Você está na página 1de 15

 

PARA ALÉM DA HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS: AS NOVAS HISTÓRIAS EM DIÁLOGO


COM A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

I. Introdução: D d!"#u$dd% d% u& '!(t)r! d( #!*n#!( n +(!#o$o,!


 No trabalho do historiador impõe-se uma assimetria e uma cisão semelhantes às que o
antropólog
antropólogoo se depara na abordage
abordagemm da nossa socied
sociedade.
ade. Segundo Latour (199!" ao
antropólogo # $acultado a descri%ão das demais culturas como sistemas nos quais as
estruturas sociais" os seres naturais e as $orma%ões m&ticas são situados em um 'nico
quadro descritio. )sta abordagem unit*ria seria contudo in*lida no e+ame da nossa
sociedade" posto que ao antropólogo # $acultado o e+ame de todos os $en,menos
sociais" cren%as" mitos e pr*ticas. enos os que enolem a descri%ão das atiidades
cient&cas/ no
esbo%o de nossa estrutura social não # mais poss&el cru0ar" como se $a0 no e+ame das
demais culturas" pr*ticas sociais e obetos naturais" $orando um sistema 'nico. )ntre
nós estabelecem-se algumas cisões e assimetrias que se reprodu0em em diersas
escalas" chegando a este n&el que coloca a $orma de abordagem da nossa cultura em
cont
contra
rapo
posi%
si%ão
ão com
com as de
dema
mais.
is. Ne
Nest
ste
e caso
caso a pr
prim
imeir
eira
a as
assim
simetr
etria
ia # qu
que
e ap
apon
onta
ta a
distin%ão entre erdade e erro" ou a cl*ssica separa%ão entre doxa  e épisteme. 2ara
Latour esta di$eren%a em nossas sociedades modernas se recobre da di$eren%a entre o
discurso cient&co e o discurso do senso comum" nas suas diersas aria%ões sociais. 3
neste sentido que a unidade do saber cient&co sobre a nature0a se contrapõe à
plurali
pluralidad
dade
e dos dis
discur
cursos
sos que cru
cru0am
0am o nos
nosso
so esp
espa%o
a%o soc
social
ial// cr
cren%
en%as"
as" opi
opiniõ
niões
es e
ideologias. 4 imp#rio da erdade em oposi%ão à democracia plural das cren%as. 5a& se
e+trai
e+trai uma seg
segund
undaa assi
assimet
metria"
ria" a ope
operad
rada
a ent
entre
re uma nat
natur
ure0a
e0a 'ni
'nica"
ca" re
reelad
elada
a e
repr
represe
esent
ntad
ada
a pe
pela
la ci
ci6n
6nci
cia
a e umumaa gama
gama de so soci
cied
edad
ades
es pl
plur
urai
ais"
s" er
erran
rante
tess pe
pelo
loss
descaminhos das cren%as. )sta cisão nos condu0 $acilmente a uma terceira cisão entre
nós modernos
modernos e os demais grupos pr#-modernos
pr#-modernos e primit
primitios/
ios/ uma e0 que estes não
$a0em a distin
distin%ão
%ão entre erdade e err
erro"
o" e entr
entre
e natur
nature0a
e0a e socied
sociedade"
ade" emaranham
emaranham-se
-se
nas cren%a
cren%as"
s" sendo poss
poss&el
&el a des
descri
cri%ão
%ão de um 'ni
'nico
co siste
sistema
ma comu
comum.
m. 7 nos
nossa
sa
assimetria entre nós e os outros repousaria enm na simetria deles.
)sta assimetria que torna embara%oso em princ&pio ao antropólogo abordar o
camp
campo
o da épisteme  do mesmo modo que opera com a doxa" tamb#m se reali0a no
campo da história. 2ois que da mesma $orma que se impõe uma sociologia das ci6ncias
à margem de toda a ci6ncia social e operada pelos cientistas" ao historiador # $acultado
passe lire na abordagem de diersos obetos/ as trocas econ,micas" as organi0a%ões
pol&ticas"
pol&ticas" as pr*tic
pr*ticas
as sociais e os sistemas simbólico
simbólicos"
s" mas dentr
dentre
e eles amais o saber"
o conh
conheci
ecime
ment
nto
o e as ci
ci6n
6nci
cias
as.. )s
)sta
ta hist
histór
ória
ia só # di
dign
gna
a de ser re
real
ali0
i0ad
ada
a pe
pelos
los

prossionais competentes de uma *rea espec&ca do conhecimento" pois somente


estes conhecem as perip#cias da erdade e da racionalidade de seus saberes. as"
 

tale0 mais do que um conhecimento em causa própria" testemunhando os caminhos"


descaminhos e obst*culos em busca de um saber mais erdadeiro" aos cientistas e
epistemólogos caberia a prima0ia de uma história das ci6ncias principalmente por
caber a estes o ulgamento do que pode ser erdadeiro ou não" cient&co ou não.
2ortanto o priil#gio destes prossionais não se restringiria a aspectos $atuais" mas
especialmente normatios/ na história das ci6ncias caberia uma distin%ão priorit*ria
entre saber e não saber que somente o cientista ou o epistemólogo # capa0 de operar
a partir da racionalidade atual de sua *rea de conhecimento. 8* aqui claramente a
suposi%ão de uma eolu%ão na dire%ão da erdade" que distingue esta história de todas
as demais. 3 desta cisão entre uma história das ci6ncias e uma história geral que se
impõe a diretri0 de qualquer história da psicologia poss&el. ual dos caminhos o
historiador da psicologia escolher* como trilho para o desle do seu obeto/ o caminho
ascendente e glorioso da erdade em uma história epist6mica ou o labirinto plural e
errante das opniões.
4 cami
caminh
nho
o epi
epist
st6m
6micico
o não
não cesso
cessou
u de ser bu
busc
scad
ado
o pe
pelos
los hi
hist
stori
oriad
ador
ores
es da
psicologia. as como se trata de uma abordagem normatia em nome da erdade e da
racionalidade" isto leou a sucessios ulgamentos sobre a cienticidade da psicologia"
e apesar da pluralidade destes $óruns epist6micos (lembremos apenas de algumas
corre
corrente
ntess con
contem
tempor
por:ne
:neas
as mai
maiss des
destac
tacada
adass com
comoo o pos
positi
itiism
ismo"
o" o rac
racion
ionalis
alismo
mo
aplica
aplicado
do e o par
paradig
adigmat
matismo
ismo!"
!" est
este
e sab
saber
er # $req;
$req;ent
entemen
emente
te con
conden
denado
ado pel
pela
a sua
multiplic
multip licida
idade.
de. ul
ultip
tiplic
licida
idade
de que não se manmani$e
i$esta
sta ape
apenas
nas nas di
diersa
ersass teo
teorias
rias e
pr*ticas
pr*ticas empr
empregadas
egadas"" mas na próp
própria
ria orienta
orienta%ão
%ão e deni%
deni%ão
ão deste saber" lan%an
lan%ando-se
do-se
mão de obetos" problemas e m#todos incompat&eis entre suas principais linhas. <om
esta pluralidade" torna-se imposs&el pensar numa racionalidade que sira como norma
para di$
para di$er
erenc
enciar
iar o er
erdad
dadeir
eiro
o do $al
$also"
so" a doxa  da épisteme. 2erante esta cr&tica os
psicólogos tentaram mostrar por di$erentes ias que a história de seu saber merecia
ainda deslar na passarela triun$al da #pisteme/ ou pela suposi%ão de uma unidade
insuspeita sob as diersas orienta%ões (o homem concreto em sua totalidade ou as
rela%ões $uncionais do organismo com meio! ou a promessa de uma unidade $utura
possibilitada pela acumula%ão de in$orma%ão produ0ida pelos di$erentes sistemas. as
se em um caso se apela para uma unidade $utura" potencial" no outro" apela-se para
tentat
tentatia
ia de uni
unica
ca%ão
%ão que io
iolen
lenta
ta as ori
orient
enta%õ
a%ões
es espe
espec&
c&cas
cas de cad
cada
a sist
sistema
ema
reunindo-os
reunindo-os num
numa a unida
unidade
de ecl
ecl#tic
#tica
a (co
(como
mo se o beh
behai
aioris
orismo
mo $os
$osse
se ape
apenas
nas uma
psicologia da aprendi0agem" a =estalt" uma psicologia da percep%ão" e o contrutiismo"
tão somente uma psicologia do desenolimento!. ) o pior" supõe a e+ist6ncia de um
obeto natural" pronto a ser deselado pelos cientistas" ignorando todo o seu es$or%o de
constru%ão
constru%ão.. <omo nos lembra <angui
<anguilhem
lhem (19>?!" o obeto cient&c
cient&co
o não # um obeto

natural" mas algo constru&do" um conceito. 5icultada numa abordagem epist6mica de


sua história" restaria apenas a sua abordagem do+ogr*ca@ 4u melhor" não haeria
 

outra abordagem poss&el para a psicologia" para al#m da assimetria entre saber e
opinião@

