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UNIDADE I

Instrução Técnica de Armamento

1. ARMAMENTO EM USO NA CORPORAÇÃO


O armamento em uso atualmente no CBMERJ resume-se em Fuzil Mauser, Metralhadora
de Mão .45 (INA) e Revólver Cal. .38, que são armas portáteis (pois são transportadas por um
só homem) e individuais (são manuseadas também por um só homem).

1.1. Termos Técnicos


v Calibre: Diâmetro interno do cano da arma.
v Alma: Superfície interna do cano (pode ser lisa ou raiada).
v Alcance de Utilização: É aquele no qual nos é permitido atingir o alvo com 100% de eficácia.
v Alcance de Alça: É o estimado pela fábrica, dentro do qual a pontaria é referida pelo aparelho
de pontaria.
v Alcance Máximo: É a maior distância que o projétil pode alcançar.
vTiro Contínuo: Rajada
v Tiro Intermitente: Um a um
v Velocidade de Tiro: Número de tiros por minuto
v Dispositivo de Segurança: Tem a finalidade de prevenir acidentes no seu manejo, e permitir o
cessar fogo.

1.2. Munição

Funcionamento Genérico
Uma peça pontiaguda do mecanismo de disparo da arma
(percussor) choca-se fortemente contra a espoleta. Esta possui
uma substância sensível ao choque que detona, inflamando por
sua vez a carga de projeção. Essa queima, gera gases no
interior do estojo, que se expandem, empurrando o projétil através
do cano da arma.

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Observações:
v Não expor a munição a calor excessivo ou chama;
v Evitar choque mecânico;
v Condições de armazenagem e transporte deverão estar em conformidade com as normas em
vigor (Normas Relativas ao Armamento e Munição do Ministério do Exército - NARAM-III).
v Amostras dos cartuchos existentes em cada OBM deverão ser enviadas periodicamente para
exames a serem realizados pelos laboratórios do Exército, também de acordo com as normas
acima descritas.
A inobservância destes ítens poderá acarretar acidentes graves com o atirador ou no local de
armazenagem.

1.3. Normas de Segurança


Todo militar deve observar as seguintes normas sobre armas portáteis:
- Considerar carregada toda arma de fogo, até examiná-la para verificar se há cartucho na
respectiva câmara de carregamento;
- Nunca aponte uma arma de fogo para coisa alguma em que não pretenda atirar;
- Jamais engatilhe uma arma de fogo antes de estar pronto para atirar;
- Não desmonte uma arma de fogo ou brinque com ela, a menos que a mesma tenha de ser
inspecionada ou limpa;
- Se for preciso inspecionar uma arma de fogo, retire antes a arma do paiol ou dirija o cano
para fora do mesmo;
- Ao inspecionar ou examinar uma arma, aponte a boca para o chão ou para o ar, a fim de que
uma descarga acidental não ponha em perigo vidas ou propriedades;
- Jamais tente usar uma arma, a menos que compreenda todas as suas características de
segurança e saiba manejar a arma de fogo em questão;
- Jamais abandone uma arma carregada ou contendo munição no carregador num lugar onde
alguém possa apanhá-la;
- Depois de entregar uma arma à outra pessoa, informe-a sempre do estado da arma;
- Só use munição destinada à arma;
- Lembre-se de que um dispositivo de segurança, quando está defeituoso, se torna um
dispositivo de perigo.

1.4. Manutenção
A única manutenção prevista para ser realizada pelo Soldado BM é a de 1º Escalão, que
resume-se na conservação e manutenção preventiva do armamento. Os 4 demais escalões só
poderão ser realizados por pessoal especializado.

1.4.1. Conservação nas Reservas de Armamentos


Nos períodos em que o armamento não é utilizado no tiro, ele deve ser inspecionado
diáriamente.
Semanalmente, ou quando se julgar necessário, deve-se fazer o seguinte:
a) Limpar a arma com um pano seco;
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b) Passar no interior do cano um pedaço de pano auxiliado pela vareta de limpeza ou por um
porta-pano (para as armas que o possuem), até que o pano saia completamente limpo;
c) Usar escova de pelo para retirar a poeira das corrediças e escavados;
d) Lubrificar a arma com O N Armt (Óleo Neutro de Armamento), inclusive o interior do cano;
e) Nas partes de madeira passar uma leve camada de óleo de linhaça cru com um pano e nas
partes de couro passar líquido para correame;
f) Depois dessa limpeza e lubrificação, colocar as armas em cabines e sempre que possível usar
tampa na boca dos canos, quando estes não forem deixados secos.

