidas/minuto.
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Sempre medir o pulso de repouso na mesma posição que o trabalhador realiza o trabalho
(em pé, sentado, de cócoras, etc.).
A Frequência Cardíaca pode ser usada para medidas de carga de trabalho e da carga de
calor (quando se trabalho sob calor, o coração e a circulação sanguínea têm a função de
transporte de energia para os músculos e, simultaneamente, o transporte de calor do interior
para a pele). Para Grandjean (2004) quando houver carga dupla de trabalho e calor, o limite
máximo de trabalho contínuo não deve ultrapassar 40 batimentos por minuto.
FCmax = 220-IDADE.
Os adeptos desta forma de análise admitem um desvio padrão de até 10 batimentos por
minutos. Exemplo, se o trabalhador tem 40 anos a FCmax é de 180bpm e seu desvio pode
ocorrer entre 170 e 190 bpm.
Escala de Borg
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Proposta por Borg e Noble, em 1974, a escala representa uma escala de valores que permite
que o trabalhador identifique a sensação de intensidade do trabalho que está lhes sendo
imposta durante a realização de uma determinada tarefa. Torna-se útil para descobrir quando
o trabalho está sendo realizado próximo da exaustão, para comparar as modificações
realizadas ou para analisar a eficiência de um protótipo.
Na Tabela 6, você observa a Escala de Borg. A escala relaciona o cansaço durante uma
atividade com o aumento da FC.
6 -
7 Muito fácil
8 -
9 Fácil
10 -
11 Relativamente fácil
12 -
13 Ligeiramente cansativo
14 -
15 Cansativo
16 -
17 Muito cansativo
18 -
19 Exaustivo
20 -
Tabela 6 - Escala de Borg
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Os números de 6-20 são baseados na Frequência Cardíaca de 60-200 bpm (batimentos por
minuto). Sendo que o número 12 corresponde aproximadamente 55% e o 16 a 85% da
Frequência Cardíaca Máxima. Um nível de esforço bem vigoroso corresponde a um
desempenho de IPE 13. Já um esforço em que o indivíduo se encontra ofegante tem
classificação de, aproximadamente 17.
Alguns pesquisadores indicam outros critérios subjetivos como a expressão no rosto, olhos
arregalados ou cabisbaixos, lábios esbranquiçados, rosto pálido ou muito avermelhado,
descoordenação motora. Indicam alguns "macetes" que o profissional pode usar, tais como
perguntas obrigando respostas mais longas. Pelo tamanho da resposta, respiração ofegante,
dificuldade ou facilidade de responder, já se tem uma ideia da intensidade do esforço.
O ideal é utilizar tanto a frequência cardíaca quanto a Escala de Borg, assim além de
medidas quantitativas você conseguirá analisar a percepção do trabalhador.
Dica 9: Nunca afira o pulso com o dedo polegar, pois você irá confundir a sua pulsação com
a do trabalhador, impedindo de sentir o batimento do pulso. Em caso de dúvida, repita a
contagem.
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Estudo complementar 4: Leia o texto sobre a Análise fisiológica e psicofísica da carga de
trabalho em três centrais de produção em canteiro de obra, escrito por Guimarães et al.
(2001). Disponível em:
http://www.ergonomia.ufpr.br/NL%20carga%20fisica%20de%20trabalho%20Lia.pdf
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U NIDADE 20
Pontos de verificação – Ergonomic CheckPoint (ECP)
Nesta unidade e nas próximas oito você aprenderá como utilizar o Ergonomic Checkpoints
(ECP) durante a etapa de construção das propostas ergonômicas, de acordo com o material
traduzido pela Fundacentro. Para quem já cursou os módulos “Introdução à Ergonomia” e
“Biomecânica Ocupacional” trata-se de uma oportunidade para aplicar na prática o conteúdo
aprendido. Preparado pela ILO – International Labour Office, Genebra, em colaboração com
a International Ergonomics Association, o ECP é composto por pontos de verificação
ergonômica, de fácil aplicação para melhorar a segurança, a saúde e as condições de
trabalho.
Iluminação - verificações de 72 a 81
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Premissas - verificações de 82 a 87
O manual pode ajudá-lo a buscar soluções, pois cada ponto de verificação indica uma ação.
Para cada uma das ações são fornecidas opções exequíveis, assim como algumas
indicações adicionais (FUNDACENTRO, 2005). Consideramos que a maior contribuição do
ECP é a sua fundamental contribuição para a sua formação como ergonomista. Nesta fase
de aprendizado, você irá depara-se com uma variabilidade imensa de situações nocivas à
saúde dos trabalhadores e você precisa orientar o seu “olhar” de acordo com o ponto de vista
da ergonomia.
Fragmento do texto
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Para aplicar as melhorias nos locais de trabalho, os pontos de verificação dão uma série de
diretrizes baseadas em vários princípios fundamentais, entre os quais se incluem:
As soluções imediatas precisam, para ser levadas a efeito, do envolvimento ativo dos
empregados, e o apoio dos trabalhadores deve ser estimulado;
Uma atuação em muitas direções pode assegurar que as melhorias permaneçam com
o tempo;
Este livro pode ser utilizado por uma variedade de pessoas para controlar as condições
existentes em um local de trabalho, ou para examinar a planificação dos lugares na fase de
design. Ao mesmo tempo, os usuários podem aprender vários tipos de soluções fáceis,
econômicas e aplicáveis, até mesmo para espaços reduzidos.
