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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO.........................................................................................................2
1.1 Generalidades..............................................................................................................2
1.2 Objectivos....................................................................................................................2
1.2.1 Geral.........................................................................................................................2
1.2.2 Específicos................................................................................................................2
II. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................3
2.1 Contextualização.........................................................................................................3
2.1.1 Sistemas Agro-florestais...........................................................................................3
2.1.1.1 Vantagens e desvantagens dos SAFs segundo Brienza (1986):............................3
2.1.2 Homegarden (Quintais Agroflorestais)....................................................................6
2.1.2.1 Características dos Quintais Agro-florestais.........................................................6
2.1.2.2 Espécies que devem compor o Quintal Agro-florestal (Batista et al,. S/A)..........6
2.1.2.3 Exemplos de espécies utilizadas nos SAFs e Quintais Agro-florestais segundo
(Chitsondzo, 2011)............................................................................................................7
III. METODOLOGIA...................................................................................................8
3.1 Métodos.......................................................................................................................8
3.2 Materiais......................................................................................................................8
3.3 Actividades realizadas.................................................................................................9
3.3.1 Primeira família inquerida........................................................................................9
3.3.2 Segunda família inquerida......................................................................................11
3.3.3 Terceira família inquerida......................................................................................13
IV. CONCLUSÕES....................................................................................................15
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................16

I. INTRODUÇÃO

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1.1 Generalidades

Segundo Brandy et al., (1994) Os Sistemas Agro-florestais (SAF’s) são


reconhecidamente modelos de exploração de solos que mais se aproximam
ecologicamente da floresta natural e que, por isso, são considerados como importante
alternativa de uso sustentável do ecossistema tropical húmido.

A importância da utilização de Sistemas Agro-florestais fica mais evidente, quando


constatamos a existência de extensas áreas improdutivas em consequência da
degradação resultante, principalmente, da prática do cultivo itinerante,
reconhecidamente uma modalidade de exploração não sustentável dos solos.

A agricultura familiar fundamentada no uso de área de exploração agrícola reduzida,


exige uma grande conscientização do agricultor na escolha do modelo de exploração
adoptado, para garantir a sua sustentabilidade ao longo dos anos. Isso se deve ao fato de
que a actividade agro-pecuária nessas áreas será intensiva, procurando-se obter o
máximo de rendimento económico possível por área.

Entretanto O Sistema Agro-florestal é uma opção interessante e extremamente viável na


escolha de modelos pelo pequeno produtor. É o seu melhor aliado, pois as árvores
sempre tiveram um papel importante na vida dos homens tanto no fornecimento de
produtos (madeira, mel, produtos medicinais) como de benefícios indirectos.

1.2 Objectivos

1.2.1 Geral

 Familiarizar com aspectos práticos relacionados as praticas AF

1.2.2 Específicos

 Definir os sistemas agro-florestais, suas vantagens e desvantagens;


 Caracterizar os quintais agro-florestais (Homegarden).

II. REFERENCIAL TEÓRICO

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2.1 Contextualização

2.1.1 Sistemas Agro-florestais

Os Sistemas Agro-florestais constituem sistemas de uso e ocupação do solo em que


plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras) são manejadas em associação
com plantas herbáceas, culturas agrícolas e/ou forrageiras e/ou em integração com
animais, em uma mesma unidade de maneio, de acordo com um arranjo espacial e
temporal, com alta diversidade de espécies e interacções ecológicas entre estes
componentes (Angel, S/A).

Ainda de acordo com o autor acima citado, Nesses modelos de exploração agrícola são
utilizadas culturas agrícolas e/ou pastagens com espécies florestais. Essas últimas são
partes fundamentais e devem integrar tais sistemas de exploração, portanto, a não
ocorrência de espécies florestais não caracteriza a exploração agrícola como agro-
florestal e sim como sistemas de consorciação de culturas agrícolas ou integração
lavoura pecuária.

2.1.1.1 Vantagens e desvantagens dos SAFs segundo Brienza (1986)

Vantagens dos SAFs

a) Os SAF’s aliam a produção de alimentos com a conservação do meio ambiente.


