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08/08/2019

Alguns resultados metateóricos básicos:

- Teorema da Completude

- Teorema da Compacidade

- Teorema de Löwenheim-Skolem

- Primeiro teorema da incompletude de Godel

- Segundo teorema da incompletude de Godel

- Teorema da indecidibilidade de Church

- Teorema da indefibilidade de Tarski

Em um livro bom de introdução à lógica, como o do Cesar Mortari, nenhum


desses teoremas é demostrado. E por uma boa razão. Demostrar um teorema desses em
um departamento de filosofia seria deixar a totalidade da turma a ver navios.

Um texto clássico escrito por Hilbert-Bernays, nomeado Fundamentos da


Matemática, tendo seu primeiro volume escrito em 1934 e o segundo, escrito
basicamente por Bernays somente, em 1939, possuí uma demonstração do segundo
teorema da incompletude de Godel. Em Mathematical Logic (1967) escrito por
Shoenfield, temos a demonstração de todos esses teoremas, exceto o Segundo Teorema
da Incompletude. Outro livro é o de Kunen, nomeado Fundations of Mathematics
(2009). Tanto Shoenfield quanto o Kunen deram contribuições expressivas para a lógica
na segunda metade do século XX.

Um livro de filosofia a se destacar para estudar esses resultados meta-teóricos é


Computability and Logic 3rd ed. (1989) de Boolos & Jeffrey. Uma outra edição desse
livro é de Boolos, Burgess e Jeffrey, 5th. O conteúdo do livro na terceira edição já era
bastante rico, o enriquecimento adicional feito por Burgess acabou trazendo um custo
em acessibilidade, de forma que a terceira edição é mais acessível que a quinta.
Entretanto, mesmo a terceira edição traz dificuldades substanciais. O livro de Roman
Kossak, que irá guiar o curso, pretende realizar um papel intermediário entre o livro de
Cesar Mortari e Computability and Logic.
Collected Works de Godel, no volume 1: 1929, 1930 e 1930ª. Essa introdução é
muito esclarecedora da mudança de situação em lógica para uma em que o problema
metalógico sequer era mencionado em Frege e Russel para depois ser uma das
preocupações dominantes para Hilbert, Ackman, etc. Isso em uma diferença de tempo
muito pequena. Outro livro interessante: Carnielli n Epstein, Computabilidade, funções
rpt, logica e os fundamentos da matemática.

***

No fim da década de 30 Gödel prova a consistência da Hipótese Generalizada do


Contínuo (e do Axioma da Escolha).

Intuitivamente um conjunto enumerável é um conjunto em que os elementos possam


ser dispostos em uma lista com uma primeira posição, uma segunda posição, uma
terceira posição, etc. de tal maneira que cada elemento do conjunto apareça nessa lista
mais cedo ou mais tarde. O conjunto dos números naturais é enumerável. O conjunto
dos números inteiros é enumerável. Podemos ver através do zigue-zague de Cantor que
o conjunto dos números racionais também são enumeráveis. Cada uma dessas listas nos
dá uma correspondência biunívoca entre o conjunto dos números naturais. Cantor
utilizou essa noção para comparar tamanhos de conjuntos infinitos. A quantidade de
elementos no conjunto natural é a mesma dos racionais, entretanto isso não se dá pelo
fato de ambos serem infinitos. O conjunto dos números reais não é enumerável. Cantor
prova isso através do chamado método Diagonal de Cantor. Ele prova que o infinito dos
números reais é maior do que o infinito dos números reais. Existe uma correspondência
biunívoca entre o conjunto dos números reais e entre o conjunto dos subconjuntos dos
números naturais. Qualquer que seja o conjunto A, a quantidade de elementos dele será
menor que a de seus subconjuntos. Os axiomas usuais das teorias de conjunto não
permitem nem provar e nem refutar a hipótese do continuo.

[Leitura para a próxima aula: Capitulo 1]

22/08/2019

[Para a próxima aula: Capítulo 2 do Kossak; Capítulo 1 e 2 do Shoenfield, pg. 16]

Teorema da legibilidade única = Teorema de formação no Shoenfield.

29/08/2019
Consideremos o conjunto dos números inteiros positivos {1, 2, 3, ...}. Vamos
mostrar que o conjunto dos subconjuntos dos números inteiros positivos não é
enumerável. Faremos uma prova por redução ao absurdo usando o método diagonal de
Cantor. Supomos inicialmente que o conjunto dos subconjuntos do conjunto dos
números inteiros positivos seja enumerável.