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Os usuários que desejam conhecer as soluções propostas para determinados problemas
podem ir diretamente a esses pontos de verificação específicos, pois os pontos de
verificação são particularmente adequados para observar diversos lugares de trabalho e
identificar soluções práticas aplicáveis a cada situação específica.
Outra característica única dos pontos de verificação ergonômica é a maneira como são
apresentados. Cada ponto de verificação indica uma ação. Na sequência, são descritas as
opções para essa ação. Quando os títulos dos pontos de verificação, ou uma parte deles,
aparecem juntos em forma de lista, esta pode ser utilizada simplesmente como uma lista de
verificação. No manual está incluída uma fácil lista de verificação, que abarca os 128 pontos
de verificação. Os usuários, dependendo de sua situação específica, podem empregar a lista
completa ou parte dela. A melhor forma de utilizar pontos de verificação ergonômica, com o
propósito de melhorar um local de trabalho, é a seguinte:
1. Utilizar a lista de verificação das páginas 19-38 deste manual para selecionar e aplicar
os pontos de verificação que sejam relevantes para o próprio local de trabalho do
usuário. Os pontos de verificação selecionados se convertem assim na lista de
verificação específica do usuário.
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6. As boas práticas e as boas condições de trabalho devem ser mencionadas onde
eventualmente forem observadas.
A utilização dessa lista de verificação específica, elaborada a partir dos pontos de verificação
selecionados, pode ser uma ferramenta poderosa para os cursos de treinamento nas
melhorias ergonômicas do local de trabalho.
1. Pergunte ao chefe todas as suas dúvidas. Ele deve estar a par dos principais produtos
e métodos de produção, do número de trabalhadores (tanto do sexo masculino como
feminino), do horário de trabalho (incluindo pausas e horas extras) e de qualquer
problema trabalhista importante.
3. Repasse a lista de verificação e invista alguns minutos em dar uma volta pela área de
trabalho antes de começar a verificá-la.
4. Leia cada item cuidadosamente. Procure uma maneira de aplicar cada requisito. Se
for necessário, pergunte aos chefes ou aos empregados. Se o requisito já está sendo
empregado ou se não é necessário, marque NÃO em “Propõe alguma ação?”. Se
você acredita que o requisito deve ser cumprido, marque SIM. Utilize o espaço inferior
OBSERVAÇÕES para escrever suas sugestões ou sua localização.
5. Quando houver terminado, volte a observar os itens assinalados com SIM. Selecione
aqueles cujas melhorias pareçam mais importantes. Marque PRIORITÁRIO nesses
itens.
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6. Antes de concluir, assegure-se de que cada item esteja marcado com NÃO ou SIM, e
que alguns desses itens marcados com SIM estejam definidos como PRIORITÁRIO.
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.
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U NIDADE 21
ECP: Manipulação e armazenagem de materiais
Para cada ponto de verificação, o ECP explica o porquê da análise (princípios ergonômicos)
e como você deve analisá-lo. Fornece também algumas dicas e pontos importantes que
precisam ser recordados sobre o assunto.
Utilize o espaço inferior observações para escrever suas sugestões ou sua localização.
Quando houver terminado, volte a observar os itens assinalados com sim. Selecione aqueles
cujas melhorias pareçam mais importantes. Marque prioritário nesses itens.
Princípios 01 a 21
Observações_____________________________________________________________
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2. . Manter as passagens e os corredores com largura suficiente para permitir um transporte
de mão dupla. Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
6. Utilizar carros, carrinhos de mão e outros aparelhos providos de rodas ou rolões quando
transportar material. Propõe alguma ação?
Observações_____________________________________________________________
150
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7. Empregar carros auxiliares móveis para evitar cargas e descargas desnecessárias.
Observações_____________________________________________________________
8. Usar prateleiras em várias alturas ou estantes, próximas à área de trabalho, para diminuir
o transporte manual de materiais. Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
11. Em vez de transportar cargas pesadas, repartir o peso em pacotes menores e mais leves,
em recipientes ou em bandejas. Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
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12. Providenciar alças, asas ou bons pontos de preensão em todos os pacotes e caixas.
Observações_____________________________________________________________
13. Eliminar ou reduzir as diferenças de nível quando os materiais forem removidos à mão.
Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
15. Quando for manipular cargas, eliminar as tarefas que requeiram inclinar-se ou torcer-se.
Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
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17. Erguer e baixar os materiais devagar, diante do corpo, sem realizar torções nem
inclinações profundas. Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
18. Ao transportar uma carga por uma distância curta, estender a carga simetricamente sobre
os dois ombros para proporcionar equilíbrio e reduzir o esforço. Propõe alguma ação? ( )
Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
19. Combinar a atividade de erguer cargas pesadas com tarefas fisicamente mais leves para
evitar lesões e fadiga, aumentando a eficiência. Propõe alguma ação?
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
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Estudo Complementar 5: Esperamos que você leia atentamente as páginas 39 a 87
referentes aos pontos de verificação, disponível no site:
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#)
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U NIDADE 22
ECP: Ferramentas
Projetar a ferramenta no tamanho certo, objetivos certos e adequados para uma ação.
Ajustabilidade.
Evitar vibração.
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A ferramenta deve ser uma extensão da mão do trabalhador, conforme ilustrado na Figura
13. Ademais, a interação entre o formato da ferramenta e o ponto de realização da atividade
determina a postura adotada pelo trabalhador.
Figura 13
Lida (2005) explica que na escolha da ferramenta deve-se primeiramente considerar a sua
funcionalidade (exemplo: no caso de uma serra se ela corta bem, se não já é o primeiro
problema). Em segundo lugar, devem ser consideradas as características ergonômicas da
ferramenta, garantindo a segurança e o conforto do trabalhador.
