Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
REVISTA
REVIST A
A REVISTA DE PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV N°1 JAN/JUL DE 2006
2
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Expediente
Conselho Editorial Interno
Profº M.Sc. Rogério Rocha Mattaruco
Profº M.Sc. Rogério Rodrigues de Souza
Profª M.Sc. Ana Maria Mateus Martins
Conselho Executivo
Médico Veterinário Celso Luiz Alvez dos Santos
Presidente da FEV
Prof. Dr. Marcelo Ferreira Lourenço
Reitora da UNIFEV
Prof. Dr. Marcelo Casali Casseb
Pró-Reitor Acadêmico da UNIFEV
Prof. Dr. Luís Paulo Barboun Scott
Coordenador de Pesquisa UNIFEV
Produção
Revisão de texto : Prof. Dr. Valdomiro Ribeiro
Malta; Prof. M.Sc. Edson Roberto Bogas
Garcia; Prof. Paulo Rogério Ferrarezi.
3
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
...Nesta
Sumário
Expediente ......................................... 3
Edição:
Apresentação ...................................... 5
4
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Apresentação
5
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
6
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
APRESENTAÇÃO
Você está recebendo o número 01 da Revista Mosaico – Exatas e isto merece uma grande
comemoração.
Neste ano o Centro Universitário de Votuporanga resolveu dividir a Revista Mosaico, que era
multidisciplinar, e lançar quatro revistas temáticas: Exatas, Saúde, Humanas e Trabalhos de Conclusão de
Curso.
A revista Mosaico – Exatas tem a finalidade de promover as pesquisas acadêmicas sobre aspectos
teóricos, empíricos e práticos da área, cujos resultados possam contribuir para o seu desenvolvimento.
Serão publicados artigos nas áreas de Física, Informática, Matemática e Química, a fim de que
sirva de fonte de consulta e referência bibliográfica.
Com isso, o Centro Universitário de Votuporanga busca fortalecer ainda mais o meio acadêmico e
a sociedade, bem como disseminar as contribuições em benefício da sociedade em que se insere.
Esperamos que este seja mais um canal de relacionamento entre os pesquisadores, educadores e
a comunidade local e regional e aguardamos as opiniões de nossos leitores.
Agradecemos aos organizadores e autores pela colaboração em mais uma etapa vencida.
7
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
8
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
O uso de SIG na distribuição dos dados imobiliários,utilizando o censo do IBGE de 2000 no município de
Votuporanga-sp
Edmílson Martinho Volpi
Gustavo de Souza Fava
Paulo Belotti Lacerda
Resumo
Este projeto teve como objetivo espacializar os dados dos setores censitários no município de Votuporanga-
SP colhidas no Censo do IBGE de 2000, criando mapas temáticos, contendo as informações de cada setor
censitário. Priorizaram-se os dados de condição imobiliária em todos os setores censitários urbanos do município.
Como consequência, foram gerados vários mapas temáticos. Para a realização deste trabalho, o uso do SIG foi
muito importante. Através dos processos de Cartografia Temática, todos os dados foram espacializados,
mostrando a realidade de cada região censitária. A importância deste artigo consiste em visualizar
espacialmente as informações censitárias de cada setor, e contribuir para o planejamento municipal, para a
solução de problemas de ordem imobiliária, e para a ocupação do espaço urbano.
.
Palavras-chave: SIG. Geoprocessamento. Espaço. Planejamento.
9
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
11
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Um fato interessante é o do setor censitário 51, Situado na zona 67, com cerca de 295
pertecente ao bairro da Estação e do São João, no setor residências quitadas, o Pró-Povo é o bairro onde
sul da cidade, inverso do setor industrial, onde alguns existem os menores índices observados pelo IBGE:
funcionários aposentados da empresa FEPASA moram -a menor renda por chefe de família;
em casas ao lado da linha férrea e da estação -os menores índices sanitários (como coleta de
ferroviária feitas pela empresa para funcionários. Hoje lixo, esgoto, domicílios sem banheiros);
a concessão do sistema ferroviário pertence à empresa - e os menores índices educacionais.
