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FACULDADE DE DIREITO
CAMPINAS
2019
SIDNEI EUGENIO COSTA JUNIOR
Campinas
2019
SIDNEI EUGENIO COSTA JUNIOR
BANCA EXAMINADORA
Prof(a):
Prof. (a):
Prof. (a):
Campinas, de de
Dedico este trabalho à minha família: meu
pai Sidnei, minha mãe Ana, meus filhos
Davi e Leonardo, minha esposa Marilza e
todos que estiveram presentes em todos
os momentos da minha jornada, tanto os
momentos difíceis quanto os momentos
de glória.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele nada seria possível, dando
forças para sempre me levantar acreditar que tudo é possível a quem crê.
Agradeço à minha família, que sempre acreditou em mim e sempre motivou a
continuar em frente, superando todos os obstáculos.
Agradeço ao professor João Luis Mousinho S. M. Violante, por ter me orientado
nesse trabalho cientifico e esclarecido muito em meu conhecimento, uma pessoa
com grande conhecimento e admirável.
Agradeço também a todo o corpo docente e funcionários da PUC Campinas,
desde os primórdios do Pátio dos Leões, em especial à Eliane, do Núcleo de
Práticas Jurídicas da PUCCAMP e ao Nino, da PUCCAMP, por sempre acreditarem
em mim, muitas vezes cobrando de mim e me motivando sempre.
COSTA JÚNIOR, Sidnei Eugenio. Sociopatias: Características e Imputabilidade
Penal. 2019. 79 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso Direito – PUC,
Campinas, 2019.
RESUMO
ABSTRACT
The work on the screen tried to demonstrate, within the analytical concept, using
Internet searches and in bibliographical references, the great problematic that
involves the criminals who have personalities of antisocial conductopathy. To do so, it
was necessary to explore the concepts of guilt and imputability, embedded in the
concept of crime. In the unfolding of the research it is possible to note the difficulty of
the concept of antisocial conductopathies, especially the psychopathic one. It is also
possible to observe the great problem in both the juridical doctrinal part and in the
field of psychology. These situations are reflected in the lack of an adequate structure
regarding the adequate treatment of the individuals affected by this antisocial
disorder. In this way, the work intends to try to bring to the reader an understanding
about the subject, as well as to awaken the due attention that the subject requires.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO. ......................................................................................................... 10
1 CAPITULO - CULPABILIDADE ........................................................................ 13
1.1. CONCEITO DE CRIME ............................................................................................................................... 13
1.1.1. Conceito formal. ............................................................................................................................ 15
1.1.2. Conceito material. ......................................................................................................................... 15
1.1.3 Conceito analítico .......................................................................................................................... 16
1.2 CULPABILIDADE COMO ELEMENTO DO CRIME ........................................................................................ 18
1.3 TEORIAS DA CULPABILIDADE ................................................................................................................... 21
1.3.1 Teoria Psicológica da Culpabilidade .............................................................................................. 21
1.3.2 Teoria psicológica normativa da culpabilidade ............................................................................. 22
1.3.3 Teoria normativa pura da culpabilidade........................................................................................ 23
1.4 REQUISITOS DA CULPABILIDADE ............................................................................................................. 24
1.4.1 Inexigibilidade da Conduta Diversa ............................................................................................... 24
1.4.2 Potencial Conhecimento da Ilicitude.............................................................................................. 25
1.4.3 Imputabilidade Penal ..................................................................................................................... 25
2 CAPITULO – CONDUTOPATIAS ...................................................................... 27
2.1 CONDUTOPATIA OU TRANSTORNO PERSONALIDADE ANTISSOCIAL (SOCIOPATIAS) ...................................................... 27
2.1.1 Psicopatia ...................................................................................................................................... 29
2.1.2 Diferenças entre Psicopatas e Condutopatas comuns ................................................................... 31
2.2 SERIAL KILLER OU ASSASSINO EM SÉRIE .................................................................................................. 33
2.2.1 Tipo de Seriais Killers ..................................................................................................................... 34
3 CAPITULO - IMPUTABILIDADE DOS CONDUTOPATAS E PSICOPATAS .... 36
3.1 A IMPUTABILIDADE PENAL ...................................................................................................................... 36
3.2 CRITÉRIOS PARA AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE PENAL E IMPLICAÇÕES QUANTO À EXECUÇÃO PENAL ............................. 40
3.3 EFICIÊNCIA DAS PENAS NOS CASOS DE CRIMES PRATICADOS POR CONDUTOPATAS ...................................................... 42
INTRODUÇÃO.
agentes criminosos que, seja por critérios biológicos ou psicológicos, não tem a
plena capacidade de entendimento ilícito e nem de autodeterminação quanto as
suas ações acerca do fato.
