Cadernos ABESS
→ Primeira fonte pensamento marxista (aspecto método/ filosofia)– dialética. Herdada e superada
de Hegel.
→[P Marx] A realidade é um permanente devir, é uma permanente superação, é um permanente
movimento. Não há nada que é definitivo, não há nada que seja estático; o mundo é, permanente
movimento. P22
→ Esse movimento se dá, o tempo todo, pela erupção da negação. A contradição da realidade é a
forma da realidade se mover. P22
→ O sentido a dialética hegeliana era um sentido de uma dialética circular. As coisas se movem,
chegam num determinado ponto, voltam. […] A visão de Hegel é que o mundo está o tempo todo
voltando ao ponto de partida, recomeçando]
Em Marx, é outra ideia […] é de uma dinâmica espiralada. Ela se move e não é um movimento
circular.
→Segunda grande fonte (aspecto econômico)→ economia política clássica – economistas clássicos
[como Adam Smith].
→ Ele [Marx] está, mesmo que implicitamente, discutindo com essa tradição teórica. Ele está, o
tempo todo, se apropriando de certos aspectos desses autores, e o tempo todo contestando-os. P23
→ Terceira grande fonte (aspecto político) → com os franceses, socialismo utópico [Fourier, Saint
Simin, Proudhon].
→ [Marx se aproxima a partir dos autores] a ideia de socialismo, a ideia de uma nova realidade
social, uma nova organização social, de produção, da distribuição do produto. […] o processo de
construção da sociedade passa pela organização de um partido. […] por meio da revolução [ a
transformação societária] P24
→ essas três vertentes, na perspectiva de Marx, estão combinadas. […] a dimensão filosófica, a
dimensão material, concreta, e a dimensão política. P25
→ [concepção materialista da história] → desta ideia, de que é uma concepção materialista,
decorre imediatamente uma outra, que significa dizer que concepção materialista é aquela que
estabelece uma antecedência do ser em relação ao conceito. A realidade antecede o pensamento
da realidade. P25
→ O fundamental, aqui, é pensar que, independente dessas várias formas como as sociedades se
pensam, elas não podem fugir e determinadas imposições, de constrangimentos, de restrições. E
essas restrições decorrem do fato de que elas precisam sobreviver, precisam produzir, precisam se
reproduzir materialmente. P27
→ A concepção materialista decorreria desse dado intransponível, que Marx vai qualificar
chamando a atenção para a existência de três elementos que comportariam esse mundo
material, ou seja, a realidade material, que seriam: a ideia do trabalho, ou do sujeito do trabalho. →
sujeito do trabalho [capacidade teleológica], o objeto de trabalho e os instrumentos de trabalho. P27
→ quarto elemento → elemento histórico
→ Quando se fala em concepção materialista da história, quando se afirma a principalidade da
realidade material, o que se está dizendo é, nada mais nada menos, do que isso: esse lugar central
da produção material na reprodução da sociedade. Não existe reprodução social sem reprodução
material. P28
→Dialética → é também a própria manifestação do ser. […] que a dialética se baseia numa
tensão permanente entre sujeito e objeto. Quer dizer, o sujeito e o objeto são, na perspectiva
dialética, o tempo todo, tensionados; estão o tempo todo, crispados. P 29
→ O tempo todo, sujeito e objeto se confrontam. E esse confronto não é nada mais nada menos do
que a manifestação do próprio ser. […] A realidade é um vir a ser permanente. P29
→ Totalidade significa, claramente, definir como objeto da dialética o todo. E esse todo se move, o
que é mais complicado. P 29
→ O método não pode ser diferente do seu objeto. O sujeito e o objeto tem que percorrer, ambos,
o mesmo caminho. P29
→ o conceito fundamental na teoria de Marx, a ideia de luta de classes, o movimento das classes, a
contradição, não está dado, “a priori”, que a classe operaria terá, necessariamente, o poder. Isso é
algo que tem ser posto concretamente, tem que ser construído concretamente. P30
→ Estamos tentando construir a ideia de dialética, começamos a totalidade do movimento, depois
falamos da negação. Falamos que essa razão que move o mundo , contraditoriamente, não é linear, é
astuciosa. E estamos falando de mediações. P 33
→ do ponto de vista da dialética, os conceitos fundamentais, na perspectiva dialética de Marx,
seriam a ideia de práxis. P34
→ A práxis, que não deve ser traduzida como prática apenas, é mais do que prática. Práxis é uma
concepção do mundo, é uma forma de olhar o mundo, de intervir no mundo. P34
→ A forma de furar a aparência, de penetrar nesse mundo alienado, nesse mundo de aparências que
encobrem essências, é através da práxis, através de uma certa visão de mundo que compreenda,
primeiro, essa ideia de que o mundo não se põe de forma transparente. P35
→ Temos que distinguir dois procedimentos. Um procedimento, que é o que chamo de método de
investigação; e o outro procedimento, que é o método da exposição. P36
→ investigação: formas de capturar o empírico, o factual. Mergulhar no seu objeto de forma radical.
P37
→ expositivo: está baseado na ideia da passagem da totalidade simples para a totalidade complexa.
Como conseguir expressar na exposição o movimento contraditório da realidade. P36
→