FERROBAN. Os dados acima justificam-se pela ocupação
Para o IBGE o domicílio é cedido pelo empregador irregular do local na década de 1980.
quando de qualquer um dos moradores, (particular ou Em 2001 a prefeitura regularizou o bairro e a
público) ainda que mediante uma taxa de ocupação partir de então pode fazer parte da divisão de recursos
ou conservação (condomínio, gás, luz, etc.) Inclui-se, na aplicação dos investimentos do município.
neste caso, o domicílio cujo aluguel era pago Já o Bairro São João, correspondente ao setor
diretamente pelo empregador de um dos moradores 48, situado próximo ao Campus Sul da UNIFEV, se
assemelha muito às informações do Bairro Pró-Povo,
ficando na segunda colocação, com 287 residências
quitadas. As localizações que contêm mais casas
quitadas são os lugares em que foram construídos
conjuntos populares no passado, como é o caso desses
dois bairros.
do domicílio.
12
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
13
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
14
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Resumo
15
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Introdução
16
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
17
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
procedeu dando origem a um novo ramo da astronomia ulitizadas para descontar do sinal da RCFM, visto que,
conhecido como radioastronomia. esse sinal está incluso na radiação recebida e é
impossível de separá-lo.
19
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
20
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Resumo
Com a acirrada competição no mercado, a crescente exigência dos consumidores e a real oportunidade
de exportação, as indústrias moveleiras estão cada vez mais preocupadas com a qualidade de seus produtos.
Em se tratando de móveis confeccionados em madeira, a matéria-prima básica, a madeira, necessita de
cuidados especiais quanto à secagem. Devido à escassez e à dificuldade cada vez maior de sua extração, a
madeira chega aos centros industriais com um alto índice de umidade, condição proibitiva para a confecção de
um móvel de qualidade. Sendo assim é necessária a sua secagem, que pode ser por um processo natural ou
através do uso de estufas de secagem. O primeiro processo demanda muito tempo, sendo o segundo o meio
mais viável para a diminuição dessa umidade. Entretanto, após várias pesquisas em indústrias moveleiras da
região de Votuporanga (SP), verificou-se que a maioria das estufas de secagem de madeira não possui um
controle que garanta a homogeneidade da temperatura em seu interior. Este trabalho apresenta um estudo
para o desenvolvimento de um controle automático dessa homogeneidade de temperatura.
Introdução
A madeira, matéria-prima extraída da natureza, há tempos é um produto fundamental em nosso cotidiano.
21
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Dentre as suas principais aplicações estão a metros cúbicos de madeira, a temperatura em seu
construção civil e a indústria moveleira. Quando interior não é homogênea, o que pode comprometer a
extraída, a madeira apresenta um alto grau de qualidade da matéria-prima durante o processo de
umidade que, tanto para a construção civil, quanto secagem.
para a indústria moveleira representa um grande Este trabalho aborda o controle de temperatura
problema a ser solucionado. Se ela for aplicada no interior da câmara da estufa para averiguar a
diretamente nessas condições, com o passar do tempo, homogeneidade dessa temperatura em todos os pontos.
através de um processo natural de secagem, ela pode Para este trabalho foram realizadas medições em
sofrer empenamentos e até rachaduras, estufas existentes em indústrias moveleiras da região
comprometendo assim a qualidade do produto ou do de Votuporanga (SP).
serviço realizado. A secagem da madeira antes de sua
utilização pode se dar por meio natural, processo que A Madeira e sua Secagem
demanda longo tempo e condições climáticas A madeira originada do reino vegetal apresenta
favoráveis, ou por meio de estufas apropriadas para comportamentos diferenciados. Para a sua utilização,
esse fim. Atualmente, as indústrias moveleiras estão ela não deve conter umidade em excesso. Ela está
bastante motivadas para a instalação de estufas de sujeita a variações na qualidade se a retirada dessa
secagem da madeira em seus processos fabris. Essas umidade se der em um nível abaixo do ponto de
estufas necessitam possuir um rigoroso controle de saturação das fibras. A madeira possui substâncias
temperatura interna, pois o processo de secagem porosas e tende a absorver a umidade do ambiente ou
depende de vários fatores dentre os quais a espécie soltar parte da umidade que contém, até que possua
da madeira e o grau de umidade em que ela se um equilíbrio entre sua umidade interna e a do meio
encontra. ambiente, não havendo mais troca dessa umidade
As estufas existentes no mercado atualmente entre ambos. Esse estado de equilíbrio é denominado
possuem apenas um sensor localizado no interior “Equilíbrio Higroscópico”. Por esse motivo, a secagem
deveria ser um processo que ocorresse naturalmente,
procurando alcançar o equilíbrio higroscópico com o
meio ambiente.