1.4.2. Conservação do Armamento em Uso


O óleo em excesso é nocivo pois favorece o acúmulo de sujeira que passará a agir como
abrasivo, além de prejudicar o funcionamento da arma.
A câmara e a alma do cano deverão estar perfeitamente limpas e secas.
Não usar escova de aço para limpar ou polir a alma.
Não usar nenhum abrasivo (bombril, sapólio, etc).
Sempre que aparecerem vestígios de ferrugem, esfregar o local com uma bucha de pano
embebida em querozene ou utilizar uma escova.
Nunca usar na aplicação de lubrificante, panos ou estopas que tenham sido empregados
na limpeza.
Não descuide das bandoleiras de lona, elas esticam e apodrecem quando molham.
Material de lona torna-se frágil, especialmente nas dobras e costuras, seque-o ao sol
sempre que possa.
Quando você recebe o armamento para a instrução ou serviço, deve proceder da seguinte
maneira:
a) Retirar com um pano ou estopa todo óleo de sua parte externa e do cano.
b) Manter as partes móveis cobertas com uma leve camada de óleo lubrificante para assegurar um
bom funcionamento;
c) O lubrificante indicado é o O N Armt, e a melhor maneira de aplicá-lo é por meio de um pano
limpo.

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2. FUZIL MAUSER

2.1. Apresentação e Característica


Também chamado fuzil ordinário (F O); é uma arma individual de fácil manejo, de repetição
(usando como princípio motor a força muscular do atirador), tendo um depósito na caixa da culatra
com capacidade para cinco cartuchos. Seu calibre é de 7 milímetros possuindo cano com alma
raiada e alcance máximo de cerca de 4.000 metros.
Adaptando nele o sabre baioneta, permite o combate corpo a corpo. Seu alcance de
utilização para homem isolado, é de 400 m; para grupo de homens será de 600 metros. O alcance
de alça é de 2.000 metros; sua velocidade de tiro é de 8 a 10 disparos por minuto no tiro ajustado.

2.1.1. Munição
Utiliza cartucho de guerra (bi-ogival), de manejo de festim ou de carga reduzida.
Os cartuchos são reunidos por grupos de cinco em carregadores tipo laminar.

2.2. Organização Geral


É compreendido por sete partes principais e acessórios:
1) Cano com aparelho de pontaria
2) Caixa da culatra
Nela fica situado o mecanismo da culatra; está situada entre o cano e a coronha.
3) Mecanismo da Culatra
Consta de ferrolho, o retém do ferrolho com ejetor e gatilho.
O ferrolho realiza o fechamento da arma encerrando os dispositivos de percussão, extração
e segurança. Consta o ferrolho das seguintes partes: cilindro com alavanca de manejo; extrator,
percursor e mola correspondente; cão (corpo e noz); receptor-guia do cão e retém; registro de
segurança (haste, disco e asa).
O retém do ferrolho serve para manter ou retirar o ferrolho do seu alojamento.
O gatilho é a peça de disparo da arma, constituido de corpo, tecla e mola.
4) Mecanismo de Repetição
Serve para permitir o carregamento da arma por grupo de cinco cartuchos. Consta de
depósito, fundo do depósito, transportador e mola respectiva.
5) Coronha e Telha
Coronha: é uma peça de madeira destinada a reunir as diferentes partes da arma e permitir
o seu manejo. Compreende: fuste, delgado e couce.
Telha: serve para proteger a mão do atirador contra o aquecimento produzido durante os
tiros.
6) Guarnições
São peças de metal destinadas a reunir, reforçar e preservar as diversas partes da arma
de qualquer acidente, além de outras funções.
Compreedem: escudete do fuste, braçadeira superior, braçadeira inferior, batente da vareta,
para-choque da coronha, parafuso do depósito, chapa da soleira, placa da inscrição e anilho do
grampo da bandoleira.

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7) Sabre-baioneta com bainha
É a arma branca que, adaptada no fuzil, transforma-o em arma de choque para o combate
corpo a corpo.
Acessórios
Cada fuzil dispõe dos seguintes acessórios: Uma bandoleira (serve para o transporte da
arma), uma vareta (destinada à limpeza do cano da arma), um cobre-mira (quando colocado na
boca do cano serve para impedir a entrada de corpos estranhos no cano e para protegê-lo, contra
a umidade do ar, ao mesmo tempo que protege a massa de mira contra choques) e um guarda-
fecho (capa de couro com correias destinada a abrigar da poeira e da chuva a caixa da culatra e
seu mecanismo).