13
1 CAPITULO - CULPABILIDADE
Ainda acerca da evolução social humana, a história tem nos mostrado que
fatores marcantes, como por exemplo, geográficos, políticos, econômicos,
religiosos, culturais, etc., também influenciaram profundamente no
desenvolvimento e nas mudanças da sociedade.
Resumidamente, dessa forma, pudemos notar que transformação social se
deu ao longo tempo através de todos esses fatores: naturais, psicológicos, sociais,
entre outros. Todos demonstram que o Homem, em sua evolução, optou por viver
de forma coletiva, abrindo mão de direitos naturais em prol do coletivo, permitindo
assim a interferência de um terceiro nas questões da resolução de litígios entre os
indivíduos, como na manutenção da ordem social e na busca continua do
15
O conceito formal define crime como o fato o qual a ordem jurídica associa
uma sanção penal como consequência, havendo o nexo causal. Dessa forma, esse
fato é definido pelo direito positivo. Em suma, é o fato descrito na lei penal com a
sua respectiva sanção.
Eis alguns conceitos bem conhecidos:
“Crime é qualquer ação punível” (MAGGIORE, 1951, p. 189)
“Crime é uma conduta (ação ou omissão) contrária ao Direito, a que a lei
atribui pena” (PIMENTEL, 1983, p.22).
Essa teoria é seguida pela maioria dos doutrinadores, entre ele podemos
citar: Guilherme Nucci, Nelson Hungria, Edgard Magalhães Noronha, Luís Régis
Prado, Rogério Greco, o próprio Francisco de Assis Toledo entre outros.
Na teoria tetrapartida, crime é fato típico, antijurídico, culpável e punível.
Essa teoria leva em consideração que se o fato não for punível, não existe crime,
devendo, portanto, haver nexo causal desde a conduta humana até a punibilidade.
É mais incomum e tão pouco discutida, adotada por uma minoria. No Brasil, baseia
praticamente no artigo 397 do CPP que determina que o juiz deva absolver o
acusado no caso de ausência de um dos elementos do crime, de acordo com a
teoria tetrapartida (ilicitude ou antijuridicidade, culpabilidade, tipicidade, e
punibilidade respectivamente):
17
Se fizermos uma analise lógica nesses dois artigos, fica evidente que o
legislador aqui adotou a teoria bipartida, pois deixou bem claro que a conduta de
ato infracional do menor é idêntica a conduta de crime e que são penalmente
inimputáveis (grifo meu), colocando o elemento da culpabilidade, de forma
destacada, à parte. A diferença está apenas na qualidade do agente que pratica a
18
A discussão nos remete a certeza para que um fato seja culpável, deve ser
anteriormente típico e ilícito, o que nos conduz a um fato reprovável pela sociedade
positivado. Sem o pressuposto de tipicidade e ilicitude, a culpabilidade só refletirá
no campo moral (juízo de valor).
A teoria adotada no ordenamento jurídico brasileiro a respeito da
culpabilidade é a teoria normativa pura. Nela, para que o agente seja considerado
culpado, se faz presente a necessidade de três requisitos: Imputabilidade
(possibilidade de atribuir algo a alguém), o potencial de conhecimento da ilicitude
(tem consciência de que o ato praticado é ilícito) e a inexigibilidade da conduta
diversa (só podem ser punidas condutas que poderiam ser evitadas).
Assim sendo, basta a inexistência de um só desses requisitos para que a
culpabilidade não exista. Dessas, a mais importante para o estudo sobre as
condutopatias e o serial killer é a imputabilidade penal, pois nela esta inserida a
capacidade de entendimento e de autodeterminação, ou seja, o controle na
execução dos atos.