 Quando não usamos venenos e químicos, não poluímos as águas, o solo e os
alimentos;
 Os SAFS ajudam a controlar a erosão dos solos;
 Diminuem a necessidade de derrubar a floresta para abrir novos roçados;
 Grande eficiência na ciclagem de nutrientes;

b) Os SAF’s são importantes na recuperação de áreas degradadas.


 São utilizadas espécies pouco exigentes quanto a qualidade do solo, capazes de
melhorar a terra para as espécies mais exigentes;
 No consórcio de espécies, uma planta ajuda a outra a se desenvolver;
 Ao longo do tempo, a terra vai se recuperando naturalmente;
 Os SAF’s cumprem duas funções ao mesmo tempo, pois durante a recuperação

da área são produzidos alimentos e outros produtos;

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c) Segurança alimentar.
 Melhoria da alimentação das populações rurais e dos consumidores;
 O alimento produzido sem adubos químicos é mais rico em nutrientes e mais
saudável;
 Melhoria da qualidade de vida de quem come e de quem produz;
 Consumindo alimentos das agro-florestas, estamos colaborando directamente
com a preservação da natureza;

d) Os SAF’s facilitam o trabalho do agricultor.

 Melhor distribuição da mão-de-obra ao longo do ano;

 Quando bem estabelecidos, continuam produzindo sem exigir muita mão-de-obra


em tarefas de tratos culturais e manejos;
 Por manter o solo produtivo por longos períodos, ajuda a fixar o agricultor a terra
e lhe dá mais tempo livre no dia-a-dia;
 Garantia de produção e renda para as gerações futuras;
 Valorizam a cultura local; e Melhoria da qualidade de vida dos produtores e
produtoras;

e) Benefícios económicos.
 Aumenta a renda familiar;
 Custos de implantação e manutenção são acessíveis aos pequenos agricultores;
 Intensificação do grau de utilização da área;
 Menor risco aos produtores, devido a maior diversificação da produção;
 Diminui o custo com insumos externos;

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Desvantagens dos SAFs

a) O manejo é um pouco mais complicado.


 O conhecimento dos agricultores e técnicos sobre os SAF’a ainda é muito
limitado;
 Pouco conhecimento sobre alelopatias;
 Distanciamento e espaçamento devem ser decididos pra cada espécie;
 Utilização de espécies que podem ser novas aos agricultores;
 Requere maior capacidade de observação e maiores conhecimentos;
 Os efeitos benéficos dos SAF’s dependem da qualidade e periodicidade do
manejo;

b) Desvantagens económicas.
 O custo inicial para a implantação da área pode ser mais elevado;
 O retorno do capital pode ser mais lento;
 O maneio incorrecto pode diminuir o rendimento dos cultivos agrícolas;
 Actualmente os produtos gerados pelos SAF’s têm mercados limitados
(necessidade de organização em associações e cooperativas);

c) Outras
 Aumenta a competição por luz, água e nutrientes;
 Difícil mecanização com as máquinas actuais;
 As árvores, quando grandes e velhas, podem causar acidentes;
 Ausência de pesquisas para os cultivos consorciados;

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2.1.2 Homegarden (Quintais Agroflorestais)

Segundo Radomski e Rita (2012) São áreas de produção, geralmente localizados


próximos da casa, onde se cultiva uma variedade de espécies agrícolas e florestais,
podendo envolver também a criação de pequenos animais domésticos. Consistem de
uma reunião de plantas, incluindo árvores, arbustos, trepadeiras e plantas herbáceas,
crescendo adjacentes às casas. Esses quintais são plantados e mantidos pelos membros
da casa, e seus produtos são principalmente para consumo próprio (Nair, 1993).

2.1.2.1 Características dos Quintais Agro-florestais

 Servem para experimentar novas espécies e novas técnicas, que serão aperfeiçoadas
para uso em maior escala, em outra unidade de produção;
 Assegura uma complementação alimentar;
 Grande variedade de plantas de uso múltiplo, assegurando alimentos e produtos
úteis o ano todo;
 Criação de animais pequenos e domésticos, como porco, pato, galinha, para carne e
derivados;
 Área de lazer para adultos e crianças, em baixo das árvores;
 As fezes dos animais e os resíduos domésticos podem ser usados como adubo;

