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Marileide Cardoso Alves

Artigo: A educação na perspectiva marxista: uma abordagem


baseada em Marx e Gramsci

São Félix do Xingu-Pará


2016
RESENHA DO ARTIGO “A
educação na perspectiva marxista: uma
abordagem baseada em Marx e Gramsci” DE AMARILIO FERREIRA JR e
MARISA BITTAR.

Alves, Marileide Cardoso1

No Artigo os autores abordam estudos que foram feitos para verificar o


princípio da sociedade capitalista concretizada a partir da metade do século XIX
envolvendo as reflexões de Marx e Engels com enfoque nas contradições diante do
sistema social procurando compreender condições de exploração proposta pelo
capitalismo. Em sua abordagem afirma a preocupação com a construção plena do
ser humano destacando suas potencialidades corporais e espirituais e o domínio
que a força do capital impõe sobre as pessoas.
Para Amarilio Ferreira e Marisa Bittar, instituir jornada de trabalho de oito
horas diária foi a forma de garantir na legislação um tempo livre e também proibir o
trabalho infantil que não estivesse assegurado de que frequentasse a escola, assim
assegurava que entre um acordo com o trabalho e a escolaridade se poderia formar
um homem novo e consciente.
A ideia de conjugar educação e o trabalho produtivo proposto por Marx 1984
era fazer com que os meninos acima de certa idade pudessem contribuir com o
desenvolvimento social meio que o ser humano possa ser plenamente desenvolvido.
Segundo apontam os autores, tais procedimentos fazem estabelecer um
vinculo entre o que se faz e o que se pensa. Além disso, observa se que o estudo
feito por Marx foi realizado em uma sociedade em que havia uma ênfase forte nas
atividades das fábricas envolvendo cada vez mais o nível do desenvolvimento das
forças produtivas e das relações sociais do capitalismo.
Para confirmar essa ideia de relações sociais Gramsci 2000 aponta a
existência de uma crise. Crise essa que para a solução deve se seguir uma linha
que é a da cultura geral em uma perspectiva formativa de maneira que o equilíbrio
seja ferramentas para o desenvolvimento das habilidades de trabalhar
artesanalmente e intelectualmente.
Os autores fazem neste artigo uma comparação da atual fase das forças de
produção atingidas nas relações capitalistas e revolução técnico-científica das
fábricas com um enfoque na qualificação para o trabalho colocando como questão