II. Pr $-& d '!(t)r! d( #!*n#!(: ( no( '!(t)r!(


 Simplicando ao e+tremo" para al#m de uma abordagem epistemológica" que toma a
história das ci6ncias atra#s de um i#s normatio" e+iste uma ampla gama de noas
abordagens" amparadas pela história no sentido mais amplo de sua diersidade" e sem
qualquer meta de unica%ão" totali0a%ão ou ustica%ão de um quadro presente (como
o de uma racionalidade cient&ca!. Neste amplo espectro podemos er por e+emplo a
arqueologia e a genealogia de ichel Aoucault" a pol&tica das ci6ncias de Bsabelle
Sten
Stenge
gers
rs"" e me
mesm
smoo as Cnoa
noass hist
históri
órias
asDD do gr
grup
upo
o do
doss  Annales" desde a primeira
gera%ão de arc Eloch e Lucien Aebre at# a mais recente de =eorges 5ubF e Gacques
le =oH. 4 que di$erencia esta $rente ampla do grupo epistemológico # a aus6ncia das
id#ias reguladoras de erdade e progresso operando na an*lise histórica. <om isto" se
o grupo epistemológico toma a dispersão da psicologia para conden*-la por sua $alta
de cienticidade atual e no m*+imo" sugerir a sua poss&el reden%ão utópica num
$uturo" este segundo grupo" mais al#m da epistemologia" põe o ideal de erdade entre
par6ntesis" descreendo apenas as suas condi%ões de possibilidade históricas deste
saber"
saber" cond
conden
enan
ando
do-o
-o no m*
m*+i
+imo
mo por
por suas
suas ba
bai+
i+as
as or
orig
igen
enss soci
sociais
ais.. )n
)nqu
quan
anto
to os
epistemologos ulgam o presente na esperan%a de reden%ão $utura" os demais se
dirigem a um certo passado" onde o que # atual lan%ou as suas ra&0es" sempre
demarcando que este presente nada tem de necess*rioI ele seria apenas a atuali0a%ão
de uma conting6ncia histórica passada. 2ortanto" enquanto os historiadores da ci6ncia
tomam a sua história na necessidade de uma apro+ima%ão da erdade" os demais
tomarão o deir na sua impreisibilidade" sem qualquer moral" sentido ou progresso.
Su
Supe
pera
rarr um pe
pens
nsam
amenento
to ep
epist
istem
emoló
ológi
gico
co im
impl
plic
ica
a en
enm
m em re recu
cusa
sarr qu
que
e h* um
progresso" uma eolu%ão no conhecimento em dire%ão à erdade" e de que esta se d*
no dis
distan
tancia
ciamen
mento
to do con
conhec
hecimen
imento
to com
comum.
um. Nest
Neste
e asp
aspect
ecto"
o" sup
supera-
era-se
se a opo
oposi%ã
si%ão
o
primeira entre doxa e epistème e neste
neste a$ã" e possielmente todas as demais" como a
e+istente entre sociedade e nature0a e entre primitios e modernos.
<ontudo" estas noas $ormas de abordagem histórica" ao por entre par6ntesis as
id#ias de erdade e progresso" podem parecer condu0ir a uma concep%ão an*rquica do
conhecimento
conheciment o histórico" uma esp#cie de laissez-faire . 7 cr&tica ao crit#rio epist6mico
não implica aus6ncia de crit#rio" mas a busca de par:metros menos assim#tricos e
normatios. 5e uma $orma bastante ampla" tentemos er como estas Cnoas históriasD"
a pa
parr de suas
suas di
di$e
$ere
ren%
n%as
as"" bali0
bali0ari
ariam
am o tr
trab
abal
alho
ho hi
hist
stor
oriog
iogr*
r*c
co.
o. 2ara ta
tall ser
serão
ão
relaci
relaciona
onados
dos sete tóp
tópico
icoss mar
marcan
cantes
tes des
destas
tas no
noas
as abo
abord
rdagen
agens/
s/ o pr
presen
esentism
tismo"
o" a

história-pr
história-probl
oblema
ema"" a his
histór
tória
ia par
parcia
cial"
l" a int
interd
erdisc
iscipli
iplinar
narida
idade"
de" a des
descon
contin
tinuid
uidade
ade"" a
aus6ncia de erdade e a de progresso. No e+ame destes tópicos ser* tentado um
 

delineamento de uma noa história da psicologia" muito al#m das epistemologias e


muito al#m das diisões
diisõe s entre erdade e erro.

II./. Pr%(%nt!(&o
7o contr*rio do que supõe as abordagens mais tradicionais da história" esta não se $a0
atra#s da descri%ão de um continuum imemorial do passado remoto em dire%ão ao
presente/ ela dee se $a0er partindo do presente" no qual o historiador habita. Se a
própria cultura # a morada do antropólogo da qual ele parte no di*logo com a di$eren%a
apresentada por outras culturas" mas da qual ele tem ter plena consci6ncia para não
aprisionar o outro em suas próprias categorias" o presente # a casa do historiador" da
qual ele dee ter plena consci6ncia ao partir de encontro com o passado. 4 risco de
uma
um a hi
hist
stór
ória
ia de cu
cunh
nho
o po
posi
siti
tii
ist
sta"
a" ao tent
tentar
ar su
supo
porr a hi
hist
stór
ória
ia nu
numa
ma in
ing6
g6nu
nua
a
continuidade do passado em dire%ão ao $uturo # reicar o presente" aprisionando o
passado em sua categorias" ou tratando-o como in$erioridade " ou mesmo curiosidade.
7 alternatia ao historiador portanto # operar como um antropólogo contempor:neo"
reco
reconh
nhec
ecen
endo-
do-se
se a pr
próp
ópria
ria per
persp
spect
ecti
ia"
a" sabe
sabend
ndo
o qu
que
e o no
noss
sso
o eu # um dodoss eu
euss
poss&eis" como um outro eu qualquer" e que o outro possui um eu" um outro ponto de
ista em primeira pessoa como o nosso. Nas palaras de 2aul JeFne (19K9" p. 1!/
Cua
C uand
ndo
o $a
$alam
lamos
os do pr
pró+
ó+im
imo"
o" ou # para
para $a0e
$a0err me
me+
+eri
erico
co"" e ne
nesse
sse caso
caso"" est
estam
amos
os
 ulgando" ou # para descre6-lo como um estranho" sabendo que nós tamb#m o
somosD. 7 conclusão desta simetria antropológica # saber que os outros podem ocupar
a pe
persp
rspec
ecti
tia
a cent
centra
rall de um eu
eu"" ass
assim
im como
como nonosso
sso eu po
pode
de se to
torn
rnar
ar um ou
outr
tro
o
qualquerI poder&amos ser outrosI não h* qualquer necessidade em nossa $orma de ser.
)sta $orma de pensar a história" al%a-nos a uma reMe+ão sobre a sua nalidade/
muito longe de um ac'mulo de erudi%ão que nos a$asta do presente mais imediato"
como denuncia Niet0sche (19K!" ou de uma usticatia do status quo atual" a história
aqui se constitui em uma m*quina de guerra" um instrumento de combate contra os
modos de reica%ão e de naturali0a%ão das nossas $ormas de ida atuais" real%ando-se
a cont
contin
ing6
g6nc
ncia
ia de noss
nossos
os uni
uniers
ersai
aiss e a po
possi
ssibi
bilid
lidad
ade
e de serm
sermos
os ououtr
tros
os.. )s
)ste
te
estranhamento do modo como nos constitu&mos na atualidade # obtido ao se apontar
para outros modos de subetia%ão ao longo da história" sem constitu&-los no entanto
como modelos para nós mesmos. )sta seria a tare$a do que Aoucault chama de uma
ontologia do presente" que teria a sua origem em Oant" enquanto possibilidade da
cr&tica histórica" isando problemati0ar o que se apresenta com atual. 7 nalidade
deste processo
processo seria a const
constitui%ã
itui%ão
o de uma noa $orma de liberdade" nem prop
propositia
ositia
nem essencial ao homem" mas ao sabor das Mutua%ões históricas/ sabermos que
sempre podemos ser outros" estranharmos as nossas guras mais atuais. )sta seria a
nova liberdade
liberdade tra0ida por Aoucault para a losoa segundo Pachman (19K>!. 7o in#s
de um con
conceit
ceito
o de lib
liberd
erdade
ade uni
unier
ersali
sali0an
0ante
te e utó
utópic
pica
a com
como
o mar
marca
ca iner
inerent
ente
e da
 