Seja S1, S2, S3, etc. uma enumeração do conjunto dos subconjuntos do conjunto
dos números inteiros positivos. Definimos agora o seguinte conjunto D de inteiros
positivos (i.e, D é um subconjunto do conjunto dos números inteiros positivos). Para
cada número inteiro positivo n temos que: n ee D sse. n e/e Sn.

O que vai ser o conjunto D depende do que for a enumeração dada. Qualquer
enumeração dada eu posso definir o conjunto D dessa maneira. Como D é um
subconjunto do conjunto dos números inteiros positivos, então existe um número inteiro
positivo m tal que D = Sm.

Assim temos que: m ee D ss. m ee S m, pois D = Sm. Por outro lado, também
temos que m ee Sm sse. m e/e D, pela definição de D. Então ficamos com m ee D sse. m
e/e D, o que é uma contradição. Assim, nossa suposição inicial é falsa. Logo, é verdade
que o conjunto dos subconjuntos dos números inteiros positivos não é enumerável.

***

Seja [0, 1) = {x ee IR | 0 ≤ x < 1}. Vamos mostrar, usando o método diagonal,


que [0, 1) não é enumerável. Seja x ee [0, 1); podemos representar x por sua expansão
decimal da seguinte maneira. x = 0, x 1 x2 x3 ... Trabalharemos com expansões decimais
que não terminem em uma sequência infinita de 9’s. Supomos que [0, 1) é enumerável.
Seja a lista abaixo uma enumeração desse intervalo.

a1 = 0, a11 a12 a12 ...

a2 = 0, a21 a22 a23 ...

a3 = 0, a31 a31 a33 ...

.
.
.
Cada número real do intervalo [0, 1) aparecerá nessa lista. Seja, agora, b o seguinte
número real.

b = 0, b1 b2 b3 ...

Onde para cada número inteiro positivo n temos que. bn = ann + 1 se ann < 8 e bn = ann – 1
se ann ≥ 8.

Assim, para todo número inteiro positivo n temos bn ≠ de ann. Logo, para todo número
inteiro positivo n temos b ≠ an. Isto é, b não está na enumeração a1 a2 a3 ..., mas b ee [0,
1). Isso é uma contradição. Logo, nossa suposição inicial é falsa. Portanto [0, 1) não é
enumerável. Obs Todo subconjunto de um conjunto enumerável é enumerável. Assim
como [0, 1) é um subconjunto do conjunto dos números reais IR, temos que o conjunto
dos números reais não é enumerável.

Dois conjuntos A e B possuem a mesma cardinalidade quando há uma


correspondência biunívoca, uma função bijetora, entre A e B. A cardinalidade de A é
menor que a cardinalidade de B sse., primeiro, não existe correspondência biunívoca
entre A e B, e segundo, tem que haver correspondência biunívoca entre A e um
subconjunto de B. Provem o Teorema de Cantor. Seja A um conjunto qualquer, então
a cardinalidade de A é menor que a cardinalidade do conjunto dos subconjuntos de A.

05/09/2019

Se temos em filosofia uma perspectiva naturalista, como Quine, não há espaço


para uma filosofia primeira a partir da qual a ciência possa ser avaliada, julgada,
fundamentada. Não há no sistema de Quine espaço algum para uma filosofia primeira.
Tradicionalmente uma filosofia primeira se procura investigar os princípios da ciência e
fundamenta-los, ou seja, tão imunes quanto possível à duvida racional. O argumento é,
se eu tivesse um referencial teórico a partir do qual eu pudesse apoiar o referencial da
ciência, é necessário que eu faça uma crítica do primeiro, e o baseasse em um outro
referencial, caindo em uma regressão ao infinito. Para Quine a filosofia era parte da
ciência natural. Em uma palavra, a ciência é muito mais sistematizada que o senso
comum, e a filosofia é uma parte da ciência que lida com as questões mais gerais e
abstratas. Não faz sentido do ponto de vista de um sistema quineano um projeto
fundacionista da ciência. A ciência, segundo Quine, deve ser avaliada em seus próprios
termos, como o barco de Neurath, que tem que ser arrumado pelo marinheiro no mar.