2.1.2.2 Espécies que devem compor o Quintal Agro-florestal


(Batista et al,. S/A)
 Considerar a importância da espécie para a família;
 Observar a dificuldade de obter sementes, estacas e mudas das espécies desejadas;
 As espécies perenes (florestais) serão plantadas ao mesmo tempo que a lavoura
branca (roça);
 Horta dentro do quintal agro-florestal: cultiva-se hortaliças, temperos e plantas
medicinais (adubação deve ser intensiva: estrume, esterco curtido, cinza,
compostagem e cobertura viva/morta com plantas adubadoras)

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2.1.2.3 Exemplos de espécies utilizadas nos SAFs e Quintais Agro-
florestais segundo (Chitsondzo, 2011).
Culturas agrícolas

Abacaxi, abóbora, algodão, arroz, banana, cacau, café, cana-de-açúcar, cocó, gergelim,
feijão bueiro, feijão nhemba, girassol, inhame, mamão, mamona, mandioca, maracujá,
melancia, melão, milho, pepino, quiabo, soja, sisal, etc.

Plantas medicinais e aromáticas

Hortelã, Pimenta, Moringa, santo-antónio, etc.

Hortícolas

Alface, batata, batata-doce, beringela, beterraba, brócolis, cebolinha, cenoura, couve,


couve-chinesa, couve-flor, espinafre, flores, gengibre, inhame, pimenta, repolho, salsa,
tomate, etc.

Arbóreas madeiras

Acácia spp, Pinus spp, araucária, canela, cerejeira, eucalipto, figueira, louro, palmeiras,
pau-ferro, Sesbania sesban, Gliricidia sepium, Albizia lebbeck, Leucaena leucocephala,
etc.

Arbóreas frutíferas

Abacate, acerola, amora, caju, limoeiro, laranjeira, goiabeira, papaeira, ateira, coração
de boi, fruta-pão, goiaba, jaca, jambo, lixia, manga, tamarindo, tangerina, romã, etc.

Adubos verdes

 Promovem a adição de nitrogénio do ar para o solo através da simbiose com


bactérias fixadoras, localizados nos nódulos das raízes das plantas leguminosas
através da incorporação dos tecidos verdes da parte aérea das plantas;
 Promovem a cobertura vegetal do solo, diminuindo o efeito da radiação solar,
reduzindo a temperatura do solo;

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 Reduzem a erosão, protegendo o solo contra o impacto das chuvas, aumentando a
infiltração e diminuindo a enxurrada; etc.
III. METODOLOGIA

3.1 Métodos

O então relatório surge com o culminar da realização da aula prática da cadeira de


Sistemas Agro-florestais realizado nos arredores do distrito de Mocuba, cujo objectivo
principal era de familiarizar-se com os aspectos práticos da realização de SAF’s, mais
especificamente as formas de realização de saf’s, num olhar indiscriminado observar e
anotar as espécies usadas nas hortas caseiras (Homegarden).

A aula pratica iniciou com uma visita feita pelos estudantes á casa de um produtor
adoptante do SAF’s no bairro do Marmanelo, sob monitoria do docente da cadeira, com
o intuito de instruir aos estudantes o processo de entrevista comunitária e ou aos
produtores a quando da necessidade de se buscar informações, num contexto mais
especifico, de produção em consorciação das culturas agrícolas com plantas arbóreas e
ou perenes, SAF’s.

Dessa forma os estudantes obtiveram experiencias suficientes para colher dados


similares, porem de forma individualizada, e assim foi feito, cada estudante, com uma
meta de mais duas famílias adoptante de SAF’s, buscou entrevista-los e assim colher
informações sobre a prática do SAF’s, actividade esta que culmina com a realização do
presente relatório.

3.2 Materiais

Os materiais usados para o culminar da aula foram, os cadernos de anotação, canetas e


principalmente a fixa de campo que continham as questões para inquerir e ou fazer o
levantamento de dados necessários para se caracterizar as actividades as famílias
entrevistadas.

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3.3 Actividades realizadas

3.3.1 Primeira família inquerida

A primeira actividade prática foi realizada em comum com a discriminação de grupos


para a realização da mesma. Esta actividade foi realizada no Bairro de Marmanelo, na
casa da família Lobo, a entrevista foi feita a dona de casa, que responde pelo nome de
Micaela José Lobo, casada, e dona de casa com um agregado de 11 indivíduos sendo
dentre eles dois idosos (o casal), 6 adultos e 3 crianças.