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1. Característica da pega
Lida (2005, p.250) afirma que “a concentração de tensões na mão pode ser reduzida,
melhorando-se o desenho da pega, aumentando-se o diâmetro da pega, eliminando-se as
superfícies angulosas ou “cantos vivos” e substituindo-se as superfícies lisas por rugosas ou
emborrachadas.
2. Centro de gravidade
O centro de gravidade da ferramenta deve situar-se, segundo Lida (2005), o mais próximo
possível do centro da mão. Permite melhor controle motor, pois reduz os momentos (no
sentindo da física) e, consequentemente, os esforços musculares e gastos energéticos
durante a sua operação.
Desvio do punho (eliminar a flexão forçada). Ou seja, a pega tem que permitir
que o punho se mantenha em postura neutra (o punho e o antebraço devem
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estar alinhados). Quando for preciso o cabo da ferramenta ou a lâmina de corte
devem ser curvados, mas jamais o punho do trabalhador.
Figura 14
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Força excessiva. O trabalho não pode exigir mais do que 20% da capacidade
máxima de um determinado grupo muscular (mede-se através do
dinamômetro). Além do peso da ferramenta, da ação da gravidade e do peso
do próprio braço do trabalhador, é preciso considerar a força de rotação criada
pelas ferramentas de torque (por exemplo: o torque de parafusamento cria
tendência de giro da mesma sobre a mão do operador que precisa segurá-la
firmemente para compensar tal força). A força máxima de preensão (ex.:
alicates) é alcançada quando o cabo começa a fechar próximo de 7,5 a 8 cm;
As mulheres apresentam aproximadamente a metade da força de preensão
masculina; A força de preensão ocasional deve ser restrita a valores abaixo de
90 N – o punho e a mão estiverem alinhados e os esforços não sejam
repetitivos; A abertura máxima de preensão deve ser restrita a
aproximadamente 5 a 8 cm para aplicação máxima de força; Para mãos
pequenas e médias, a força máxima de preensão acontece em aberturas ao
redor de 5 cm, enquanto que para mãos maiores, ela ocorre próxima de 6 cm.
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Reduzir a concentração de tensões provocada pelo cabo na palma da mão. Na
Figura 16 (Chafin et al., 2001) você pode observar uma ferramenta mal
projetada. O cabo curto do alicate cria forças compressivas diretas na palma da
mão do trabalhador, causando a compressão do nervo mediano, artérias e
sinóvia dos tendões flexores.
Figura 16
Princípios 22 a 36
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
25. Utilizar morsas, grampos ou tornos de bancada para prender materiais ou objetos de
trabalho.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
28. Escolher ferramentas que possam ser manuseadas com um mínimo de esforço.
Observações_____________________________________________________________
161
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29. Em ferramentas manuais, fornecer as que tenham grossura de cabo comprimento e
forma apropriadas para um manejo confortável. Propõe alguma ação?
Observações_____________________________________________________________
30. Providenciar ferramentas manuais com pontos de preensão que tenham a fricção
adequada ou com dispositivos de segurança ou retenção que evitem que deslizem ou
escapem. Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
32. Minimizar a vibração e o ruído das ferramentas manuais. Propõe alguma ação?
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
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34. Inspecionar e fazer a manutenção regular das ferramentas manuais. Propõe alguma
ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
35. Dar treinamento aos trabalhadores antes de lhes permitir a utilização de ferramentas
mecânicas. Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
36. Providenciar espaço suficiente e apoio estável dos pés para o manejo das ferramentas
mecânicas. Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
Estudo Complementar 6: Faça a leitura das páginas 88 a 120, referentes aos pontos de
verificação para ferramentas, disponível no site:
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#)
Dedique-se à leitura!
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U NIDADE 23
ECP: Segurança de Máquinas
Leia atentamente cada ponto de verificação desta unidade. Em seguida, não deixe de
realizar a leitura da versão completa. Nela você obtém informações detalhadas sobre cada
ponto de verificação, tira dúvidas e conhece uma infinidade de dicas que irão auxiliá-lo
futuramente na aplicação prática desta ferramenta.
Princípios 37 a 56
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
164
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39. Manter os diferentes controles facilmente distinguíveis uns dos outros.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
43. Limitar o número de pedais e, se forem usados, fazer com que sejam de fácil
operação.Propõe alguma ação? ( ) Não ( ) Sim ( ) Prioritário
Observações_____________________________________________________________
165
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44. Fazer com que a sinalização e os indicadores sejam facilmente distinguíveis uns dos
outros e fáceis de ler.
Observações_____________________________________________________________
45. Utilizar marcas ou cores nos indicadores que ajudem os trabalhadores a compreender o
que devem fazer.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
47. Utilizar símbolos somente se eles forem facilmente compreendidos pelos trabalhadores
do lugar.
Observações_____________________________________________________________
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48. Fazer etiquetas e sinais fáceis de ver, ler e compreender.
Observações_____________________________________________________________
49. Utilizar sinais de advertência que o trabalhador compreenda de modo fácil e correto.
Observações_____________________________________________________________
50. Utilizar sistemas de firmar ou fixar visando tornar a operação de mecanização estável,
segura e eficiente.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
52. Utilizar dispositivos para alimentar e para expelir, mantendo as mãos dos trabalhadores
longe das áreas perigosas das máquinas.
Observações_____________________________________________________________
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53. Utilizar proteções ou barreiras apropriadas para prevenir contatos com as partes móveis
do maquinário.