***

A concepção aristotélica de ciência está profundamente associada a ideia de


sistema axiomático. Uma ciência (apodítica) é um sistema S de sentenças satisfazendo
as seguintes condições:

I. Toda sentença de S tem de se referir a um domínio específico de entidades


reais. (Não havia espaço para idealizações na concepção aristotélica de
ciência, isso passa a ser feito maciçamente com Galileu e hoje está
amplamente incorporado ao arsenal da ciência <Naturalism in
Mathematicas, Penelope Moddey>). Obs. Esse é o chamado postulado da
realidade
II. Toda sentença de S tem de ser verdadeira. Obs. Esse é o chamado postulado
da verdade. (Aristóteles tem uma concepção correspondencial de verdade:
verdadeiro é dizer do que é que é e do que não é que não é, e falso é dizer
que é e que não é e do que não é que é.)
III. Toda consequência lógica de sentenças de S tem de ser uma sentença de S.
Obs. Esse é o chamado postulado da dedutividade. Ou seja, aquilo que
podemos deduzir de uma sentença de S tem de ser uma sentença de S
também.
IV. Há, nas sentenças de S, um número finito de conceitos tais que:
i. Os significados desses conceitos são obviamente claros; assim, esses
conceitos podem ser admitidos sem definição.
ii. Todos os demais conceitos que aparecem nas sentenças de S podem ser
definidos a partir desses conceitos.

(Grosso modo, esses são os conceitos que Shoenfield chama de conceitos


básicos. A existência desses conceitos bloqueia uma regressão ao infinito no
que diz respeito a uma definição).

V. Há um número finito de sentenças de S tais que


i. A verdade dessas sentenças é óbvia; assim essas sentenças podem ser
aceitas sem demonstração.
ii. Todas as demais sentenças de S podem ser demonstradas a partir dessas
sentenças. (Grosso modo, correspondem ao que Shoenfield chama de
teoremas) Obs. As condições 4 e 5 combinadas formam o chamado
postulado da evidência.

Os conceitos cuja a existência é afirmada na condição IV e as sentenças cuja


a existência é afirmada na condição V constituem os chamados princípios da
ciência em questão.

Como uma ciência foi construída com bases nesses princípios, se ela decidir
investiga-los, três coisas podem acontecer: [1] Pode ter circularidade, de forma que ela
investigará seus princípios com base no que ela construiu a partir deles. [2] Pode cair
em uma regressão ao infinito. [3] Posso fazer as investigações de um princípio de uma
ciência apoiado em princípios de outra ciência, recurso aos princípios de outra ciência.
Há problemas nessas três posições. Uma alternativa é você encarregar uma metafisica,
uma filosofia primeira, de fazer isso. (Para Aristóteles nos conhecemos axiomas e
conceitos básicos por meio de uma visão intuitiva tendo como base a percepção
sensorial.)

(1) Circularidade; (2) regressão infinita. Há um nome para a terceira posição:


dogmatismo, no sentido filosófico do termo. Filósofos dogmaticos podem ser
caracterizados da seguinte maneira: eles aceitam sem justificavas certas sentenças,
axiomas, e aceitam sem explicação os conceitos básicos. <Esboços do Pirronismo/The
outlines of pirronismo – Sexto Empírico: Trilema de Agripa / The five modes:
Johnathan Barnes>. Essas opções aparecem na epistemologia contemporânea com os
seguintes nomes no campo da justificação: dogmatismo = fundacionismo, circularidade
= coerentismo e regressão ao infinito = infinitismo. Temos um exemplo no caso de
fundacionismo nos positivistas lógicos, que buscavam basear a ciência, e o mundo
exterior, a partir de dados sensoriais.

[Você justifica certo enunciado e explica certo conceito. Um enunciado em princípio é


verdadeiro ou falso. Os conceitos não.]

Na contemporaneidade a ideia de coerentismo está, principalmente em Quine,


relacionada à ideia de uma teia de crenças. No âmago de nossos sistemas de crenças
estão a lógica, a matemática, perto disso, certas leis fundamentais na física, e na borda
da teia nossas experiências. Procuramos ajustar a teia seguindo um princípio de
perturbação mínima. As partes dessas teias se apoiam umas às outras para fornecer
justificação.

