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Defeitos de Fundição

Trincas

• Ricardo Fuoco

Gerente Geral de Tecnologia de Fundição


Metso Brasil Indústria e Comércio Ltda
Fone: (015) 2102-1212
Email: ricardo.fuoco@metso.com

Defeitos de Fundição - Trincas


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Índice

– 4.3 - Trincas
• Trincas por sobrecarga
• Trincas de solidificação (“hot tear”);
• Trincas por fragilização de nitretos de Al
• Trincas de têmpera
• Trincas por fragilização do revenido
• Trincas por re-precipitação de carbonetos (aço Hadfield)
• Trincas por fase sigma (inox duplex e superduplex);

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Trincas

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Trincas em peças fundidas

Observações importantes para classificação das causas das


trincas:

1. Posição da trinca (o esforço que promoveu a ocorrência


da trinca é perpendicular à direção de propagação);
2. Aspecto da superfície fraturada (marcas, cor, presença
de “shear lip”, tipo de fratura);
3. Existência de outros defeitos na superfície da fratura;

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TRINCAS POR SOBRECARGA

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1. Trincas por sobrecarga
Carga dinâmica (fadiga)

CARACTERÍSTICAS:

1. Superfície lisa;
2. Evolução radial (circunferencial);
3. Geralmente apresenta ”marcas de praia”;
4. Quando observada com grande aumento (acima de 500x)
apresenta formação de estrias;

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1. Trincas por sobrecarga
Carga dinâmica (fadiga)

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1. Trincas por sobrecarga
Carga dinâmica (fadiga)

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1. Trincas por sobrecarga
Carga dinâmica (fadiga)

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1. Trincas por sobrecarga
Carga dinâmica (fadiga)

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1. Trincas por sobrecarga
Carga dinâmica (fadiga)

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1. Trincas por sobrecarga
Carga dinâmica (fadiga)

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1. Trincas por sobrecarga
Comportamento Dúctil

CARACTERÍSTICAS:

1. Superfície não brilhante;


2. Fratura da borda a 45° (“shear lip”);
3. Quando observada com grande aumento (acima de 300x)
apresenta formação de alvéolos;

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1. Trincas por sobrecarga
Comportamento Dúctil

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1. Trincas por sobrecarga
Comportamento Frágil

CARACTERÍSTICAS:

1. Superfície brilhante;
2. Presença de “marcas de sargento” que apontam para o ponto
de origem da trinca;
3. Quando observado com grande aumento (acima de 300x)
apresenta formação de clivagens (material de baixa ductilidade);

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1. Trincas por sobrecarga
Comportamento Frágil

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1. Trincas por sobrecarga
Comportamento Frágil

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1. Trincas por sobrecarga
Comportamento Frágil

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1. Trincas por sobrecarga
Comportamento Frágil

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TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
(“hot tear”)

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2. Trincas de Solidificação

CARACTERÍSTICAS:

1. Trincas sem ramificações, tipicamente em pontos


quentes da peça;
2. Superfície de fratura escurecida, com evidências de
estrutura dendrítica;
3. Trinca parcialmente fechada, com presença de sulfetos
alinhados;

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2. Trincas de Solidificação
Características das trincas de solidificação

• Exemplos em peças de aço inoxidável martensítico:

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2. Trincas de Solidificação
Características das trincas de solidificação

• Exemplos em peças de aço baixa liga:

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2. Trincas de Solidificação
Características das trincas de solidificação

• Exemplos em peças de aço trincadas por falta de


colapso do macho:

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2. Trincas de Solidificação
Características das trincas de solidificação

• Exemplos em peças de aço trincadas por falta de


colapso do macho:

Trinca interdendrítica

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2. Trincas de Solidificação
Características das trincas de solidificação

• Exemplos em peças de aço trincadas por falta de


colapso do macho:

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2. Trincas de Solidificação
Características das trincas de solidificação

• Exemplos em peças de aço trincadas por falta de


colapso do macho:

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2. Trincas de Solidificação
Características metalográficas das trincas de solidificação

• Aspecto dendrítico característico de superfície de


trinca de solidificação em aço inoxidável martensítico:

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2. Trincas de Solidificação

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2. Trincas de Solidificação

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2. Trincas de Solidificação

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2. Trincas de Solidificação

MECANISMO DE FORMAÇÃO:
Ocorrem durante a solidificação da peça fundida,
particularmente quando a maior parte da peça já está
solidificada, a menos dos pontos quentes.
As regiões sólidas sofrem contração com o resfriamento,
tendendo a reduzir suas dimensões em direção aos machos.
Como os machos são fabricados com misturas areia/resina de
elevada resistência à quente, ocorre uma restrição à
contração da peça.