Seu conceito é a base para a responsabilização penal do individuo. Porém
não devemos confundir a responsabilidade penal com a imputabilidade penal, pois
a responsabilidade penal é a consequência dos atos ilícitos praticados pelo agente
enquanto a imputabilidade penal é pressuposto para que o agente seja
responsabilizado penalmente.
A culpabilidade é a parte fundamental desse estudo. Para que possamos
compreender melhor, temos que fazer uma breve análise a respeito do estudo da
culpabilidade e a da sua evolução ao longo dos anos.
20
Hanz Welzel, teorista finalista, é o principal autor dessa teoria, descrita por
ele na sua obra “Studien zum System des Strafrechts”. Ao contrario do que muitos
pensam Welzel não trouxe elementos novos para essa teoria: baseou-se nas
teorias anteriores apenas reestruturando e retirando elementos como “estranhos”
dentro do campo da culpabilidade, sem perdê-los uma vez que foram apenas
movimentados strictu sensu. (TOLEDO, 2002, p. 232).
Dessa forma, principal característica dessa teoria é que o dolo e a culpa
saem do campo da culpabilidade e passam a integrar a conduta dentro da
tipicidade. A culpabilidade passa a ter caráter totalmente normativo de
reprovabilidade, e pode ser atribuída ou aferida de acordo com a conduta ilícita
praticada pelo agente e o dever imposto pelo direito, resumindo-se em três
24
o que fez ou esta fazendo, e se poderá ser punido ou não de acordo com esse
entendimento.
Capez assim define:
Imputabilidade é a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de
determinar-se de acordo com esse entendimento. O agente deve ter
condições físicas, psicológicas, morais e mentais de saber que está
realizando um ilícito penal. Mas não é só. Além dessa capacidade plena de
entendimento, deve ter totais condições de controle sobre sua vontade. Em
outras palavras, imputável é não apenas aquele que tem capacidade de
intelecção sobre o significado de sua conduta, mas também de comando da
própria vontade, de acordo com esse entendimento (CAPEZ, 2015, p. 326-
327).
2 CAPITULO – CONDUTOPATIAS
2.1.1 Psicopatia
Esse termo surgiu por volta do século XVI, quando os médicos eram
influenciados pelos pensadores da época, dominados pelo positivismo, que
estudavam os criminosos através da sua fisionomia. Esse estudo foi chamado de
30
1
ROBINSON, K. M. (2014, August 24). Sociopath vs. Psychopath: What’s the Difference?
WebMD.disponível em http://www.webmd.com/mental-health/features/sociopath-psychopath-
difference#2
33
considerados inimputáveis pelo direito penal. Isso ocorre porque o psicótico perde
o senso da realidade, através de delírios e alucinações, ouvindo vozes e com uma
percepção alterada da realidade.
O serial killer com transtorno de personalidade antissocial, por outro lado,
pode ser imputável ou semi-imputável, dependo do grau de entendimento e
autodeterminação.
difíceis. Seus crimes dificilmente deixam rastros, pois estuda criteriosamente suas
vitimas e métodos. Utiliza-se de artifícios, mentiras e enganações.
O serial killer psicótico, apesar de não ser o foco específico do estudo, como
o próprio nome sugere, sofre de uma doença mental, a psicose. Tem sua realidade
distorcida, tendo constantes alucinações, delírios e distorce a realidade. Tem
pouca ou quase nenhuma lucidez. Não há nexo causal nas suas ações: mata
simplesmente por matar.
36
O art. 26 do CP cita dois verbos bem importantes em seu núcleo, no que diz
respeito à imputação penal: Entender e determinar. Observe que há a necessidade
da execução desses dois verbos, pois com a supressão de um deles fica evidente
que o agente se torna inimputável.
Vejamos, por exemplo, uma pessoa que sabe que esta cometendo um
crime, porém não tem como se determinar, não tem controle sobre suas ações,
seja por coação ou através de alguma manipulação ou porque não tem como
praticar outra conduta diversa. Nos dois primeiros casos, a pessoa não pode ter
imputado um crime sobre ela e sim sobre aquele que a coagiu ou manipulou. O
caso da inexigibilidade de conduta diversa já é outro requisito da culpabilidade. O
caso do usuário de drogas, que mesmo tendo entendimento que um determinado
fato é ilícito, não consegue ter domínio de suas ações devido ao vício é um
exemplo de capacidade volitiva afetada.
