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LETIVA
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‘SABIAGUABAM
Mmeuraman:
MANIFESTO PELA
PRESERVAGAO DA VIDA
LITERATURA DE CORDEL
Rouxinol do Rinaré Edigdes / Capa: Eduardo Macedo / Fortaleza-CE, julho de 2020~ OBRA COLETIVA 4
“SABIAGUABA, MEU AMOR!
MANIFESTO PELA
PRESERVAGCAO DA VIDA
Fortaleza esta ouvindo
mata um grande clamor,
Sabiaguaba gritando:
“Alguém pare esse trator!”
Enquanto o clarim da morte
Anuncia a suc sorte,
Sob a sombra do valor.
Disse um sdabio do passado
Num addgio verdadeiro
Que ao secar o ultimo rio
Com 0 caos no planeta inteiro
E 0 ultimo peixe morrer
O homem vai entender
Que nao se come dinheiro.
E a cada drvore tombada
Vemos 0 caos ter inicio.
Por interesses escusos
Se faz, com vil artificio,
Desmatamentos insanos
Deixando bichos e humanos
A beira do precipicio!
—+ G4. 01 @-—Sabiaguaba, um recanto
De encantamento e beleza.
Sua biodiversidade
De incontestdavel riqueza
Esta pedindo pra gente
Se mobilizar urgente
E fazer sua defesa.
A reserva vem sofrendo
Impactos ambientais;
E vitima das ambicgdes
Dos donos dos capitais
Que devoram sem limites
Com medonhos apetites
As reservas naturais.
Salvemos Sabiaguaba
Ea vida na regido,
Salvemos a sud fauna
E sua vegetacao;
Cuidemos de sua imagem,
Do seu clima, da paisagem,
Da sua populagao.
A nossa Sabiaquaba
Merece ser preservada.
A sua beleza infinda
Jamais deve ser trocada
Pelo concreto sem vida,
Tendo a mata destruida
Nao lhe sobrard mais nada.
+ 02 2+—Lutemos enquanto ha tempo
Contra o capital perverso
Que destrdi tudo que é belo,
Vilao na gandncia imerso
Tornando o mundo mais pobre
E nao tem nada de nobre,
Eu asseguro em meu verso.
Ceara, Terra da Luz,
Palco do grande progresso
De abolir a escravatura
Antecipada, um sucesso
Que até hoje nos dé fama,
Nao sera lancado 4 lama
Podre desse retrocesso.
Aqui nado aceitaremos
Despreziveis coprocratas
Que na calada da noite
Tramam contra nossas matas.
Vildes que “passam boiada”
Por sobre a gente arrasada,
Brandindo suas chibatas.
Enquanto a COVID assola,
Especialmente os mais pobres,
E de todos os jornais
Ocupa os hordarios nobres,
Os servos do capital
(Politicos vis, sem moral)
Tratam de ganhar seus cobres.
+4 03 1+Sabiaguaba é do povo,
Nao é de um dono s6,
Eorim de Fortaleza
Junto ao Parque do Cocé
Que é o nosso pulmdo,
E os dois juntos, entdo,
Sao os alvos do "mocé”.
O pedaco encomendado
Pra fazer loteamento
E um ponto mui sensivel
Qualquer empreendimento
Feito ali na regiao
E uma devastacao,
Nao existe fundamento.
Sado uns cinquenta hectares
Equivalents a cinquenta
“Campinhos” de futebol -
Cento e vinte por noventa
~— Medidas do Castelao.
Essa vil aberracdo,
O bioma nao aguenta
A historia foi assim:
No fim do ano passado
Acamara vota o projeto
Que lhe foi apresentado
Tentando mexer no mapa
Tirando de fora da AP,
O pedaco encomendado.
ot 04 ueRoberto Claudio, o prefeito,
Aquele da motosserra,
Assina a toque de caixa
Em sua crenca se aferra
De que isso 6 um progresso.
Coclns vida, réu ee,
Faz declaragdao de guerra.
E agora, espertamente,
Da uma de jodo-sem-braco.
Aprovou no tal conselho,
Sem o menor embarago,
Escancarando a porteira
Nessa tola “brincadeira”
No povo quer dar um trago.
De quem é a encomenda?
Todo mundo quer saber!
Quem estd por tras de tudo,
Quem foi que mandou fazer?
Revelamos essa trama,
Nao é fake, nem é drama,
Endo é “ouvi dizer”.
A empresa que iria
Fazer o loteamento
Ecocida é uma tal
BLD empreendimento
Representante legal
E oasta Barros Leal,
Como informa o documento!
+G4 05.20Ja no setor de urbanismo
Na SEUMA, da Prefeitura,
A Dona Marina Hissa
Aprovou "na caradura”
O seu setor deu o aval,
E a Cémara Municipal
A empreitada assegura.
E essa Hissa é parceira
Doutra empresa do setor
Da tal Dibra Dias Branco
Que tem um outro vetor
Com a BLD citada
No Cocé foi derrotada
Com a turma do trator.
Essa turminha é aquela
Que tentara construir
Sobre a dunas do Cocé,
Sem ligar em destruir
O nosso meio ambiente,
Sendo necessario, urgente,
O IBAMA interferir.
Pois é, se juntam de novo
Na nossa Sabiaguaba.
Nao gostam de sabia,
O dinheiro ¢ sua aba,
Essa loucura sem cura,
Junto com a prefeitura
Nossa natureza acaba.
6x 06 1-—Dessa vez elas contavam
Com a tal da pandemia.
Nao estavam esperando
Era essa gritaria
Contra esse ecocidio,
Um verdadeiro suicidio
Que a todos levaria.
Tivemos varias vitérias,
Mas ainda parciais.
La no ministério publico
E nos érgdos federais:
No IPHAM e no IBAMA,
Temos que manter a chama
Para as calhas finais.
Vamos exigir justica,
Mas nao vamos esperar
Pela justica parados;
Temos que agilizar
Outras mobilizacées
Pra aumentar as pressées
E a esse crime barrar.
Via redes sociais
Nos mantermos informados
E com a populacao
Muito bem articulados.
Abatalha é minha e sua,
Sabemos que é da “rua”
Que virdo os resultados.
—- ou 07 1-—Eis a oportunidade
Para ser, entao, criado
O conselho da cidade,
Quicd também do estado,
Pra fazer o contraponto
Com essa ruma de tonto
No poder encastelado.
Venha se juntar a nés
Salvemos a humanidade,
Pois toda a vida depende
Da biodiversidade.
Abaixo a especulacao,
A industria da construcao
Que arrasa nossa cidade.
ALuta que se inicia
Na dimensao regional
Logo ganha envergadura
E abrangéncia nacional.
Salvemos Sabiaguaba
Da sanha que tudo acaba
Em nome do vil metal.
Poetas do povo unidos
Ao povo que vencera
Sabiaguaba, esse parque
Tesouro do Ceara
Jamais sera devastado,
La sera sempre ecoado
O canto do Sabid!
+t FIM e+