A actividade de SAF’s nesta residência é praticada pelo chefe de família, que é


camponês, com o auxílio da sua esposa. É importante ressaltar que na terra em que hoje
é efectuado a actividade AF anteriormente constituía de outras formas de uso de terra
diferente da agricultura, com uma área num tamanho não especificado, porem pode se
aferir em torno de 10 m2 da área usado para actividade de produção.

O SAF’s utilizado é sob o sistema Agrissilvicultural, o tipo de SAF’s composto apenas


pela componente agrícola e perene, abaixo são mencionadas espécies existentes na área
de cultivo:

Espécies arbóreas

Citrus limon; Eucalyptus camaldulensis; Psidium guajava; Cocos nucifera; Mangifera


indica L. e Moringa Oleifera. Senna seamea; Annona squamosa L.; Carica papaya

Espécies agrícolas

Cajanus cajan; Lycopersicon esculentum; Allium cepa; Zea mays; Manihot esculenta;
Brassica oleracea; Cucurbita mixta; Amarantus sp; Lycopersicon esculentum; Allium
sativum;

É importante ressaltar que a actividade de cultivo do SAF’s nesta família esta virada
para a subsistência, porem, quando saem excedentes, estes são comercializados, como o
caso do coco, feijão e milho. O ramo do coqueiro é também utilizado como combustível
lenhoso.

Quanto a forma de organização as culturas se encontram dispostos de uma forma


aleatória, tanto as agrícolas como as perenes. Esta forma de disposição das plantas no

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terreno foi feita de uma forma preferencial. O plantio das culturas agrícolas é feito de ua
forma alternada, de forma a evitar a competição entre as componentes, exemplo disto é
que o milho e o feijão são lançados em épocas diferentes.

Um papel preponderante das espécies arbóreas (Coco nucifera) é de ser usado para a
realização de cerimónias, localmente designada por Mucuto, (Moringa oleifera) usado
para tratar diversas doenças, assim foi referenciado, (Eucalyptus camaldulensis) usado
para bafo e outros.

É de salientar que segundo a proprietária o SAF’s mais lhe rende a quando da adopção
de cultivo múltiplo em detrimento do monocultivo.

Principais problemas o SAF’s

Em geral, em todas as famílias adoptantes do SAF’s reportam o problema de


competição entre espécies agrícolas, o problema do sombreamento e o estrago causado
pela queda de ramos das árvores maiores sobre as culturas agrícolas. Em geral, o cultivo
das plantas agrícolas não tem uma influência significativa no desenvolvimento das
plantas perenes.

Pontos fortes do SAF’s

A adopção do SAF’s como já referenciado na bibliografia tem grande influência na


melhoria da segurança alimentar pelo facto de se extrair mais de um produto da
produção, pois através deste sistema de produção é possível obter, hortaliças, frutas,
lenhas, frutos, hortícolas e muitos outros produtos, melhorando assim o nível de vida do
produtor.

Pontos fracos do SAF’s

Mesmo o mais simples de SAF’s torna-se complexo, pois é necessário que sejam
acautelados os conhecimentos da ecologia das componentes envolvidas no sistema de
forma a adequar o plano de maneio da área usada para esta actividade, Para este caso
em particular pode ser visto sob o ponto de vista de ocupação de espaço considerável
num quintal, pois limita a possibilidade de se alocar mais infra-estruturas devido a
redução significativa do espaço.

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3.3.2 Segunda família inquerida

A segunda entrevista foi efectuada no bairro de aeroporto 1, na residência da família


Jaime, uma família com um agregado de 9 indivíduos, os quais 2 adultos, 4 crianças e 3
jovens. Para esta família a actividade de SAfs é praticado pela filha mais velha de casa
que responde pelo nome de Olga Jaime, solteira, de 23 anos de idade. Esta família é
composta por camponeses.

Na área praticada o SAF’s era anteriormente ocupada por uma residência da família,
não sendo possível fazer a determinação do tamanho da área. A área de cultivo é
composta por culturas agrícolas e perenes (Sistemas agrissilvicultural) de variados tipos
dentre eles:

Espécies arbóreas

Moringa oleífera; Coco nucifera, Citrus limon; Citrus sinensis; Musa sp, Annona
squamosa; Psidium guajava.