Daí o questionamento acerca da imputabilidade penal no caso das
condutopatias, que são transtornos de personalidade antissocial que afetam em
alguns casos, essa capacidade volitiva.
Assim, se a pessoa sofre de um transtorno, uma deficiência, em sua
capacidade cognitiva e volitiva, seja ela de origem biológica ou psicológica,
derivada de algum ambiente nocivo durante a construção da personalidade e
desenvolvimento psicológico do agente, ou de ordem natural, deve ser levado
sempre em conta o grau de entendimento e determinação, atestado por perito
capacitado.
O Direito Penal brasileiro também adota a semi-imputabilidade, que é
especifica para pessoas que possuem algum tipo de transtorno de suas condutas,
seja biológica ou psicológica, entre o campo da imputabilidade e inimputabilidade.
São pessoas que tem sua capacidade cognitiva e volitiva “aferida” através
de laudos e análises feitas por profissionais da área psiquiátrica e da psicologia e
que são consideradas capazes relativamente de entender o caráter ilícito e capaz
relativamente quanto às suas ações. Essa condição esta prevista no paragrafo
único do artigo 26:
Art.26:...
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
39
No mesmo sentido;
3.3 Eficiência das penas nos casos de crimes praticados por condutopatas
tenha êxito e para que nada seja descoberto antes do tempo. Tudo o que o
psicopata faz é normal e natural, para ele mesmo, é claro. Por não sofrer de
2
remorso ou culpa, comete os piores crimes e atrocidades sem pestanejar
2
SILVA, Claudia. O Psicopata e a politica Criminal Brasileira. 2010. Disponível em :
<https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9440>
44
Em breve análise, fica evidente que nos casos dos indivíduos psicopatas a
pena perde seu caráter objetivo, restringindo-se a uma privação temporária da
liberdade desse tipo de criminoso, e passa a ter pouca ou nenhuma eficácia
nesses casos.
As medidas de tratamento também se mostram ineficazes nesses casos,
pois focam no sofrimento do individuo. Ocorre que, no caso dos psicopatas, estes
são ausentes de empatia e são incapazes de se colocarem no lugar dos outros,
sendo incapazes de sentir esses sofrimentos causados por suas ações.
Esses indivíduos possuem uma deficiência em seu sistema límbico e são
incapazes de demonstrar emoções e sentimentos.
Isso que não quer dizer que eles não saibam o que é isso, pois psicopatas
são pessoas extremamente inteligentes, capazes de analisar as emoções e
sentimentos dos indivíduos, de simular e aprender sobre eles, com o intuito
malévolo de atingir seus objetivos de manipulação.
Devido a esses fatores, os especialistas acreditam que o tratamento é pouco
eficaz no que tange a psicopatia. Ana Beatriz Barbosa Silva (2014, p. 186)
expressa com objetividade bem evidente quando expressa sobre a ineficácia sobre
o tratamento de psicopatas:
Com raras exceções, as terapias biológicas (medicamentos) e as
psicoterapias em geral se mostram, até o presente momento, ineficazes
para a psicopatia. Para os profissionais de saúde, este é um fator intrigante
e, ao mesmo tempo, desanimador, uma vez que não dispomos de nenhum
método eficaz que mude a forma de um psicopata se relacionar com os
outros e perceber o mundo ao seu redor. É lamentável dizer que, por
enquanto, tratar um deles costuma ser uma luta inglória.
Ela ainda ressalta que esse tipo de tratamento é voltado para pessoas
emocionalmente perturbadas, o que não é o caso dos psicopatas, onde as
emoções são ausentes e nem possuem constrangimentos morais:
Temos que ter em mente que as psicoterapias são direcionadas às pessoas
que estejam em intenso desconforto emocional, o que as impede de manter
uma boa qualidade de vida. Por mais bizarro que possa parecer, os
psicopatas parecem estar inteiramente satisfeitos consigo mesmos e não
apresentam constrangimentos morais nem sofrimentos emocionais como
depressão, ansiedade, culpas, baixa autoestima etc. Não é possível tratar
um sofrimento inexistente. (SILVA, 2014, p. 186).
