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A lepra é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae que afecta os
nervos e a pele e que provoca danos severos. O nome hanseníase é devido ao descobridor
do microrganismo causador da doença Gerhard Hansen . É chamada de "a doença mais
antiga do mundo", afectando a humanidade há pelo menos 4000 anos e sendo os primeiros
registos escritos conhecidos encontrados no Egipt o, datando de 1350 a.C.

Ela é endémica específica de uma região em certos países tropicais, em particular na Ásia.
O Brasil inclui-se entre os países de alta endemicidade de lepra no mundo. Isto significa que
apresenta um coeficiente de prevalência médio superior a um caso por mil habitantes 1989.
Os doentes são chama dos leprosos, apesar de que este termo tenda a desaparecer com a
diminuição do número de casos e dada a conotação pejorativa a ele associada. Hipócrates
utilizou pela primeira vez a denominação "lepra" quando descreveu manchas brancas na
pele e nos cabelos , porém em nenhum momento informou sobre manifestações neuronais,
provavelmente o mesmo estivesse -se referindo ao vitiligo. A denominação "lepra" é utilizada
na bíblia hebraica como "tsaraáth" tendo o significado de desonra, vergonha, desgraça. No
Egipto antigo, há referências a essa doença com mais de 3000 anos em hieróglifos (de 1350
a.C.). A Bíblia contém passagens fazendo referência ao nome "lepra", haja vista que este
termo foi utilizado para designar diversas doenças dermatológicas de origem e gravidade
variáveis. A antiga lei israelita obrigava os religiosos a saberem reconhecer a doença. As
descrições mais precisas dda hanseníase datam de 600 anos a.C. (Tratado Médico Indiano
de Sushrata Samhita denomina -a "Kushta") onde ja eram descritos dois grupos principais:
Vat Rakta o qual apresentavam manifestações predominantementes neurais e Aurun Kushta
onde eram observadas caracteristicas virchowianas.

A hanseníase foi durante muito tempo incurável e muito mutiladora, forçando o isolamento
dos pacientes em gafarias, leprosários em português do Brasil, principalmente na Europa na
Idade Média, onde eram obrigados a carregar sinos para anunciar a sua presença. A doença
deu, nessa altura, origem a medidas de segregação, algumas vezes hereditárias, como no
caso dos Cagots no sudoeste da França.

No Brasil existiram leis para que os portadores de hanseníase fossem "capturados" e


obrigados a viver em leprosários a exemplo do Sanatório Aimores em Bauru, SP, que após a
revogação de lei "compulsória" tornou -se Instituto de dermatologia Lauro de Souza Lima,
sendo hoje centro de pesquisa referência nacional em dermatologia e referência mundial em
hanseníase. Há também o Hospital do Pirapitingui ( Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes ) e
do Hospital Curupaiti em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A lei "compulsória" foi revogada
em 1962, porém o retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente
dificultoso em razão da pobreza e isolamento social e familiar a que el es estavam
submetidos.

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