Observações_____________________________________________________________
54. Usar barreiras interconectadas para tornar impossível aos trabalhadores alcançar pontos
perigosos quando a máquina estiver em funcionamento.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
56. Dar treinamento aos trabalhadores para que operem de forma segura e eficiente.
Observações_____________________________________________________________
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Estudo Complementar 7: Não deixe de realizar a leitura das páginas 121 a 168 referentes
aos pontos de verificação sobre segurança das máquinas. A versão completa do Ergonomic
Checkpoints está disponível no site da Fundacentro (2001), no seguinte endereço:
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#
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U NIDADE 24
ECP: Projeto da Estação de Trabalho
Esta parte do manual explica as alturas das estações de trabalho, o risco de se trabalhar em
uma superfície de trabalho com a altura inadequada, o correto posicionamento de controles e
materiais, a importância dos espaços para pernas e para o corpo, a necessidade de
alternância postural, o posicionamento dos materiais, ferramentas e controles a uma
distância confortável para os trabalhadores e funcional para a produção, entre outros fatores
fundamentais para o projeto de uma estação de trabalho que atenda os critérios de saúde,
segurança, qualidade e exigências da produção.
Entre todos os pontos de verificação deste item, o ponto 71 é o mais importante, porém
normalmente não faz parte da rotina de quem projeta um posto de trabalho. Trata-se do
envolvimento dos trabalhadores na melhoria do design de seu próprio posto de trabalho. De
acordo com a Fundacentro (2001), “Ninguém conhece melhor um trabalho do que a pessoa
que o realiza todos os dias. Esse trabalhador é a melhor fonte de informações sobre as
maneiras de melhorar o equipamento e a produtividade”.
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Princípios 57 a 71
57. Ajustar a altura de operação para cada trabalhador, situando-a no nível dos cotovelos ou
um pouco mais baixo.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
59. Certificar-se de que os trabalhadores mais altos tenham bastante espaço para mover
com comodidade as pernas e o corpo.
Observações_____________________________________________________________
60. Situar os materiais, ferramentas e controle utilizados com maior frequência em uma área
de fácil alcance.
Observações_____________________________________________________________
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61. Providenciar uma superfície de trabalho estável e de multiuso em cada posto de trabalho.
Propõe alguma ação?
Observações_____________________________________________________________
62. Proporcionar lugares para trabalhar sentado aos trabalhadores que realizam tarefas que
exijam precisão ou uma inspeção detalhada de elementos e lugares para trabalhar de pé aos
que realizam tarefas que demandem movimentos do corpo e uma maior força.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
64. Permitir que os trabalhadores alternem de posição entre estar sentado e estar de pé
durante o trabalho, na medida do possível.
Observações_____________________________________________________________
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65. Providenciar cadeiras ou banquetas para que ocasionalmente se sentem os
trabalhadores que executam suas tarefas de pé.
Observações_____________________________________________________________
66. Fornecer cadeiras reguláveis e com espaldar aos trabalhadores que operam sentados.
Observações_____________________________________________________________
67. Proporcionar superfícies de trabalho reguláveis aos trabalhadores que alternam entre
lidar com objetos grandes e pequenos.
Observações_____________________________________________________________
68. Fazer com que os postos com telas e teclados, tais como os postos com terminais-vídeo,
possam ser regulados pelos trabalhadores.
Observações_____________________________________________________________
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69. Proporcionar exames dos olhos e óculos protetores apropriados aos trabalhadores que
utilizem habitualmente um equipamento com terminal-vídeo.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Estudo Complementar 8: Faça a leitura das páginas 121 a 199, referentes aos pontos de
verificação para melhoria do design do posto de trabalho, disponível no site:
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#)
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U NIDADE 25
ECP: Iluminação
O aparelho usado para medir a iluminância é o luxímetro como o instrumento digital portátil,
com tela de cristal líquido (LCD), que realiza medidas da iluminação ambiente em LUX na
faixa de 1 LUX a 50.000 LUX. Além das medidas quantitativas, é fundamental a análise dos
princípios propostos pelo ECP e, simultaneamente, a percepção dos trabalhadores.
Nem sempre uma situação de iluminação dentro dos padrões legais será adequada ao tipo
de trabalho realizado. Por isso, é sempre indispensável entender as atividades realizadas e
analisar como os trabalhadores percebem a iluminação. Uma iluminação adequada é
considerada pela ergonomia como um dos fatores capazes de melhorar a satisfação dos
trabalhadores, aumentar a produtividade, reduzir as doenças ocupacionais e os riscos de
acidentes, pois:
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1. Excesso de luz é um problema comum nas empresas e nos escritórios. Muita luz, no
entanto, não significa luz adequada. Pelo contrário, pode atrapalhar e gerar uma
sensação de desconforto.
2. O limite mínimo também deve ser observado. A iluminação da área de trabalho deve
apresentar, no mínimo, 500 luxes, o que é fiscalizado pelo Ministério do Trabalho.
3. Além da iluminação geral, algumas atividades exigem uma iluminação mais pontual na
mesa de trabalho (desklight).
4. O excesso da luz solar deve ser controlado com cortinas e persianas. Há uma
tendência em se aproveitar a luz natural, sempre a complementando com a iluminação
artificial.
9. Pesquisa feita nos Estados Unidos demonstrou que aqueles que ficavam perto de
janelas tinham 23% menos queixa de dor nas costas, dor de cabeça e exaustão.
10. Remova lâmpadas onde há mais luz do que o necessário, mas certifique-se de manter
uma iluminação boa em locais de trabalho para não prejudicar seu desempenho ou
evitar acidentes (áreas com máquinas).