nature0a
nature0a hum
humana
ana"" o con
conceit
ceito
o $ou
$oucau
caulti
ltiano
ano de lib
liberd
erdade
ade seri
seria
a het
hetero
erotóp
tópico
ico.. Nas
palaras de Aoucault/ Ceu papel Q e esta # uma palara demasiado en$*tica Q consiste
em ensinar às pessoas que são mais lires do que sentem" que se aceita como
erdade" como eid6ncia alguns temas que t6m sido constru&dos durante um certo
momento na história" e que esta pretensa eid6ncia pode ser criticada e destru&daD
(Aoucault" 19K?-E" pp.1?-1!. 4u ainda/ CSem d'ida o obetio principal hoe não #
descobrir" mas recusar o que somosD (19K?-7" p.?9!.
<omo esta simetria entre nós e os outros" problemati0adora da nossa atualidade
e cor
coroad
oada
a no pres
present
entism
ismoo pod
podee ins
instru
truir
ir a tar
tare$a
e$a do hist
historia
oriador
dor@@ 5em
5emar
arcan
cando
do os
patamares de sua contemporaneidade de diersas $ormas. )m primeiro lugar atra#s
da delimita%ão de suas ferramen tas mentais (con$orme a 2sicologia 8istórica de Gean-
ferramentas
2ierre Jernant!"
Jernant!" de ssua
ua mentalidade  (con$orme a Noa 8istória!" ou ainda de sua forma
de subjetivação  atual (usand
(usando
o um ocabul*
ocabul*rio
rio corr
corrente
ente na psicol
psicologia
ogia atual!. Bsto pode
se dar tamb#m atra#s da delimita%ão de conceitos que atuam como $erramentas no
trabalho do pesquisador" con$erindo racionalidade a sua tare$a. Bd#ia semelhante $oi
de
desen
seno
oli
lida
da por
por alg
algum
umas
as hist
histor
oriad
iador
ores
es da cici6n
6nci
cia"
a" no
notad
tadam
amenente
te da co
corr
rren
ente
te
racionalista aplicada de =aston Eachelard e =eorges <anguilhem. 2ara estes a história
das ci6ncias tamb#m dee partir do presente" da racionalidade e do alor con$erido
pelos conceitos atuais de uma *rea da ci6ncia. No caso da história" esta atualidade
seria con$erida pela e+plicita%ão de conceitos como tempo e história. 3 neste sentido
que Aran%ois <hatelet (19R! mostra-nos que o conceito de tempo tamb#m tem uma
história. Na nossa atualidade ele estaria muito longe da circularidade do tempo com
que os antigos o pensaram" ou ainda do eolucionismo cristão que teria igorado at# o
s#culo B/ nós ter&amos na contemporaneidade uma concep%ão acontecimental do
tempo" como
como pura sucessão irr
irreers&
eers&el
el do tempo em sua singularid
singularidade
ade sem m ou
retorno. <ontudo" a $orma mais marcante com que a história se lan%a do presente #
atra#s da problemati0a%ão
problemati0a%ão de situa%ões cont
contempor:neas.
empor:neas. Bsto aponta para a segunda
marca da historiograa atual/

II.0. A H!(t)r!1+ro2$%&
)ste # um dos pontos mais consensuais das noas histórias/ não h* mais espa%o para
uma história que se pretenda obetia" como se ao trabalho do historiador coubesse
um estatuto semelhante ao de um cientista natural. )sta história positiista ainda
proc
procura
uraria
ria a di
dist
stin
in%ã
%ão
o en
entr
tre
e os mo
monu
nume
mentntos
os"" co
cons
nsti
titu
tu&d
&dos
os pa
para
ra ost
ostent
entar
ar um
umaa
interpreta%ão per$orm*tica e encobridora dos $atos" e os documentos" onde se ocultaria
a e
erd
rdad
ade.
e. 2ara
ara os hihist
stor
oria
iado
dorres atua
atuais
is"" ta
tant
nto
o esta
esta di
dist
stin
in%ã
%ão
o entr
entre
e e
errda
dade
de
(documento! e apar6ncia (monumento!" quanto uma suposta história $atual seriam

equiocadas
equiocadas.. 4s docum
documentos
entos seriam tamb#m monu
monumentos
mentos"" interp
interpreta
reta%ões
%ões sobr
sobre
e o
 

presente" não possuindo a pure0a $atual que deles se espera. Nas palaras de Aoucault
(19R9" p. 1!/
5igamos
5igam os pa
para
ra re
resu
sumi
mir"
r" que
que a hist
histór
ória
ia"" em sua sua $orm
$ormaa tr
trad
adic
icion
ional"
al" em
emprpreen
eendi
dia
a
Cmemori0arD os monumentos do passado" trans$orm*-los em documentos do passado"
tran
trans$
s$or
orm*
m*-l
-los
os em docu
docume
ment
ntos
os e $a0e
$a0err $ala
$alarr est
estes
es tr
tra%
a%os
os qu
que"
e" po
porr si me
mesmsmos
os""
raramente são erbais" ou di0iam em sil6ncio" coisa diersa do que di0emI em nossos
dias" a história # o que trans$orma os documentos  em monumentos" e o que" onde se
de
deci
ci$r
$ra
aam
am tra%
tra%os
os de
dei+a
i+ado
doss pe
pelos
los home
homens ns"" on
onde
de se tetent
nta
aa
a re
reco
conh
nhec
ecer
er em
pro$undidade o que tinham sido" desdobra uma massa de elementos que se trata de
isolar"
isolar" de agr
conuntos. agrupa
upar"
r" de tor
tornar
nar per
pertin
tinent
entes"
es" de est
estabe
abelec
lecer
er re
rela%
la%ões"
ões" de esta
estabel
belece
ecerr

 7 id#ia de um $ato puro a ser reelado tamb#m mostra-se equiocada. ) os


argume
argumento
ntoss aqu
aquii pod
podem
em ser bus
buscad
cados
os at# mesm
mesmoo na epis
epistem
temolo
ologia
gia das ci6
ci6nci
ncias
as
naturais de cunho racionalista. 2ara Eachelard e <anguilhem não se pode tomar os
próp
próprio
rioss $a
$ato
toss como
como en
ente
tess pr
pron
onto
toss para
para ser
serem
em co
colh
lhid
idos
os na re
reali
alida
dade
deII el
eles
es sã
são
o
constru&dos/ C7 nature0a por si mesma não # decupada e repartida em obetos e
$en,menos
$en,m enos cient&cos
cient&cosDD (<anguilhem
(<anguilhem"" 19>?" p. 1!. Neste aspecto a origem da palara
$ato (fati! # esclarecedora" pois" oriunda do erbo $a0er" aponta mais para o que # $eito
do que para o que # dado. C3 a ci6ncia que constitui o seu obeto a partir do momento

