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Acadêmica Docente
Vol. XII, Nº. 2, Ano 2008
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
Este artigo discorre sobre os Jogos de Empresas que são considerados instrumentos de
extrema relevância para a dinâmica da empresa; quer seja para treinamentos, para mu-
danças comportamentais ou posturais, para desenvolvimento de habilidades e compe-
tências, para a garantia da saúde mercadológica da empresa, entre outros.
Contudo, para que os jogos sejam aplicados estes devem ser selecionados de
acordo com o objetivo pretendido pela organização, bem como deve conter conteúdos
e objetivos que proporcionem crescimento pessoal e profissional para quem os vivenci-
a.
Casa jogo tem suas próprias características e estas devem estar atreladas às
necessidades imediatas, com metodologia e etapas que sejam bem evidenciadas para
que não restem dúvidas sobre a sua intenção e funcionalidade.
2. O JOGO
O jogo é uma atividade espontânea, realizada por mais de uma pessoa, regida
por regras que determinam quem vencerá. Estas regras incluem o tempo de du-
ração, o que é permitido e proibido, valores das jogadas e indicadores sobre como
terminar a partida (GRAMIGNA (1993, p. 36).
Já Antunes (2002, p.21) define jogo como sendo “uma relação interpessoal de-
finida por regras”.
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que foi aprendido e, esta experiência soma-se ao conteúdo que esta pessoa traz
sobre sua história até então (ELGOOD, 1987, p.52).
Ainda Elgood (1987, p. 60) define jogo como qualquer exercício que atenda a
determinadas condições, como:
3. OS JOGOS DE EMPRESAS
A seguir são apresentadas algumas definições do que são os jogos de empresa na con-
cepção de diversos autores.
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Para Vicente (2001, p. 2) “os jogos de empresas não são um modismo, mas sim
uma tendência secular que vem ganhando ímpeto em nossos dias pelo maturamento
de várias tecnologias”.
Este conceito é referência teórica de Gramigna (1993). Segundo a autora, é muito im-
portante que o C.A.V. seja cumprido de forma integral para que se possa proporcionar
uma aprendizagem potencializada no comportamento de um colaborador.
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Há distinções entre os objetivos dos jogos de empresas, mas aqui são apresentados al-
guns que mais tem evidência.
O objetivo das empresas deve estar diretamente relacionado com sua necessi-
dade e adequado ao grupo que fará a vivência. Com isto, poderá diagnosticar os seus
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problemas, procurar soluções para que estes sejam eliminados, proporcionar aos seus
colaboradores uma visão macro da empresa e não apenas do seu departamento ou área
de atuação, bem como promover a integração da empresa como um todo.
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Os jogos sistêmicos são aqueles voltados para o ambiente interno com vará-
veis do ambiente externo que exercem influência.
Os jogos mistos são aqueles que apresentam os dois tipos de abordagens ante-
riores num mesmo ambiente, o que propicia a reflexão dirigida ao cotidiano da empre-
sa.
Este tópico apresenta a classificação dos jogos elaborados por Gramigna (1993,
p. 11):
• Jogos de Comportamento – São aqueles cujo tema central permite que se trate de temas
voltados às habilidades comportamentais, tais como: cooperação, relacionamento inter
e intragrupal, flexibilidade, confiança, afetividade, dentre outras. Os jogos de compor-
tamento são aqueles que compõem programas de desenvolvimento pessoal.
• Jogos de Processo – Nestes jogos a ênfase maior é dada às habilidades técnicas. São
preparados para que os participantes passem por processos simulados onde devam
planejar e estabelecer metas, aplicar conhecimentos específicos, negociar, liderar e co-
ordenar grupos, estabelecer métodos de trabalho, montar estratégias para a tomada de
decisões, etc.
• Jogos de Mercado – Reúnem as mesmas características dos jogos de processo, mas são
direcionados para as atividades que reproduzem situações de mercado como concor-
rência, relações empresa-fornecedor, tomada de decisão com risco, estratégias de ex-
pansão, entre outras (GRAMIGNA apud GABARDO, 2006, p. 92-93).
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São vantagens:
• Criar artificialmente condições e ambientes de treinamento necessário para os executi-
vos, gerentes e operadores.
• Permitir repetir, quantas vezes for necessário, às condições para analisar a decisão em
diferentes situações econômicas e financeiras.
• Permitir testar tanto as diferentes alternativas de uma operação, como as diferentes es-
truturas organizacionais como as decisões individuais e as decisões em grupos.
• Permitir projetar interativamente os resultados de uma política administrativa a médio
e longo prazo.
E desvantagens:
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São vantagens:
• Jogos e simulações provêem uma abordagem para o aprendizado a partir da experiên-
cia na educação gerencial.
• Facilitam o aprendizado mediante o uso de um modelo simplificado da realidade que
permite concentrar no planejamento dos principais aspectos da administração empre-
sarial.