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2. Trincas de Solidificação

MECANISMO DE FORMAÇÃO:
Estes esforços internos da peça podem levar à fratura das regiões
semi-sólidas (pontos quentes).
Com a ocorrência da trinca, pode haver um preenchimento parcial ou
total da trinca com o metal líquido segregado (de final de
solidificação) que apresenta elevados teores de fósforo e enxofre.
Assim, a trinca re-enchida fica marcada na microestrutura por
alinhamento de sulfetos.

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2. Trincas de Solidificação

MECANISMO DE FORMAÇÃO:

A ocorrência de trincas de solidificação é mais comum em aços que


apresentam solidificação do tipo pastosa como os aços ao carbono
e baixa liga com teor de carbono entre 0,20 a 0,30%.

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2. Trincas de Solidificação

AÇÕES PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DO DEFEITO:


1. Diminuir a diferença entre tempos de solidificação da peça
fundida (diminuir pontos quentes);
2. Diminuir a restrição à contração causada pelos machos
utilizando de resinas de menor resistência à quente e maior
colapsibilidade;
3. Diminuir a restrição à contração causada pelos machos
promovendo o enfraquecimento da estrutura dos machos
(alívios mecânicos, uso de partes em isopor, etc);

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TRINCAS POR FRAGILIZAÇÃO (Nitretos de Al)

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3. Trincas por nitretos de Al

CARACTERÍSTICAS:

1. Trincas sem ramificações;


2. Superfície de fratura extremamente lisa e marcada
total ou parcialmente pela macroestrutura bruta de
fundição (estrutura de austenita original);
3. Típica de peças de grande espessura;

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3. Trincas por nitretos de Al

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3. Trincas por nitretos de Al

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3. Trincas por nitretos de Al

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3. Trincas por nitretos de Al

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3. Trincas por nitretos de AL
Formação de nitretos de Al (fratura tipo “rock candy”)

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3. Trincas por nitretos de Al

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3. Trincas por nitretos de Al

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3. Trincas por nitretos de Al
Formação de nitretos de Al (fratura tipo “rock candy”)

Ataque superficial para avaliação da precipitação de AlN


ASTM A 703 - HCl em água (1:1)

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3. Trincas por nitretos de Al

MECANISMO DE FORMAÇÃO:

As trincas do tipo “rock candy” são formadas pela segregação de


nitretos de alumínio para os contornos de grãos originais de
austenita.
A maior ocorrência deste fenômeno é observada em aços fundidos
com elevados teores de alumínio e de nitrogênio residual não
fixados, associado a peças grossas (que apresentam pequena
velocidade de solidificação).

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3. Trincas por nitretos de Al

MECANISMO DE FORMAÇÃO:

Quanto menores forem as velocidades de resfriamento, maiores


serão os grãos de austenita e maior será a segregação de nitretos
de alumínio.
A formação da trinca ocorre com o material “fragilizado” pela
segregação de nitretos de alumínio, associado a tensões internas,
geralmente oriundas de tratamentos de têmpera e revenimento
em baixa temperatura (típico em aços de alta resistência)

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3. Trincas por nitretos de Al

Com
fragilização

Sem
fragilização

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3. Trincas por nitretos de Al

AÇÕES PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DO DEFEITO:

1. Diminuir o teor de alumínio residual;


2. Promover a fixação do nitrogênio na forma de
nitretos estáveis através da adição de Ti ou Zr;
3. Aumentar a velocidade de resfriamento de peças
grossas através do uso de materiais de moldagem com
maior coeficiente de transmissão de calor (areias de
zirconita e cromita);

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TRINCAS DE TÊMPERA
(aço ao carbono e baixa liga)

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4. Trincas de Tempera

CARACTERÍSTICAS:

1. Trincas com ramificações;


2. Ocorrem perpendicularmente à superfície da
peça, não alcançando a região central da peça;
3. Trinca pode ser recoberta por óxido (escurecida),
caso a peça receba tratamento de revenimento;
4. Trinca é do tipo frágil e com propagação
intergranular;

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4. Trincas de Tempera
Trincas de tempera

• A distorção provocada no reticulado CFC da austenita para


formar o reticulado TCC da martensita é maior quanto maior
for o teor de carbono.

• A variação volumétrica que acompanha a transformação


austenita  martensita é da ordem de 3 a 6% e é sempre
acompanhada por tensões residuais.

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4. Trincas de Tempera

Camada inicial de
Camada sub-
martensita
t superficial austenítica
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4. Trincas de Tempera
Efeito do teor de C na deformação da martensita
(tendência a trinca de tempera)

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4. Trincas de Tempera
Mecanismo de formação de trincas de tempera

• A gênese das trincas de têmpera pode ser resumida em:


– forma-se uma camada inicial de martensita;
– com a resfriamento, as camadas de austenita sub-superficiais
sofrem a transformação martensítica com um atraso em relação a
camada inicial;
– estas transformações posteriores (com expansão volumétrica)
impõem tensões de tração sobre a camada inicial, que pode
resultar em trincas, se estas tensões ultrapassarem o limite de
resistência.