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11. Realizando a limpeza de paredes, tetos e pisos e utilizar cores claras no ambiente de
trabalho e estudo, melhoram a iluminação do local e você se sentirá mais confortável
e disposto no seu local de trabalho (UFRJ, 2008).
Segundo Grandjean (2004), alguns conceitos são fundamentais, para o melhor entendimento
do iluminamento. Entre eles:
Iluminância – É a quantidade de luz que incide sobre uma superfície. Sua unidade de
medida é o lux (lx). Onde: 1 lux (lx) = 1 lumem (lm), sendo o lumem a unidade do fluxo
luminoso.
O autor explica que estímulos físicos iguais são percebidos de forma diferente por pessoas
diferentes. No entanto, quanto ao iluminamento, existem as seguintes correlações:
“claridade” para uma grande incidência de luz na retina e “penumbra” para pouca luz
incidente.
177
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Uniformidade temporal da iluminação;
Evitar o ofuscamento.
Princípios 72 a 81
Observações_____________________________________________________________
73. Usar cores claras para as paredes e tetos quando forem necessários níveis mais altos de
iluminação.
Observações_____________________________________________________________
74. Iluminar os corredores, escadas, rampas e demais áreas onde possa haver pessoas.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
178
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76. Proporcionar iluminação suficiente para os trabalhadores, de forma que possam operar
em todo momento de modo eficiente e confortável.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
179
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80. Escolher um fundo apropriado à tarefa visual para realizar trabalhos que requeiram uma
atenção contínua e importante.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Estudo Complementar 9: Faça a leitura das páginas 200 a 220, referentes aos pontos de
verificação para iluminação.
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#)
180
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U NIDADE 26
ECP: Instalações, Riscos Ambientais, Comodidade e bem-estar
Orientações relacionadas aos riscos ambientais presentes no trabalho como ruído, vibração,
choque elétrico e substâncias químicas. Conforme discutido no módulo “Aspectos sociais,
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saúde e produtividade” estes riscos ambientais resultam em uma série de doenças
ocupacionais.
Princípios 82 a 87
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
182
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84. Isolar ou manter afastadas as fontes de calor ou de frio.
Observações_____________________________________________________________
85. Instalar sistemas eficazes de exaustão localizada que permitam um trabalho seguro e
eficiente.
Observações_____________________________________________________________
86. Aumentar o uso da ventilação natural quando for necessário melhorar o ambiente térmico
interno.
Observações_____________________________________________________________
87. Melhorar e manter os sistemas de ventilação para assegurar uma boa qualidade do ar
nos locais de trabalho.
Observações_____________________________________________________________
183
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Princípios 88 a 94
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
184
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92. Escolher luminárias manuais elétricas que estejam bem isoladas contra as descargas
elétricas e o calor.
Observações_____________________________________________________________
93. Assegurar-se de que as conexões dos cabos de ponto de luz e equipamentos sejam
seguros.
Observações_____________________________________________________________
94. Proteger dos riscos químicos os trabalhadores, a fim de que possam realizar seu trabalho
de forma segura e eficiente.
Observações_____________________________________________________________
Princípios 95 a 99
95. Fornecer e manter em bom estado ambientes para troca de roupa, para banho e
sanitários, a fim de assegurar a boa higiene e o asseio.
Observações_____________________________________________________________
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96. Providenciar áreas para comer, locais de descanso e bebedouros, a fim de assegurar o
bem-estar e uma boa realização do trabalho.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
186
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Estudo Complementar 10: Faça a leitura das páginas 221 a 263, referentes aos pontos de
verificação para instalações, riscos ambientais, conforto e comodidade.
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#)
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U NIDADE 27
ECP: Equipamentos de Proteção Individual
Para estas correntes “os agentes/riscos são assumidos como peculiaridades naturalizadas
de objetos e meios de trabalho, descontextualizados das razões que se situam em sua
origem, repetem-se, na prática, as limitações da Medicina do Trabalho. As medidas que
deveriam assegurar a saúde do trabalhador, em seu sentido mais amplo, acabam por
restringir-se a intervenções pontuais sobre os riscos mais evidentes. Enfatiza-se a utilização
de equipamentos de proteção individual, em detrimento dos que poderiam significar a
proteção coletiva; normatizam-se formas de trabalhar consideradas seguras, o que, em
determinadas circunstâncias, conforma apenas um quadro de prevenção simbólica.
Assumida essa perspectiva, são imputados aos trabalhadores os ônus por acidentes e
doenças, concebidos como decorrentes da ignorância e da negligência, caracterizando uma
dupla penalização” (MACHADO E MINAYO-GOMEZ, 1995).
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saúde e segurança, sob ponto de vista da Saúde do Trabalhador. A partir da leitura de um
trecho do texto “A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas”,
escrito por Minayo-Gomes e Costa (1997), torna-se claro o tratamento interdisciplinar da
Saúde do Trabalhador, focado na penosidade das cargas de trabalho.
Fragmento do Texto
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materialidade visível externa ao corpo humano", apontando, sem sistematizar, os
componentes do processo de trabalho capazes de gerá-las. Posteriormente, Noriega (1993)
passa a atribuir às exigências - enquanto requerimentos decorrentes da organização do
trabalho e da atividade do trabalhador - um papel relevante na conformação dos perfis de
saúde-doença dos coletivos de trabalhadores, ao distingui-las dos riscos, relacionados aos
objetos e meios de trabalho.