3
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Decisão no Habeas Corpus n. 84.219-4-SP. Relator: MELLO,
Marco Aurélio Mendes de Farias. Publicado no DJ de 2--09-2005 p. 16. Disponível em:
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14800654/habeas-corpus-hc-84219-sp-stf
46
Cabe destacar que essa medida foi adotada no Caso de Chico picadinho, o
caso de psicopatia mais conhecido no Brasil, (aparentando ser a única solução
possível e viável no Brasil até o momento).
Contudo, com o advento das alterações do Código Civil de 2015, a princípio
fica mantida a interdição civil absoluta apenas para os menores de 16 anos,
devendo os casos concretos de psicopatia e condutopatia serem submetidos a
análise individual dos tribunais.
4
STF - HABEAS CORPUS: HC 84219 SP. Jusbrasil. 2005. Disponível em
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14737060/habeas-corpus-hc-84219-sp
47
...seus crimes eram doentios, mas eu não acho que ele estava doente no
sentido psiquiátrico ou jurídico. Certamente não era insano. Ele era mais
5
Serial Killers: Andrei Chikatilo, o Estripador da Floresta. O Aprendiz Verde.2013 Disponível em
http://oaprendizverde.com.br/2013/03/20/serial-killers-o-estripador-da-floresta-2/
48
mau do que louco, e ele certamente era muito habilidoso, mas não louco.
6
(Jack Levin, criminólogo)
6
Citado em http://oaprendizverde.com.br/2013/03/20/serial-killers-o-estripador-da-floresta-2/
49
7
Bernardo de Azevedo e Souza e Henrique Saibro. Ted Bundy, o anjo da morte. Canal Ciências
Criminais. JusBrasil, 2016. Disponível em
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/342412056/ted-bundy-o-anjo-da-morte
51
4.1.2.1 Observações
8
Bernardo de Azevedo e Souza e Henrique Saibro. John Wayne Gacy, o palhaço assassino. Canal
Ciencias Criminais. Jusbrasil, 2016. Disponível em
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/321415271/john-wayne-gacy-o-palhaco-
assassino
9
Citação do mesmo autor.
55
olhos para sempre, colocando fim ao palhaço Pogo. Para os pais de algumas
vítimas, foi uma decepção, pois nunca chegaram, a saber, onde poderiam estar.
4.1.3.1 Observações
10
BAUER, Guilherme. Chico picadinho. Serial Killers - Crismes, Histórias, Razões: Online. Disponível
em: <http://loucoseperigosos.blogspot.com.br/2010/01/nome-completo-francisco-costa-rocha.html>.
57
Observações
Conforme observado no caso, o comportamento frio de Chico picadinho e
sua descontrolada agressividade sexual denotam sua condutopatia. Sua falta de
arrependimento e autoafirmação como pessoa culta o colocam como uma pessoa
que se acha superior às demais.
Pode se notar que a formação de sua personalidade também foi marcada
por varias situações traumática, como a relação extraconjugal de sua mãe, a
rejeição de seu pai e as constantes agressões que sofria.
11
SILVA, Paulo Roberto. Pedrinho Matador. Ficha Criminal: Online. Disponível em:
<http://fichacriminal.blogspot.com.br/2011/08/pedrinho-matador.html>
59
Aos 14 anos, fez sua primeira vitima: o vice-prefeito de Alfenas/MG, por ter
demitido seu pai, que era um guarda escola, acusado de ter roubado a merenda da
escola, e depois matou o outro vigia, que desconfiava ser o verdadeiro ladrão.
De lá foi para Mogi das Cruzes, como foragido, e passou a roubar os pontos
de vendas do trafico e os traficantes. Conheceu sua companheira, Botinha, que era
viúva de um chefe do tráfico. Assumiu os negócios do antigo chefe do tráfico e
eliminou até alguns “rivais”. Permaneceu ali até que sua companheira Botinha foi
morta pela policia.