Atualmente o moderno sistema de fabricação de
produtos acabados ou semi-acabados é terceirizado.
As empresas fornecem peças prontas para serem
montadas em uma outra região com características
climáticas diferentes. Sendo assim, a madeira pode
sofrer variações em sua estrutura, quando tende a
alcançar o equilíbrio higroscópico com o clima do novo
ambiente. Essas variações podem comprometer a
qualidade do produtor final e são, portanto,
inaceitáveis nas indústrias. Portanto, o processo de
secagem natural da madeira não é suficiente para
manter um processo de estabilização para o bloqueio
da higroscopicidade da madeira (Kalmac, 1999). A
FIGURA 1 – Diagrama de Blocos do Sistema Proposto
solução é o uso de estufas apropriadas para a secagem
do produto. O processo de secagem nelas deve ser
delas, o qual faz a leitura da temperatura interna. uniforme, evitando eventuais problemas como
Devido às suas dimensões, que chegam a abrigar três empenamentos ou rachaduras na madeira. Essa
22
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
uniformidade não é conseguida no processo natural, câmara envolvendo a madeira presente e levando à
pois variações repentinas nas condições climáticas perda de sua umidade. A umidade do produto é medida
são constantes. através de sondas fixas à madeira.
O processo de secagem em estufas resume-se O gerenciamento desses processos é feito
no aquecimento do ar no interior delas que, em contato eletronicamente, em tempo real, por meio de
com a madeira, fornecem calor a esta, permitindo com microcontroladores em uma central de controle. Cada
que o produto libere a umidade contida em seu interior. tipo de madeira necessita de uma programação
Como em todo volume interior da câmara existe específica devido às suas características.
madeira a ser secada, a temperatura interna deve ser
homogênea, pois, se isso não ocorrer, a qualidade da Automação Industrial
madeira que se encontra em um determinado ponto
da câmara será diferente de outra, localizada em um
ponto diferente. Entende-se por automação qualquer sistema, apoiado em
A câmara de secagem, pela sua dimensão, computadores, que substitua o trabalho humano e que vise a
permite uma circulação de ar entre as pilhas de soluções rá
madeiras. Essa câmara possui portas e paredes com
isolantes térmicos que evitam a troca de calor com o pidas e econômicas das indústrias e dos serviços. Não se podem
meio externo. confundir os conceitos de automação com mecanização, uma
O sistema de aquecimento é composto por vez que a segunda consiste no uso de máquinas para realizar
“serpentinas” de tubos metálicos pelos quais circulam um trabalho, substituindo, assim, o esforço físico do homem,
valor de água da fonte para o interior da câmara. Para ao passo que a automação possibilita fazer um trabalho por
regular a temperatura interna, o sistema é composto meio de máquinas controladas automaticamente, capazes de
se regularem com uma simples reprogramação (MORAES e
de válvulas elétricas que permitem o fluxo de vapor
CASTRUCCI, 2001).
no interior dos tubos somente quando necessário.
