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1.

a SÉRIE - LIVRO 1
ENSINO MÉDIO
LIVRO DO PROFESSOR

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detentor dos direitos autorais.

I229 IESDE Brasil S.A. / Ensino Médio / IESDE Brasil S.A.


— Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2009. [1.a Série –
Livro 01 – Livro do professor]
632 p.

ISBN: 978-85-387-0307-5

1. Ensino Médio. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer

Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico

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HISTÓRIA

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Como aprender
história?
Mas uma definição como essa não é tão simples
quanto parece. Várias perguntas insistem em marte-
lar nas nossas cabeças: “Pra gente saber História é
necessário decorar as principais datas?” “A História
é feita pelos grandes homens – são eles que fazem a
“Era uma vez...” Assim começavam as histórias diferença?” “Como é possível conhecer épocas pas-
que a gente ouvia na infância. Nelas, heróis lutavam sadas se as pessoas que lá viveram estão mortas?”
pelo bem em mundos mágicos, cheios de mistérios Essas perguntas são muito importantes para
e encantamentos. Suas aventuras nos prendiam a entender o que é História. A definição que mostramos
atenção e todas as dificuldades eram superadas. acima não nos ajuda a respondê-las. Por isso faremos
Tudo terminava com um final feliz. Assim eram as algo diferente. Ao invés de tentar mostrar o que é a
histórias que nos contavam. História em uma simples frase (vemos que isso não
A partir de agora voltaremos a contar histórias, é tão simples quanto parece), mostraremos o que a
mas de um modo diferente. Os heróis dão lugar a pes- História é e o que ela não é. Com isso vamos apresen-
soas comuns como você e eu. Os mundos mágicos, tar a matéria com mais nitidez a você – afinal, este
com florestas misteriosas e vales encantados, não módulo se intitula “Como aprender História?”.
existem: é o mundo no qual vivemos que se apre-
senta. Também não existem forças do bem lutando
contra as forças do mal – nas histórias que contare-
Qual a diferença entre
mos aqui essa divisão entre mocinhos e bandidos
não acontece.
história e História?
Bem diferente, não? Sim, porém o mais im- Embora sejam palavras muito parecidas, com
portante é que das histórias que vamos mostrar o uma diferença sutil, o significado de cada uma é
fim ainda não está definido. Até porque o tempo marcante. Quando falamos em história (ou mesmo
não para! estória) estamos nos referindo às fábulas que cita-
Neste módulo inicial, pretendemos lhe mostrar mos no início deste capítulo, nas quais o contador de
as características da História que vamos aprender histórias narra uma ficção. Isto é, a realidade que ele
aqui, salientando as suas particularidades para você tenta recriar está baseada em sua imaginação, não
se orientar melhor em seus estudos. no que poderia ter ocorrido.
O mesmo não ocorre com a História (com “h”
maiúsculo). Esta se refere à busca do historiador
Uma definição (inicial) em recriar o passado com rigor científico, a partir de
de História provas, sinais e vestígios concretos vindos dele. Ele
não inventa o passado. Sua tarefa não é criar algo
que não existiu, mas sim buscar saber como era o
Como podemos definir a História? De maneira
passado a partir de fatos concretos que vêm dele –
rápida, poderíamos defini-la como a ciência que es-
daí a História ser entendida como ciência e não como
tuda o passado. Não deixa de estar correto: o histo-
uma mera ficção.
riador (profissional que estuda e pesquisa a História)
tem como objetivo em seus estudos compreender o No fim, ambas as palavras tentam recriar uma
ontem, o que passou. realidade. Só que história, em forma de ficção; e His-
tória, a partir de evidências concretas.
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Mas onde o historiador para entender como foi o passado –não inventando
nada de sua própria cabeça – ele as interpreta de
encontra o passado? formas diferentes. Como um policial que estando na
cena do crime levanta diferentes interpretações sobre
Vimos que a História não pode ser inventada. como poderia ter acontecido uma morte.
Ela só pode ser escrita com base em provas que Mas entenda: o interessante é que o passado
comprovem suas afirmações. Se o historiador afirma não muda – ela já ocorreu e nada podemos fazer para
que houve escravidão no Brasil durante boa parte do alterá-lo. O que muda são as interpretações sobre
século XIX é porque ele tem como provar isso. Mas, esse passado.
que tipo de provas são essas? A estas provas, a estes
vestígios vindos do passado chamamos de fontes
primárias: tudo aquilo que foi elaborado num tempo Como estudar História?
anterior ao presente. Podem ser fontes primárias, por
exemplo, jornais do início do século XX, manuscritos Bem, até agora vimos um pouco como a História
medievais, fotografias tiradas durante a Segunda é produzida – um processo nada simples que envolve
Guerra Mundial, cartas de exilados políticos, livros muita interpretação e subjetividade. Agora vamos
de poemas, pinturas do Renascimento italiano, vasos entender como a História pode ser estudada de forma
de cerâmica utilizados por homens pré-históricos... agradável e clara.
Enfim, tudo aquilo que foi elaborado em um contexto Muitas pessoas possuem algumas ideias
passado. equivocadas sobre como estudar História. Vejamos
É a partir dessas marcas que o historiador guia algumas delas:
a sua pesquisa em busca da compreensão do que
ocorreu. Isto é, o historiador torna-se tal qual um
detetive, que sai à cata de provas que lhe forneçam Estudar História é fácil:
elementos para interpretar o passado. Assim ele es- basta decorar as datas!
creve a História. Com a fonte na mão (por exemplo,
um jornal) ele tenta entender o que ela “diz”; o que Nada mais equivocado! Mesmo que você sai-
ela “deixa de dizer”; quem a elaborou; com que ob- ba as principais datas da Revolução Francesa, por
jetivo ela teria sido elaborada; quem tinha acesso a exemplo, não quer dizer que conseguirá entendê-la
ela; para que servia; a quem interessava etc. É como melhor. Um dos motivos é que a escolha de tais datas
um legítimo investigador que tenta se aproximar do é muitas vezes arbitrária. Mas o principal é que as
passado – embora este seja um momento perdido datas só servem para referência – como se fossem
para sempre. placas indicativas.
Voltando ao caso da Revolução Francesa, o
Mas nesta busca pelo passado, importante não é decorar que no dia 14 de julho de
1789 houve o início da Revolução, com a invasão da
a História é uma ciência tão Bastilha pelos rebeldes. O importante é buscar as
exata, precisa em achar um causas que motivaram esse ato (entender que a situa-
ção na França antes desse período estava crítica para
resultado, como a Física ou a grande parte da população, que se revoltou contra o
maior símbolo do poder absolutista que era a prisão
Matemática? onde eram detidos os inimigos do rei – no caso, a
Bastilha) e as consequências de tal ato (ele inaugurou
Não, porque ela não tem uma resposta exata às
um processo revolucionário intenso que se deu em
perguntas que formula. Não há teoremas – isto é, de-
Paris e depois se alastrou obrigando ao rei francês
monstrações lógicas de problemas – na História. Ela se
ceder às pressões). Entender todo esse processo de
pauta por uma lógica diferente da lógica matemática.
forma conjunta é o que chamamos de processuali-
Ao contrário das ciências exatas, a História dade: como ela se desenvolve “recheada” de causas
possui um fator decisivo que é a interpretação. Ao e efeitos. As datas só entram como coadjuvantes ou
mesmo tempo em que o historiador tem o rigor cien- mesmo figurantes para mera orientação.
tífico de se amparar em provas (as fontes primárias)
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Mas se entender a História
é entender o processo
histórico, o que faz parte desse
processo? A nossa relação com o tempo ou mesmo
com a história já foi representada diversas ve-
Ver a história como processo é o mesmo que zes no cinema. Indicamos aqui três filmes.
perceber que tudo faz parte da História. Em outras
palavras, aspectos políticos, econômicos, sociais, Forest Gump: o contador de histórias (1994).
culturais, religiosos etc. influenciam na dinâmica Direção: Robert Zemeckis. Com Tom Hanks,
da História. Robin Wright, Gary Sinise, Mykelti Williamson
e Sally Field.
Então a História não é feita Este filme narra a história da vida de um
norte-americano simples, Forrest Gump. Rea-
pelos atos de heróis, grandes liza uma excelente relação entre realidade e
ficção ao fazer com que fatos reais – da segunda
homens? metade do século XX nos EUA – sejam vividos
por ele, uma personagem fictícia. Um bom filme
Claro que não. Primeiro, quem são os “grandes
para entender a história do período, apesar de
homens”? Muitas vezes indivíduos que são alçados