Fuzil Mauser M908

Ferrolho

2.3. Funcionamento e Condições de Serviço


2.3.1. Abrir a Culatra
Para abrir a culatra, firma-se a arma com a mão esquerda, na altura do seu centro de
gravidade e, com a mão direita, imprimindo à alavanca uma rotação de 90 graus para a esquerda,
puxa-se o ferrolho à retaguarda até sentí-lo chocar no dente do respectivo retém. O cão recua, por
conseguinte arrastando consigo o percursor, ficando este armado.

2.3.2. Carregar o Depósito (Alimentação)


Achando-se livre a abertura de carregamento, introduz-se com a mão direita, um carregador,
guarnecido de cinco cartuchos, em seu receptor, na passagem do ferrolho. A lâmina ocupa aí uma

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posição quase vertical, suficientemente estável para permitir a pressão do polegar sobre o cartucho
superior. A pressão deve ser exercida em sendido oblíquo. Os cartuchos desprendem-se, dispondo-
se ao lado uns dos outros 3 à direita e 2 à esquerda, no depósito, de modo que o cartucho mais
elevado fica saliente, um pouco adiante da cabeça do cilindro.

2.3.3. Carregamento e Fechamento da Culatra, Engatilhamento


A mão direita empunha de novo a alavanca, empurra o ferrolho para a frente, girando-o
para a direita, rebatendo a alavanca no mesmo sentido. Logo no início do movimento o carregador
vazio cai para o lado e o cartucho, galgando a rampa de acesso, é encaminhado para a câmara.
Caso não se queira que o cartucho vá para a câmara por motivo de segurança, basta
pressionar para baixo com o polegar esquerdo o cartucho que está na rampa de acesso e
silmultaneamente empurrar o ferrolho para frente, verificando visualmente durante toda a operação
se realmente o cartucho não foi arrastado para a câmara. Em seguida, desengatilhar a arma.

2.3.4. Disparar a Arma


Apontada a arma, o atirador desfecha o tiro puxando a si, com o indicador direito a cauda
da tecla do gatilho. O percussor, formando massa com o cão e sua mola, que se distende de
súbito, precipita-se para a frente para ferir a cápsula e inflamar o cartucho.

2.3.5. Ejeção do Estojo


Trazida a arma ao lado do corpo, reproduz-se o movimento de abrir a culatra. A ponta do
percussor recolhe-se ao interior do cilindro e o estojo arrastado pelo extrator, abandona a câmara.
Aberta a culatra, outro cartucho que estava no depósito é elevado, e o atirador nada mais faz que
repetir os movimentos indicados a partir do ítem 2.3.3. até que o depósito esteja vazio.

2.3.6. Travar a Arma


Armado o percussor, rebate-se à direita a asa do registro de segurança. A tecla pode ser
manejada livremente, sem perigo de disparo.

2.3.7. Destravar a Arma


Rebate-se o registro de segurança à esquerda.

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2.3.8. Descarregar o Depósito
Imprime-se ao ferrolho, sem fechar a câmara um movimento alternado de avanço e de recuo,
tantas vêzes quantos são os cartuchos existentes, amparando-se os cartuchos, com o polegar esquerdo
acima da abertura de carregamento, para evitar que caiam por terra.

2.3.9. Desengatilhar
Estando a alavanca de manejo rebatida para a esquerda, empunhando a arma com a mão
esquerda, pelo delgado e trazendo-a à frente do corpo: o indicador esquerdo aciona o gatilho
enquanto a mão direita gira a alavanca para a direita.

3. METRALHADORA DE MÃO 45 ( INA)


3.1. Apresentação, Características e Organização Geral
A metralhadora de mão INA 953 é uma arma automática, (funciona pelo aproveitamento da
energia dos gases), alimentada por carregador de duas colunas. É apropriada para uso do atirador
em qualquer posição.
O tiro intermitente, quando desejado, consegue-se pelo afrouxamento rápido do gatilho. O
tiro de rajadas curtas é, entretanto, o mais usado com esse tipo de arma. Oferece a arma
condições de grande segurança contra disparos acidentais, devido à alavanca de segurança,
peça que o atirador é obrigado a empunhar juntamente com o alojamento do carregador, na posição
de tiro.
Graças à alavanca de segurança ficou inteiramente destituído de perigo o porte da arma
carregada e armada, pois que, no caso de choque ou queda, que viesse a frustar a garantia oferecida
pelo mecanismo de segurança habitual, aquela peça detém instantaneamente o avanço da culatra
móvel, o que torna impossível o tiro.
Arma de organização
bastante simples, cuja inspeção
e limpeza é bem fácil; ao mes-
mo tempo leve e robusta, po-
dendo ser tida sempre à mão;
é de grande efeito destrutivo
contra alvos situados dentro da
sua distância eficaz de tiro, que
pode ser estimada em 250
metros, embora seu emprego
normal não vá além de 100
metros. Calibre 45, carregador
de 30 cartuchos, o tempo médio
para trocar o carregador é de
2,50 segundos; a cadência de
tiro automático (teórico) é de 600
a 700 tiros por minuto; o alcan-
ce de alça é de 250 metros.