Apenas um sensor faz a leitura da temperatura interna De acordo com dados fornecidos pela Agência de
da câmara de forma contínua. Desenvolvimento do Paraná (ADTP, 2003), a
A renovação do ar é feita via dutos de exaustão automação ganhou impulso no início dos anos 90,
dispostos simetricamente em relação ao sistema de sendo vista pelos economistas dirigentes de empresas
ventilação. Os dutos localizados a montante dos como um meio de consolidação do parque industrial
ventiladores aspiram o ar fresco do exterior e as que brasileiro, gerando alta competitividade. O
estão a jusante retiram o ar úmido de dentro da desempenho das empresas de automação, nos últimos
câmara. A abertura desses dutos é controlada por um três anos, cresceu de 15 a 20%. Projeções da
motor, comandado por uma unidade de controle, que Associação Brasileira da Indústria Eletrônica, que
recebe informação através de sondas as quais medem trabalha com automação, indicam que o setor cresceu
a umidade relativa do ar no interior da câmara. 20%. A indústria automobilística brasileira é indicada,
O aumento da umidade relativa do ar freqüentemente, como exemplo de automação, em que
internamente à câmara, quando necessário, é obtido 28% dos processos são automatizados.
através de aspersão de água em seu no interior A automação é a combinação de diversos
realizada por meio de uma eletro-válvula. mecanismos, como máquinas e sistemas. Existe uma
A ventilação da câmara é feita por uma série de infinidade de equipamentos utilizados em um processo
ventiladores colocados no teto, que permitem a automatizado, com as mais diversas finalidades: a) os
circulção do ar por meio de um duto (teto falso). O ar, atuadores são elementos usados para executar as
em contato com os tubos com vapor, tem sua instruções de controle; b) os solenóides são dispositivos
temperatura aumentada e circulam pelo interior da que, alimentados eletricamente, produzem um
23
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Conclusões
Sistema Proposto As estufas existentes no mercado, apesar da alta
O sistema proposto neste trabalho trata-se do tecnológica empregada, carecem de um controle de
desenvolvimento de um controle da temperatura temperatura em pontos diferentes no interior da
interna à câmara em estufas de secagem de madeira, câmara de secagem.
objetivando a obtenção de uma homogeneidade dessa O sistema proposto, apesar de monitorar a
temperatura no interior da câmara. temperatura em apenas três pontos, mostrou que é
A implementação deste sistema consta de três possível e útil esse monitoramente em diversos pontos
sensores de temperatura dispostos na parte interna no interior da câmara.
da câmara de secagem, localizados um na parte Estudos futuros podem complementar o sistema
inferior, outro em um ponto intermediário e um proposto incorporando, ainda, dispositivos físicos de
terceiro na parte superior, que farão a leitura da aquecimento e resfriamento para completar o processo
temperatura de forma contínua. As respectivas de homogeneização da temperatura interna da
leituras destes sensores serão enviadas, após câmara de secagem.
24
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Referências Bibliográficas
ADTP – Agência de Desenvolvimento Tiete Paraná.
Automação Industrial Brasileira. Disponível em: <http: /
www.adtp.org.br> Acesso em: 20/ junho/ 2003.
25
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
26
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Este trabalho pretende verificar os impactos sociais e estéticos na conformação da renovação urbana
que vem sendo implementada no prolongamento da Avenida Faria Lima - partindo do Largo da Batata, até a
Avenida Pedroso de Morais - na cidade de São Paulo. Com este propósito tentaremos apontar traços que
caracterizem processos de exclusão social e espetacularização urbana, na construção do espaço da cidade. O
novo Complexo Empresarial e Cultural Faria Lima / Instituto Tomie Ohtake (projeto do arquiteto Ruy Ohtake),
a requalificação paisagística do entorno da região e ao longo da via (projeto Belezura da Prefeitura Municipal
de São Paulo) e os novos projetos para remodelação do Largo da Batata serão nossos objetos de estudo para
procurar explicitar como a arquitetura, o paisagismo e o urbanismo contemporâneos derivam mais dos
interesses ditados pela imagem, pela mídia e pelo mercado, do que pelo compromisso social que deve permear
a construção do ambiente urbano.