Observações_____________________________________________________________
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101. Quando os riscos não podem ser eliminados por outros meios, escolher um
equipamento de proteção pessoal adequado para o trabalhador e que seja de fácil
manutenção.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
103. Assegurar-se de que todos utilizem os equipamentos de proteção pessoal quando eles
forem necessários.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
191
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105. Providenciar recursos para a limpeza e a manutenção regular dos equipamentos de
proteção pessoal.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
107. Sinalizar claramente as áreas onde for obrigatório o uso de equipamentos de proteção
pessoal.
Observações_____________________________________________________________
Estudo Complementar 11: Faça a leitura das páginas 264 a 279, referentes aos pontos de
verificação para Equipamentos de Proteção Individual.
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#)
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U NIDADE 28
ECP: Organização do Trabalho
Um dos principais desafios da ação ergonômica é contribuir com a mudança dos modelos de
gestão. A finalidade primeira da ação ergonômica é transformar o trabalho (GUÉRIN ET AL.,
2001).
a. As normas de produção;
b. O modo operatório;
c. A exigência de tempo;
e. O ritmo de trabalho;
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
194
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110. Resolver os problemas do trabalho envolvendo os trabalhadores em grupos.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
113. Informar com frequência aos trabalhadores sobre os resultados de seu trabalho.
Observações_____________________________________________________________
195
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114. Dar treinamento aos trabalhadores para que assumam responsabilidade e fornecer-lhes
os meios para que tragam melhorias a suas tarefas.
Observações_____________________________________________________________
115. Propiciar ocasiões para a fácil comunicação e o apoio mútuo no local de trabalho.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
117. Formar grupos de trabalho, de modo que em cada um deles o trabalho seja coletivo e
os resultados sejam de responsabilidade de todos.
Observações_____________________________________________________________
196
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118. Melhorar os trabalhos difíceis e monótonos a fim de incrementar a produtividade em
longo prazo. Propõe alguma ação?
Observações_____________________________________________________________
119. Combinar as tarefas para fazer com que o trabalho seja mais interessante e variado.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
121. Combinar o trabalho diante de um terminal-vídeo com outras tarefas para incrementar a
produtividade e reduzir a fadiga.
Observações_____________________________________________________________
197
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122. Proporcionar pausas curtas e frequentes durante os trabalhos contínuos com terminal-
vídeo.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
198
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126. Tomar medidas para que os trabalhadores de mais idade possam realizar seu trabalho
com segurança e eficiência.
Observações_____________________________________________________________
Observações_____________________________________________________________
128. Aprender de que maneira melhorar seu local de trabalho a partir de bons exemplos em
sua própria empresa ou em outras empresas.
Observações_____________________________________________________________
Estudo Complementar 12: Faça a leitura das páginas 280 a 325, referentes aos pontos de
verificação para iluminação.
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/seleciona_livro.asp?Cod=57#)
199
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Atividade de Trabalho
Não se esqueça de pedir autorização dos trabalhadores e explicar a todos envolvidos que se
trate de uma pesquisa acadêmica.
Após verificar os 128 pontos, volte a observar os itens assinalados com SIM. Selecione
aqueles cujas melhorias pareçam mais importantes. Em seguida, marque PRIORITÁRIO
nesses itens.
Faça uma descrição sintética da situação analisada e disserte sobre as seguintes questões:
1) Aponte os itens que foram selecionados com prioritários e os motivos desta escolha.
2) Sugira no mínimo uma modificação para cada um dos itens selecionados como
prioritário e justifique a sua sugestão.
200
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U NIDADE 29
Etapa de síntese e implementação das melhorias
QFD
201
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Figura 17
Boscolo et al (1999) explicam que com o processo de elaboração da matriz QFD em ações
ergonômicas podem-se observar outros benefícios, tais como:
Maior atenção dos projetistas com relação aos fatores humanos envolvidos na
produção.
Toda ação ergonômica resulta, portanto, na concepção de uma nova situação de trabalho. A
matriz auxilia a construção de alternativas e a análise da viabilidade. A seguir iremos
trabalhar com um trecho do texto “Aplicação de QFD em ergonomia” escrito por Menegon et
al. (2003), disponível em: < http://www.simucad.dep.ufscar.br/et2/Apostila_ET2.pdf>.
Fragmento do Texto
As Etapas do QFD
Observe a Figura X, modificada por Menegon et al. (2003). De acordo com a figura a área 1
da matriz de QFD correspondente aos “QUEs”, isto é, lista-se sucintamente os problemas
levantadas durante a Análise Ergonômica do Trabalho, acrescentando também outros
problemas previamente percebidos pela equipe de projeto. A cada um dos “QUEs” é
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atribuído um grau de importância, campo 2, em relação ao surgimento ou agravamento do
problema que está sendo tratado. A área 3 da matriz de QFD é reservada para os “COMOs”,
que são as ideias ou sugestões de solução para os problemas listados no campo 1. É
durante as sessões de focus group (discussão de grupo) que estas sugestões são geradas.
O próximo passo da técnica de QFD é preencher a área 4. Isso consiste em relacionar as
áreas 1 e 2, referente às supostas causas do problema e as sugestões de como atacá-las.