ser uma ficção.
a tais títulos pela História oficial a fim de cumpri-
rem funções de exaltação do sentimento nacional Uma Cidade sem Passado (1990).
– legítimos patriotas que se destacaram por terem Direção: Michael Verhoeven. Com: Lena
atuado a favor de seu país. Servem como exemplos Stolze e Hans-Reinhard Müller.
a serem seguidos. Baseado numa história real, o filme mostra
Na verdade, a ideia de pensar a História como a história de uma garota que decide participar
obra dos feitos de grandes homens vai de encontro de um concurso de redação com o tema “Minha
com a ideia de processo. Além disso, esconde o fato Cidade no Terceiro Reich”, na Alemanha após o
de que, por mais que um indivíduo tenha uma des- Nazismo. Ela acreditava que sua cidade tinha
tacada capacidade intelectual, militar etc., não são se mantido intacta ao regime nazista. Porém,
somente seus atos, suas vontades que determinam vê que boa parte colaborou ao regime e sofre ao
as ações sociais. Na verdade há uma tensão entre o encontrar obstáculos (inclusive ameaças pes-
que poderíamos chamar de estrutura (o meio social soais) ao prosseguir a pesquisa. O filme é um
com suas determinações próprias) com o sujeito. belo exemplo da tensa relação existente entre
O paradoxo é o seguinte: o sujeito está determi- História e memória: daquilo que aconteceu
nado pela estrutura social que o cerca (ela fornece os (História) em contraste com aquilo que se quer
limites de sua atuação) e, ao mesmo tempo, determi- lembrar (memória).
na essa estrutura social. Ele está preso aos limites Corra Lola, Corra (1998).
dela, mas tem uma certa liberdade. Por exemplo: ele Direção: Tom Tykwer. Com Franka Potente
não pode se tornar um homem do século XIII, com as e Moritz Bleibtreu.
concepções, hábitos, atitudes de um homem medie- Conta a história de Lola, que tem vinte
val – sua estrutura social não permite isso mesmo que minutos para conseguir uma grande quantia
ele tenha muita vontade. Ele está numa sociedade em dinheiro para impedir que seu namorado
que vive o século XXI e seus padrões e atitudes estão assalte uma loja. O filme mostra as peripécias
determinados por isso. Mas dentro de sua estrutura de Lola em três versões com finais diferentes
ele pode tomar as mais variadas atitudes. um do outro. Indiretamente o filme reflete a
O que nos interessa é saber que nós fazemos relação entre causa e efeito: nas ações das
parte da História. E não como espectadores, só assis- pessoas. Isto é, o leque de possibilidades que
tindo na platéia, vendo tudo de forma passiva e sim um indivíduo tem ao tomar uma ação e todas
como atores no palco, atuando – queiramos ou não. as consequências que derivam disso.
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História: divisão Para descobrir a que século pertence determi-
nado ano devemos efetuar o seguinte cálculo:
em períodos Ano (dois primeiros dígitos) + 1 = século
correspondente.
História: divisão em períodos Exemplo: o ano 1768 é de qual século?
17 (dois primeiros dígitos de 1768) + 1 = sé-
Pré-História (do surgimento do homem até por volta de
culo 18 (ou XVIII).
3 000 antes de Cristo)
Do contrário, para descobrir quais anos englo-
Idade Antiga (3 000 a.C. – 476 d.C.) bam determinado século basta calcular:
Idade Média (476 d.C.–1453 d.C.) Século - 1 = ano correspondente.
Idade Moderna (1453 – 1789) Exemplo: o século 19 abrange quais anos?
Idade Contemporânea (1789 - até os dias atuais ) 19 – 1 = 1801 (até 1900).
Preste atenção: os cálculos acima são válidos
se o ano não termina em “zero”. Quando o ano tem
como terminação o “zero” não é necessário cálculo:
Quais são os critérios os dois primeiros dígitos correspondem ao século.
para essa divisão? Exemplo: o ano 2000 é de qual século?
20 (dois primeiros dígitos de 2000) = século
Essa divisão tem alguns critérios que merecem 20 (ou XX, pois se convenciona nomear o século
destaque. em números romanos).
•• Nascimento de Cristo divide o calendário
Divisão entre Pré-História e História Mesmo atentos a esses aspectos mais formais,
a história do calendário tem outras sutilezas. Por
Na verdade não houve um período antes (pré) da
exemplo, como entender a data de nascimento
História. A razão para tal terminologia deve-se ao fato
de Cristo?
de que, no momento em que houve essa divisão (no
século XIX), acreditava-se que a História só poderia De acordo com estudos históricos mais recen-
ser conhecida a partir de documentos, fontes escri- tes, a data de nascimento de Cristo teria ocorrido
tas – isto é, só a partir de 3 000 a.C. é que haveria a aproximadamente em 4 a.C. – antes da morte de
possibilidade de se conhecer o passado. Antes desse Herodes, rei que no episódio bíblico manda matar
período seria impossível pelo fato de a escrita, de re- todas as crianças para evitar a profecia da vinda
latos ou fontes escritas não existirem. (Como veremos do Salvador. Sim, segundo a lógica do calendário,
no capítulo seguinte, essa ideia já está mais do que Cristo nasceu quatro anos antes dele mesmo! Mas
ultrapassada, mas o nome permanece.) como isso foi possível?
A Igreja determinou no século VI a data do Natal
(nascimento de Cristo). E, de quebra, a criação no
calendário de uma nova era a partir do nascimento
do Messias – a Era Cristã (sinalizada nas datas por
d.C., depois de Cristo, ou a.D., anno Domini, ano do
Senhor em latim; antes desse período sinaliza-se
Na verdade, a ideia da formulação de um calen-
com a.C., ou antes de Cristo).
dário é muito complexa e traz muitas sutilezas.
Tal determinação ocorreu devido a cálculos
•• Ano zero
inspirados em calendários anteriores que situavam
Antes de tudo é necessário entendermos que o nascimento de Cristo em dezembro do ano de
não houve o ano zero. A contagem dos anos iniciou 753 da era romana (os romanos contavam o tempo
com o “um”, não com o “zero”. Não houve o ano tendo como marco a fundação de Roma).
zero na n ossa era. Basta contar nos dedos: •• Que dia é hoje?
assim como não temos um dedo “zero”, não temos
um ano zero! Outra pergunta de resposta não tão óbvia.
Claro que temos uma regulação oficial do tempo,
•• Cálculo do século
um calendário oficial. Mas, até os dias de hoje,
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Com base nessa lógica, podemos ver que o existem ainda vários tipos de calendários em vigor
cálculo do tempo, principalmente o dos séculos, – o judaico, o muçulmano, o hindu etc. – cada um
segue uma conformação básica.
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com um marco inicial específico, cada povo com do progresso da Europa de Atenas até o século XX.
sua forma de contar o tempo. Como se a marcha do mundo mostrasse a ascensão
Como exemplo da variedade de calendários europeia e ocidental sobre o mundo.
devemos nos voltar ao mais antigo deles, o do Uma prova disso é que geralmente não apren-
antigo Egito. Criado há mais de 6 000 anos para demos a história de outros povos como os chineses,
regular as atividades com as cheias do Nilo, sua com seu grande e poderoso império ou mesmo os
medição do tempo era regulada a partir da obser- reinos africanos. Note que só estudamos a China
vação dos astros. Isso influenciou a marcação do (ou Ásia), a África – ou mesmo os índios no Brasil –
tempo em outras culturas, que utilizaram o mesmo quando esses estão sofrendo a interferência europeia
princípio. (seja no contexto das Grandes Navegações ou do
Nessa medição um dia corresponde a uma ro- Imperialismo, por exemplo).
tação da Terra em seu eixo, ou o tempo que separa
duas alvoradas, intervalo que varia de 23h59min39
até 24h00min30 durante o ano. Todavia, essa míni-
ma imprecisão gera erros e atrasos nos calendários
ao longo do tempo. Para tapar esses “buracos”
vários povos fizeram reformas para evitar os de-
sajustes. Os romanos, por exemplo, adicionaram
um dia a cada quatro anos de 365 dias. Era o ca-
lendário Juliano (em homenagem a Júlio César, o
responsável pela reforma).
A mudança romana foi quase perfeita. Porém,
ainda havia descompassos que foram sanados no
Concílio de Trento, com o papa Gregório XIII, em A persistência da memória, 1931. Salvador Dali.
1582. O truque para ajustar a passagem do tem-
po com o calendário foi simples: apenas os anos Todos os povos têm a sua própria História. Mas a
divisíveis por 400 permanecem bissextos. Eles visão etnocêntrica (isto é, aquela visão que é voltada
ocorrem em 1600 e 2000, mas não em 1700, 1800 para si próprio sem se interessar pelo ponto de vista
ou 1900. Esse calendário, chamado de gregoriano, alheio) e eurocêntrica (cujo o ponto de referência é
é vigente até hoje e só permite um desvio de três a Europa) dos períodos da História humana impede
dias em 10 mil anos! que tenhamos uma visão ampla. Sem que tenhamos
consciência, aprendemos a História da conquista
(MORIN, Hervé. Virada de Ano não Inicia um europeia disfarçada de História da Humanidade.
Novo Século. Folha de S. Paulo, 02 jan. 2000.)