Há uma corrente na epistemologia, que surge em fins dos anos 90, que nos
permite fazer regressões ao infinito e enfatiza o fato que devemos lidar com elas.
<Infinitismo; Turri, J., Klein, P. Ad infinitum: New essays on epistemological infinitism
Oxford University Press, 2014.>

<What do philosophers do? – Pelenope Moddy>

***

Grupo: <Benson Mates: Logica Elementar>

[The Foundations of Mathematics – Kunen. K]

***

<Ebert Beth – The foundations of Mathematics>

O que Beth chama de Princípio do Absoluto de Aristóteles (Com uma notação


diferente): ∃x∃yRxy → ∃z∀w (w≠z → (Rwz & ¬Rzw) Obs. z é dita a entidade absoluta
com respeito a relação R. Exemplos:

1) Rxy: x tem origem a partir de y. Nesse caso, z é o arkhé no sentido pré-socrático


do termo.
2) Rxy: x é movido por y. Nesse caso z é o primeiro motor aristotélico.
3) Rxy: x é feito ou desejado para que se obtenha y. Nesse caso z é o sumo bem no
sentido aristotélico.
4) Rxy: x está em um certo estado de movimento com respeito a y. Nesse caso z é o
espaço absoluto de Newton.
5) Rxy: o imperativo x está baseado no imperativo y. Nesse caso z é o imperativo
categórico no sentido de Kant.
6) Rxy: a verdade, ou a noção (em casos de conceitos), de x pressupõe a verdade,
ou a noção, de y. Nesse caso z será a conjunção dos axiomas, ou um conceito
básico. z é o princípio no sentido da concepção aristotélica de ciência.
O princípio do absoluto não é uma lei da lógica. Você pode facilmente apresentar
interpretações na qual esse princípio é falso. Kant na CRP reconheceu isso, nomeando o
princípio do absoluto de princípio da razão, e reconheceu que ele não tem valor
conclusivo, sugerindo que o princípio seja um princípio regulativo, heurístico.
A noção de sistema axiomático não se originou da noção aristotélica de ciência.
Essa estrutura reflete em certa medida um bloqueio de regressão infinita.
***
Observações para a prova: Não encontraremos na prova nada do capítulo 2 do Kossak.
Do capítulo 1 e do capítulo 3 não haverão exercícios como os que são apresentados
neles. Na prova entrará perguntas teóricas sobre o capítulo 1 e 3 do Kossak, e o que
vimos no Shenfield do início até o antepenúltimo parágrafo da página 2 [Termina com
may be very weak]. Perguntas teóricas irão pedir uma compreensão do que estamos
estudando. Terão um caráter geral sobre as ideias de cada capítulo.

A dificuldade de definir objetos concretos e objetos abstratos é discutido de


forma muito perspicaz na obra de David Lewis “A pluralidade dos mundos”.

***

Paradoxo de Russell (versão conjuntista): Imagine que toda propriedade delimite


um conjunto. Imagine, portanto, o conjunto dos conjuntos que não pertencem a si
mesmos. R = { x | x e/e x}. Um conjunto que pertence a si mesmo, por exemplo, temos
o conjunto dos não humanos, isso na teoria intuitiva de conjuntos. Na teoria axiomática
de conjuntos não se admitem conjuntos que pertencem a si mesmo. R ee R? Se R
pertence a R então R não pertence a si mesmo, e logo, não pertence a R. Se R não
pertence a R, então ele pertence a R. Ou seja, R ee R sse. R e/e R. Temos uma
contradição.

Na teoria dos tipos Russell estratifica os objetos em tipo 0, 1, 2, etc. Para


escrever a pertence a b a tem que ser do tipo n e b tem que ser do tipo n + 1. Isso evita o
paradoxo.

Para Cantor, os conjuntos podiam ser finitos, trans-finitos e absolutamente


infinitos. O infinito absoluto escapava a racionalidade humana e, portanto, escapa a
matemática.

19/09/2019

Hilbert: Para além da prova de consistência, só se aceita um tipo e exigência, a


exigência acerca da fecundidade. Para Hilbert, o intelecto humano terá sua dignidade
sob ameaça se não se esclarecer definitivamente a natureza acerca do infinito. A analise
por si só não nos conduz à compreensão mais profunda da natureza do infinito.

Hilbert irá tentar salvar a matemática infinitaria como um instrumento, para obter
resultados para a matemática finitaria. As proposições da matemática infinitaria são,
dessa forma, desprovidas de significados. Ela deve ser preservada por ser um
instrumento útil.