Assim, a equipe deve discutir sobre todas as sugestões, analisando-as e avaliando-as
quanto a sua eficácia no combate a cada uma das causas do problema. No campo 5 da
Matriz de QFD são identificadas as soluções incompatíveis entre si. No campo 6 é
representado, segundo a análise dos participantes, o grau de dificuldade para implantar cada
solução proposta no campo 2. Conforme está indicado na legenda da figura, o grau de
dificuldade varia de 1 a 5. Para esta análise são consideradas questões ligadas à tecnologia
e concepção de projeto, questões financeiras, organizacionais e culturais existentes na
empresa. Nos campos 7 e 8 são indicadas a importância absoluta e relativa,
respectivamente, para cada solução do campo 2. A importância absoluta consiste na
somatória da multiplicação da pontuação dada no campo 3 pelo campo 4, para cada solução
proposta. Desta forma, quanto maior o número, mais eficaz é a solução em questão para a
resolução do problema. No campo 8 as soluções são numeradas em ordem crescente de
eficácia.
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Plano 5W1H
Um bom Plano de Ação deve deixar claro tudo o que deverá ser feito (“What”?) e quando
(“When”?). Se a sua execução envolve mais de uma pessoa, deve esclarecer quem será o
responsável por cada ação (“Who”?). Quando necessário, para evitar possíveis dúvidas,
deve ainda esclarecer, os porquês (“Why”?) da realização de cada ação, como (“How”?)
deverão ser feitas, e onde (“Where”?) serão feitas.
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Para fazer um bom Plano de Ação, considerando o 5W1H, não é preciso nada de especial. O
mais usual é uma apresentação na forma de uma simples tabela, com uma coluna para cada
um dos 5W e uma para o H. Conforme citado na introdução, na prática, nem sempre são
necessários todos eles. Coloque uma ação em cada linha e preencha os 5W1H, um em cada
coluna. Acrescente pelo menos mais uma coluna, para “OBS”. Para cada situação você
poderá ter necessidade de acrescentar outras variáveis.
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U NIDADE 30
Caderno de Encargos
A fase final da AET consiste na síntese ergonômica do trabalho. Esta etapa é dividida em
duas fases: o estabelecimento do diagnóstico da situação de trabalho e a elaboração do
caderno de encargos de recomendações ergonômicas.
Bezerra (1998) explica que na primeira fase, todos os dados levantados na análise
ergonômica do trabalho são reagrupados, confrontados uns com os outros, sintetizados e
interpretados na forma de sintomas. É, somente neste estágio, que as conclusões podem ser
tiradas e um diagnóstico estabelecido. Finalmente, na segunda fase, pode-se elaborar um
caderno de encargos de recomendações ergonômicas, baseado em dados ergonômicos
normativos gerais e dados ergonômicos específicos da situação de trabalho analisada.
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Na unidade 16 do Módulo “Introdução à ergonomia” você aprendeu que o processo de
construção das soluções permite que os envolvidos na AET elaborem, ao final desta etapa,
um caderno de encargos evidenciando a eficácia de cada sugestão em relação à solução, as
dificuldades técnicas e organizacionais de implementação das mesmas, os pré-requisitos
necessários, o nível de importância das recomendações e os possíveis desdobramentos
(VASCONCELOS, 2000).
Para os autores, “a aprovação de uma solução deve obedecer dois critérios. Dever ser
adequada à atividade, sob o ponto de vista dos trabalhadores e dos gestores envolvidos,
segundo, sobre critérios ergonômicos. As propostas testadas e aprovadas passam a
constituir um caderno de encargos, tornando-se referência para projetos futuros e das
práticas cotidianos no posto (postos) estudados”.
Documentação.
Wisner (1987) explica que a qualidade de sua intervenção depende essencialmente de sua
experiência com o tipo de objeto desenvolvido ou pesquisado.
A análise ergonômica do trabalho não deve nunca ser finalizada com o caderno de encargos.
Entretanto, infelizmente está não é ainda a realidade. Segundo Ferreira et al. (1994), o
momento da avaliação da intervenção é o ponto crucial da ação do ergonomista, uma vez
que a finalidade da ergonomia é a melhoria das condições de trabalho dos operadores,
209
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dentro dos limites considerados aceitáveis para a produção. Para Abrahão (2000) este é o
estágio crítico, pois é ali que a demanda negociada mostra ou não o seu acerto.
É fundamental que avaliação da ação obedeça a três critérios, propostos por Wisner (1987):
Diversos são os fatores que podem contribuir para a não incorporação da ação ergonômica
pelas racionalidades envolvidas e compreendê-los é um desafio atual, pois a durabilidade da
ação dependerá da transferência dos conhecimentos produzidos e das condições de
incorporação. A literatura ergonômica publicada no Brasil sobre conceitos e métodos em
ergonomia limita-se a descrever a etapa de avaliação da ação ergonômica apenas
ressaltando sua importância, deixando um vazio metodológico sobre como avaliar os efeitos
das ações, sem procurar encontrar respostas para as seguintes questões:
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Atividade Optativa 8: Cada situação de trabalho é singular, portanto, cada ação
ergonômica será diferente. Não existe um modelo de ação ergonômica, contudo nesta fase
de aprendizado é importante que você se baseie em intervenções já realizadas até que tenha
experiência com o tipo de objeto desenvolvido ou pesquisado. Leia o modelo de intervenção
ergonômica proposto pelo grupo Ergo&Ação da UFSCar.
Antes de dar início à sua Prova Online é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e
faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.
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G LOSSÁRIO
ABSENTEÍSMO
Ausência dos trabalhadores no processo de trabalho, seja por falta, seja por atraso, devido a
algum motivo interveniente.
Metodologia desenvolvida por ergonomistas de idioma francês que tem como finalidade
transformar o trabalho, visando obter boas condições de trabalho para os operadores e
atendimento aos objetivos da produção. Esta metodologia contempla cinco fases:
constituição e análise da demanda; análise do ambiente técnico, econômico e social da
empresa; análise das atividades e da situação de trabalho; recomendações ergonômicas;
validação da intervenção ergonômica e eficácia das recomendações propostas.