1. (FGV) O costume de dividir a história em três grandes


Os quatro períodos da História épocas (Antiga, Medieval e Moderna) surgiu:
a) durante a Revolução Francesa;
A divisão da História em quatro períodos não
busca traçar uma evolução geral da humanidade b) durante a Reforma;
como pode parecer num primeiro momento. Na ver- c) após a Revolução Russa;
dade, se olharmos com mais atenção, é uma divisão
d) durante a Renascença;
que tenta privilegiar o papel do Ocidente (principal-
mente Europa) no desenvolvimento mundial. A Idade e) após a Segunda Guerra Mundial.
Antiga seria o local das raízes culturais da Europa
(Grécia e Roma); A Idade Média o local do floresci- `` Solução:
mento das nações europeias; a Idade Moderna com a
Justificativa: A ideia de uma história que se divide em três
cultura refinada do Renascimento e com as Grandes
tempos veio com a Idade Moderna, mais precisamente
Navegações e a Idade Contemporânea com a Revo-
com o Renascimento. Esse movimento foi o responsável
lução Industrial e a Revolução Francesa mudando os
pela ideia negativa de que a humanidade tinha passado
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padrões e parâmetros.
por um tempo médio (período medieval, “a noite dos mil
Esse esquema não pretende mostrar a evolução anos”), um intervalo que não deu continuidade à cultura
da humanidade em escala mundial e sim a história
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clássica que tanto tinham como referência. Essa divisão a) conduz à ideia de hierarquia nos vários aconte-
sofre modificação com a Revolução Francesa, que por cimentos.
ter sido um acontecimento tão fora dos parâmetros inau-
b) leva em consideração apenas a civilização ocidental.
gurou uma nova era: a Idade Contemporânea.
c) não leva em conta a noção de processo histórico e
as transformações dela decorrente.
d) demonstra a fragilidade desta compartimentação,
ignorando outros fatos históricos também conside-
1. O que é História? rados importantes.
2. Qual é a diferença entre história e História? e) uniformiza os vários períodos quanto à sua impor-
tância.
3. O que são “fontes primárias”?
2. Encontre a afirmativa falsa:
4. Qual a importância das fontes primárias para o conhe-
cimento da História? a) A História deve ser pensada em termos de tempo,
e não de história.
5. Por que a História não é uma ciência exata?
b) A História é uma sucessão de acontecimentos em
6. Qual a importância do conhecimento das datas e do
ordem cronológica.
processo ao se estudar História?
c) A divisão da História em períodos é precisa e natural.
7. Quem faz parte da História? Alguém não faz?
d) A datação dos anos era feita a partir de certos rei-
8. Existe uma História da humanidade na periodização da
nados entre todos os povos da Antiguidade.
História geral?
e) A História é uma ciência que estuda o passado,
9. Qual a semelhança entre um historiador e um ficcionista?
muitas vezes para compreender o presente.
10. Associe a afirmação da coluna A com a alternativa
3. (UnB – modificada) Assinale a alternativa incorreta no
correta da coluna B.
que está relacionado à História:
Coluna A:
a) Hoje, ela está voltada preferencialmente para o es-
(A) Pré-História tudo dos grandes fatos políticos, com destaque para
a biografia dos governantes.
(B) Idade Antiga
b) Tendo em vista sua atual opção por compreender
(C) Idade Média
globalmente a sociedade, a História não mais se
(D) Idade Moderna preocupa tanto com a investigação dos eventos.
(E) Idade Contemporânea c) Ao contrário do que ocorreu no século XIX, hoje a
Coluna B: História busca um caminho próprio, desvinculado
das demais ciências sociais.
(( )Ricardo Coração de Leão vai lutar nas Cruzadas
(1189-1192). d) O estudo das fontes e a crítica dos documentos são
partes fundamentais do processo de produção his-
(( ) O homem aprende a domesticar os animais (por vol- toriográfica.
ta de 8000 a.C.).
4. (PUC-SP) “... o tempo é a minha matéria, o tempo pre-
(( ) Lutero expõe as suas 95 Teses (1517). sente, os homens presentes, a vida presente.” Carlos
(( ) O homem chega à Lua (1969). Drummond de Andrade. “Mãos dadas”, 1940. Se o pre-
sente é o tempo do poeta, resta ao historiador somente
(( )Roma vence Cartago na Terceira Guerra Púnica o tempo passado?
(146 d.C.).
Justifique sua resposta, procurando discutir as relações
que a história ou o historiador podem estabelecer entre
presente e passado.
5. (Elite) “[...] os homens fazem sua própria história, mas
1. A divisão clássica da História em Antiga, Medieval, não a fazem como querem; não a fazem sob circuns-
tâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se
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Moderna e Contemporânea é hoje bastante discutida.