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4. Trincas de Tempera
Mecanismo de formação de trincas de tempera

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4. Trincas de Tempera
Severidade de diferentes meios de têmpera

Água + sal

Água
Menor
Água + polímero severidade
de tempera
Óleo rápido

Óleo lento

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4. Trincas de Tempera
Aspecto da superfície de fratura de trincas de tempera

Trinca de tempera

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4. Trincas de Tempera
Aspecto da superfície de fratura de trincas de tempera

Trinca de tempera

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4. Trincas de Tempera

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4. Trincas de Tempera
Aspecto da superfície de fratura de trincas de tempera

200 x 800 x

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4. Trincas de Tempera

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4. Trincas de Tempera

AÇÕES PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DO DEFEITO:

Reduzir a eficiência de extração de calor do meio de têmpera para peças


de grande espessura de aços ao carbono e baixa liga (água aditivada
com polímeros ou óleo são os meios de têmpera mais indicados);
Reduzir o teor de carbono dos aços;
Proceder ao tratamento de revenimento imediatamente após o
resfriamento da têmpera;

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4. Trincas de Tempera

AÇÕES PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DO DEFEITO:

Utilizar temperaturas de revenimento que efetivamente reduzam as


tensões internas promovidas pela têmpera (atenção para as
temperaturas de fragilização);
Estufas de revenimento que trabalham em baixas temperaturas exigem
uma enérgica circulação de ar para garantir a homogeneidade de
temperatura;

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TRINCAS POR FRAGILIZAÇÃO
(Revenido em aços ao carbono e baixa liga)

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5. Trincas por Fragilização do Revenido
Dureza em aço baixa liga temperado em função da temperatura de
revenimento

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5. Trincas por Fragilização do Revenido
Curvas de revenimento de aços com diferentes teores de C

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5. Trincas por
Fragilização do
Revenido
Efeito do revenimento nas
propriedades mecânicas
dos aços

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5. Trincas por Fragilização do Revenido
Estágios do revenimento

• Estágio I (entre 100 e 200°C) – Alívio de tensões e formação de


clusters de C (nas discordâncias)
• Estágio II (entre 200 e 300°C) – Transformação da austenita
retida em ferrita + cementita, além da precipitação de
carbonetos de transição (épsilon).
• Estágio III (entre 300 e 650°C) – transformação de carbonetos
de transição e da martensita de baixo carbono em ferrita +
cementita. Até cerca de 400°C os carbonetos são alinhados e
fragilizam o aço (fragilidade azul). Acima desta temperatura os
carbonetos sofrem esferoidização.
• OBS - entre 400 e 500°C – Precipitação de impurezas (P, Sb, As,
Sn) facilita a decoesão de contornos de grãos de austenita
(fragilidade reversível).

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5. Trincas por Fragilização do Revenido
Fragilidade azul

• Entre 300 e 400°C a


precipitação de
carbonetos
alinhados causa
uma fragilização da
martensita revenida
350°C

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5. Trincas por Fragilização do Revenido
Fragilidade azul

• Entre 300 e 400°C a


precipitação de
carbonetos
alinhados causa
uma fragilização da
martensita revenida

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5. Trincas por Fragilização do Revenido
Fragilidade reversível
• Fragilização reversível entre 400 e
500°C pela segregação de
impurezas (P, As, Sn e Sb) em
contornos de grãos de austenita.
• Esta fragilização pode ser
eliminada por um novo
tratamento de revenimento a
temperaturas superiores a 550°C.
• A presença de Mo minimiza este
mecanismo.
• Recomenda-se resfriar rápido as
peças após revenimento.

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5. Trincas por Fragilização do Revenido

CARACTERÍSTICAS:

1. Superfície brilhante;
2. Presença de “marcas de sargento” que apontam para o ponto
de origem da trinca;
3. Quando observado com grande aumento (acima de 300x)
apresenta fratura parcialmente intergranular (alguns contornos
de grãos fragilizados);

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5. Trincas por Fragilização do Revenido

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5. Trincas por Fragilização do Revenido

MECANISMO DE FORMAÇÃO:

1. Entre 250 e 400°C - Precipitação de carbonetos em


contornos de agulhas de martensita;

2. Entre 400 e 500°C - Precipitação de P, As, Sb, Sn em


contornos de grãos de austenita (reversível e a cinética de
precipitação pode ser reduzida com Mo);

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5. Trincas por Fragilização do Revenido

AÇÕES PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DO DEFEITO:

