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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA


NÚCLEO DE TECNOLOGIA PARA EDUCAÇÃO – UEMANET
CURSO DE PEDAGOGIA

ATIVIDADE: Atividade 1 - As diferenças na sociedade

Disciplina: Fundamentos da Educação Especial

ALUNO (A): Patricia da Conceição Bernardo da Silva

Polo de Timbiras – MA
2013
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Enunciado: A história de exclusão, percorrida pelas pessoas com necessidades


especiais, construiu uma sociedade com grandes barreiras em relação à aceitação e a
valorização das diferenças. Nessa perspectiva, elabore um texto com sua percepção sobre a
pessoa com necessidade especial e a contextualize com os momentos históricos que mais
influenciaram sua percepção. De modo que, esse texto possa descrever os fatores
históricos da Educação Especial, destacar a evolução dos conceitos de deficiência e
apresentar a sua percepção.

Está no inconsciente popular que as pessoas portadoras de necessidades especiais


possuem algumas barreiras, resultantes de suas condições, que não permitiriam a conquista da
condição do ser universal. Esse pensamento coletivo é fruto de um processo histórico e
sistemático de exclusão a que foram submetidos os indivíduos que faziam parte do grupo
denominado “portador de deficiência”.
Os indivíduos portadores de necessidades especiais sempre enfrentaram a exclusão por
parte da sociedade. Na Grécia Antiga ou entre os romanos, os portadores dessas necessidades
podiam ser sacrificados, afogados, asfixiados, ou eram escondidos pelos familiares.
(COELHO, 2011). Muitas dessas concepções ao longo da história estavam atreladas a crenças
e religiões, privando os portadores de necessidades especiais o acesso aos direitos básicos do
cidadão, entre eles a educação.
Segundo Lira (2005), os primeiros portadores de necessidades especiais que
começaram a receber educação datam do século XVI, com médicos e pedagogos que
desafiaram os conceitos vigentes e começaram a estudar as possibilidades educacionais de
indivíduos até então considerados ineducáveis. Coelho (2011) destaca que na Idade Média as
pessoas com deficiência eram afastados da sociedade ou até sacrificados. Os Deficientes
faziam parte da mesma categoria dos loucos, criminosos e os considerados “possuídos pelo
demônio”.
A partir do século XIX iniciam-se experiências inovadoras na educação das pessoas
com história de deficiência em asilos, manicômios, prisões e hospitais. Essas escassas
experiências duraram até a primeira metade do século XX, quando começaram a surgir
escolas especializadas ao ensino dos portadores de deficiência. (LIRA, 2005)
No Brasil, a História da Educação Especial no Brasil teve suas origens no período
imperial, mas somente a partir da década de 60 é que se institucionalizou no campo
educacional. (COELHO, 2011) Essa oferta da educação das pessoas portadoras de deficiência
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existiam desde a década de 1930, quando foram formadas classes especiais em escolas
públicas, porém era também oferecida em instituições filantrópicas. (LIRA, 2005)
A realidade começa a mudar com a promulgação da Constituição de 1988 que
determina, no Artigo 208, a garantia do atendimento educacional especializado para os
portadores de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino. E se intensifica em
2003, quando o Brasil através do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação
Especial, assume o compromisso de apoiar os estados e municípios na sua tarefa de fazer com
que as escolas brasileiras se tornem inclusivas, democráticas e de qualidade. (ARANHA,
2004)
A legislação brasileira corrobora com a inclusão dos portadores de necessidades
especiais, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 1996), Plano Nacional de
Educação (PNE, 2001) e Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
(CEB/CNE/2001). Além da inclusão no ensino superior, que é determinada pela Portaria do
MEC (Portaria Nº 3.284, de 7 de novembro de 2003) e pelo Decreto da Presidência da
República (Decreto Nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999), que apontam os direitos a
condições básicas de acesso, de mobilidade e utilização de equipamentos e instalações das
Instituições de Ensino Superior. (ARANHA, 2004)
Buscar a articulação das políticas públicas educacionais inclusivas que assegure os
direitos de cidadãos deveria ser desencadeado a partir das necessidades e aspirações dos
participantes desse processo, passando pela qualificação dos profissionais que atuam nesta
área, contemplando em sua formação o atendimento da diversidade da clientela que
atenderão. (LIRA, 2005) Com professores informados, despidos de preconceito, e com apoio
de recursos humanos e materiais, representam caminho aberto para a inclusão escolar e
consequentemente, social. (SAAD, 2008)
Como nos ensina Saad (2008), não se trata apenas a tolerância ao aluno diferente, mas
de propiciar-lhe seu desenvolvimento, atendendo às suas necessidades e integrando-o na
comunidade da escola. A escola desempenha papel fundamental, sendo o espaço onde a
educação efetivamente cumpra com seu papel de reflexão crítica sobre a sociedade e de
favorecimento do exercício da cidadania. (ARANHA, 2004)
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REFERÊNCIAS

ARANHA, M. S. F. Educação inclusiva: v. 3: a escola. Brasília : Ministério da


Educação, Secretaria de educação especial, 2004.

ARANHA, M. S. F. Educação inclusiva: v. 4: a família. Brasília : Ministério da


Educação, Secretaria de educação especial, 2004.

COELHO, W. L. R. Educação Especial. São Luís: UemaNet, 2011. 95 p.

LIRA, M. C. F. De, SCHLINDWEIN, L. M. A. Pessoa cega e a inclusão: um olhar a


partir da psicologia histórico-cultural. Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 75, p. 171-190,
maio/ago. 2008

LIRA, M. C. F. De. Lembranças de escola: um estudo sobre a inclusão do aluno com


diferenças visuais. Dissertação de Mestrado. UNIVALI, 2005.

SAAD, S. N. Preparando o caminho da inclusão: dissolvendo mitos e


preconceitos em relação à pessoa com síndrome de down Rev. Bras. Ed. Esp., Marília,
Jan.-Jun. 2003, v.9, n.1, p.57-78

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