Essa divisão se pauta em algumas concepções de defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo
História, exceto: passado.” (Karl Marx)
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No texto acima, Marx conclui que: movimento histórico mais amplo que impulsionava suas
ações. Com base nesse ponto de vista, responda: das
a) o homem é um produto do meio.
afirmações abaixo, qual(is) é(são) diretamente favorável
b) o homem faz sua história conforme sua exclusiva (is) a tal concepção?
vontade.
I. Essa visão da história nos faz pensar que “os ho-
c) o homem faz sua história sob o aproveitamento mens fazem a sua própria história, mas não a fa-
consciente do meio em que vive. zem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob
circunstâncias de sua escolha, mas sob aquelas
d) o homem faz sua história sob circunstâncias com
circunstâncias com que se defrontam diretamente,
que se defronta diretamente, herdadas de seu pas-
legadas e transmitidas pelo passado” – Karl Marx.
sado.
II. Essa visão da história se pauta por ser concebi-
e) o homem não é capaz de fazer sua história.
da como um sistema fechado. Isto é, concebe as
6. A História pode prever o futuro? Justifique sua res- ações como se fossem autossuficientes, autojusti-
posta. ficadas pelo panorama da época, alheias à vontade
7. Qual a relação entre o eurocentrismo e o etnocentrismo humana. Isso deve acabar. Devemos nos voltar a
na História? uma história na qual as análises das ações huma-
nas são vistas como inseridas dentro de determi-
8. Responda um exemplo prático: caso Adolf Hitler não nações sociais, mas sem estarem aprisionadas por
tivesse nascido, haveria o nazismo e a Segunda Guerra quaisquer determinismos – geográficos, climáticos,
Mundial? Justifique sua resposta. biológicos etc.
III. Essa visão da história consegue nos fornecer a
chave para entendermos a complexidade social, ao
nos salientar que são nas condições materiais de
existência onde residem as formas gerais para se
compreender o “sentido profundo” do meio social
9. Quando alguém inova ou se destaca por algo dife- como um todo.
rente (um invento, uma teoria nova, uma descoberta, IV. Essa visão da história nos demonstra o funciona-
uma explicação), geralmente se diz que “fulano era mento do que alguns chamam de “Roda da His-
um homem fora de seu tempo”. No campo da Física, tória”: a força presente na sociedade, da qual não
o cientista inglês Isaac Newton foi um desses inova- podemos escapar, e que determina as atitudes dos
dores. Com base nisso, responda: homens em seu tempo.
a) No que Newton contribuiu, naquilo que tanto a) I, II, III.
inovou no campo da Física, para que possamos
classificá-lo como alguém muito próximo à no- b) I, III, IV.
ção de “homem fora de seu tempo”? c) Apenas a I.
b) Newton estava além de seu tempo? Pode al- d) Apenas a IV.
guém viver fora de seu tempo? Por quê?
e) I, II, IV.

10. (Elite) Em 1492, o sonho de Colombo, de avistar terra


depois de longo tempo de viagem, tornava-se realida-
de. Embora o navegador achasse até o fim da vida que
chegara às Índias, na verdade descobrira a América: o
maior evento da época das Grandes Navegações. No
nascimento da Idade Moderna, época de profundas
mudanças no contexto europeu, muito se especulou a
respeito de como foi possível, justo naquele momento,
a descoberta do Novo Mundo. Postulam algumas ten-
dências historiográficas que, caso Cristóvão Colombo
não existisse, a América seria descoberta de qualquer
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modo por outro navegador naquele mesmo contexto.


Isto é, a descoberta não teve influência da ação do
navegador genovês: ele só foi um agente dentro de um
7
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A Processo: entender as causas e os efeitos dos aconte-
B cimentos históricos (compreender história é mais que
C
D
E decorar datas).

1. A ciência que estuda o passado. 7. Toda pessoa é um sujeito histórico - ninguém pode
(mesmo que queira) estar fora dos acontecimentos
2. As duas criam uma realidade: a diferença é que a história históricos.
(em minúscula) é feita a partir da criação do ficcionista;
já a História (em maiúscula) é feita da análise das fontes 8. Não. Se houvesse a periodização da História da huma-
primárias realizada pelo historiador. nidade, seriam contemplados acontecimentos de toda a
humanidade, e não só os da Europa (queda do Império
3. São as marcas, os vestígios do passado que chegaram Romano, início da Revolução Francesa etc.). E, além
ao presente. disso, o tempo não estaria dividido em antes ou depois
de Cristo (uma figura fundamental para o cristianismo,
4. São o material de análise do historiador - é a partir delas mas não para o judaísmo, hinduísmo, islamismo etc.)
que ele reconstrói o passado. São as provas que validam
suas ideias sobre ele. 9. Ambos recriam uma realidade. O primeiro a partir de
provas (as fontes primárias), o segundo a partir de sua
5. Porque ela não tem uma resposta exata para suas per- imaginação (as fábulas, os contos etc.)
guntas. Embora haja um conhecimento objetivo (por
exemplo, foi no dia 7 de setembro de 1822 que o Brasil 10. Resposta da Coluna B, de cima para baixo: C, A, D,
se declarou independente), há sempre uma interpre- E, B.
tação sobre ele (quais foram as razões que levaram à
independência? Houve uma independência de fato ou
a continuação da dependência de outra forma - agora
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econômica?).

6. Datas: informações para referência. 1. C


8
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2. C seu tempo pelo simples fato de que somos muito
determinados pela sociedade na qual vivemos. Em
3. A suma: o indivíduo tem liberdade de ação dentro de
um espaço predeterminado.
4. Resposta pessoal. O aluno deve discutir a influência do
presente sobre o trabalho do historiador e o seu papel na 10. D
atualidade.

5. D

6. Não. O que a História pode é compreender a situação


atual (presente) e, a partir daí, levantar possíveis cenários
para o futuro – mas nunca pode saber com certeza o
que ocorrerá no amanhã.

7. Eurocentrismo: “ver tudo a partir da Europa”.


Etnocentrismo: “ver tudo a partir de si mesmo”, sem
considerar a existência do outro.
Isso aparece na História quando percebemos que a
divisão dos períodos históricos não é uma divisão da
História da humanidade como um todo, e sim a História
do progresso da Europa: de seu “início” (Grécia e Roma
como as raízes da cultura ocidental) até sua conquista
efetiva do mundo com a Revolução Francesa e Industrial,
marcos da História Contemporânea.

8. Esta pergunta nos leva à questão: quem faz a História?


A resposta seria não, se acreditarmos que a História é
feita pelos atos dos grandes homens - afinal, segundo
essa visão, como poderia haver o nazismo sem Hitler?
Já a resposta seria sim, caso crêssemos numa “roda
da História”, uma espécie de força que faz a História
acontecer e na qual as pessoas estão subordinadas (não
importa sua vontade ou ação, nada mudaria o curso dos
acontecimentos).
Na verdade, a História não é feita pelas mãos dos gran-
des homens, nem por forças subterrâneas que regulam
nossos atos. A História é feita pelas mãos de todos, que
executam suas ações com base num leque de opções
dado por sua época.
Com isso, esta é uma pergunta retórica: não temos como
respondê-la – até porque não há um “laboratório” onde
essa possibilidade possa ser testada.
9.
I.

a) Teoria da Gravitação Universal foi uma de suas


maiores inovações.

b) Newton não estava além de seu tempo: como ele


mesmo disse, “Só vi mais longe, pois me apoiei em
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ombro de gigantes” – isto é, suas teorias só foram


possíveis devido a um conhecimento pré-existente.
Mas o certo é que ninguém pode estar além de
9
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1.a SÉRIE - LIVRO 1
ENSINO MÉDIO
LIVRO DO PROFESSOR

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© 2006-2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.

I229 IESDE Brasil S.A. / Ensino Médio / IESDE Brasil S.A.


— Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2009. [1.a Série –
Livro 01 – Livro do professor]
632 p.