Pedrinho conseguiu escapar, continuando a atuar como traficante. Na busca
pelos responsáveis pela morte de Botinha, várias pessoas foram torturadas e
assassinadas. Nessa época, Pedrinho ainda não tinha nem 18 anos.
Sua mãe foi assassinada com 21 golpes de facão, pelo seu companheiro, o
pai de Pedrinho. Buscando vingar a morte da mãe, Pedrinho matou o pai na cadeia
com golpes de faca e teria ainda arrancando seu coração e comido um pedaço.
Para vingar a morte da mãe, assassinada pelo próprio pai com 21 golpes de
facão, Pedrinho o matou, em uma cadeia de Mogi das Cruzes/SP. Pedrinho teria
matado o pai com golpes de faca e em seguida arrancado seu coração e comido
um pedaço.
Foi preso pela primeira vez em 1973 e obteve 51 condenações, passando
toda sua vida de adulto encarcerado. Apesar das condenações, estava para ser
solto em 2003, mas teve a pena prolongada até 2017, em razão dos homicídios
praticados no cárcere.
Ficou famoso e ganhou repercussão ao jurar de morte Francisco de Assis
Pereira, o “Maníaco do Parque” outro assassino em série famoso no Brasil. A
Ameaça se deu devido ao fato de Pedrinho ser contra a violência e o abuso de
mulheres. Porém, a ameaça não se concretizou.
Teria ainda matado o assassino de sua irmã, em uma prisão de
Araraquara/SP, causando um degolamento com uma faca sem fio de corte.
Pedrinho é considerado por todos como um fenômeno de sobrevivência
dentro do brutal sistema carcerário brasileiro, devido às ameaças e juramento de
morte dos companheiros. Ganhou muitos inimigos e rivais nos presídios. Chegou a
ser atacado por cinco outros detentos ao mesmo tempo, conseguindo se
desvencilhar e matar três, colocando os outros dois para fugir. Também matou um
companheiro de cela porque ronca muito alto e outro por falta de empatia. Se
60
4.2.2.1 Observações
O casal Liana Friedenbach (16 anos) e Felipe Caffé (19 anos) jovens
apaixonados que eram, resolveram viajar para uma área rural da grande São
Paulo, em Embu-Guaçu. Felipe, que já conhecia o local, convidou Liana, que
aceitou. Como o namoro era recente, o casal tinha receio que os pais de Liana não
autorizassem a viagem, Liana contou aos pais que iria para Ilhabela, com o grupo
da comunidade israelita, enquanto Felipe falou que iria acampar, sem mencionar a
companhia para sua mãe.
Em 31 de outubro, ao anoitecer, passaram a noite no vão livre do MASP.
Por volta das cinco horas da manhã, resolveram ir até o terminal Tietê, onde
12
Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé: vítimas de um inimputável. Canal Ciências Criminais. 2018.
Disponível em <https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/561393292/caso-liana-
friedenbach-e-felipe-caffe-vitimas-de-um-inimputavel>
61
4.2.3.1 Observações
13
Caso Richthofen . Ciências Criminais. 2016. Disponível em
<https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/323442322/caso-richthofen>
63
"O local do crime fala. Você apenas precisa aprender a sua linguagem.
Sabia-se que a pessoa que cometeu esse crime era íntima da casa, pois
seu modus operandi não era de um típico delito de latrocínio.” (Dr. Ricardo
14
Salada, Perito Criminal)
14
Citação do mesmo autor.
64
dinheiro, Euros, dólares e joias para simular o latrocínio, sendo que esse valor foi
entregue aos irmãos Cravinhos como parte do pagamento deles.
Para criar um álibi, foram até um motel e gastaram cerca de 300 reais em
uma suíte presidencial, onde Daniel solicitou uma nota fiscal, fato atípico para
frequentadores de motel, o que chamou muito atenção dos investigadores. Ficaram
até de madrugada e posterior a saída, por volta das três horas da manhã,
passaram na Lan House e pegaram Andreas, indo para a casa de Daniel, sendo
que depois disso, Suzane e Andreas foram para a casa da família., chegando por
volta das quatro horas.