em quque
e ela
ela ine
inent
ntou
ou um m#
m#to
todo
do para
para $orm
$ormar
ar"" po
porr pr
prop
opos
osi%
i%ões
ões capa
capa0e
0ess de ser
compostas integralmente" uma teoria controlada pela inquieta%ão de capt*-la em erroD
(op. <it." p. 1!. )sta mesma con
concep%ã
cep%ãoo perpassa as reMe+
reMe+ões
ões dos historiad
historiadores
ores e"
mesmo na )scola dos Annales esta problemati0a%ão dos dados # colocada/ Calgo dado@
Não" algo criado pelo historiador" quantas e0es@ 7lgo inentado e constru&do" com
auda de hipóteses e conecturas" por um trabalho delicado e apai+onanteD (Lucien
Aebre citado por Le =oH" 199" p. ?!. 2ortanto" os $atos são $eitos" e pode-se pensar
que no caso da história isto ocorre de modo mais radical" posto que são interpreta%ões
sobre monumentos que são por sua e0 interpreta%ões de outros agentes históricos.
2or todas estas ra0ões" quase a totalidade da história contempor:nea ai se

colocar" na recusa de uma história $atual" como história-problema. Bnclusie este # um


dos principais bordões da chamada CNoa 8istóriaD" Cproporcionar uma 8istória não
autom*tica" mas problem*ticaD (Lucien Aebre citado por Le =oH" 199" p. !. ) este
aspecto problemati0ador só se $a0 atra#s com o gancho com o presente" isando
Cier e compreender num mundo em estado de instabilidade denitiaD (Le =oH"
199" p. !. <ontudo" esta incula%ão da problemati0a%ão com o presente tem um
aspecto menos con$ortador e mais radical para alguns historiadores. 2ara Aoucault a
história
história não nos seriria para o con$or
con$orto"
to" mas para o desterr
desterro"
o" destruind
destruindo
o as nossas
eid6ncias mais caras. Segundo =oldman (199K! esta opera%ão persistiria ao longo dos
trabal
trabalhos
hos de Aouca
Aoucault
ult atra
atra#s
#s de/ a! um modo
modo de consti
constitui
tuição
ção de objeto
objetoss" b!
b! um

 procedimento de exame e c! um conjunto de objetivos.


 

uanto à cons
constitu
tituição objetos" Aouca
ição de objetos Aoucault
ult"" seg
segund
undo
o =old
=oldman
man"" esc
escre
reeria
eria
co
con$
n$or
orme
me <a
<arm
rmel
elo
o Ee
Eene
ne em se seu
u manif
manifest
esto
o do men
menosos" e+t
e+train
raindo
do os pers
persona
onagen
genss
maiores da cena" e dando ida aos menores e coaduantes. 3 deste modo que este
pensador procederia" retirando de $oco" por e+emplo" ci6ncia e ideologia como eternos
prot
protago
agoni
nista
stas"
s" e intr
introd
odu0
u0ind
indo
o por
por e+
e+em
empl
plo
o o sabe
saberr e o po
pode
derr. No qu
que
e ta
tang
nge
e ao
 procedimento de exame" o ponto de partida se encontra numa questão" ou numa luta
presente. C7cho que a principal escolha #tico-pol&tica que deemos $a0er a cada dia #
determinar qual # o principal perigo
perigoDD (Aoucault" 19K
19K-7"
-7" p.?R!. 7 partir da&" toma-se
um determinado obeto em questão como a cl&nica" a prisão" ou a se+ualidade" e
dissole-o em suas condi%ões de possibilidade históricas" acontecimentali0ando-o e
lan%and
lan%ando-o
o-o na si sing
ngul
ular
arida
idade
de de suas
suas m'
m'lt
ltip
iplas
las caus
causas.
as. 3 de
dest
ste
e mo
mododo qu
quee to
toda
da
necessidade
necess idade histórica remontar
remontaria
ia a uma conting6n
conting6ncia
cia obeti
obetiada
ada e rarica
raricada
da ao longo
da história. 2or m" os seus objetivos" como se pode entreer" são pol&ticos. as não no
sentido de $ornecer diretri0es" e sim instrumentali0ando lutas. ) isto seria reali0ado de
tr6s modos/ 1! tornando cr&tico o que escapaa à cr&tica atra#s da historici0a%ãoI ?!
problemati0ando a própria luta" estabelecendo-a tão local e histórica quanto os seus
alosI ! participando nas próprias lutas atra#s da passagem pela alteridade e pela
di$eren%a.
Jariando o grau de problemati0a%ão" desde um questionamento da no%ão de
$ato
$ato his
histór
tórico
ico"" pas
passan
sando
do por um
uma
a com
compr
preens
eensão
ão do pr
presen
esente"
te" e che
chegan
gando
do at# um
estranham
estranhament
ento
o des
deste
te mesm
mesmoo pr
presen
esente"
te" a his
histór
tória
ia tor
torna-
na-se
se um dia
diagnó
gnóstic
stico
o e um
instrumento de di$erencia%ão da nossa atualidade. Aic%ão cient&ca às aessas em
duplo sentido. 2or um lado" uma inen%ão presente de nosso passado e por outro" uma
alternatia passadista pela problemati0a%ão do nosso presente.

II.3. A( '!(t)r!( +r#!!(


  )sta problemati0a%ão presentista condu0 a uma dissolu%ão de qualquer proeto de
uma hist
uma histór
ória
ia tota
total.
l. )m um dupl
duplo
o aspe
aspect
cto/
o/ po
porr um lalado
do"" di
di$er
$eren
ente
tess pr
prob
oblem
lemas
as
constituem di$erentes obetos" não sendo mais poss&el conceber uma marcha un&oca
da históriaI e+istiriam tantas histórias quantas questões poss&eis. ) por outro lado"
esta problemati0a%ão pode ser leada a um ponto mais radical em que estes di$erentes
ob
obet
etos
os são
são quest
question
ionad
ados
os em suasua e+
e+is
ist6n
t6nci
cia
a per
perma
mane
nent
nte"
e" i
ist
stos
os à pa
part
rtir
ir de
deste
ste
moment
mome nto
o nu
numa
ma raridade  histórica. uanto ao primeiro aspecto" procede-se a uma
puleri0a%ã
puleri0a%ão
o da história/ não haer
haeria
ia mais a grand
grande
e histór
história
ia do esp&rit
esp&rito"
o" da pol&tic
pol&tica
a ou
da economiaI inentam-se pequenas histórias com tempos peculiares" elocidades e
cortes históricos
históricos distin
distintos
tos para di$eren
di$erentes
tes obeto
obetoss histór
históricos.
icos. 7 históri
história
a seria uma rede
tecida por os de di$erentes nature0as" com e+ist6ncias e e+tensões delimitadas e
cer0idos em ritmos di$erentes. 2ara )rnst Labrousse (citado por Le =oH" 19KK" p. R9!" Co
social # mais lento que o econ,mico e o mental mais ainda que o socialD. Segundo Le
 

=oH (199" p. 1K!" se os $undadores dos  Annales ainda buscaam uma história total ou
global"" isto isaa a não mutila%ã
global mutila%ão
o das sociedades
sociedades.. 2or#m"
2or#m" esta no%ão de globa
globalidade
lidade
Cpodia ser contaminada por subentendidos tradicionais e paralisadores/ os de uma
coer6ncia e de uma continuidade que não correspondem às descontinuidades que os
historiador encontra em seu o$&cioD (op. <it." p.19!. 2ara Aoucault (19R9" p.1>! o proeto
de uma noa história estaria no questionamento de tr6s hipóteses da história global/

Supõe-
Sup õe-se
se que
que ent
entre
re tod
todos
os os aco
aconte
ntecim
ciment
entos
os de uma *r *rea
ea espa
espa%o-t
%o-temp
empora
orall bem
denida"" ent
denida entre
re todos os $en $en,men
,menos os de que se encencont
ontro
rou
u o rast
rastro
ro"" de
dee-se
e-se poder
estabelecer um sistema de rela%ões homog6neas...I supõe-se por outro lado" que uma
'nica e mesma $orma de historicidade preale%a sobre as estruturas econ,micas" as
es
esttab
abil
ilid
idad
ades
es sosocciais
iais"" a in#r
in#rccia das
das menenta
tali
lid
dad
ades
es"" os h*bh*bit
itos
os t# t#cn
cnic
icos
os"" os
compor
com portam
tament
entos
os pol
pol&tic
&ticos"
os" e sub
submet
mete-os
e-os tod
todos
os ao mesm
mesmo o tip
tipo
o de tratrans$
ns$orm
orma%ã
a%ãoI
oI
supõe-se enm" que a própria história pode ser articulada em grandes unidades Q
est*gios ou $ases Q que det#m em si mesmas o seu princ&pio de coesão.