ISBN: 978-85-387-0307-5

1. Ensino Médio. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer

Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico

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HISTÓRIA

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Pré -História
Como não existiam livros escritos naquela época
(anterior à escrita) o acesso ao passado pré-histórico
se faz por meio dos vestígios materiais daqueles ho-
mens (o que chamamos de cultura material em asso-
ciação ao homem). A busca e análise de tais vestígios
Por que estudamos a Pré-História? Ela vem se faz por meio da Arqueologia, ciência que estuda
antes da História? Na verdade não. Como vimos no as sociedades por intermédio dos vestígios materiais
módulo anterior, esse nome vem do período referente produzidos por elas – graças aos seus estudos nosso
ao passado humano, antes da escrita. Antigamente, conhecimento sobre a Pré-História avançou.
se acreditava que a história só passou a existir após Mas que vestígios são esses? São os materiais
o surgimento da escrita (ela só poderia ser contada produzidos ou utilizados pelo homem – o que cha-
se houvesse documentos, lembra?). Sabemos que mamos de artefatos.
não se acredita mais nisso, mas o termo Pré-História São exemplos:
“pegou”. Então, quando você ouvir falar nela não
•• artefatos líticos (os feitos de pedra): ferra-
pense que se trata de algo antes da História, mas
mentas, esculturas etc;
sim antes da escrita.
Quando a gente fala de Pré-História logo nos •• cerâmica (barro cozido);
vêm à cabeça imagens de dinossauros, homens das •• pinturas rupestres (paredes de cavernas);
cavernas caçando e lidando com objetos de pedra.
Mas cuidado, nem tudo aquilo que temos em mente •• artefatos feitos de ossos de animais.
corresponde ao que foi a Pré-História.

Definição de Pré-História
Chamamos de Pré-História o período que abran-
ge todo o passado humano antes da escrita (aproxi-
madamente de três milhões de anos até 3 000 a.C.),
momento no qual o homem deixou de ser mais um
animal entre os outros e passou, progressivamente, a
ter uma posição de destaque na natureza – pois pas-
A arte rupestre: exemplos da arte do homem pré-histórico.
sou a dominá-la, a modificá-la. Daí a importância de Figura da caverna de Lascaux, França.
estudarmos essa época, pois, dessa maneira, vamos
entender como os nossos ancestrais mais longínquos Além desses elementos, restos fossilizados
conseguiam viver na natureza. de esqueletos humanos são estudados por meio de
análises físicas e químicas, buscando-se precisar sua
Como podemos conhecer datação como o carbono 14   (técnica de datação que
tem como princípio rastrear a diminuição da quanti-
esse período? dade dessa substância química em restos de seres
vivos; notou-se que há uma diminuição progressiva
Vimos no módulo anterior a diferença entre um dessa substância ao longo do tempo, o que possibi-
contador de histórias (ou estórias) e um historiador. lita a datação).
O primeiro recria a realidade em forma de ficção. Já De tanta coisa que se pode encontrar espalhado
o segundo busca saber como era o passado a partir por aí, como saber se uma lasca de pedra foi uma fer-
de fatos concretos que vem dele, busca o que pas- ramenta utilizada pelos homens das cavernas e não
sou por meio de suas marcas, de suas sobras (o que uma pedra que se partiu ao rolar de um barranco?
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chamamos de fontes ou fontes primárias). Quais Essa dúvida não é só nossa. Todo arqueólogo
seriam as marcas que a Pré-História deixou? Quais ou pré-historiador (nome dado ao historiador que
as fontes que informariam sobre isso? estuda a Pré-História) tem o máximo de cuidado com
1
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isso. Todo o estudo só faz sentido se o pesquisador •• Mesolítico – período de transição. Um perío-
encontra tudo articulado – dando indícios que o lo- do no qual aquela sociedade encontrava-se
cal seria uma habitação humana (por exemplo, um em transição, com mudanças para uma nova
círculo no chão coberto por folhas de árvores e por etapa.
terra diferente da encontrada ao redor). O local onde
•• Neolítico (ou Idade da Pedra Polida): de 8 000
os pesquisadores fazem esse trabalho chama-se sítio
até o surgimento da escrita, 3 000 a.C. Nesse
arqueológico.
último momento (a ser estudado no próximo
O sítio arqueológico seria como o local de módulo) o homem teria artefatos líticos que
um crime: tudo deve ser visto com o máximo de não seriam só lascados, mas polidos – eviden-
cuidado para não se alterar o ambiente em que foi ciando um considerável avanço tecnológico
encontrado. Nada pode ser retirado do local sem ser para a época.
anotado onde estava e próximo de quais objetos. A
partir daí o especialista interpreta o que seria esse
ambiente; qual a função de determinado artefato em Desenvolvimento humano
determinado lugar. Tenta reconstruir um momento
perdido há milhares de anos, a cena de muitos sé- Antes de entrarmos no detalhamento do que
culos passados. Levanta questões, hipóteses sobre corresponde a cada parte da cronologia da Pré-
o local. Ele pode se equivocar, mas se errar não foi História é necessário entender como o homem se fez
porque inventou algo – o especialista sempre parte homem: isto é, quais os fatores que possibilitaram
das pistas deixadas pelo passado, sem elas ele não à nossa espécie conquistar o ambiente natural de
o reconstrói – e sim porque talvez tenha teorizado de forma tão ímpar. Entre esses fatores está o que cha-
forma equivocada. Ter rigor científico não quer dizer mamos de processo de hominização.
encontrar sempre a verdade. Por intermédio dos achados e da pesquisa
arqueológica sabemos que o homem não surgiu
pronto; suas características físicas e culturais se
constituíram ao longo do tempo; que, anterior aos
hominídeos, havia várias espécies a caminho da
humanização (Australopithecus, Pithecantropos,
Quando você ver na TV alguma descoberta de
Sinantropus), mas se extinguiram antes por meio da
um fóssil ancestral do homem tome cuidado, pois
seleção natural – conceito da Biologia no qual os se-
nem toda a descoberta interessante é estudada
res vivos melhor adaptados ao ambiente conseguem
pela Pré-História. Só a interessa caso o fóssil esteja
sobreviver e deixar descendentes.
associado à vestígios que possam dar indícios
de serem artefatos utilizados ou produzidos pelo Ao longo do tempo, a nossa espécie sofreu o que
homem. Do contrário, a descoberta interessa não se chama de processo de hominização: ocorrido ao
à Pré-História e sim à Paleontologia – toda vez que longo do tempo, fez com que as mais remotas formas
não estiver associada com artefatos. de vida humana – os hominídeos – adquirissem ca-
racterísticas que as tornaram tão diferentes de outros
animais. Algumas teorias tentam explicar o fenômeno
da transformação biológica do ser humano. Citamos
algumas delas:
Cronologia •• Bipedismo – nós nos tornamos o que somos
porque caminhamos sobre dois pés, liberan-
A maior parte do passado humano ocorreu do as mãos para a fabricação de objetos (o
na Pré-História. Mas como estudá-la se temos tão que permitiu o desenvolvimento da nossa
poucos e limitados fragmentos sobre esse período? inteligência).
Quando se tentou elaborar uma cronologia para a
Pré-História levou-se em consideração a relação entre •• Caça – foi por meio da caça que o homem ad-
o homem e as suas ferramentas. Assim esse período quiriu características inéditas, pois aprendeu
estaria dividido em três fases principais: a conviver em grupo, desenvolveu ferramen-
•• Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada): do tas para caçar e tudo isso, no final, promoveu
surgimento dos hominídeos até por volta de a “evolução” da nossa espécie.
10000 a.C. Aqui o homem teria como artefatos •• Linguagem – a linguagem desenvolvida pelo
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instrumentos de pedra (líticos) obtidos com homem propiciou o desenvolvimento da sua


o lascamento de pedras. inteligência.