27
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
28
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
infra-estrutura, tal como a futura linha do metrô de investimentos da OUFL previa, desde 1995, a
Paulista-Pinheiros, até então orçada em US$ 850 construção de habitações de interesse social com a
milhões, e o prolongamento da Avenida Faria Lima retirada das favelas da Rua Coliseu, da Avenida
(US$ 100 milhões)2, a iniciativa privada se beneficia Engenheiro Luís Carlos Berrini e da Avenida das
de tais intervenções para alavancar o mercado Nações Unidas, além da construção de lojas,
imobiliário. estacionamento coletivo e demais melhoramentos do
Assim, a Lei número 11.732, de 14 de março de transporte coletivo no Largo da Batata. No entanto, o
1995, que estabelece o programa de melhorias para a que realmente aconteceu foi a expulsão dos moradores
área de influência definida em função da interligação favelados para 25 quilômetros de distância do lugar
da Avenida Brigadeiro Faria Lima com a Avenida onde moravam, como constatou o trabalho de FIX
Pedroso de Morais e com as Avenidas Presidente (2001). E, em contrapartida, o crescente processo de
Juscelino Kubitschek, Helio Pellegrino, dos espetacularização da paisagem urbana foi substituindo
Bandeirantes, Engenheiro Luís Carlos Berrini e Cidade a favela pelos megaprojetos do capital financeiro,
Jardim, parece ter uma importância cabal no processo construídos ao longo do Rio Pinheiros.
de arrendamento e entrincheiramento do vetor Quanto ao Largo da Batata, de acordo com dados
sudoeste da cidade de São Paulo – vinculado aos de 1995-2000, divulgados pelo TCLP - Cadastro
interesses das classes dominantes e da iniciativa Territorial, Predial, Conservação e Limpeza, da
privada. A conhecida Operação Urbana Faria Lima Secretaria de Finanças da Prefeitura do Município de
(OUFL) foi apresentada pela primeira vez, pela São Paulo, “a área construída perdida em decorrência
iniciativa privada durante a gestão do prefeito Jânio da desapropriação de terrenos para a extensão da
Quadros. Posteriormente, foi parcialmente incluída no Avenida Faria Lima não foi reposta.” 4
Plano Diretor de 1991, elaborado pelo governo da Além disso, no largo nada foi realizado e a
prefeita Luiza Erundina. No entanto, saiu do papel e deterioração ambiental do espaço e a precariedade
tomou seu verdadeiro vulto – o especulativo – na gestão física foram agravadas por conseqüência do
Paulo Maluf. prolongamento da Avenida Faria Lima que se ligou à
Uma Operação Urbana consiste na execução de Avenida Pedroso de Morais.5
um plano de renovação urbana promovido em parceria Por outro lado, a extensão desta Nova Faria Lima,
entre o poder público e a iniciativa privada. Nesse no bairro de Pinheiros, faria surgir uma nova Avenida
sentido, tais operações só podem acontecer, Pedroso de Morais. Antes com baixo tráfego, esta
obviamente, em locais da cidade onde há grande avenida com 2,8 km se transformou em um pólo de
interesse do mercado imobiliário. Estes locais, por sua atração empresarial e cultural. Somado ao antigo
vez, rendem mais lucros aos interesses dos Shopping Ática, projeto dos arquitetos Paulo Bruna e
investidores que aos habitantes daquela parcela da Roberto Cerqueira César (hoje Fnac), surge o Ohtake
cidade.3 Cultural – pensado em projeto no mesmo ano em que
Na Operação Urbana Faria Lima, as pretensas foi anunciada a OUFL e premiado na IX Bienal
condições de “melhoria social”, contidas no artigo 32 Internacional de Arquitetura de Buenos Aires, em
da Lei de número 10.257/01, que regulamenta as 2001.6 Assim, esta nova avenida passou a permitir,
operações urbanas, não puderam ser verificadas. Isto em seu zoneamento, além de atividades comerciais e
porque o programa de investimentos que incluía, além residenciais, a construção de prédios de escritórios,
de obras viárias, um novo terminal de ônibus no Largo bares que geram uma agitada vida noturna, além de
da Batata e a construção de habitação de interesse grandes complexos culturais.