<ontudo" esta dissolu%ão de uma história geral # leada a um ponto mais radical
por Aoucault e outros historiadores" quando não apenas reconhecem historicidades
di$
di$ere
erente
ntes"
s" mas dis
dissol
solem
em a pr
própr
ópria
ia e+ist6
e+ist6nci
ncia
a dos ob
obeto
etoss tra
tradic
dicion
ionais
ais da an*
an*lise
lise
histórica"
histórica" condenand
condenando-os
o-os a sua raridade" ou quase-e+ist6
quase-e+ist6ncia
ncia na pere
perenidad
nidadee com que
deslam ao longo do tempo. Não apenas Aoucault"
Aoucault" mas Latour" Stengers e 2aul J
JeFne
eFne
recusam a e+it6ncia em si de qualquer obeto tradicional de an*lise como sueito"
obeto" homem" nature0a" esp&rito" autor" obra" signicado" mentalidade ou mesmo
sociedade. )stes obetos não tem a sua e+ist6ncia garantida por toda a eternidade/ são
produ
produ%õe
%õess de con
contin
ting6n
g6ncia
ciass his
histór
tórica
icass bem esp
espec&
ec&cas
cas"" que pod
podem
em des
desapa
aparec
recer
er à
qualquer momento como Cum rosto de areia à beira do marD (Aoucault" 19RR" p. T?!.
5a& a sua raridade/ não e+iste por e+emplo o indi&duo e a sociedade como uma d&ade
onipresente na nossa históriaI eles são inen%ões das rela%ões de poder modernas.
Neste ponto di$erenciam-se da própria )scola dos 7nnales que ainda cr6 na e+ist6ncia
autonoma de sociedades e mentalidades. 7o e+pulsar os personagens maiores da
trama his
trama histór
tórica
ica"" $a
$aor
orecem
ecem uma abo
aborda
rdagem
gem nom
nomina
inalist
lista"
a" ind
induti
utia
a e mic
micro
roscó
scópic
pica"
a"
própria do Cmani$esto do menosD. 7o in#s de serem buscados estes grandes $ocos de
an*lise que iluminam a pesquisa de cima à bai+o" produ0em-se pequenos obetos de
inestiga%ão
inestiga%ão como enunc
enunciados"
iados" poderes" pr*ticas de si" sensib
sensibilidad
ilidades"
es" t#cni
t#cnicas
cas de
insc
inscri%
ri%ão
ãoII em 'lti
'ltima
ma an
an*li
*lise"
se" ac
acon
onte
teci
cime
ment
ntos
os qu
que"
e" em sua
sua ra
rarid
ridad
ade
e e em sua
sua
capilaridade" acabam produ0indo grandes dispositios Urata-se enm de uma an*lise
bottom-up e não top-down.

BB.. 7 interdisciplinaridade
 7 pro
proposi%ã
posi%ãoo de uma história plura
plurall dispersa em uma e$em#rid
e$em#ride
e de obeto
obetoss com seus
diersos tempos e esmaecidos na sua raridade de seu acontecimento $a0 com que a
história perca qualquer possibilidade de um ei+o graitacional. 4 'nico $ator que une o
 

de
dei
irr # a disp
dispers
ersão
ão dos
dos ac
acon
onte
teci
cime
ment
ntos
os que
que os a$as
a$asta
ta na sin
singu
gula
larid
ridad
ade
e de sua
sua
$orma%ões. Singularidades que são enunciadas de diersas $ormas e que se rearraam a
cada atualidade que se $orma. )sta puleri0a%ão da história se amplia quando se pode
obserar que suas $ronteiras se esmaecem na dire%ão dos saberes que a cercam. as
antes que isso possa representar algo do qual o historiador possa se energonhar" este
acontecimento # acolhido na sua positiidade. 4u sea" uma das marcas das Noas
8istórias # o seu es$or%o interdisciplinar/ a puleri0a%ão do seus obetos $aculta uma
m'ltipla possibilidade de cone+ão entre saberesI tão ampla quanto a multiplicidade de
obetos poss&eis. 3 desta $orma que" por e+emplo" uma história da in$:ncia ou da
morte suscita o apoio da demograaI que uma história das mentalidades pede a
sustenta%ão das ci6ncias sociais e da psicologia
sustenta%ão psicologiaII que uma história do clima reclama o
contato com a meteorologiaI ou ainda que uma história da alimenta%ão pe%a a parceria
dos nutricionistas. Neste aspecto" um importante testemunho # produ0ido por Le =oH 
(19K9" p.1!" um dos e+poentes da 8istória das mentalidades/

7 minha $orma%ão $oi $eita sob a #gide do esp&rito de Lucien Aebre e arc Eloch" isto
#" do esp&rito que reinaa nessa bela #poca" em que a reista Annales $or%ou a história
a de
debr
bru%
u%ar
ar-s
-se
e sobr
sobre
e ou
outr
tras
as ci
ci6n
6nci
cias
as do home
homemm e ababrir
rir-se
-se a ela
elas.
s. 2en
enso
so qu
que
e o
historiador dee estar atento a tudo o que se passa à sua olta. 7tualmente" no que
me di0 respeito" a antropologia #" entre todas essas ci6ncias" a mais estimulante...
Sigo" igualmente com aten%ão os trabalhos dos biólogos" dos etólogos" daqueles que
proc
procur
uraam es
esta
tab
bel
elec
ecer
er as rel
ela%
a%õe
õess entr
entre
e o cororpo
po"" o men
enta
tall e as $or
orma
mass de
comportamento. Bnteressa-me tamb#m o que se passa na psicologia e no dom&nio" por
e0es inquietante" da psican*lise.

II.4 A d%(#ont!nu!dd%
  Se as di
diersa
ersass his
histór
tórias
ias são mar
marcad
cadas
as por uma di$
di$er
eren%
en%a
a inc
incont
ontorn
orn*e
*ell ent
entre
re a
re$er6ncia estabelecida pelo presente e a alteridade introdu0ida pelo passado" no ogo
entre duas $ormas de ida marcadas pelo contraste" então a marcha destas diersas
histórias amais ai se dar numa eolu%ão cont&nua" mas recortada por sucessias
ruptur
rupturas
as e desc
descon
onti
tinu
nuid
idad
ades
es.. Ne
Nest
ste
e popont
nto
o a hi
hist
stór
ória
ia nã
não
o # ma mais
is i
ist
sta
a co
como
mo
de
desd
sdob
obra
rame
ment
nto
o de um me mesm
smoo es
esp&
p&rit
rito
o ou de um memesmsmo
o og
ogo
o di
dial
al#t
#tic
ico"
o" ma
mass a
combina%ão singular de acontecimentos que se estabili0am momentaneamente em
certas $ormas )stas rupturas irão demarcar con$orme a questão presente uma s#rie de
per&odos" sucessões e eras. 3 neste aspecto que a história adquire a sua $ragmenta%ão
m*+ima/ não apenas ela # pontilhada por uma multidão de obetos marcados por uma
raridade" como estes obetos se desdobram em linhas partidas em que estes assumem
diersas $ormas" irrompem no campo dos seres reais e desaparecem no reino das
quimeras. Uoda a continuidade # tomada como mera ilusão/ não haeria um mesmo
 