Evitar revenimento na zona de fragilização, ou seja, baixas


temperaturas (<230°C) ou altas temperaturas (>550°C);

Reduzir a presença de impurezas como P, As, Sb, Sn e utilizar adições


de Mo;

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5. Trincas por Fragilização do Revenido
Procedimentos para Fabricação de Aços de Alta Resistência
Mecânica

1. Selecionar aço com cerca de 0,20%C, têmpera em água, seguido de


revenimento a 230°C por vários dias - RISCO PRINCIPAL - quebras
devido ao pouco alívio de tensões durante o revenimento (dureza
típica ~400HB);

2. Selecionar aço com cerca de 0,30%C, têmpera em água, seguido de


revenimento a 600°C por algumas horas - RISCO PRINCIPAL -
ocorrência de trincas de têmpera (dureza típica ~350HB);

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TRINCAS POR FRAGILIZAÇÃO
(Re-precipitação de carbonetos em aço Hadfield)

Defeitos de Fundição - Trincas


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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Bruto de fundição

250x 500x

Defeitos de Fundição - Trincas


79
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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Após tratamento térmico de solubilização

Defeitos de Fundição - Trincas


80
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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Após tratamento térmico de solubilização inadequado

420x

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Ricardo Fuoco - Metso Minerals 2014
6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Após tratamento térmico de solubilização inadequado

Defeitos de Fundição - Trincas


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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Após tratamento térmico de solubilização inadequado

Re-precipitação de carbonetos durante o resfriamento em água após


solubilização a 1060°C devido à falta de temperabilidade. e) 25mm e f)
75mm.
Defeitos de Fundição - Trincas
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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Efeito da cobertura de contornos de grãos por carbonetos na resistência
ao impacto

Defeitos de Fundição - Trincas


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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
surface
Efeitointerface
da profundidade na re-precipitação de carbonetos
interface
7 mm 50 mm
200X

500X
Defeitos de Fundição - Trincas
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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Curva de resfriamento (água) para 120mm de espessura

Re-precipitação de
carbonetos

Tempo para re-


precipitação

Defeitos de Fundição - Trincas


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QUENCHING PERFORMANCE OF THICK MANTLES

carbide
reprecipitation zone

Defeitos de Fundição - Trincas


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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Efeito da presença de Cr

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88
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6. Trincas por re-precipitação de carbonetos em aço
Hadfield
Efeito da presença do Mo

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TRINCAS POR FRAGILIZAÇÃO
(Fase sigma em inox duplex e superduplex)

Defeitos de Fundição - Trincas


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7. Trincas por precipitação de fase sigma em inox
duplex e superduplex
Transformações de fase no estado sólido

 R corrosão

Fragilização

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7. Trincas por precipitação de fase sigma em
inox duplex e superduplex

• Devido à precipitação de fases intermetálicas (carbonetos, fase


sigma e fase alfa linha) durante a solidificação e resfriamento no
molde, os aços duplex apresentam fragilidade no estado bruto de
fundição.
• Além da fragilização, a decomposição da ferrita delta em fase
sigma + austenita parece estar associada à expansões
volumétricas, levando à formação de trincas.
• A técnica mais comum para previnir ou minimizar a ocorrência
destas trincas é a desmoldagem a quente das peças seguida de
resfriamento rápido em água.

Defeitos de Fundição - Trincas


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7. Trincas por precipitação de fase sigma em inox
duplex e superduplex
Trincas típicas

Defeitos de Fundição - Trincas


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7. Trincas por precipitação de fase sigma em inox
duplex e superduplex
Trincas típicas

Defeitos de Fundição - Trincas


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7. Trincas por precipitação de fase sigma em inox
duplex e superduplex
Trincas típicas

Defeitos de Fundição - Trincas


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7. Trincas por precipitação de fase sigma em
inox duplex e superduplex Microestrutura bruta de
fundição

100x 100x

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7. Trincas por precipitação de fase sigma em
inox duplex e superduplex
Tratamento de solubilização

• O tratamento térmico de solubilização é utilizado para


promover a dissolução dos precipitados indesejáveis e ajustar a
relação entre ferrita e austenita na microestrutura. Este
tratamento é feito em torno de 1100°C seguido de resfriamento
brusco em água, de modo a prevenir novas precipitações de
fases durante o resfriamento.

• Para peças muito espessas são esperadas precipitações de fases


nas regiões de maior massa.

Defeitos de Fundição - Trincas


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Ricardo Fuoco - Metso Minerals 2014
7. Trincas por precipitação de fase sigma em inox
duplex e superduplex
Microestrutura bruta de fundição (a) e após solubilização (b)

  
 + 

Defeitos de Fundição - Trincas


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Ricardo Fuoco - Metso Minerals 2014

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