social destinada à população favelada existente no Neste contexto urbano, estamos sujeitos a um
perímetro e em seu entorno, de fato não foram jogo de potentes mediadores, onde a cultura se filiou
realizadas. Cabe, neste caso, ressaltar que o programa à indústria do espetáculo e aos meios de comunicação;
29
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
e estes servem aos interesses do mundo da deve atrair o público, não deve mimetizar-se na
administração e das finanças. Como sugerem paisagem e passar despercebido. Para justificar sua
OCKMAN & ADAMS (2000), o espírito dos nossos tempos intenção de fazer com que o edifício se sobressaia no
é revelado pela hibridização da cultura e dos negócios.7 entorno cita exemplos como: a pirâmide do Louvre, de
Desse modo, de acordo com HENRIQUES (1998), quando I. M. Pei, o Museu Guggenheim de Bilbao, de Frank O.
uma empresa passa a investir na promoção cultural, Gehry e o MAC de Niterói, de Oscar Niemeyer.
tem um retorno garantido, porque obtém “...frutos deste Entretanto, sabemos que o edifício criado por Frank
investimento, frutos de imagem...8 O. Gehry para Bilbao foi concebido como um “objeto
O conjunto recém terminado projetado pelo público de consumo midiático”.10 E que, por isso, de
arquiteto Ruy Ohtake no encontro dos bairros: Alto de acordo com RAJCHMAN (2000), devemos tê-lo como o
Pinheiros (habitado por população de renda elevada), edifício mais publicizado em toda a história da
Vila Madalena (bairro pobre que passou a concentrar arquitetura. Nesse sentido, lá se trata de uma
ateliês e badalada vida noturna) e Pinheiros abriga o tentativa cultural embalada por um espetáculo urbano,
Edifício Pedroso de Morais (seis pavimentos de na tentativa de capturar o comércio global em uma
escritórios apoiados por pilares metálicos de cor cidade esquecida pelos turistas e lembrada apenas
violeta, popularmente chamados de carambolas); quando o grupo separatista basco ETA assume a autoria
Edifício Faria Lima (torre de 22 andares também de um novo atentado à bomba.
destinada a escritórios); Instituto Tomie Ohtake (4.200 Se Ohtake assume com convicção que “...o
metros quadrados destinados a um centro cultural que Ohtake Cultural é importante para a renovação do entorno
conta com um teatro e um auditório) e uma Igreja como referência do contemporâneo”, qual o papel da
Presbiteriana. Este empreendimento que justapõe a arquitetura nesses processos de renovação urbana?
cultura e as finanças é de propriedade do grupo Na medida em que toma como referência o
farmacêutico Aché, um cliente antigo do referido Guggenheim Bilbao, somente está avaliando a frágil
arquiteto. noção da arquitetura atual que dimensiona
Desde a década de 1960, Ruy Ohtake é o espetáculos estéticos para atrair a atenção da mídia,
arquiteto deste grupo farmacêutico. No entanto, se, ou reforçar a exclusão urbana e a expulsão de
no início, tinha como característica marcante uma moradores pobres de uma determinada região, em
arquitetura brutalista, nas ampliações mais recentes favor da gentrificação espacial. Nesta tentativa de
dos laboratórios do grupo Aché, o arquiteto passou a renovação, Ohtake incentiva uma arquitetura de
utilizar as cortinas de vidro multicolorido poder sedutor e imagético, midiatizada pela autoria
(principalmente cor-de-rosa), característica marcante para servir à cultura de mercado.
da torre do novo Complexo Cultural de Pinheiros. Esta Como incita WENDERS (1991), se mostrar foi
mudança, segundo o arquiteto, seria para evitar a noutra época a missão primeira das imagens, o seu
monotonia de um tom único. No entanto, o apelo às fim parece ser cada vez mais vender. Como as imagens,
empenas de vidro em tom cor-de-rosa, tanto no nossas cidades são cada vez mais alienadas e
laboratório, quanto nos tons avermelhados da torre da alienantes. As cidades, tal como as imagens, nos
Faria Lima, nos parece mais uma alusão à cor da logo constrangem a viver cada vez mais uma experiência
das embalagens de medicamentos do laboratório de segunda mão, orientada para o comércio e para o
farmacêutico que os financia. Mesmo porque, consumo visual. Esta dimensão visual de sedução
SERAPIÃO (2004) define que o arquiteto Ohtake cada substitui o espaço urbano habitado pelo cidadão comum
vez mais se afasta dos pontos de vista formal e que, por conseguinte, passa a ser ocupado por bancos,
ideológico da arquitetura de Oscar Niemeyer (a antiga hotéis e pela indústria do consumo e do espetáculo.