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O que expomos são tentativas de explicar a •• Habitação em cavernas: o homem não habita-
condição atual do homem por intermédio de teorias va em aldeias – como ocorrerá no Neolítico.
sobre o que poderia ter ocorrido no passado. Todas
•• Caçadores / pescadores e coletores (noma-
são passíveis de defesas e críticas e nenhuma delas
dismo): para conseguirem seus alimentos, o
é consenso entre os estudiosos. O certo é que o pro-
homem paleolítico praticava a caça, pesca e
cesso de hominização que possibilitou a formação da
coleta de alimentos. Vivia no que chamamos
espécie humana ocorreu com a influência de fatores
de economia coletora de subsistência. Para
tanto culturais quanto biológicos. Não houve um
sobreviver ele não vivia em um local definido.
determinante único: perceber que a formação do ho-
Migrava constantemente de um local para
mem foi produto da influência inseparável da cultura
outro, sempre em busca de alimentos para
e da biologia é a chave para entender o quanto foi
sua manutenção. Essa falta de um local fixo
complexo o desenvolvimento do Homo sapiens.
para morar é o que chamamos de modo de
vida nômade.
Dinâmica histórica
A Pré-História, como vimos, está dividida em
Mesolítico
três momentos distintos. Essa divisão foi feita de
O Mesolítico pode ser entendido de duas for-
acordo com o critério de classificação dos vestígios
mas. Primeiro como um período de transição entre o
materiais recentemente encontrados desse passado
Paleolítico e o Neolítico – em que se nota uma mudan-
antes do surgimento da escrita. Os vestígios que
ça social ainda em transição. Segundo, na classifica-
interessam aos estudiosos, de modo geral, são ar-
ção dos períodos da Pré-História a partir da cultura
tefatos líticos produzidos pelo homem pré-histórico.
material produzida, o Mesolítico caracterizou-se
A descoberta e análise desse material permitiu a
por possuir micrólitos – lascas de pedra minúsculas
esses estudiosos, classificar tais objetos em três
e extremamente afiadas, com função cortante. Os
fases distintas: o período Paleolítico, também conhe-
micrólitos mostram um grande avanço tecnológico
cido como Idade da Pedra Lascada e o Neolítico ou
daquela sociedade.
Idade da Pedra Polida. Entre o primeiro e o segundo
período, considera-se a existência de um período de
transição: o Mesolítico.
Segue abaixo as características presentes no
Paleolítico e no Mesolítico. As características do
Neolítico serão vistas no próximo módulo.
Apesar de a Pré-História ser o período de
maior duração na história humana, representa
Paleolítico pouco se comparado com o tempo anterior a ela
(500 000 a.C. a 18 000 a.C.) (antes do surgimento do homem). Como prova
disso, a revista Superinteressante, anos atrás,
O período Paleolítico é temporalmente o mais elaborou um calendário baseado na seguinte
duradouro da história do homem. É durante esse ideia: como seria comprimir os 15 bilhões de
momento que nossa espécie se desenvolve e alcança anos do universo em um único ano hipotético?
as características que possui hoje. São características O resultado nos faz refletir sobre a presença do
desse período: homem na Terra.
•• Pedra lascada: os artefatos datados desse •• 1.º de janeiro: Grande Explosão (início do
período são feitos pelo modo mais simples universo).
que existe, o lascamento das pedras. •• 1.º de maio: origem da Via Láctea.
•• Domínio do fogo: inicialmente encontrado na •• 9 de setembro: origem do sistema solar.
natureza (como consequência da queda de
raios), o fogo foi dominado pelo homem. •• 14 de setembro: formação da Terra.

•• Pintura rupestres: a pintura nas pedras tinha •• 25 de setembro: surgimento da vida na Terra.
para o homem pré-histórico – segundo teses •• 15 de novembro: origem das eucariotas (pri-
de especialistas – um sentido próximo do meiras células providas de núcleo).
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mágico ou religioso.

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•• 28 de dezembro: desaparecimento dos di-
nossauros.
Características do Neolítico
•• 31 de dezembro às 22h30min: primeiros Homo A fase Neolítica se destaca pelo avanço das
sapiens. forças produtivas do homem por meio do advento da
Revolução Agropastoril (ou Revolução Neolítica).
•• 31 de dezembro às 23h: dissemina-se o uso
Podemos traçar como características dessa fase:
de instrumentos de pedras.
•• 31 de dezembro às 23h59min20: o homem
começa a cultivar seu alimento.
Formação de uma economia
•• 31 de dezembro às 23h59min53: Guerra de produtora de subsistência
Tróia.
Com a agricultura e o pastoreio o homem teve
•• 31 de dezembro às 23h59min56: nascimento maior controle sobre as fontes geradoras de recursos
de Cristo. para a sua própria subsistência.
•• 31 de dezembro às 23h59min59: Europa
vive o Renascimento cultural e as Grandes Sedentarismo
Navegações.
•• Primeiro segundo do Ano Novo: o Agora. O homem, ao realizar a agricultura, teve que
permanecer perto da plantação para cuidá-la. Isso
fez com que ao invés de sair para coletar alimentos
(nomadismo), ele se fixasse à terra para cuidar da
plantação e do pastoreio. Isso o tornou sedentário.
Foi também o início das primeiras aldeias – as al-
deias neolíticas: o homem passou a habitá-las e foi
Definição do Neolítico deixando as cavernas processualmente.

Vimos que o Paleolítico foi o período inicial da


Pré-História que teve como maior importância o fato
de ser nele que o homem se constitui naquilo que é
hoje (biologicamente, é claro). Já o Mesolítico foi um
período de transição para uma nova sociedade que se
formou no Neolítico. Esse, que corresponde ao final A agricultura não substitui a forma nômade de
da Pré-História (por volta de 8 000 a 3 000 a.C.), teve viver: até hoje sociedades de caçadores e coletores
como principal destaque o início da Revolução Agro- existem. A Revolução Agrícola, como também é
pastoril (ou Revolução Neolítica): momento no qual chamada, não acabou com o nomadismo – apenas
o homem teve maior controle das fontes geradoras foi uma alternativa de sobrevivência adotada por
de recursos. Isto é, foi quando o homem começou a alguns povos. Daí podemos chegar à conclusão de
cultivar as plantas – por meio da agricultura – e os que os nômades não eram inferiores ou superiores
animais – com o pastoreio. aos sedentários. Apenas diferentes.

Excedente produtivo
A Revolução Neolítica não aconteceu do dia
pra noite. O surgimento da agricultura e do pas- O domínio cada vez maior da agricultura pelo
toreio foram formas que se difundiram ao longo homem fez com que houvesse a produção do que
de um milênio! chamamos de excedente produtivo. Isto é, houve
um aumento da quantidade de produtos agrícolas
produzidos. Esses produtos a mais passaram a ser
estocados, garantindo a alimentação durante épocas
do ano difíceis.
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Transformações do Neolítico Surgimento das
As consequências da Revolução Agrícola gera-
primeiras cidades
ram mudanças nítidas no período final do Neolítico
As primeiras cidades datam de 3 500 a.C.,
conhecido como Idade dos Metais. O nome desse
época em que as atividades humanas já eram bem
período reflete bem as transformações ocorridas pois
variadas.
foram encontrados instrumentos feitos de metal (co-
bre, bronze e ferro). Sabe-se que foi o maior domínio Estas cidades possuíam uma realidade bastante
do fogo que possibilitou a fundição desses metais ao distinta dos grandes conglomerados urbanos atuais.
invés de instrumentos líticos (feitos de pedra). Eram pequenas aldeias que com o passar do tempo
tornaram-se mais complexas.
As tarefas deixaram de ser unicamente dividi-
Idade dos Metais das entre homens e mulheres, adultos e jovens e se
tornaram especializadas; alguns cultivavam o solo,
Período do final do Neolítico que tem como
outros faziam armas ou roupas, outros criavam ani-
características:
mais e utensílios domésticos.