O teorema da incompletude de Gödel inviabiliza o programa de Hilbert. Entretanto,


podemos o quanto do programa pode ser feito.

***

Em princípio, em ZFC, qualquer demonstração de um teorema matemático pode


ser representada enquanto um teorema formal de ZFC.

<From Kant to Hilbert – Was sind und was sollen die Zahlen - Teorema 66 >

<Richard Currant – What’s Mathematics>.

Axiomas de Grupo – p. 22 Shoenfield

[Shoenfield – página 8]

[Kossak – página 56]

***

Nas leis básicas da Aritmética, Frege crítica o formalismo de jogo de Thomae


indagando como ele é capaz de explicar a aplicabilidade da matemática.

Para Kuhnen, o estado de um sistema axiomático muda com o tempo, dependendo da


evolução da displicina. Ele pode começa enquanto enunciados de fé e passarem a ser
enunciados definicionais.

26/09/2019

Vamos usar as ferramentas de relação de equivalência para passar dos naturais


para os inteiros.
Seja A um conjunto. Uma relação binária em A é um conjunto de pares ordenados de
elementos de A. Se R é uma relação binária em A e x e y são elementos de A,
escrevemos xRy para dizer que o par ordenado <x,y> ∈ R.

Seja R uma relação binária em A. Dizemos que R é uma relação de equivalência em A


se e somente se

i) R é reflexiva, isto é, para todo x ∈ A, temos xRx.


ii) R é simétrica, isto é, para todos x, y ∈ A, temos se xRy, então yRx.
iii) R é transitiva, isto é, para todos x, y, z ∈ A, temos se xRy e yRz, então xRz.

Exemplos:

1. Seja A um conjunto. A igualdade em A é uma relação de equivalência em A.


2. Seja A o conjunto dos números inteiros, isto é, A = {..., -2, -1, 0, 1, 2, ...}.
Definimos a relação binária R em A da seguinte maneira: dados p e q inteiros,
i.e., para todos p, q∈A, fazemos pRq, se e somente se p - q é um número par. R é
uma relação de equivalência em A.
De fato, dado p ∈ ℤ, temos p – p = 0, logo pRp. Assim, R é reflexiva.
Dado p, q ∈ ℤ temos: se pRp, então p - q é par, assim –(p - q) é par, ou seja, q - p
é par, daí qRp. Assim, R é simétrica.
Dados p,q,t ∈ ℤ, temos, se pRq e qRt, então, p-q é par e q-t é´par, assim, (p-q) +
(q-t) é par. Assim, p – t é par, daí, pRt. Logo, R é transitiva.

3. A equivalência lógica é uma relação de equivalência no conjunto das sentenças


de uma linguagem de primeira ordem.

Seja A um conjunto. Seja R uma relação de equivalência em A. Seja x ∈ A. A classe


de equivalência de x com respeito a relação R, [x]R, é assim definida:

[x]R = {y ∈ A : yRx}

Exemplo: Consideremos o exemplo 2 visto anteriormente:

Temos que, [0]R = {..., -4, -2, 0, 2, 4, ...}.

Temos que, [1]R = {..., -3, -1, 1, 3, 5, ...}


Temos que, [17]R = {..., -3, -1, 1, 3, 5, ...}

Temos que, [28]R = {..., -4, -2, 0, 2, 4, ...}.

<Introdução à Filosofia Matemática>

Seja A um conjunto. Seja R uma relação de equivalência em A. O conjunto


quociente de A pela relação R, A/R é assim definido: A/R = {[x]R : x ∈ A}.

Exemplo: Considerando o exemplo 2 visto anteriormente:

Temos que, ℤ/R = {[0]R, [1]R} ou seja, ℤ /R = {{..., -4, -2, 0, 2, 4, ...}, {..., -5, -3, -1,
1, 3, ...}}.

Classes de equivalência de um determinado conjunto sempre determinam o que


chamamos de partição desse conjunto.

***

A = ℕ2 = {<m,n> : m e n são naturais}

Vamos definir uma relação de equivalência ~ em A da seguinte maneira:

Sejam n, m, n’, m’ números naturais

Fazemos. <n,m> ~ <n’, m’> se e somente se n + m’ = n’ + m. (A soma dos extremos é


igual a soma dos meios)

Definimos ℤ = ℕ2/~ = {[<n,m>] : n, m ∈ ℕ}

O conjunto dos inteiros será classes de equivalência do conjunto dos números naturais.