referência) e da escola paulista.9 Em todas as partes, é a sedução que separa as
Para Ohtake, um edifício como este de Pinheiros coisas das suas verdades, descreve BAUDRILLARD
30
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
(2003). O apelo à imagem sedutora desta nova de mídia para mobilizar a opinião pública a difundir
arquitetura colorida e ensaiada também separa o uma aceleração do processo de renovação e
sentido da construção de uma arquitetura de caráter especulação imobiliária do lugar, do que uma tentativa
público, pela qual primavam os edifícios de um ideário de construção de um espaço eminentemente
moderno. Se nesta passagem, a cultura pôde ser democrático?
mercantilizada e a volatilidade da moda mobilizada, a Apesar da ata de julgamento do Concurso Público
capacidade de produção de imagens associadas aos Nacional para Reconversão do Largo da Batata garantir
padrões de consumo se tornaram a tônica da que o referido concurso deveria servir para a
arquitetura e dos processos de embelezamento urbano contratação imediata e não ser apenas um concurso
para atrair negócios.11 de idéias” – nestes o processo de agenciamento urge
No caso do bairro de Pinheiros, o complexo dar visibilidade à intervenção e captar novos recursos
cultural Tomie Ohtake marca uma possível financeiros para viabilizar megaprojetos milionários
transformação do bairro, porque desde a abertura da elaborados por grandes arquitetos de renome –,
nova Faria Lima há uma expectativa de modificação felizmente, a proposta vencedora ainda não saiu do
do perfil do local.12 O único entrave dentro deste papel.
processo de renovação urbana, ditada pela imagem O projeto vencedor, premiado em 2002,
renovada da arquitetura autoral, pela mídia impressa, coordenado pelo arquiteto Tito Lívio Frascino, previa,
pelo mercado imobiliário e pelo poder público, seria, além das recomendações contidas no edital do referido
ainda, o Largo da Batata. concurso, indicadores que só fazem referendar a tônica
Deste modo, será com o intuito de reconstituir o da produção arquitetônica e urbanística
Largo da Batata como um lugar privilegiado de contemporânea, aqui lida como sendo mediada para o
articulação de espaços e fluxos, de intercâmbio de bens consumo visual. Desta maneira, para “espetacularizar
e produção de significados, no coração do Bairro de a experiência urbana”, “seduzir os cidadãos” e
Pinheiros – um núcleo histórico que apresenta aumentar a “oferta cultural”, os arquitetos do projeto
conflitos de crescimento desordenado –, que o Instituto vencedor propõem a “promoção da arquitetura como
de Arquitetos do Brasil e a Prefeitura do Município de personagem focal da operação.” Sugerem, portanto a:
São Paulo, na gestão Marta Suplicy, no ano de 2001,
lançaram o Concurso Público Nacional para “.criação de elemento simbólico-expressivo agregado ao
empreendimento e à arquitetura como marco de requalificação
Reconversão do Largo da Batata.
promovida pelo poder público, representado pelo pilar
De acordo com o termo de referência desse multifacetado que suporta a cobertura da praça.”
concurso, o Largo da Batata, desde 1970, tem como
características as funções de entroncamento viário, Nesse sentido, este novo projeto, “...ao contrário
terminal de ônibus e um lugar de grande circulação de estimular qualquer tipo de ação efetivamente
de pedestres. O uso de passagem originou um intenso construtora de cidadania,13 propõe a criação de calçadas
comércio informal contribuindo para o comerciais, torres de escritórios com 22 pavimentos
congestionamento e para a deterioração do espaço e um centro de eventos e cultura. Este último, segundo
urbano. Nesse sentido, o termo reconversão, lido no reza o projeto, deverá ser o catalizador da renovação
título do concurso, deve ser entendido como forma de pretendida para o local, tal como sugeriu o arquiteto
recuperação do lugar público ou como forma de assepsia Ruy Ohtake ao falar sobre o seu projeto cultural
urbana? Banindo o comércio informal que dá vida ao financiado pela Aché, mencionando sobre a grande
lugar e construindo uma paisagem atraente para expectativa na construção da nova proposta de Tito
emoldurar os edifícios de escritórios vizinhos ao Lívio.