ANTROPOMETRIA
ANTROPOTECNOLOGIA
Termo criado com o intuito de expandir o campo de ação da ergonomia para análises de
processos de transferência de tecnologia, busca a adaptação da tecnologia ao país
importador, considerando a influência dos contextos geográficos, demográficos, econômicos,
sociológicos e antropológicos. É fruto da escola francesa de ergonomia.
APROPRIAÇÃO
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ATIVIDADE
BIOMECÂNICA
CADERNO DE ENCARGOS
CARGAS DE TRABALHO
CENTRO DE GRAVIDADE
CHECK LISTS
CINESIOLOGIA
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COMPRESSÃO
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Do ponto de vista físico são os aspectos ambientais, como ruído, temperatura, luminosidade,
vibração, toxicologia do ar, bem como a disposição e adequação de instalações e
equipamentos. Do ponto de vista organizacional, trata-se da divisão do trabalho, a
parcelização das tarefas, o número e duração das pausas, a natureza das instruções (ou sua
ausência), o conhecimento dos resultados da ação (ou sua ignorância), as modalidades de
ligação entre tarefa e remuneração.
DÉBITO CARDÍACO
DOENÇA OCUPACIONAL
DORT
EFICÁCIA
EFICIÊNCIA
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Qualidade de um procedimento que utiliza bem os recursos postos à sua disposição para
atingir determinados fins ou objetivos.
ENTREVISTAS EM AUTOCONFRONTAÇÃO
Entrevistas realizadas como o objetivo de confrontar com os trabalhadores tudo que foi
observado, procurando resgatar fenômenos não explicitados ou contemplados nas
observações sistemáticas.
São quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra
possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma
determinada atividade.
ERGONOMIA
ERGONOMIA DA ATIVIDADE
ERGONOMIA PARTICIPATIVA
ESTRESSE
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sexuais, desordens mentais e emocionais, perturbações do sono, fraqueza, desmaios,
angústia, etc.).
FADIGA
Efeitos locais ou gerais não patológicos nos trabalhadores, reversíveis após uma
recuperação adequada. Descreve a incapacidade de continuar funcionando ao nível normal
da capacidade pessoal.
FLUXOGRAMA
FREQUÊNCIA CARDÍACA
HUMAN FACTORS
Termo em inglês para Fator Humano. É utilizado para denominar a corrente americana de
ergonomia, centrada no componente humano dos sistemas homem-máquina.
INCORPORAÇÃO
JUSANTE
Denomina-se a uma área que fica abaixo da outra, ao se considerar a corrente fluvial pela
qual é banhada. Costuma-se empregar a expressão na engenharia de produção para
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determinar os postos de trabalho ou cadeia produtiva localizada “abaixo da outra”, opondo-se
à expressão montante, ou seja, tudo que se situa acima, diz-se que se situa a montante do
mesmo ponto.
LER
LER (ou L.E.R.) é a abreviatura de Lesão por Esforço Repetitivo. Representa uma síndrome
de dor nos membros superiores, com queixa de grande incapacidade funcional, causada
primariamente pelo próprio uso das extremidades superiores em tarefas que envolvem
movimentos repetitivos ou posturas forçadas.
MODO OPERATÓRIO
MOMENTO
NORMA REGULAMENTADORA
PLANO FRONTAL
Plano que divide o corpo em duas metades perfeitamente iguais, uma anterior e outra
posterior.
PLANO SAGITAL
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Plano que divide o corpo em duas metades perfeitamente iguais, uma direita e um esquerda.
PLANO TRANSVERSO
Plano que divide o corpo em duas metades perfeitamente iguais, uma superior e outra
inferior.
POSTO DE TRABALHO
É o ambiente ou meio de trabalho, definido por uma ou mais tarefas organizadas para atingir
um fim pré-determinado num processo laboral concreto.
PREVENÇÃO
PROTÓTIPO
É um produto que ainda não foi comercializado, mas está em fase de testes ou de
planejamento.
REGULAÇÃO
É a forma utilizada pelos trabalhadores ou pelo coletivo para atingir as metas, condutas e
prescrições.
QFD
RISCO
219
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Probabilidade de o potencial danificador ser atingido nas condições de uso e/ou exposição,
bem como a possível amplitude do dano.
SISTEMA DE TRABALHO
TAREFA
É o objetivo que o operador tem a atingir, para o qual são atribuídos meios (máquinas e
equipamentos) e condições (tempos, paradas, ordem de operação, espaço e ambiente
físicos, regulamentos). Corresponde ao trabalho prescrito.
TECNOLOGIA
TRABALHO
TRABALHO PRESCRITO
TRABALHO REAL
TQC
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Sigla para Total Quality Control ou Controle da Qualidade Total. Qualidade Total é uma
técnica de administração multidisciplinar formada por um conjunto de Programas,
Ferramentas e Métodos, aplicados no controle do processo de produção das empresas, para
obter bens e serviços pelo menor custo e melhor qualidade, objetivando atender as
exigências e a satisfação dos clientes. Os princípios da Qualidade Total estão
fundamentados na Administração Científica de Frederick Taylor(1856-1915), no Controle
Estatístico de Processos de Walter A. Shewhart (1891-1967) e na Administração por
Objetivos de Peter Drucker (1909-2005).
TURN OVER
VALIDAÇÃO
VARIABILIDADE
VERBALIZAÇÃO
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B IBLIOGRAFIA
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