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RESUMO DE TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

Iº SEMESTRE

1. – Sobre o âmbito da Teoria Geral do Direito Civil, responda com exactidão


clareza e coerência as questões que se seguem:

a) O que vamos estudar em teoria geral do direito civil?

R: Com a Teoria Geral do Direito Civil, iremos fazer uma abordagem do direito civil,
pretende-se com este estudo potenciar o estudante à caracterizar figuras, da relação
jurídica, equacionar problemas, formular soluções respeitantes a todos os domínios do
Direito Civil, estudaremos também a generalidade das normas do Direito Civil, ou a
generalidade das relações jurídicos-civis.

b) O que é o Direito Civil?

R: O direito Civil é o conjunto sistemático de regras que regulam as relações entre


particulares que não se encontrem sujeitas a nenhum outro ramo de direito privado
especial. (Dic. Ana Prata – pag. 500)

R: O Direito civil e um conjunto de normas jurídicas que disciplinam as relações em que


destacam os aspectos espiritual e efectivo do homem, como a personalidade, Obrigações,
a família, as sucessão e o património normal.

2. - De acordo a classificação germânica, como esta compreendido o Código Civil?

R: O Código Civil compreende uma Parte Geral e uma Parte Especial.

3 - Como esta dividida a Parte Geral do Código Civil?

R: A parte Geral do Código Civil está dividida em duas partes que são:
1- Das leis, sua interpretação e aplicação, (art. 1.º ao 65.º C. Cívil)
2- Parte das relações jurídicas, (art. 66.º ao 396.º C. Civil)

4 . - Como está constituído a parte Especial do código civil?

R: A parte Especial do código civil está constituída pelos seguintes livros:


a) II- Direito das Obrigações, (art. 397.º ao 1250.º C. Civil);
b) III- Direito das Coisas, (art. 1251.º ao 1575.º C. Civil)
c) V- Direito das Sucessões, (art. 2024.º ao 2334.º C. Civil) ;

5. – Porque o Direito da família já não constitui a parte especial do código civil


angolano?

R: O código da família já não constitui a parte especial do código civil angolano porque foi
desagregado constitucionalmente, por força do Decreto Lei n.º 1/88 de 20 de Fevereiro.

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6.- Como esta dividida a Teoria Geral do Direito Civil?

R: A Teoria Geral do Direito Civil, está dividido em duas grandes parte que são:

1- A Teoria Geral do Direito Civil da Norma Jurídica ou do Ordenamento Jurídico;


(Parte Estática).
2- A Teoria Geral do Direito Civil da Relação Jurídica; (parte dinâmica).

7- Como esta constituída a parte estática, da Teoria Geral do Direito Civil?

R: A parte estática ou da teoria geral da norma jurídica esta constituída por 7 princípios
fundamentais que são:

1- Princípio do Reconhecimento da pessoa humana e dos direitos de personalidade;


art. 66.º C.C.
2- Princípio da autonomia privada; art. 405.º C.C.
3- Princípio da responsabilidade Civil; art. 483.º C.C.
4- Princípio da concessão da personalidade jurídica a pessoas colectivas; art. 158.º
C.C.
5- Princípio da propriedade privada; art. 1305.º C.C.
6- Princípio da Família; Lei nº 1/88 de 20 de Fevereiro.
7- Princípio do Fenómeno Sucessório; art. 2024.º C.C.

8.- Como está constituída a parte Dinâmica, da Teoria Geral do Direito Civil?

R: A parte Dinâmica ou da teoria geral da Relação jurídica está constituída por 4


princípios fundamentais que são:

1- Teoria gera da relação jurídica dos sujeitos;


2- Teoria geral do objecto; art. 202.º C.C.
3- Teoria geral da Relação Jurídica dos factos; art. 291.º C.C.
4- Teoria Geral da Garantia; art. 240.º C.C.