Metalurgia
O surgimento da escrita
Cobre, bronze e ferro.
Um dos primeiros códigos de escrita, a que
chamamos de proto-escrita, foi desenvolvido na
Desenvolvimentos Idade dos Metais (Idade do Bronze). Esse código
das forças produtivas constitui-se em um marco importante na história do
desenvolvimento humano pois marca o fim da Pré-
O objetivo das comunidades dessa época era história e o início da História. Vale notar que a pro-
o de manter a sobrevivência de seus membros. No toescrita não possui um significado linguístico que
entanto, havia situações nas quais nem tudo o que nós, homens contemporâneos, possamos decifrar.
se produzia era utilizado de imediato. Essa “sobra” Está muito distante do tipo da nossa escrita atual.
(chamada de excedente) era armazenada para os No entanto, esse primeiro conjunto de símbolos foi a
períodos de longos invernos ou intensas secas. principal base para o posterior desenvolvimento de
uma escrita mais complexa, como a dos fenícios por
Revolução Urbana exemplo. Por mais difícil que seja sua decifração, os
historiadores e arqueólogos garantem que a função
Essas modificações econômicas possibilitam a principal desse tipo de escrita era a de veicular in-
passagem das sociedades agrícolas autossuficientes formações, por meio de ideogramas, mnemônicos e
às sociedades urbanas. É o que chamamos de Revo- outros tipo de símbolos.
lução Urbana. (Veremos com maior profundidade no Os primeiros registros da escrita eram feitos em
tópico a frente). pequenas tábuas de argila nas quais caracteres eram
demarcados, a fim de traçar o controle dos exceden-
tes (uma espécie de contabilidade). Essas pequenas
Como se organizavam e frágeis peças são um dos poucos registros escritos
as primeiras sociedades? que sobraram daquela época.
As informações eram inscritas em pequenos ra-
Antes de estudarmos mais especificamente as mos de junco enquanto a argila estivesse umedecida,
primeiras civilizações (nos próximos dois módulos ficando em forma de cunha: é o cuneiforme uma das
dedicados à Antiguidade Oriental) é interessante primeiras formas escritas da humanidade.
entendermos como se organizavam as primeiras
sociedades.
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reservado a poucos (havia escolas de escribas, mas
só para eles – não havia alfabetização para todos;
o Faraó, por exemplo, era analfabeto) e passado de
pai para filho.
Quadro comparativo – antes e depois da Revolução
Urbana

Antes da Depois da
Revolução Urbana Revolução Urbana
(período Neolítico) (final do Neolítico)
Aldeias Cidades-Estados.
Transumância Agricultores (80% da po-
pulação).
Comunidades autossufi- Excedentes redistribuídos.
Exemplo da escrita cuneiforme.
Figura de uma fonte primária cientes
da Mesopotâmia. Especializações irregulares Produtos especializados e
serviços.
Autor desconhecido.

A
B
C
D
E

1. (Elite) Temos muitas dificuldades em conhecer o cotidia-


no do homem pré-histórico do Paleolítico, mas sabemos
com certeza que ele não poderia:
a) caçar.
Uma tabuinha de argila com inscritos em cuneiforme:
uma das poucas fontes que sobraram daquela época. b) fazer uma fogueira.
c) arar e plantar vegetais para seu sustento.
d) ter uma dieta à base de legumes e frutas.
e) registrar seu cotidiano em pinturas rupestres.

`` Solução: C
Justificativa: O homem pré-histórico não poderia arar
e nem plantar vegetais para seu sustento porque essa
atividade, que é a agricultura, só vai ser elaborada no
período Neolítico.
Como se escrevia nos tabletes de argila. 2. (UFRGS) Foi fator decisivo para a sobrevivência dos
povos do período Neolítico:
Por volta do ano 3 000 a.C. na Mesopotâmia, os a) a utilização de metais como cobre e bronze.
sumérios – povo que será estudado posteriormente
– desenvolveram uma escrita silábica para represen- b) o nomadismo típico dos povos caçadores e coletores.
tar sua língua falada, método adotado também por c) a Revolução Neolítica.
outros povos e que levou à criação dos alfabetos.
d) a Revolução Urbana e a formação dos impérios
teocráticos.
Quem conhecia a escrita?
e) a formação de religiões monoteístas.
O seu conhecimento estava na mão de poucos.
Estes eram os escribas: funcionários da administra- `` Solução: C
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ção que possuiam o domínio da escrita para organizar Justificativa: A Revolução Neolítica foi fator decisivo pelo
as transações comerciais. A escrita era um poder fato de significar o surgimento da agricultura, rompendo

6
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com a dependência do homem sobre as forças naturais. A
B
Além do que a alternativa “a” é relativa ao Paleolítico e as C
D
outras são consequências da Revolução Neolítica. E

A 1. Supõe-se que as pinturas rupestres no Paleolítico tinham


B um significado mágico porque:
C
D
E
a) expressavam o culto aos deuses.
1. Como podemos definir a Pré-História? b) expressavam o apego pela arte.
2. Como podemos conhecer esse período? c) expressavam deuses antropozoomórficos.
3. Qual é o papel da Arqueologia no estudo da Pré- d) possuíam um caráter expressionista.
História?
e) ao representar cenas de caça e animais, os homens
4. Por que nem todo fóssil ancestral do homem interessa primitivos desejavam sucesso na caça.
para o estudo da Pré-História?
2. (UFRGS) Entre as fontes de pesquisa da Pré-História
5. Qual a periodização da Pré-História? da humanidade pode-se citar:
6. Quais os critérios usados para a divisão da Pré-História? I. Restos de fósseis de seres que se assemelhariam
7. O que foi o processo de hominização? ao homem.

8. O que é o Paleolítico e quais foram as suas características? II. Instrumentos produzidos com pedras e ossos en-
contrados em sítios arqueológicos.
9. O que é nomadismo?
III. Pinturas e desenhos encontrados em cavernas e
10. Qual destes animais não poderia ter convivido com o rochas.
homem pré-histórico?
Quais são as corretas?
a) Dinossauros.
a) Apenas I.
b) Cachorros.
b) Apenas II.
c) Cavalos.
c) Apenas III.
d) Elefantes.
d) Apenas II e III.
e) Gaivotas.
e) I, II e III.
11. O que foi o período Neolítico?
3. Por que podemos apontar a caça e a linguagem como
12. Quais as características do Neolítico? fatores culturais do processo de hominização, e não o
13. O que foi a Revolução Agropastoril? bipedismo?

14. O que significa o sedentarismo? 4. O que representa o Mesolítico sob o ponto de vista
material?
15. O que foi a Idade dos Metais?
5. (UFRGS) Em relação ao período Paleolítico, é incorreto
16. Caracterize as mudanças ocorridas na Idade dos Metais. afirmar que:
17. O que foi a Revolução Urbana? a) sua base econômica assentava-se nas atividades
18. Marque a alternativa com a afirmação correta. de caça, pesca e coleta.

a) A escrita existe desde que o homem existe – é a b) o controle do fogo, durante o período, diminuiu, em
sua forma básica de expressão. parte, a dependência do homem ao meio natural.

b) A escrita foi criada para melhor administrar o ex- c) os grupos humanos do período eram nômades e
cedente. possuíam uma economia coletora de subsistência.

c) A escrita foi criada para verter da linguagem os mo- d) a agricultura, a criação de animais e atividades ar-
mentos diletantes do ser humano. tesanais como a fiação e a cerâmica caracterizavam
o período.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) o matriarcado era a forma comum de organização
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e) Todas as alternativas estão erradas. social.