1
Graduanda do Curso de Pedagogia pela Universidade Federal do Pará, Parfor.
fundamental que não é somente saber ler, escrever e dominar cálculos matemático
que se pode dizer qualificado para o trabalho. Considera se também que a escola
pública desenvolvida em uma sociedade burguesa não conseguiu fazer uma relação
efetivamente entre a educação escolar e a qualificação tecnológica propugnada por
Marx, com enfoques na formação intelectual e física no desenvolvimento do trabalho
produtivo.
De acordo com os autores deste artigo podemos afirmar ainda que
atualmente ao mesmo instante que vivenciamos um tempo conhecido como o
“tempo” da informática que possibilita com bastante otimismo a busca por um tempo
livre em que o ser humano possa buscar a ausência do trabalho repetitivo, assim
entramos em uma nova etapa que é a continuidade das graves desigualdade
socioeconômicas que faz a maior parte das vitimas de uma sociedade arraigada no
poder do lucro para gerar capital para poucos.
De acordo com o texto o mais agravante é o domínio do capital sobre as
relações sociais que torna a escola um espaço de reprodução da ação capitalista na
sociedade influenciando e incentivando cada dia mais o desejo da oferta e da
procura em que alguns ficam ricos mantendo a miséria e a pobreza daqueles menos
favorecidos.
Verifica se que Marx embasou sempre nas concepções de Aristóteles que
era uma das referências entre os filósofos do mundo grego buscando o conceito
homérico da educação defendendo uma metodologia pedagógica voltada para o
desenvolvimento das artes no que diz respeito o processo formativo do cidadão do
falar e do fazer influenciando o destino político da prolis.
Para Marx e Engels segundo os autores deste artigo é necessário não
pensar o processo de libertação somente de certa classe social e sim de um projeto
que seja igual para todos onde não haverá explorados e exploradores saindo
daquelas atividades repetitivas para realizar atividades diferentes no cotidiano da
vida dos cidadãos em seu trabalho enfoque na educação fundamentada em
princípios da realização plena do ser humano.
É evidente para os autores deste artigo que a passagem do século XX para
o século XXI em meio a tantas crises condicionadas pelo fim do “socialismo real” e a
reorganização da produção no mundo do capitalismo desembocando assim uma
série de ataques aos velhos sistemas de produção buscando novas tecnologias para
o desenvolvimento do sistema de produção do capital.
Os autores discorrem embasados em Marx que neste início de século
período em que há tantas descobertas e redescobertas dos meios de produção e do
valor dos indivíduos na sociedade e no mundo do trabalho, supervalorizando o
desempenho e a capacidade de produzir para gerar mais valia e manter o grande
lucro nas mãos de poucos enquanto outros nada têm, a não ser somente a força de
trabalho para vender ao capital.
Quanto ao conceito de ser humano buscado nos textos expressam princípios
guiados pela a antropologia com direcionamento na pedagogia buscando em Marx
papel central a dialética do trabalho, o conceito de homem omnilateral e o tempo
livre, sabendo se que para Marx e Engels não é possível falar de educação sem
direcionar se para a realidade econômica e social dos cidadãos.
A partir das obras de Marx e Engels os autores apresentam ideias sobre a
formação do homem coincidindo com a história da construção do movimento
operário desencadeado em três programas políticos: que são o movimento histórico
que se transforma no Partido Comunista (1847-1848), Associação Internacional dos
Trabalhadores (1866) e Partido Unitário Operário na Alemanha (1875) isto é, apena
uma abordagem dos traços principais desses movimentos.
Conforme o estudo do texto em questão verifica se que há uma proposta de
Educação Pública e gratuita para todas as crianças, com o intuito de abolir o
trabalho das crianças no sistema de produção das fábricas.
Conforme a abordagem dos autores fica evidente que há distinção entre o
estado garantir o organismo da escola funcionando e a prática do educador além do
processo de emancipação que ocorre de forma simultânea da pessoa diante de suas
convicções religiosa e o poder do Estado que disciplina o comportamento através
das legislações criadas para manter a ordem dentro do processo produtivo das
empresas.
De acordo com Marx 2004, Amarilio Ferreira e Marisa Bittar autores da
produção em analise, o trabalho não pertence ao trabalhador é exercido de forma
exterior a vontade daquele que o pratica. O trabalho tem dono que são as forças
produtivas do capitalismo, mantidos pelas empresas donas das grandes atividades
propostas para os trabalhadores. Os operários por sua vez possuem somente a
força e a energia física que vendem aos donos do trabalho. Dessa forma o processo
de alienação das pessoas fica cada vez mais nítido em função da divisão do
trabalho mantendo os meios de produção capitalista muito mais consolidado em
seus objetivos.
Ao analisar este artigo pude confrontar ideias de autores que contribuíram no
entendimento do que deve ser a educação em uma perspectiva marxista com foco
nos princípios de uma sociedade capitalista que se norteia na força da produção e
na exploração da força do trabalho transformando as pessoas em objeto de
produção e reprodução do sistema capitalista.
Compreender as reais causas e objetivos da organização do trabalho na
sociedade capitalista foi bastante gratificante. Considerando que a pesar de todos os
meios de organização do capital financeiro que gira em torno do sistema de
produção os trabalhadores conseguem se organizar para exigir melhores condições
de vida, pois as forças de produção em muitos casos precisam ceder para não
perder os lucros gerados pela força do trabalho produto do capital.
Portanto essa ideia de organizar a força de produção em tempo de trabalho é
estratégia consolidada de um sistema que visa simplesmente manter a relação
trabalho e capital no poder de poucos, gerar lucros e produz uma sociedade sobre
controle para garantir a exploração dos recursos naturais que geram riquezas
mantendo o sistema econômico em benefícios de poucos enquanto muitos nada
possuem.

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