9.- Quais são os critérios da distinção entre o Direito Público e o Direito Privado?

R: Existem três critérios para distinção entre o direito público e o direito privado que são:

a) Critério dos interesses prosseguidos pela norma jurídica: são normas de


direito público as que respeitam os interesses gerais da comunidade; e são de
direito privados as relativas aos interesses dos particulares.

b) Critério da posição dos sujeitos da situação jurídica: segundo a qual o direito


publico disciplina as relações entre entidades que estão numa posição de
supremacia e subordinação ou seja de supra ordenação e infra ordenação;
enquanto o direito privado regularia relações entre as entidades numa posição
relativa de igualdade ou equivalência.

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c) Critério da qualidade dos sujeitos: segundo este critério o direito privado
regula as relações jurídicas estabelecidas entre particulares ou entre particulares
e o estado ou outros entes públicos, mais intervindo o estado despido de ius
imperii ou poder de autoridade; enquanto o direito público é integrado pelas
normas que estruturam o estado e outras pessoas colectivas dotadas de
qualidade ou prerrogativas próprias do poder estadual.

d) Para a distinção do direito público e o direito privado, é necessário termos em


conta a relação predominante, dai é que se pode dizer que são de direito
público as relações que predominantemente prosseguem interesses Públicos,
mas não exclusivamente. E são de direito privados as que têm em vista
predominantemente interesses privados mas não exclusivamente. Quer isso
dizer que o predomínio dos interesses privados ou públicos nas relações não
exclui interesses públicos, ou privados, ou vice-versa.

10.- Qual é o alcance prático da distinção entre o Direito Publico e o Direito Privado?

R: Do ponto de vista prático a distinção entre o Direito público e o direito privado,


permite-nos:

a) Distinguir as vias judiciais em que o particular que se considera lesado pelo


estado ou por uma autarquia local deve recorrer ou vice-versa;

b) Permite-nos averiguar, no fundo se a relação jurídica donde esta pretensão


deriva é de direito publico ou de direito privado;

c) Permite-nos também determinar o tribunal competente em relação a matéria.

11.- Sobre a organização hierárquica dos tribunais no ordenamento jurídico angolano,


responda com exactidão e clareza as questões que se seguem:

a) Como estão organizados os tribunais?

R: Os tribunais estão organizados da seguinte forma:

 TRIBUNAIS COMUNS: Tribunal Supremo, T. Provincial, T. Municipais e T.


Militar (art. 6.º nº 1 e 2, da Lei N.º 18/88 de 31 de Dezembro)

 TRIBUNAIS ESPECIAIS: Tribunal Constitucional; T. de Contas e o T. Supremo


Militar.

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b) Como se justifica a existência de 19 Tribunais Provinciais no ordenamento
jurídico angolano, se a sua divisão político-administrativa só correspondem a
18 províncias?

R: Justifica-se pelo facto de o n.º 3 do art. 8.º da Lei N.º 18/88 de 31 de Dezembro, do
sistema unificado de justiça, determinar que podem ser criados na mesma província mais
de um tribunal provincial, sempre que o movimento processual o justifique ou outras
razões o determinarem. Como é o caso do Tribunal Provincial do Lobito, que se encontra
na província de Benguela.

12.- O princípio do reconhecimento da pessoa humana e dos direitos de personalidade, é


um dos princípios fundamentais do direito civil, porque não é possível ser titular de
direitos e obrigações sem ser pessoa.

a) Todo o ser humano tem personalidade jurídica. O que é a personalidade


jurídica?

R: A personalidade Jurídica é a susceptibilidade de ser titular de Direitos e obrigações, isto


é ser titular de direitos e obrigações. (Mota Pinto 4ª ed. pág. 100)

b) Quando começa a personalidade Jurídica?

R: art. 66.º CC. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com


vida.

c) Quais são os direitos inatos à pessoa humana?