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3.2. Funcionamento e Condições de Serviço
a) Municiar o Carregador
Colocar a munição no carregador (máximo 30 cartuchos).
b) Engatilhar a Arma
Trazer a alavanca de manejo à retaguarda.
c) Travar a Arma
Colocar o botão de segurança em "S".
d) Alimentar a Arma
Introduzir o carregador no seu receptor.
e) Destravar a Arma
Colocar o botão de segurança em "F".
f) Disparar a Arma
Empunhar o alojamento do carregador e o carregador com a mão esquerda, de modo que
o polegar leve para frente o braço inferior da alavanca de segurança, que deve ser mantido nessa
posição durante o tiro. Empolgar com a mão direita o punho da arma deixando livre o indicador
para este poder acionar o gatilho.

3.3. Recomendações
Não obstante tratar-se de uma arma rústica é merecedora de certos cuidados, pois, sendo
uma arma automática, o seu funcionamento normal e duração dependem de muito cuidado, limpeza
e lubrificação.
É fato verificado que a maior parte dos incidentes de tiro quer em armas de repetição, quer
automáticas e principalmente nestas será eliminada por um treinamento, no estande ou em campanha.
Quando armazenadas, as armas devem ter as suas diferentes partes protegidas por um
preservativo apropriado, que deve ser convenientemente removido antes delas serem usadas no
estande ou em campanha.
Antes de atirar, o atirador deve certificar-se que a alma e a câmara estão livres de corpos
estranhos (buchas de limpeza, lama, areia e semelhantes). O tiro com obstruções na alma pode
acarretar até o arrebentamento do cano.
A munição também deve estar limpa; limpar, antes de usar, a munição que estiver
eventualmente suja de óleo, graxa, areia, etc. Não atirar com munição sensivelmente aquecida,
em virtude de exposição direta ao sol ou outra fonte de calor.
Durante tempestades de areia ou pó, é necessário proteger a boca do cano e as aberturas
da arma.
Após cada período de tiro deve-se limpar a arma o mais cedo que for possível.

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4. REVÓLVER Calibre.38

4.1. Apresentação, Características e Organização Geral


É uma arma individual, de repetição (funciona pela ação muscular do operador), alimentada
por tambor com capacidade para 6 cartuchos, alcance máximo de 1800m, alcance de utilização de
25m, velocidade de tiro de 8 a10 tiros por minuto, calibre 38.

4.2. Funcionamento e Condições de Serviço


4.2.1. Alimentação
Empunhar a arma com a mão direita utilizando a esquerda como apoio na altura da parte
externa dianteira do guarda-mato, mantendo-a voltada para o chão.
Com o polegar direito empurrar o botão serrilhado para frente, enquanto o indicador direito
empurra o tambor para a esquerda.
Caso tenha realizado disparos com a arma, volte o cano para cima, empurrando com o
indicador esquerdo a vareta do extrator de encontro ao tambor. Os estojos deflagrados cairão.
Municie o tambor com a arma voltada para baixo.
Feche o tambor com o polegar esquerdo.
Gire o tambor até que o mesmo fique travado.

4.2.2. Disparar
Para disparar a arma basta acionar a tecla do gatilho. O cão vai à retaguarda, enquanto o
tambor gira para a esquerda, colocando um novo cartucho na câmara. O cão vai violentamente à
frente, fazendo com que o percussor atinja a espoleta do cartucho, deflagrando a munição.

4.2.3. Engatilhar
Para um tiro mais preciso pode-se engatilhar a arma, levando o cão para trás com o
polegar direito, até ouvir-se o som característico de encaixe. Solta-se ligeiramente o polegar para

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certificar-se de que realmente o cão está travado, bastando agora um leve toque na tecla do gatilho
para que a arma dispare.

4.2.4. Desengatilhar
Com a arma voltada para lugar seguro, segurá-la com ambas as mãos, levando o polegar
direito ao cão, segurando-o fortemente. Simultaneamente acione a tecla do gatilho com o indicador
direito, levando o cão à frente com o polegar de forma lenta, até o seu descanso.

4.2.5. Recomendações
Nas armas mais antigas, não estando em combate, municie o tambor com apenas cinco
cartuchos. A câmara deverá estar vazia, pois, em caso de queda da arma não há risco de
disparo.
A passagem da arma para outro militar deverá ser feita obrigatoriamente com o tambor
aberto e desalimentado (vazio).

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