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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL

DA ___ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE


XXXXXXXXXX-UF

NOME DA PARTE, qualificação completa, vem,


com o devido respeito, por meio de seu procurador, perante Vossa
Excelência, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM
PEDIDO LIMINAR Visando proteger direito líquido e certo seu,
indicando como coator o Sr. Gerente-Executivo da Agência da
Previdência Social XXXXXXXXXXXXXXX-UF, a ser encontrado na
Rua XXXXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXXXX, neste
município, pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a
expor:

I – DOS FATOS

O Requerente requereu administrativamente em


xx/xx/xxxx a concessão de aposentadoria especial, considerando ter
preenchido os requisitos exigidos pela legislação atinente à matéria.

Ocorre que até a presente data o pedido sequer


fora analisado pela Autarquia Previdenciária, tendo sido extrapolado (e
muito) o prazo previsto na Lei nº. 9.784/99 (Lei do Processo
Administrativo).
Por esse motivo o Demandante impetra o presente
Mandado de Segurança, buscando o amparo do seu direito líquido e certo à
análise e manifestação acerca do seu pedido administrativo.

II – DO DIREITO

DO CABIMENTO DO MANDADO DE
SEGURANÇA

Conforme o Artigo 5º LXIX, da


Constituição da República Federativa do Brasil, conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-
corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público.

Nesse mesmo sentido é a redação do artigo


1º da Lei 12.016 de 2009 ao assegurar que conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.

No caso em tela, o direito liquido e certo


está sendo violado por ato ilegal do INSS – na figura do Gerente da APS de
XXXXXXXX-UF - eis que até o presente momento o seu pedido de
concessão de aposentadoria especial sequer fora analisado, estando o
direito do segurado à razoável duração do processo e à celeridade de sua
tramitação sendo ferido de morte.

DO INTERESSE DE AGIR
No presente caso o interesse processual do
Impetrante assenta-se na omissão do Gerente da APS que até o momento
não se manifestou acerca do pedido administrativo formulado pelo
Impetrante, tendo sido ultrapassado o prazo previsto na Lei nº. 9.784/99
sem que tenha sido proferida decisão.

Nessa esteira, considerando a decisão do Gerente


do INSS, evidente a presença do trinômio necessidade-utilidade-adequação
que caracteriza o interesse de agir, na medida em que o ato ilegal emanado
pelo Administrador somente poderá ser reparado pela atuação do Poder
Judiciário, por meio do processo, instrumento útil e adequado para
persecução deste fim.

Além disso, o Tema 350 do STF estabeleceu


como prazo em que está caracterizado o interesse de agir 45 dias, conforme
trecho a seguir transcrito de referido acórdão:

“16. Assim, se a concessão de um direito depende


de requerimento, não se pode falar em lesão ou ameaça a tal direito antes

mesmo da formulação do pedido administrativo. O prévio requerimento

de concessão, assim, é pressuposto para que se possa acionar legitimamente


o Poder Judiciário. Eventual lesão a direito decorrerá, por exemplo, da
efetiva análise e indeferimento total ou parcial do pedido, ou, ainda, da
excessiva demora em sua apreciação (isto é, quando excedido o prazo de 45
dias previsto no art. 41-A, § 5º, da Lei nº 8.213/1991). Esta, aliás, é a regra
geral prevista no Enunciado 77 do Fórum Nacional dos Juizados Especiais
Federais – FONAJEF”(STF, Recurso Extraordinário 631.240 MG, Relator
Ministro Roberto Barroso, 10/11/2014)
Pelo exposto, denota-se que a omissão e a inércia
administrativa, implica em grave prejuízo ao seu direito, e assim configura
o interesse de agir.

DO MÉRITO

No que se refere ao mérito da presente


ação, é desnecessário grandes debater acerca do tema, na medida em que a
Lei nº. 9.784/99, que regula o processo administrativo, é muito clara ao
estabelecer o prazo de 30 dias, prorrogáveis mediante justificação, por mais
30 dias:

Art. 49. Concluída a instrução de processo


administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir,
salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. (grifado)

Nesse sentido, caminha o entendimento do


Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.


MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DE
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. DEMORA EXCESSIVA.
ILEGALIDADE. 1. O prazo para análise e manifestação acerca de pedido
administrativo de concessão de benefício previdenciário submete-se ao
direito fundamental à razoável duração do processo e à celeridade de sua
tramitação, nos termos do art. 5º, LXXVII, da CF/88. 2. A demora no
processamento e conclusão de pedido administrativo equipara-se a seu
próprio indeferimento, tendo em vista os prejuízos causados ao
administrado, decorrentes do próprio decurso de tempo. 3. Hipótese em que
restou ultrapassado prazo razoável para a Administração decidir acerca do
requerimento administrativo formulado pela parte. (TRF4 5057346-
16.2017.4.04.7100, QUINTA TURMA, Relator ALTAIR ANTONIO
GREGÓRIO, juntado aos autos em 06/06/2018 - grifado)

PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE
SEGURANÇA. APELAÇÃO. DEMORA NA APRECIAÇÃO
ADMINISTRATIVA. ART. 49 DA LEI Nº 9.784/99. ILEGALIDADE
POR OMISSÃO. CIÊNCIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PÚBLICO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. NULIDADE. NÃO
OCORRÊNCIA. 1. Ultrapassado em muito o prazo do art. 49 da Lei nº
9.784/1999, resta configurada ilegalidade por omissão, passível de ser
coibida por mandado de segurança. 2. A falta de ciência à pessoa jurídica
de Direito Público, prevista no art. 7º, inciso II, da Lei nº 12.016/2009,
quando devidamente notificada a autoridade impetrante para prestar as
informações e não demonstrado eventual prejuízo, não configura nulidade.
(TRF4 5019052-60.2015.4.04.7100, SEXTA TURMA, Relator ARTUR
CÉSAR DE SOUZA, juntado aos autos em 17/10/2017 - grifado)

Assim, requer desde já que seja


determinada a apreciação do pedido administrativo formulado pelo
Impetrante, tendo em vista que até o presente momento não fora proferida
decisão, violando o prazo estipulado no art. 49 da Lei nº 9.784/99.

IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA

O novo Código de Processo Civil estabelece em


seu art. 300 que “A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo”.

No presente caso, o direito está manifestamente


comprovado, uma vez que fora ultrapassado e muito o prazo de 30 dias,
prorrogáveis por mais 30, previsto no art. 49 da Lei do Processo
Administrativo.

O periculum in mora, de outra banda, se dá pelo


caráter alimentar do benefício, sobretudo no presente caso, em que o
segurado já se afastou do trabalho e requereu sua aposentadoria visando
finalmente obter o descanso após longa vida laboral.

Portanto, imperioso seja determinada,


liminarmente, a imediata análise do pedido administrativo de concessão de
aposentadoria especial formulado pelo Impetrante.

V – DO PEDIDO

ISSO POSTO, requer:

a) O recebimento e o deferimento da presente


peça inaugural;

b) O deferimento do benefício da Gratuidade


da Justiça, por ser o Autor pobre na acepção legal do termo;

c) A concessão liminar de tutela de urgência


para determinar a imediata análise do pedido administrativo de concessão
de aposentadoria especial formulado pelo Impetrante;

d) a notificação da autoridade coatora, Sr.


Gerente-Executivo da Agência da Previdência Social de
XXXXXXXXXXXX-UF, a ser encontrado na Rua XXXXXXXXXXX, nº
XXXXXXX, Bairro Centro, neste município;

e) A CONCESSÃO DA SEGURANÇA a fim


de determinar confirmar a tutela de urgência, sendo analisado o pedido
administrativo de concessão de aposentadoria especial formulado pelo
Impetrante.
Nestes termos,

pede e espera deferimento.

Dá à causa o valor de R$ XX.XXX,XX.

Local, data.

Nome do advogado

OAB/UF xx.xxx

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