R: os direitos inatos a pessoa humana são os direitos de personalidade. Os direitos de


personalidade podem ser especiais (consagrados constitucionalmente na CRA nos artigos.
30.º, 31.º e 32.º) os gerais (Código Civil art. 70.º) Incidem os direitos de personalidade
sobre a vida da pessoa, a sua saúde física, a sua integridade física, a sua honra, a sua
liberdade física e psicológica, o seu nome, a sua imagem, ou reserva sobre a intimidade da
sua vida privada. Importa aqui aferir que a violação de alguns desses aspectos da
personalidade é até um facto ilícito criminal que desencadeia uma punição estabelecida no
código penal, correspondente com o respectivo tipo penal de crime. (Mota Pinto 4ª ed. pág.
101)

d) Quais são as características dos direitos de personalidade?

R: Os direitos de personalidade são inalienáveis, intransmissíveis e irrenunciáveis.

e) Quando cessa a personalidade jurídica?

R: a personalidade jurídica cessa com a morte. Art. 68.º CC.

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f) O que são presunções e quais são as sua figuras?

R: presunções são as ilações que a lei ou o julgador tira de um facto conhecido para firmar
um facto desconhecido. Art. 349.º CC. – Art. 114.º C.C.

13.- Dentro da doutrina sobre o princípio da autonomia privada art. 405 CC., ou da
liberdade contratual, responde:

a) Em que consiste a autonomia privada? E o quê significa? E como se


manifesta?

R: A autonomia da vontade ou a autonomia privada, consiste no poder reconhecido aos


particulares de auto-regulação dos seus interesses, ou de auto governo da sua esfera
jurídica.

 Significa que os particulares podem no domínio da sua convivência com os


outros sujeitos jurico-privados, estabelecer a ordenação das respectivas relações
jurídicas.

 Que se manifesta na realização de negócios jurídicos, de actos pelos quais os


particulares ditam a regulamentação das sua relações; constituindo-as, extinguindo-
as e determinando o seu conteúdo. A autonomia privada também se manifesta no
poder de livre exercício dos seus direitos ou de livre gozo dos seus bens pelos
particulares, ou seja é a autonomia privada que se manifesta na soberania do querer.
(Mota Pinto 4ª ed. pág. 102-103)

b) Porque se fundamente que a autonomia privada é um dos princípios


fundamentais do direito civil?

R: Fundamenta-se que a autonomia privada é um dos princípios fundamentais, porque ela


ordena, regula os interesses das pessoas, consideradas como iguais na sua vida de
convivência, ela visa uma função de modelação e disciplina positiva da vida social, em que
cabe ao direito civil uma função de protecção ou defesa dos direitos constituídos ao abrigo
da sua função modeladora.

c) O negócio jurídico é, como vimos um meio de actuação da autonomia privada.


Como classificam-se os negócios jurídicos?

R: Os negócios jurídicos classificam-se da seguinte forma:

 Negocio Jurídico unilateral ou contratos típicos: perfaz-se com uma só


declaração de vontade. Traduz-se naqueles contratos no princípio da tipicidade ou
numerus clausus, que as formas são apenas as que tiverem previsto na lei. N.º 1 do
art. 405.º
 Negocio Jurídico Bilateral ou contratos mistos: constituído por duas ou mais
declarações de vontade convergente.

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14.- Quais são as restrições à liberdade contratual?

R: As restrições da liberdade contratual são:


 Art. 280.º CC. Da nulidade dos contratos contrários a lei e ao costume;
 Art. 282.º CC. Negócios usurários;
 Art. 875.ºCC. escritura publica como forma dos contratos… C. típicos
 Art. 877.ºCC. na proibição de celebrar contrato com determinadas pessoas;
 Art. 1143.ºCC. da forma dos contratos de mutuo;
 Art. 1306.ºCC. Numerus clausus;
 Art. 421.ºCC. eficácia real dos contratos;
 Art. 762.ºCC.

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