goerno" uma mesma escraidão e uma mesma in$:ncia da antig;idade at# os nossos
dias. 7 sua identidade # uma mera homon&mia/ só e+istem aquele goerno" aquela
in$
in$:nc
:ncia"
ia" aqu
aquele
ele mod
modoo de dom
domina
ina%ão
%ão.. 3 nes
nesta
ta mul
multid
tidão
ão de ser
seres
es rar
raros"
os" par
parcia
ciais
is e
descont&nuos que a história se $a0 o espa%o das di$eren%as por e+cel6ncia
Neste aspecto Aoucault
Aoucault (19R9
(19R9"" p. 1T! nos mostra que a no%ão de rupt
ruptura
ura não #
apenas
apenas uma no
noida
idade
de das no
noas
as his
histór
tórias"
ias" mas po
pooa
oa out
outro
ross dom
dom&nio
&nioss com
comoo as
Chistór
Chistórias
ias das id#
id#ias
ias"" das ci6
ci6nci
ncias"
as" da los
losoa"
oa" do pen
pensam
sament
ento
o e da lite
literat
ratura
uraD.
D.
achado (19K?! nos chama a aten%ão que no caso da história das ci6ncias ser* apenas
a partir do Pacionalismo aplicado de =. Eachelard e =. <anguilhem que a no%ão de
ruptura
ruptura ser* temati0ad
temati0ada"
a" em oposi%ão ao conti
continu&smo
nu&smo das an*lis
an*lises
es positi
positiistas.
istas. Neste
caso" a no%ão de ruptura cumpre algumas $un%ões" como/ 1! a di$erencia%ão não
ap
apen
enas
as en
entr
tre
e os di
di$e
$ere
rent
ntes
es est
est*g
*gios
ios de umumaa ci
ci6n
6nci
cia"
a" ma
mass pr
prin
inci
cipa
palm
lmen
ente
te a sua
sua
distin%ão de um estrato pr#-cient&coI ?! a cr&tica a um suposto obeto natural que
permaneceria id6ntico atra#s da abordagem das di$erentes perspectiasI o obeto
cient&co seria mais constru&do do que reeladoI ! a cr&tica à no%ão de precursor.
2enna (19KT" p.?K! destaca os principais problemas da no%ão de precursor" tal como
utili0ado na história das ci6ncias/ a! supor-se precursor de algu#m seria interditar o
próprio trabalho" uma e0 que ele seria apenas parte de um trabalho posteriorI b! não
se pode atribuir uma inten%ão de inen%ão a quem não sabe se criou algo ou nãoI c!
sua re$er6ncia # apenas uma inen%ão a posteriori em busca de apoio histórico a certas
id#iasI d! a id#ia de precursor interdita a historicidade das ci6ncias.
2ela import:ncia atribu&da ao conceito de ruptura" ele dei+a de ser o negatio" o
obst*culo e $atalidade e+terior da leitura histórica para se tornar Co elemento positio
que determina o seu obeto e alida sua an*liseD (Aoucault" 19R9" p. 1>!. ) acaba
ocupando um espa%o duplo de Cinstrumento e obeto de pesquisaD" condi%ão e e$eito
do campo" o que indiiduali0a e compara" al#m de conceito e segredo que o discurso
do historiador supõe (op. cit." pp. 1R e 1>!. 2or todas estas ra0ões" pode-se pergunta se
ele não ocuparia o lugar de a priori do discurso histórico1.

II.5. O !nt%rd!to do +ro,r%((o


 Vma $orma de se e+conurar a alteridade radical que a história nos tra0 # redu0ir as
di$
di$ere
eren%a
n%ass esc
escalo
alonan
nando-a
do-ass num
numa
a dir
dire%ã
e%ão
o pr
progr
ogressi
essia"
a" em que o paspassad
sado
o nas sua
suass
grada%ões representaria espectros minorados do presente" tanto mais positios quanto
mais pró+imos de uma atualidade triun$ante ou de um $uturo utópico. )ste modelo # o
de uma história eolutia" em que o deir * teria desde a sua origem um sentido
embrion
emb rion*rio
*rio"" uma nalid
nalidade
ade a cum
cumpri
prir"
r" e tod
todos
os os inst
instant
antes
es na sua con
contin
tinuid
uidade
ade

1
 Uma contraposição ao conceito de ruptura poderia ser encontrada no trabalho de Latour. Mas esta oposição
seria apenas ao seu uso na epistemologia enquanto diferença assimétrica entre o passado e o presente, o pré-
científico e o científico, o erro e a erdade.
 

seriam reali0a%ões graduais deste proeto. odelo de tempo que pooaria o imagin*rio
dos historiadores segundo <hatelet (19R! desde o cristianismo primitio do s#culo J
at# as losoas da história (como a hegeliana! no s#culo B. )ste modelo parece ainda
serir para a história das ci6ncias" que se encaminha sempre numa dire%ão" se não da
e
errdade
dade"" ao me
meno
noss do di
dist
stan
anci
ciam
amen
ento
to do
doss pr
prim
imei
eirros er
errros
os.. ) este
este mo
mode
delo
lo""
aparentemente pertinente na história das ci6ncias e das t#cnicas parece inspirar a
impressão de uma di$eren%a radical de nós modernos com rela%ão aos primitios e
nossos antepassados. )ntre nós e os outros haeria uma di$eren%a coroada por uma
assimetria radical" garantida por nossa apro+ima%ão da erdade. <ontudo" como nos
lembra L#i-Strauss (19>T" p. ?9!" a ci6ncia e a t#cnica são apenas um dos crit#rios
dentre *rios que se impõe entre culturas di$erentes. 5e mais a mais" o eolucionismo
entra em con$ronto com crit#rios cruciais das Noas 8istórias" como presentismo (dado
na di$eren%a sim#trica entre nós e os outros!" os obetos parciais (dados na di$eren%a
radical entre os diersos tempos! e a ruptura (dada na di$eren%a não hierarqui0*el
entre os diersos acontecimentos!.
Nesta 8istória progressia" tão problemati0*el quanto a no%ão de um sentido
ou de uma teleologia" onde se apagariam as di$eren%as" # a id#ia de uma origem.
Neste asp
Neste aspect
ecto
o segu
seguem-
em-sese as cr&
cr&tic
ticas
as de Aouca
Aoucault
ult (19
(19>1!
>1!"" de re
resto
sto"" insp
inspirad
iradas
as na
genealogia niet0schana. No caso" a no%ão de g6nese suporia uma identidade anterior a
todo acidente" sendo o lugar soberano da erdade" e que seria resgatada no ponto nal
da história. <omo alternatia à no%ão de origem e sua suposi%ão de uma g6nese
tranq;ila e identit*ria" Niet0sche" proporia os conceitos de proeni6ncia (Herunft ! e de
emerg6nci
emerg6 ncia
a (!nteste"ung!. No pr
prim
imeir
eiro
o caso"
caso" ser
seria
ia su
supo
post
sta
a um
umaa pr
prol
oli$e
i$era
ra%ã
%ão
o de
acontecimentos (e não uma identidade! na base dos obetos históricos. No segundo"
que estes são gestados no lugar do a$rontamento de $or%as m'ltiplas. 7 história seria
portanto" muito mais $ruto das $alhas" dos equ&ocos e das ssuras do que de grandes
de
dest
stin
inos.
os. ) prod
produ0
u0ida
ida a part
partir
ir de cert
certas
as pe
persp
rspec
ecti
tia
as"
s" sem
sem ter
termo
mo 'l
'ltim
timo
o a ser
descortinado.

II.6. A !&+o((!2!$!dd% d %rdd% 7n!#


 ediante as iniabilidades de uma história $atual" cont&nua" progressia e global" resta
apenas concluir que a história" na perspectia das Noas 8istórias" # produto de um
e+erc&cio estrat#gico de estranhamento gestado em nosso presente. Não haeria pois
erdad
erdadee ou li%ão
li%ão 'lt
'ltima
ima a ser des
descor
cortin
tinada
ada"" re
reela
elada
da ou dec
deci$r
i$rada
ada.. 7 er
erdad
dade
e na
história # uma constru%ão do historiador. )sta seria relatia ao seu próprio espa%o de
en
enun
unci
cia%
a%ão
ão// CA
CAom
omos
os pr
prog
ogre
ressi
ssia
ame
ment
nte
e dedesc
scob
obri
rind
ndo
o ququee est
esta
a ob
obet
eti
iid
idad
ade
e do
conhecimento histórico # um mito" que toda história # escrita por um homem e que
quando esse homem # um bom historiador põe na sua escrita muito de si próprioD
 

(5ubF" 19K9" p.>!. <ontu


(5ubF" <ontudo"
do" muito di$eren
di$erente
te da )scol
)scola
a dos  Annales" este combate a
uma história erdadeira pode se aler de argumento não relatiista/

...Na no%ão de erdade sempre se misturam duas coisas/ $alar a erdade e a erdade
das coisas. Não e+iste a erdade das coisas. Não e+iste uma pol&tica que seria sempre
a mel
melhor
hor"" a er
erdad
dadeira
eira"" a 'ni
'nica
ca sens
sensata
ata....
.... 7 in
inent
entii
iidad
dade
e per
perman
manent
ente
e con
conden
dena
a
permanentemente nossas pequenas racionalidades. 4 que não quer di0er que dea se
aceitar tudo. uer di0er que não e+iste uma 'nica regra e que deemos nos arranar
para encontrar solu%ões. 2or isso" armo que não e+iste uma erdade das coisas" mas
um historiador pode di0er a erdade... 4 historiador $ala a erdade quando analisa as
trans$orma%ões da maneira e+ata como aconteceram" e então o seu discurso não tem
nada de relatio/ ou # erdadeiro ou # $also (JeFne" 19K9" p.1RT!.