Culturas agrícolas

Ananas comosus; Cajanus cajan; Manihot esculenta; ipomea batatas; Vigna


unguiculata; abobora, Manihot esculenta; Cucumis sativus; Cucurbita pepo.

As árvores existentes no sistema, servem para sombreamento e servem também de fonte


de alimento bem como para uso medicinal. Estas espécies se encontram dispostos de
uma forma aleatória no terreno, pois os camponeses, na sua maioria, plantam como os
convêm. Em relação a época de plantio das espécies as praticas e experiencias são
partilhadas pela maioria dos camponeses, segundo os quais o plantio deve ser feito de
forma alternada com o objectivo de evitar a competição das culturas.

No que se pode constatar a família inseri os seus produtos para as actividades


comerciais, apesar da reduzida quantidade dos produtos obtidos, porem esse comercio
se restringe ao seu próprio quintal.

As árvores/componentes perenes tais como (Coco nucifera, Moringa oleífera e Musa sp)
são utilizados para cura de certas doenças tais como malária, dor de ouvido e febres.
Bem como são usados também como fonte de lenha para confeição de alimentos.

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Particularmente, esta agricultora acredita que a monocultura lhe renderia mais em
detrimento do SAF’s, pois ela prefere produzir uma cultura em quantidades acentuadas
do que muitas culturas porem em quantidade baixa.

Principais problemas do SAF’s

Na criação de árvores

Em geral as famílias inqueridas não reportavam algum problema na criação/cultura das


árvores, mas através de um olhar não discriminado foi possível observar que as árvores,
principalmente as fruteiras encontravam-se num estado sanitário não muito bom, pois os
frutos apresentavam-se com sinais de ataque por insectos.

Na produção agrícola

No campo de cultivo desta família em particular, o principal problema na cultura


agrícola é o ataque por aves e estragos na cultura feitos pela queda de ramos das árvores
maiores.

Pontos fortes do SAF’s

Os pontos fortes do SAF’s é visto de uma forma horizontal para todos os produtores, foi
difícil perceber através deles, sendo que através de perguntas indutivas foi possível
perceber que, as famílias têm SAF’s como uma fora de obter vários produtos em apenas
uma época de produção.

Pontos fracos do SAF’s

O facto de se tirar um pouco de tudo, no que se refere aos produtos no terreno de SAF’s
para algumas famílias isto chega a ser um ponto fraco, pois algumas delas preferem
produzir uma cultura porem em quantidade elevada, de forma a obter mais excedentes
de produção e assim destina-los a venda, uma vez que os terrenos em que produzem são
relativamente menores.

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3.3.3 Terceira família inquerida

A última família inquerida é a família da dona Ana Maria Lucas, dona de casa e
camponesa, casada, residente no Bairro de Aeroporto 1, cujo marido é mecânico de
profissão, porem a ajuda na actividade de produção, é uma família com um agregado de
4 indivíduos sendo dentre eles 2 adultos e 2 crianças.

A actividade de SAF’s no seio desta família é praticada num terreno de


aproximadamente 10m2, nesta parcela de terra anteriormente não existia nada, tendo
decidido assim a família de implantar naquele local culturas para satisfazerem as
necessidades alimentares do agregado. O sistema usado é Agrissilvicultura (cultura
agrícola e perene).

As culturas existentes no local são dentre elas:

Culturas agrícolas

Sorgum bicolor; Cajanus cajan; Cucurbita mixta; Amaranthus gangeticus, Brassica


oleracea.

Espécies perenes

Mangifera indica L.; Carica papaya; Annona muricata; Citrus sinensis; Cocos


nucifera; Anacardium ocidentale; Leucaena leucocephala; Moringa oleífera.

A reduzida área de produção impede a família de cultivar mais espécies as quais são de
sua preferência tais como: pêssego e pera abacate.

Principais usos da componente perene

As espécies perenes existentes no terreno desta família são em geral fruteiras, e são
usadas para alimentação, o desfrute da sombra, uso medicina e uso para a lenha. Há que
ressaltar que estas espécies estão dispostas de uma fora aleatória em função da área livre
do terreno, muitas das vezes essa forma de organização deve-se a limitação do terreno
ou do espaço para produzir.