“degenerado” Largo da Batata e ao próprio novo Ohtake Na proposta projetual vencedora para a
Cultural, este concurso não serviria mais como forma reconversão do Largo da Batata, nada foge ao que
31
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
32
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
33
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
4 14
34
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Resumo
O artigo descreve uma experiência que buscou conciliar ensino e pesquisa no Curso de Licenciatura de
Química da UNIFEV. Trata-se do programa “Práticas Investigativas em Educação Química”, desenvolvido no
ano de 2004 junto à disciplina de Didática. O artigo apresenta os objetivos da proposta, o seu desenvolvimento,
algumas dificuldades e resultados alcançados.
35
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
37
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
38
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
40
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
1995.
41
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
42
Evolução do tempo
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
a (10-
1
10m)
T0(10-1-
1,155
5 s)
Resumo:
Neste trabalho é analisada a transposição de barreiras com energias inferiores à barreira de potencial
e são estudados sistemas de dois estados na presença de perturbação, observando a oscilação de um estado
para outro com freqüência proporcional à perturbação. Em um poço duplo simétrico ou assimétrico, quando os
níveis de energia em cada poço eram iguais, ou seja, estão situados na mesma profundidade, caracterizando
um sistema ressonante, verifica-se que a probabilidade de tunelamento é máxima. Nesses sistemas a
probabilidade de transição possibilita determinar o tempo de tunelamento característico.
43
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
(1)
(2)
Figura 1: Uma função de onda para uma partícula tunelando através da
barreira de potencial com Se os expoentes forem muito grandes, com
Observa-se, na figura 1, que a função de onda kL>>1, a equação (1) se reduz a:
é exponencial dentro da barreira e senoidal fora
(3 )
dela. As funções devem se unir suavemente nas
fronteiras x = 0 e x = L, e a função de onda e suas
derivadas devem ser contínuas. O coeficiente de transmissão é praticamente
O processo de tunelamento é importante no
nulo no limite clássico, porque nesse limite a
movimento de prótons em ligações de hidrogênio, na
transferência de elétrons em proteínas, na grandeza , que é a opacidade da barreira é
fotossíntese de bactérias, na inversão intramolecular muito elevada.
da amônia, no diodo túnel e possivelmente em Historicamente, a primeira aplicação da teoria
sinapses de neurônios. quântica de penetração de barreiras por partículas foi
Um aspecto relevante a ser discutido é o
fenômeno da ressonância nas transições quânticas devido à emissão de partículas no decaimento de
em sistemas unidimensionais, como o poço duplo núcleos radioativos. Em torno de 1910, Rutherford e
quadrado simétrico e assimétrico, na presença de uma outros realizaram experiências de espalhamento com
perturbação com dois estados discretos acoplados, em o núcleo de urânio 238 U, pesquisando a energia
que o tempo de tunelamento está relacionado com a potencial de uma partícula a certa distância do
44
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Figura 2: Poço duplo quadrado unidimensional simétrico e assimétrico. que se torna igual a 1,
45
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
46
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
47
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
48
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
Atkins P. W. e Friedman R. S., Molecuar Quantum Steinberg, A.M.; Kwiat, P.G. e Chiao, R.Y., Measurement of
Mechanics, Oxford University Press (1997). the Single-Photon Tunneling Time, Phys, Rev. Lett. 71,
708-11 (1993).
Dirac P. A. M., The Principles of Quantum Mechanics,
Oxford U. Press (1958).
Landauer, R., Light Faster than Light?, Nature 365 (21 Oct.),
692-3 (1993).
49
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
50
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
51
A REVISTA PESQUISAS EXATAS DA UNIFEV Nº 1 JAN/JUL 2006
52