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Sumáo
» Minicontos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
» Contos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .91
› Despedaçada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92
› Jorginho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .96
› O hotel dos sonhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
› A prova do crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104
› Comprar coisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106
› Dietas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .112
› Tão velho quanto as ondas do mar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .115
› Os sonhos de liberdade de Conceição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .118
» Posfácio
› O conto e o miniconto: algumas palavras,
múltiplas leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
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Micontos
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No parquinho, os quatro meninos brincavam
juntos de futebol, bola de gude e pião.
Mas três deles olhavam com receio para o menino
branquelo, de boné surrado e cujos olhos azuis
lacrimejam ao sol. Era a única alma ali que
tinha corpo e podia voltar para casa
quando anoitecia.
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Capricorniana com ascendente em Capricórnio,
ela não tinha tempo para o amor.
Ensinou-o logo a atravessar uma roda em
chamas, a declamar poemas e a andar sobre espinhos.
A parceria fez sucesso. O lucro dos espetáculos já
construiu sete castelos. Eis a verdadeira história de
Bela, a domadora de feras.
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– Foi você, que eu sei!
– Não! Foi Atlas!
– Mentiroso! Ele só me pediu pra segurar
a caixinha, mãe!
– Da próxima vez que você roubar os fósforos
pra colocar fogo na lenha do quintal, eu vou
arrancar seu fígado, Prometeu!
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– Força! Força!
– Puxa! Puxa!
– A gente vai ganhar!
– Não deixa! Não deixa!
Foi só Dalila piscar que Sardento esqueceu
o cabo de guerra, sendo o primeiro menino
a cair de cara por ela.
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Arthur James adentrou a pirâmide com seus
companheiros. Como bom arqueólogo, ele se perdeu.
Mas encontrou o quarto do filho louco do faraó.
Analisou as paredes, decifrando os delírios do
enclausurado: a lâmpada? O telefone?
A bomba atômica? E...?! Aterrorizado,
golpeou o futuro para destruí-lo.
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Moravam muito longe da praia. E Júnior queria
conhecer o mar. O pai disse-lhe que não poderiam ir.
O menino pediu que pintassem uma parede do quarto
de azul. Foi feito. Então, todas as tardes, Júnior
sentava-se diante dela para imaginar.
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À noite, na fazenda, iluminados pela fogueira e
reunidos sob o baobá, os meninos escutavam
histórias de além-mar. Fechavam os olhos,
imaginando cenas de liberdade, algo que,
desde o berço, só lhes era permitido sonhar.
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Coincidentemente, a ocupação
começou pelos Estados Unidos. Destruíram,
mataram e fizeram cobaias desde Washington ao
Estado da Flórida. Só Hollywood escapou por pouco.
Lá se divertiam assistindo àqueles
filmes sobre eles.
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Despedaçada
S
aí do trabalho mais cedo. Faltou energia na escola
e os alunos foram liberados. O diretor ainda tentou
segurar as turmas o máximo que pôde, mas o calor
e as salas foram ficando cada vez mais escuras, obrigando-
o a cancelar a última aula do dia.
Aproveitei isso e voltei para casa a pé.
Estava cansado daqueles alunos que não queriam
nada, atrapalhavam ou perturbavam. No começo, ainda
me consolava, pensando na meia dúzia que se espalhava
pelas primeiras carteiras e tentava prestar atenção ao que,
com muito custo, eu explicava. Porém, meia dúzia era
muito pouco para me confortar.
Então, andar um pouco era minha terapia.
Ao atravessar a avenida, vi do outro lado da rua e um
pouco mais adiante um caminhão quebrado. Ouvi uma
buzina e um xingamento ao ser quase atropelado por ter
parado no meio da travessia. Subi a calçada e parei.
Um homem gordo, de camiseta branca, bermuda
preta e boné surrado olhava alguma coisa no pneu tra-
seiro. Mas não me aproximei. Não entendia nada de ca-
minhões, nem carro popular eu tinha.
O que me chamou a atenção foi a cara colorida e riso-
nha na carroceria: a cabeça de uma centopeia.
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