Pel
elat
ati
iis
ista
ta ou não"
não" esta
esta recus
ecusa
a da e
erd
rdad
ade
e na hi
hist
stór
ória
ia ap
apon
onta
ta pa
para
ra a
impossibilidade desta se aler dos mesmos crit#rios que os buscados pelas ci6ncias
naturais. 3 nesta aspecto que Aoucault (19>" p. 1! arma que as histórias não se
produ0em na tentatia de supera%ão do erro" mas na abordagem positias das ilusões"
nas quais o próprio historiador est* ancorado" uma e0 que C# a própria 8istória que
constitui a origem absoluta e o moimento dial#tico da história como ci6nciaD (op. cit."
p. 1!. Pestaria apenas ao historiador a descri%ão do que Stengers (19K9" p. 1T!
chama de romances pertinentes" Ctestemunhar não de maneira erdadeira no sentido
 udici*rio" e sim de maneira discut&el" não apenas daquilo que aprenderam" mas
tamb#m da man
tamb#m maneira
eira pel
pela
a qua
quall aqu
aquilo
ilo que apren
aprender
deram
am os tra
trans$
ns$orm
ormou"
ou" o car
car*ter
*ter
pat#tico de sua e+peri6ncia que o ideal udici*rio da erdade os obriga a ocultarD.
2osi%ão que não se di$ere muito da de 5ubF (19K9" p.11!/ C8*" sem d'ida" uma
enorme di$eren%a entre a história e o romance" na medida em que a c%ão histórica
est*
est* lig
ligad
ada
a a alg
algo
o que
que $oi
$oi erd
erdad
adeir
eiram
ament
ente
e i
ii
ido
do"" ma
mas"
s" no $und
$undo"
o" a $orm
$orma
a de
abordagem não # muito di$erenteD. Não sendo mais decisio o crit#rio de obetiidade"
que alt
altern
ernati
atias
as res
restam
tam aos hist
historia
oriador
dores
es na elab
elabora
ora%ão
%ão de ro roman
mances
ces pos
poss&
s&eis@
eis@
<rit#rios menos denitios e mais polemi0*eis como clare0a" eleg:ncia" $ecundidade"
coer6ncia" criatiidade e respeito às $ontes. Nada que encerre de uma e0 por todas o
debate histórico" mas tamb#m nada que o torne inconsistente e desapai+onante.

III. 8& No H!(t)r! d P(!#o$o,!9


  7 8istór
8istória
ia da 2sico
2sicolog
logia"
ia" escri
escrita
ta atra
atra#s
#s de seu
seuss man
manuai
uaiss mai
maiss cl*ssi
cl*ssicos
cos com
como o ).
Eoring (19T!"
(19T!" 4. Olem
Olemmm (19!
(19!"" =. urphF (19RT
(19RT!! e =. S. Erett (19R! tem sid
sido
oo
aesso deste roteiro descrito pelas Noas 8istórias?/ uma história triun$al que tenta
 usticar o presente buscando antecipa%ões em origens cada e0 mais remotas" em
!
  "#ceç$es podem ser buscadas
buscadas em trabalhos como os de L
L.. %. &arcia-'o(a
&arcia-'o(a )1*++ e '. mith )1*.
)1*.
 

anteisões
anteisões que só se di$
di$ere
erenci
nciaria
ariam
m do pr
presen
esente
te pela mai
maior
or e+plic
e+plicita
ita%ão
%ão e bas
base
e
emp&rica com que nós con$erimos aos nossos conhecimentos na atualidadeI ao mesmo
tempo que o nosso saber estaria garantido pela eternidade e respaldado pelos antigos"
ele seguiria a sua incontorn*el marcha eolutia em dire%ão a uma maior erdade. 5a
mesma maneira que se trata de uma história ideal" ela busca ser uma descri%ão $atual
do des
esen
enrrol
olar
ar des
esse
sess sab
saber
eres
es psic
psicol
ológ
ógic
icos
os"" se
sem
m im impo
porr qualq
ualque
uerr $or
$orma de
prob
problem
lemat
ati0
i0a%
a%ão
ão"" ao me
meno
noss quan
quanto
to a e+
e+is
ist6n
t6nci
cia
a de um re
reco
cort
rte
e ps
psic
icol
ológ
ógic
ico
o na
nass
principais categorias de outras #pocas/ a psicologia seria um $ato natural a ser coroado
em uma história triun$al" numa eolu%ão sem cortes ou reiraoltas. 7 psicologia não
irromperia no acaso da história" no risco de nunca ter sido se as condi%ões $ossem
outrasI ela tem a história pac&ca dos grandes saberes que se descortinam por sua
eid6ncia. Urata-se de uma história em que psicologia amais se encontra isolada"
singulari0ada ou tornada raraI ela abunda na parceria com os grandes conhecimentos"
os grandes saberes" os grandes pensadores. )la nunca # destacada" raricada" ou ao
menos posta na compania dos saberes menores" das pr*ticas sociais cotidianas" das
normas burocr*ticas e dos dispositios goernamentais. )la amais $a0 cone+ão com o
que se encontra abai+o do c#u epist6mico" com o burburinho de nossa ida comum.
<omo poderia ser esta história di$erente@ <omo estas coordenadas das Noas 8istórias
poderiam $ornecer o proeto de uma Noa 8istória da 2sicologia@
)m primeiro lugar" esta poss&el história da psicologia amais tomaria o seu
ponto de partida na alorada das id#ias psicológicas" onde um primeiro esbo%o de
cons
consci
ci6n
6nci
cia
a re
reMe
Me+i
+ia
a * tr
trar
aria
ia em si um
umaa ps
psic
icol
olog
ogia
ia im
impl
pl&c
&cit
ita.
a. )l
)la
a de
dee
e pa
part
rtir
ir
necessariamente do presente" da problemati0a%ão de suas pr*ticas e de seus conceitos
atuais" tomados na sua singularidade ou na tensão que estes mant#m na dispersão
própria do campo psicológico. Neste caso" # poss&el tanto uma história da psicologia
que tom
tomee em que
questã
stão
o tem
temas
as con
contem
tempor
por:ne
:neos
os esp
espec&
ec&cos
cos"" com
como
o a pos
possibi
sibilida
lidade
de
singular de uma psicologia da in$:ncia" dos testes mentais" ou de uma psicologia
orga
organi
ni0a
0aci
cion
onal
alII quan
quanto
to de um
umaa hist
histór
ória
ia que
que nu
num
m pl
plan
ano
o ma
mais
is am
amplplo
o bu
busq
sque
ue as
co
cond
ndi%
i%õe
õess de sur
surgi
gime
ment
nto
o de um sabe
saberr co
como
mo o ps
psic
icol
ológ
ógic
ico"
o" qu
que
e bubusc
sca
a o seseu
u
reconhecimento como ci6ncia" mas opera com a dispersão própria de uma ã losoa.
Neste caso a questão poderia serI porque e+istem tantas psicologias@ Na busca de
respos
resposta
ta a esta
estass que
questõ
stões
es lan
lan%ad
%adas
as a est
estes
es ob
obeto
etoss his
histór
tórico
icoss rar
raros
os # pos
poss&e
s&ell a
parceria interdisciplinar com os saberes mais diersos como a história da losoa" a
antropologia" a sociologia e at# da história das ci6ncias. Lan%adas a partir do presente"
estas questões não deem condu0ir à remissão sem m de um tempo imemorial.
2o
2orta
rtam
m a sus
suspei
peita
ta da per
perenid
enidade
ade dos ob
obeto
etoss psic
psicoló
ológic
gicos"
os" que
que teri
teriam
am dat
datas
as de
emerg6
emerg6nci
ncia
a bas
bastan
tante
te esp
espec&
ec&cas
cas e $or
$orad
ados
os con
con$or
$orme
me con
condi%
di%ões
ões de pos
possib
sibilid
ilidade
ade
bastante delimit*eis. 2ortanto" não se pode recuar historicamente antes do s#culo B
na busca de uma psicologia academicamente institu&da (o que $oi operado com W.
 