Definimos a adição em ℤ assim [<n, m>] +ℤ [<n’, m’>] = [<n +ℕ n’, m +ℕ m’>].

Ex. [<1, 2>] +ℤ [<11, 15>] = [<12, 17>]

Definimos a multiplicação em ℤ assim: [<n,m>]~ .ℤ [<n’, m’>]~ = (n . n’ + m . m’) – (n’


. m + n . m’). = [<n .ℕ n’ +ℕ m .ℕ m’, n’ .ℕ m +ℕ n .ℕ m’>]

Definimos ordem em ℤ assim: [<n, m>] < [<n’, m’>] se e somente se n +ℕ m’ < n’ +ℕ m

***

[Shoenfield até Página 16]


10/10/2019

Prova por Indução:

P(0)

∀n(P(n)→P(n+1))

∀P(n)

P(n) Será a hipótese de indução.

Ou então:

∀n(∀m<n P(m) → P(n))

∀(n)P(n)

***

< Ensaio 28: Citational Ambiguity – Boolos, C. Logic, Logic, and Logic>

[Sessão 2.4 Shoenfield – Teorema da Ocorrência]

[Definição de Teoria consistente e enunciado da Teoria da Completude/Três


primeiras seções do Capítulo 5 do Kossak ]

17/10/2019

Guia de Estudos para a Prova: Três dessas questões

1. O que é uma definição indutiva generalizada de uma coleção C de objetos?


2. Apresente uma definição indutiva generalizada da coleção dos teoremas de um
sistema formal.
3. Se F um sistema formal cuja as regras de inferência são finitas. O que é uma
prova em F?
4. Seja F um sistema formal cuja as regras de inferência são finitas, seja A uma
formula da linguagem de F. Mostre que A é um teorema de F se e somente se A
tem uma prova em F.
5. Esbocem a construção dos inteiros a partir dos naturais e a construção dos
racionais a partir dos inteiros.

31/10/2019
A construção dos reais é feita via cortes de Dedekind. Outro modo é via sequências de
Kenshi <Introdução a Analise, Capítulo 1 – Jairo Guedes de Figueredo>.

/Definição de corte de Dedekind: D é um corte de Dedekind se e somente se

i) D é subconjunto de Q
ii) D não pode ser vazio
iii) D deve ser diferente de Q
iv) O corte é um segmento inicial de Q; ou seja, para todo p pertencente a D, se q
pertence a Q, e q < p, então q pertence a D.
v) D não tem um menor elemento, ou seja, para todo p pertencente a D, existe um r
tal que p<r

Resumindo, um corte de Dedekind nos racionais é um segmento inicial próprio e não


vazio e sem maior elemento.

Dessa forma, o conjunto A = {p ∈ ℚ: p ≤ 0} não é corte de Dedekind, pois tem maior


elemento

B = {p ∈ ℚ: p < 0} é corte de Dedekind

C = {p ∈ ℚ: 0 < p < 1} não é corte de Dedekind, pois não é segmento inicial

𝛼 = {p ∈ ℚ: p < -2} é corte de Dedekind

AU𝛼 = é corte de Dedekind

Dados dois cortes de Dedekind, um será o subconjunto dos outro. É assim que será
definida a relação de ordem: um número real será menor que outro, quando o primeiro
corte estiver contido no segundo.

Uma união infinita de cortes de Dedekind, ou será um corte, ou não será pois será igual
a ℚ.

<Continuidade e números racionais – Dedekind>

<Fundamentos de Análise – Landau>

Definimos a adição como a soma dos elementos: 𝛼 +R β = {a +ℚ B: a ∈ 𝛼 & b ∈ β}.

ℝ é completo: Todo conjunto não vazio de ℝ superiormente limitado tem supremo.


Se A é um subconjunto de ℝ, dizer que A é superiormente limitado significa que ∃b ∈ ℝ
tal que ∀a ∈ A, temos a < b. O subconjunto dos naturais, dos inteiros, dos racionais,
não serão superiormente limitados. O dos números negativos será. Um tal b será dito
uma cota superior de A.

O Supremo de A será a menor das cotas inferiores de A. Se A = {x ∈ ℝ: x ≤ 2} o


supremo será 2. Um conjunto é completo se ele tem um supremo. B = {x ∈ ℚ: x2 < 2}
não tem supremo, pois √2 ∉ ℚ.

***

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