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6. (Elite) Quando pensamos na etapa mais remota (e uma

Autor desconhecido.
das mais duradouras) da humanidade, o Paleolítico,
podemos assinalar um erro ao afirmar que:
a) a mulher – segundo alguns especialistas – não so-
fria a diferenciação de gênero tão acentuada que
conhecemos hoje.
b) o trabalho era destinado à troca mercantil e acúmu-
lo de riquezas.
c) a produção do homem do Paleolítico direciona-se à
subsistência do mesmo.
d) era dedicado ao trabalho apenas o tempo suficiente
à obtenção dos mantimentos necessários ao grupo.
e) tal período confere à humanidade a invenção genial
de um autor desconhecido: a roda.
7. Por que a pedra polida representa um avanço tecnoló-
gico em relação à pedra lascada?

Caricatura de Charles Darwin: uma crítica à


teoria da evolução das espécies.

Com base em tal debate, responda as seguintes


8. O que somos? Para onde vamos? Estas são pergun- perguntas:
tas fundamentais, com as quais o homem sempre a) O que quer dizer a caricatura feita sobre Da-
se deparou ao longo da História. Suas respostas rwin apresentada acima?
foram várias. E muitas conclusões estão (e sempre
estarão) em aberto sobre essas perguntas. Porém, b) A Teoria da Evolução das Espécies prega que
quando o assunto é de onde viemos, a questão muda o homem veio do macaco? Justifique.
de parâmetro.
No século XIX, o cientista inglês Charles Darwin ela- 9. (UFRGS) Recentemente, no estado americano de
borou a Teoria da Evolução das Espécies. Segundo Arkansas, a Teoria da Evolução elaborada por Charles
ele, o homem, assim como todos os animais, seria Darwin foi retirada dos currículos e teve proibida a sua
fruto de uma evolução gradual e contínua. As ino- utilização. Não obstante, os estudos paleontológicos,
vadoras teses de Darwin entraram em choque com antropológicos e arqueológicos vêm possibilitando
outra corrente explicativa da origem do homem, o avanços na compreensão do período da Pré-História,
Criacionismo. Segundo os criacionistas, o homem foi confirmando a existência de um longo período em que
fruto da criação de Deus tal qual nos relata a Bíblia. ocorreu o processo de hominização. Sobre esse pro-
Embora os criacionistas não estejam amparados na cesso, analise as afirmações abaixo.
ciência, e sim na religião, eles foram severos críticos
I. As mais antigas formas de vida humana registra-
das teses darwinistas.
das pela Paleontologia denominam-se hominídeos,
A polêmica Evolucionismo X Darwinismo é algo que como comprovam os achados dos fósseis identifi-
se arrastou até o século XX. Em 1925, nos EUA, ocor- cados como Australopithecus, Pithecantropos, Si-
reu o famoso caso John Scopes, nome do professor nantropus, entre outros.
de História Natural que foi julgado e condenado por
II. Os fósseis demonstram que, no curso evolutivo da
ensinar a Teoria da Evolução das Espécies – algo que
humanidade, mais de um milhão de anos antes de
era proibido por lei no estado do Tennessee (e em
surgir o Homo sapiens, existiram várias espécies a
outros estados norte-americanos também) – retra-
caminho da humanização, e as mudanças físicas
tado no filme Herdeiros do Vento.
ocorridas ao longo de centenas de milhares de anos
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propiciaram sua adaptação a qualquer ambiente.

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III. As evidências arqueológicas indicam que a espécie c) como tantas outras invenções teve origem na Chi-
humana não nasceu pronta, nem física nem cultu- na, donde se difundiu até atingir a Europa e, por
ralmente. Necessitou de um enorme período de último, a América.
tempo para desenvolver um conjunto de habilida-
d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Próximo
des técnicas e de conhecimentos que lhe permitis-
(Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Índia e China) e na
se elaborar instrumentos de trabalho e utensílios.
América (México e Peru).
Quais estão corretas?
e) de todas as invenções fundamentais, como a cria-
a) Apenas I. ção de animais, a metalurgia e o comércio, foi a que
menos contribuiu para o ulterior progresso material
b) Apenas II.
do homem.
c) Apenas III.
13. (UFRGS) A chamada Revolução Urbana foi antecedida
d) Apenas II e III. pelos avanços verificados no período Neolítico, a saber:
e) I, II e III. a sedentarização das comunidades humanas, a domes-
ticação de animais e o surgimento da agricultura. Porém,
10. No período Neolítico (10 000 a.C. - 4 000 a.C.), a socie- há cerca de cinco mil anos ocorreram novos avanços,
dade conheceu importantes transformações exceto: quase simultaneamente, em pelo menos duas regiões
a) o início do processo de sedentarização. do Oriente Próximo: na Mesopotâmia e no Egito.

b) a passagem do estado de selvageria para a barbárie. Assinale a única alternativa que não corresponde a
transformações ocorridas nesse período.
c) o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio.
a) Diversificação social: ocorreu o surgimento de uma
d) a transição para uma economia coletora, pescadora elite social composta por sacerdotes, príncipes e
e caçadora. escribas, diretamente ligada ao poder político e
e) a utilização de animais como força complementar afastada da tarefa primária de produzir alimentos.
a do homem. b) Expansão populacional: verificou-se o surgimento
11. Entre as transformações características da passagem de grandes cidades, densamente povoadas, espe-
da Pré-História para o período propriamente histórico, cialmente na região mesopotâmica.
destaca-se a formação de cidades em regiões de: c) Desenvolvimento econômico: a economia deixou
a) solo fértil, atingido periodicamente pelas cheias dos de estar baseada somente na produção autossufi-
rios, permitindo grande produção de alimentos e ciente de alimentos para basear-se na manufatura
crescimento populacional. especializada e no comércio externo de matérias-
primas ou de manufaturados.
b) difícil acesso, cuja disposição do relevo levantava
barreiras naturais às invasões de povos que viviam d) Descentralização político-econômica: o controle
do saque de riquezas. econômico passou a ser feito pelos poderes locais,
sediados nas comunidades aldeãs, que funciona-
c) entroncamento de rotas comerciais oriundas de pa- vam como centros de redistribuição da produção.
íses e continentes distintos, local de confluência de
produtos exóticos. e) Surgimento da escrita: foi uma decorrência do au-
mento da complexidade contábil. Serviu inicialmente
d) riquezas minerais e de abundância de madeira, para controlar as atividades econômicas dos templos
condições necessárias para a edificação dos pri- e palácios, mas depois teve profundas implicações
meiros núcleos urbanos. culturais, como o surgimento da literatura.
e) terra firme, distante de rios e de cursos d’água, com 14. Qual a relação entre o papel do trabalho e o processo
grau de salubridade compatível com a concentra- de hominização?
ção populacional.
15. A Revolução Neolítica pôs fim ao modo de vida nô-
12. (Fuvest) Sobre o surgimento da agricultura – e seu uso made?
intensivo pelo homem – pode-se afirmar que:
16. “A agricultura foi o primeiro grande salto produtivo do
a) foi posterior, no tempo, ao aparecimento do Estado homem”. Analise essa frase.
e da escrita.
17. (Elite) Observe o gráfico abaixo.
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b) ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia)


e daí se difundiu para a Ásia (Índia e China), Europa
e à partir desta para a América.
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O gráfico demonstra as mudanças populacionais da
humanidade ao longo do tempo. Baseado nos dados
apresentados e em seus conhecimentos, responda:
a) Que representam os pontos A e B?
b) De modo geral, quais as principais mudanças que
ocorreram de A para B? Como elas se explicam?
c) Haveria uma característica comum entre ambos
que justifica a comparação?

18. Aprendemos neste módulo que até a escrita tem


história: seu surgimento está inserido num contexto
específico cuja função não era expressão artística e
sim o controle administrativo. Com base nesse tema
responda as perguntas a seguir:
a) Qual a diferença entre escrita e linguagem?
b) É possível haver linguagem sem escrita ou vice-
versa?
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