• Criam artificialmente condições ou situações de treinamento de tomada de decisão pa-
ra gerentes e executivos. Assim, o aprendizado é construtivo e é atingido pela necessi-
dade de resolver um determinado problema.
• Permitem repetir, tantas vezes quanto forem necessárias, as condições para tomada de
decisões ou analisar resultados econômicos.
• Possuem caráter dinâmico, permitindo a interação de várias condições e setores da
empresa e a análise instantânea de resultados de longos períodos de tempo.
• Fornecem feedback. Esse feedback da realidade simulada pode ser mais útil que o fe-
edback da própria realidade. Os executivos adotam um curso de ação, tomam uma de-
cisão, aprovam um investimento.
E desvantagens:
• Nível de complexidade: as atividades de desenvolvimento de gerentes devem ter cre-
dibilidade. Executivos podem aprender efetivamente de situações simuladas que eles
percebem como similares às que experimentam na vida real. A questão é: quão simples
o modelo pode ser sem se tornar uma imitação burlesca? Se a simulação é demasiada-
mente simples, os participantes não estarão motivados a comportar-se da mesma ma-
neira do que na realidade; se é demasiadamente complexa, os participantes ficam
desmotivados pela complexidade no entendimento do jogo.
• Validade do treinamento: embora a prática de um jogo de empresas seja bastante ins-
trutiva e esclareça o mecanismo de funcionamento de uma empresa, não há evidência
de que um bom jogador de empresas seja um bom administrador e vice-versa. O papel
do jogo de empresas é oferecer um mecanismo de pesquisa e de ilustração do compor-
tamento empresarial.
• Perigo de certas precipitações: é possível que após a prática do jogo o participante ad-
quira o conceito precipitado de que, por exemplo, a propaganda maciça seja a melhor
estratégia de vendas. O participante nunca deve esquecer que o jogo é um modelo si-
mulado e fictício de uma empresa e certos aspectos foram deliberadamente salientados
ou omitidos para possibilitar a prática do jogo.
São vantagens:
• A aplicação de Jogos de Empresa permite o desenvolvimento das capacidades gerenci-
ais dos participantes através da elaboração de estratégias frente a fatores controláveis e
incontroláveis e, a resposta do mercado simulado em relação a estas estratégias.
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E desvantagens:
• Desequilíbrio entre a complexidade do jogo e a motivação dos participantes.
• Dificuldade de validar e quantificar os efeitos do jogo.
• Não necessariamente quem vence no jogo é vencedor na vida real. Não existem evi-
dências que um bom jogador seja um bom administrador.
• Desafios baixos em relação ao preparo para enfrentá-lo podem gerar tédios; e desafios
altos em relação ao preparo, podem produzir frustração e ansiedade.
• Em relação à educação, segundo Martinelli (1987), os jogos de empresas não devem ser
considerados como absolutos, devendo estes fazer parte de um conjunto de técnicas
didáticas que devem ser acompanhados de outras abordagens já consagradas tais co-
mo: estudos de casos, métodos de leitura, aulas expositivas, seminários, etc., visto que,
nem todos os participantes têm o mesmo aproveitamento diante das diversas formas
de transmitir conhecimento.
Como se pode analisar as opiniões são diversas entre autores, contudo, mais
uma vez se ressalta que é preciso saber lidar com o jogo, ter preparo para aplicá-lo, le-
var em consideração o que a empresa almeja atingir, bem como a motivação para que o
colaborador, igualmente, queira participar.
Vale ressaltar que, geralmente, os resultados nem sempre são obtidos de ime-
diato, às vezes, levam tempo para surtir algum efeito.
Para se elaborar um jogo de empresas se faz necessário seguir alguns critérios. Especi-
ficamente neste artigo, seguimos as recomendações de Kopittke (1992) utilizadas por
Schafranski (1998, p.8).
Essa fase inicial exige que sejam definidos alguns aspectos: “que tipo de jogo
será criado; qual o público alvo; qual o nível de complexidade do modelo; e qual será o
papel do animador do jogo” (SCHAFRANSKI, 1998, p. 9).
Depois que o jogo foi escolhido, parte-se para outra etapa que compreende,
segundo o autor: a caracterização do cenário, as informações do processo de comunica-
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Um outro modo de ver este resumo é pela figura criada pelo autor:
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Os jogos de empresa têm se mostrado uma ferramenta eficaz para estimular as habili-
dades e desenvolver as competências dos colaboradores das organizações.
Estes permitem uma vivência que pode ser aplicada ao seu ambiente de traba-
lho dentro da empresa e isso faz com que o colaborador esteja mais apto para lidar com
as situações conflitantes do dia a dia, ou seja, considera-se um fator de aprendizagem.
Cabe ressaltar que não é só o ambiente interno que deve ser focado, mas, tam-
bém, o externo, pois este último influencia sobremaneira o interno. Como exemplo se
pode citar: a influência do cliente sobre um determinado produto, ou seja, para manter
um cliente e manter o produto na mesma posição no mercado requer que este cliente
esteja bem satisfeito.
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