Quando chegaram em casa, Suzane estranhou o fato da porta estar aberta.
Andreas entrou na biblioteca e gritou pelos pais. Suzane, após ligar pra Daniel,
juntou-se com seu irmão. Daniel ligou para polícia e solicitou uma viatura. No local,
os policiais militares fizeram a varredura e encontraram a casa organizada e, no
quarto, localizaram Marisia e Manfred com a arma nas mãos. Foi observado que
alguns objetos também não haviam sido levados
Após o fato, os policiais tomaram todos os cuidados para dizerem aos filhos
o que tinha acontecido. De imediato, após relatar o fato, o policial Alexandre Boto
estranhou a frieza de Suzane após receber a noticia da morte dos pais,
perguntando: “O que faço agora? “Qual é o procedimento adotado?.
Certo que algo estava errado tomou todas as precauções para que toda a
casa o local do crime fosse devidamente preservado para pericia.
Durante as investigações, os policiais desconfiaram da hipótese de
latrocínio, devido a casa estar organizada e a arma do crime e outros objetos de
valor não terem sido levados. Passaram a desconfiar de alguém próximo a família,
investigando parentes, empregados, amigos... além disso, receberam a informação
que a família não aprovava o relacionamento entre Daniel e Suzane, que passaram
a ser suspeitos. Aliado a esse fato, receberam também a informação que Cristian
teria comprado uma moto e pago em dólar, o que chamou a atenção.
Cristian foi o primeiro a ser ouvido, separados de Daniel e Suzane. Devido a
evidencias e os argumentos que foram apresentados, sob pressão, acabou
confessando a sua participação, que foram seguidos por Daniel e Suzane.
O julgamento do trio demorou seis dias e teve inicio em dezessete de julho
de 2006. Cristian primeiramente alegou não ter participado da morte, e que teria
confessado para livrar o irmão da pena alta. Daniel, por sua vez, alegou que agiu
65
sendo “usado” por Suzane. Suzane alegou que não teve participação no crime,
alegando que os irmãos Cravinhos teriam praticado o crime.
Ainda durante o julgamento, Daniel se descontrolou emocionalmente e
precisou ser retirado da sala. Suzane, porém, não esboçou nenhuma reação.
Daniel e Suzane foram condenados a 39 anos de prisão, e Cristian a 38 anos.
Na cadeia, Suzane casou se com “Sandrão”, detenta condenada a 27 anos
de prisão por sequestro e homicídio de um adolescente de 14 anos.
Em nenhum momento, durante as investigações, processo e julgamento,
Suzane demonstrou arrependimento ou emoções, mantendo-se em todo tempo de
forma fria.
Atualmente Suzane cumpre pena no regime semiaberto, e obteve
autorização para fazer faculdade de administração de empresas em Taubaté. Em
11 de março de 2016 foi a primeira vez que deixou a prisão em saída temporária
desde 2006. Os irmãos Cravinhos ainda cumprem pena em regime semiaberto.
66
5 CONCLUSÃO
15
TARTUCE, Flávio. Alterações do Código Civil pela lei 13146/2015 (Estatuto da Pessoa com
Deficiência) Repercussões para o direito de Família e Confrontações com o Novo CPC. Parte I.
Disponível em https://www.migalhas.com.br/FamiliaeSucessoes/104,MI224217,21048-
Alteracoes+do+Codigo+Civil+pela+lei+131462015+Estatuto+da+Pessoa+com
68
16
REQUIÃO, Mauricio. Estatuto da Pessoa com Deficiência altera regime civil das
incapacidades. Disponível em <https://www.conjur.com.br/2015-jul-20/estatuto-pessoa-deficiencia-
altera-regime-incapacidades:>
69
17
MOREIRA, Alexandre Magno Fernandes. A urgente necessidade de uma política criminal para os
psicopatas. Disponível em: < http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/4145/A-urgente-necessidade-
de-umapolitica-criminal-para-os-psicopatas>.
70
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASÚA, Jiménez de. Tratado de Derecto Penal. v. 3. Buenos Aires: Losada. 1951. p.
61
AZEVEDO, Bernardo de; SAIBRO, Souza e Henrique. John Wayne Gacy, o palhaço
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