As safras obtidas na produção na sua maioria são para a subsistência da família,


somente vendem os cocos, essa venda advêm da demanda pelo produto na área em que
a família habita. Porem não se trata de uma venda metódica, com um espaço físico, mas
sim uma venda por oportunidade e efectuado na própria residência.
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A família defende que a pratica de SAF’s é mais viável em detrimento da monocultura
pois através de SAF’s obtêm vários produtos e com espécies arbóreas la existentes é
possível acautelar as condições medicinais ligeiras.

Principais problemas na produção agrícola

O sombreamento causado pelas espécies perenes torna-se limitantes para a produção


agrícola, e o estrago que a queda dos ramos cria nas culturas agrícolas.

Principais problemas no cultivo de árvores

Semelhante a família anterior, esta família deu mais enfâse às benfeitorias das espécies
perenes pelos produtos e serviços que este oferece, ignorando a existência de um
problema físico existente para o cultivo da mesma.

Pontos fortes do SAF’s

Os pontos fortes convergem em todas as famílias inqueridas, e todos caminham para a


quantidade de produto obtido através de uma só safra.

Pontos fracos do SAF’s

A necessidade de uma área maior para maximizar a produção destas famílias é crucial
para elucidar as benfeitorias do SAF’s, e a limitação da área é um factor verídico no
seio destes produtores.

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IV. CONCLUSÕES

Um sistema agroflorestal é uma forma de produzirmos alimentos ao mesmo tempo em


que conservamos ou recuperamos a natureza. Isso é possível porque nessa forma de
produção, ao invés de retirarmos toda a vegetação original e plantarmos apenas uma
cultura em uma larga extensão de terra, procuramos entender o funcionamento da
natureza e imitá-la, utilizando as relações entre os seres vivos a nosso favor e
estimulando a biodiversidade.

Como benefício na adopção de SAFs pode-se citar a variabilidade de espécies utilizadas


nos modelos de plantio, a melhoria da capacidade produtiva da terra, optimização da
utilização dos recursos naturais disponíveis, se adaptado às condições ecológicas e dos
produtores, obtendo assim uma maior produção por unidade de área. A diversificação de
culturas ocasionam uma melhora significativa das propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo por meio de ciclagem de nutrientes e controle de erosão.

Em prol das características dos quintais agro-florestais (Homegarden) através do estudo


feito pode-se concluir que ambas as famílias inqueridas utilizam o conceito deste
sistema de produção, pois pela definição este sistema visa: Assegurar uma
complementação alimentar; obter grande variedade de plantas de uso múltiplo,
assegurando alimentos e produtos úteis o ano todo; promover a criação de animais
pequenos e domésticos, como porco, pato, galinha, para carne e derivados; criar área de
lazer para adultos e crianças, em baixo das árvores; e mais outros benefícios.

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V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRIENZA Jr., S. Programa agroflorestal da EMBRAPA- CPATU/PNPF para a


Amazônia Brasileira. Documentos EMBRAPA/CPATU, n. 9, 1986. 11p.

BATISTA, Miranda, Silviane et al. (s/d) - Quintais agroflorestais e segurança


alimentar de agricultores familiares no baixo Irituia, nordeste Paraense. 8p;

CHITSONDZO, Clemência C. E. (2011) - Quintais caseiros em Machipanda- distrito


de Manica, Moçambique. Dissertação - mestrado em Silvicultura. Universidade Federal
do Paraná. Curitiba. Brasil. 94p;

DUBOIS, J.C. L. Agroflorestas: uma alternativa para o desenvolvimento rural


sustentado. Informativo Agroflorestal, REBRAF, VOL 1, N. 4, P. 1-7, 1989.

ENGEL, Vera Lex (s/d) - Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Aplicações. 15p;

NAIR, P. K. R; (1993) - An introduction to agroforestry. ICRAF-Kluwer academic


publisheres. 497p.

RADOMSKI, Maria Izabel; RITA, Vitor Alves (2012) – Quintais agroflorestais.


Embrapa Florestas. Brasil. 2p;

YOUNG, A. 1990. Agroforestry for soil conservation, Nairóbi: ICRAF, 276p.

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