Wundt em 1K>
Wundt 1K>9!"
9!" ant
antes
es do s#c
s#culo
ulo JB
JBBB
BB na pr
procu
ocura
ra da psi
psicol
cologi
ogia
a com
como
o disc
discipli
iplina
na
acad6m
acad6mica
ica (o que $oi prop
propost
osto
o por <. WolH em 1>?
1>?!"
!" e ant
antes
es do s#culo JB no
rastreamento do oc*bulo (utili0ado por teólogos como P. =oclenius desde 19T!. Se a
irrup%ão da psicologia como proeto ou *rea acad6mica não pode ser isto antes da
modernidad
modern idade"
e" sua
suass con
condi%
di%ões
ões de pos
possibi
sibilida
lidade
de di
dicilm
cilment
ente
e pod
podem
em ser ist
istas
as mai
maiss
aqu#m"" pois dicilmen
aqu#m dicilmente
te antes do s#culo JB poderão ser islum
islumbrados
brados de uma $orma
positia temas como o indi&duo" ou uma abordagem obetiante do homem ou do
sueito. )stes obetos que tornam poss&el um discurso como o psicológico tem uma
e+ist6
e+ist6nc
ncia
ia rara e sin
singu
gular"
lar" tor
tornan
nando
do imp
imposs
oss&el
&el uma his
histór
tória
ia con
cont&n
t&nua
ua e eter
eterna
na da
psicologia. ) de igual modo" torna imposs&el uma história eolutia da psicologia" não
ap
apen
enas
as de
dei
ido
do à ini
iniab
abili
ilida
dade
de de umuma
a or
orig
igem
em ididen
entit
tit*ri
*ria"
a" ma
mass ta
tamb
mb#m
#m de umuma
a
atualid
atualidade
ade mar
marcad
cada
a por um pr proet
oeto
o heg
hegem,
em,nic
nico
o e con
consen
sensua
suall que $or
$ornec
neceria
eria uma
racionalidade a esta história. 7 pluralidade da psicologia garantiria uma pluralidade de
re$er6ncias atuais poss&eis" incluindo a própria questão da sua multiplicidade. ) esta
multiplic
multiplicida
idade
de seri
seria
a mul
multip
tiplic*
lic*el
el pel
pelas
as di
diersa
ersass $or
$ormas
mas com que
que his
histor
toriad
iador
or pod
pode
e
enunciar a erdade da história" gerando diersos romances poss&eis. No caso este
seria enm o desao do historiador da psicologia/ recuar da seguran%a de uma história
triun$ante para acolher a multiplicidade do seu obeto" problemati0*-lo" raric*-lo e
contar a erdade t6nue de sua emerg6ncia de $ormas tão plurais quanto às do seu alo
de estudo.

 
EBELB4=P7AB7
E4PBN=" ). =. 8istoria de la 2sicologia )+perimental.U
)+perimental.Urillas"
rillas" #+ico" 19>9.
EP)UU" =. S. 8istoria de la psicologia. 2aidós" Euenos 7ires" 19R.
<7N=VBL8)" =. - 4 obeto da história das ci6ncias. Bn/ Uempo Erasileiro nX ?K. Pio de
 Ganeiro" 19>?.
<8YU)L)U" A.- Le temps de lZhistoire et lZ#olution de la $unction historienne. Bn/ Gournal
de 2sFchologie Normale et 2athologique. 2aris" 19R" ol. .
5VE[" =.- 4 8istoriador hoe. Bn/ 8istória e Noa 8istória. Ueorema" Lisboa" 19K9.
A4V<7VLU" . -7 8istória da Loucura. 2erspectia" São 2aulo" 19>K (tese de doutorado
de$endida em 19R1!.
 \\\\\\\-4 Nascimento da <l&nica. Aorense Vniersit*ria" Pio de Ganeiro" 19KT (liro
originalmente publicado em 19R!.
 \\\\\\\- 7s palaras e as coisas. 2ortug*lia" Lisboa. (liro originalmente publicado em
19RR!.
 \\\\\\\-7rqueologia do Saber. Jo0es" 2etr
2etrópolis"
ópolis" 19>?. (liro originalmente publicado
em 19R9!.
 

 \\\\\\\ -Niet0sche" a genealogia e a história. BN/ 7<8754" P. (4rg.!. icro$&sica de


2oder.=raal" Pio de Ganeiro" 19K? (artigo publicado em 19>1!.
 \\\\\\\ -4 Sueito e o 2oder
2oder.. Bn/ 5P)[AVSS" 8. ] P7EBN4W" 2. (4rgs.!. ichel Aoucault
na traetória losóca. Aorense Vniersit*ria" Pio de Ganeiro" 199 (artigo publicado em
19K?-7!.
 \\\\\\\ -Jerdad"
-Jerdad" indiiduo F poder
poder.. Bn/ 4P)[" . (4rg!. Uecnologias del Fo. 2aidós^B<) Q
V7E" Earcelona" 199R (entreista reali0ada em 19K?-E!.
=7P<B7-P4_7" L.7.
L.7. 2sicologia/ um espa%o de d
dispersão
ispersão do saber
saber.. Bn/ Padice" ano 1" nX
. Pio de Ganeiro" 19>>.
=4L57N" . 4betia%ão e Subetia%ão no 'ltimo Aoucault. Bn/ <7SU)L4 EP7N<4" =.
] N)J
N)J)S
)S"" L. A. E. (4P=s.
(4P=s.!! ic
ichel
hel Aouc
Aoucaul
ault/
t/ da ar
arque
queolo
ologia
gia do saber à est
est#tic
#tica
a da
e+ist6ncia. Pio de Ganeiro
Ganeiro ] Lond
Londrina"
rina" Nau ] <)ABL" 199K.
OL)" 4. 8istoria de la 2sicologia. )dicciones 2alo" #+ico 5. AA."
." 19.
L) =4AA" G. Q 7s men
mentali
talidad
dades.
es. Bn/ L) =4A
=4AA"
A" G. ] N4P
N4P7"
7" 2. (4P
(4P=s.!
=s.! 8ist
8istória
ória// No
Noos
os
4betos. Arancisco 7les" Pio de Ganeiro" 19KK.
 \\\\\\\ - 7 8istória Noa. artins Aontes" São 2aulo" 199
L3JB-SUP7VSS" <. Pa%a e 8istória. Bn/ Pa%a e <i6ncia B. 2erspectia" São 2aulo" 19>T.
7<8754" P. <i6nci
7<8754" <i6ncia
a e Saber
Saber// a traetó
traetória
ria arqueoló
arqueológica
gica de iche
ichell Aouc
Aoucault.
ault. =raal" Pio
de Ganeiro" 19K?.
VP28["
VP28 [" =. Bntr
Bntroduc
oducción
ción histórica de la 2sic
2sicologia
ologia contempo
contempor*nea.
r*nea. 2aidós"
2aidós" Euenos
7ires" 19RT.
NB)U_S<8)" A. 5a utilidade e desantagem da história para a ida. Bn/ 4s 2ensadores.
7bril" São 2aulo" 19K (te+to originalmente publicado em 1K>!.
2)NN7" 7.=. 8istória das Bd#ias 2sicológicas. _ahar" Pio de Ganeiro" 19K1.
P7G<87NN" G. Aoucault/ a liberdade da losoa. Gorge _ahar" Pio de Ganeiro" 19K>.
SU)N=)PS" B. uem tem
tem medo da ci6ncia@ Siciliano" São 2 2aulo"
aulo" 19K9.
SBU8"
SBU8" P. 5oe
5oess the histo
historF
rF o$ psFch
psFcholog
ologF
F ha
hae
e a sub
subec
ect@
t@ Bn/ 8is
8istor
torF
F o$ the 8uma
8uman
n
Sciences. Jol. 1" nX ?" 19KK.
J)[N)" 2.
2. )ntreistas do Le onde. Bn/ Bd#ias <ontempor:neas. `tica" São 2aulo" 19K9.
 \\\\\. Aoucault reoluciona a história. Bn/ <omo se escree a história@ Vniersi
Vniersidade
dade de
Eras&lia" Eras&lia" 19KT.

Você também pode gostar