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Época Arcaica:
Época Clássica:
Época pós-Clássica:
Subdivide-se em 2 grupos:
1) 230 a 295
2) 395 a 530
Época Justiniana
530 Justiniano (imperador do Oriente) encarregou Triboniano de elaborar
os Digesta seu Pandectae.
Em síntese:
Fontes
Ius Civile Ius Praetorium
• As leis • Poder jurisdicional do pretor
• Os plebiscitos reflectido no Edictum
• Os senatus consultus
• Actividades dos jurisconsultos Espécie de programa de normas
• As constituições imperiais e casos a que os sucessivos
• A jurisprudência pretores urbanos outorgavam
• O costume protecção jurídica
Conteúdo e espírito
Ius Praetorium
Ius Civile • Flexível, amplo, sem grandes
• Rígido, inflexível e formalista formalidades e adaptando-se aos
casos concretos
Modos de operar
Ius Civile Ius Praetorium
• A eficácia é automática e • Defende a autoridade
imediata. Primeiro surge o direito e jurisdicional do pretor. O direito
só depois surge a acção que o visa só surge com a criação da
proteger respectiva acção
Ius Honorarium É o direito introduzido pelos Edicta de alguns
magistrados (pretor, edis curuis e governadores das províncias).
Os ius honorarium quase se confunde com o ius praetorium pois o
direito dos outros magistrados é pouco significativo.
Ius Honoraium
Ius Praetorium
FONTES DO IUS CIVILIS: (fontes do Direito)
• FONTES EXSISTENDI: são os órgãos que produzem as normas
jurídicas:
- o povo;
- os comícios;
- os consílios da plebe;
- o Senado;
- alguns magistrados;
- o Imperador;
- os Jurisconsultos.
• FONTES MANIFESTANDI: são os modos de formação das normas
jurídicas:
- o costume;
- a Lex Rogata;
- o Plebiscito;
- o Senatus cônsul;
- o Edictum dos magistrados;
- a Constituição Imperial;
- o Responsum dos Jusrisconsultos.
• FONTES COGNOSCENDI: são os textos que contém as normas jurídicas,
como é o caso do Corpus Iuris Civilis.
NOTAS CARACTERIZADORAS:
função suplente: só quando não houvesse lei imperial que desse resposta,
se recorria ao costume
USUS: é o simples hábito de agir sem qualquer obrigatoriedade, não é
portanto costume.
LEX PÚBLICA LEX ROGATA (rogada, pedida): é aquela que é proposta por
um magistrado à assembleia comicial a
que preside, depois de aprovada é
referendada pelo Senado.
LEX DATA: é dada por um magistrado no uso de
faculdades conferidas pelos comícios
contendo normas de Direito
Administrativo.
LEX PRIVADA: é a convenção que acompanha e se propõe disciplinar um
acordo entre particulares.
FUNÇÕES:
1. RESPONDERE: consistia em resolver casos práticos através de
pareceres (os responsa) dados a particulares ou a
magistrados;
2. CAVERE: traduzia-se no aconselhamento a particulares quanto à
força de realizar negócios jurídicos;
3. AGERE: aconselhamento de particulares em matéria processual.
1. ACTIO CIVILIS: é outorgada pelo IUS CIVILIS, está prevista no ius civile
para protecção de direitos aí reconhecidos;
2. ACTIO HONORARIA: concedida por magistrados podendo ser:
• ACTIO PRAETORIAE: se concedida pelo pretor;
CARACTERÍSTICAS:
DIREITOS REAIS DIREITOS PESSOAIS OU DE CRÉDITO
• podem ser invocados contra • só podem ser invocados contra
qualquer pessoa; quem contrair a obrigação ou
seus herdeiros;
• são direitos de domínios sobre • a sua satisfação depende da
uma coisa, podendo as suas cooperação do sujeito passivo,
faculdades serem realizadas sem isto é, do devedor;
a cooperação de terceiros,
bastando os actos de domínio do
titular do direito;
• a obrigação correspondente é • ao direito de crédito tanto lhe
universal (recai sobre toda e podem corresponder obrigações
qualquer pessoa) e de conteúdo do conteúdo positivo (maior
negativo (consiste num non parte dos casos) como
facere, numa abstenção) obrigações de conteúdo negativo
ou de abstenção.
ACÇÃO DE BOA FÉ
IN IURE
APUD IUDICEM
É presidida por uma juiz privado a quem incumbia emitir uma opinião,
a SENTENTIA, sobre o litigio depois da provadas ou não os factos alegados
pelas partes.
CONCLUSÃO:
Através do processo das fórmulas, o pretor pode proteger situações
não previstas pelo IUS CIVILE. Assim, ao lado das ACTIONES CIVILES, surgiram as
ACTIONES PREATORIAE que tornaram possivel o extraordinário desenvolvimento do
direito romano.
RESPOSTA:
O negócio celebrado consistia numa STIPULATIO que era um negócio de
direito estrito e que, por isso, era plenamente válido e eficaz à luz do IUS
DOLUS MALUS (DOLO MAU): é outro vício da vontade que consiste numa astúcia,
falácia ou maquinação utilizada para iludir ou enganar
alguém. Trata-se de artifícios de que uma pessoa se serve
para enganar outra, para que manifeste a sua vontade num
determinado sentido, que a saber a verdade manifestaria
ou declararia de forma diferente.
O DOLO compreende dois momentos:
1. o conhecimento da actividade fraudulenta;
2. a decisão ou propósito de realizar essa actividade.
NOTA: Não confundir o DOLO MAU com o DOLUS BONUS (DOLO BOM) que é a mera
habilidade ou engenho que traduz o comportamento normal de um homem
na decisão/conclusão dos negócios, não produzindo efeitos jurídicos (sendo
juridicamente irrelevante).
RESPOSTA:
No presente caso também se verificava o requisito da causa
justificativa, pois Petronius celebrou a STIPULATIO sob coacção. De facto, ele
apenas manifestou a sua vontade porque foi vítima de uma ameaça
contrária ao direito grave e actual. Assim, podia ser outorgada a favor de
Petronius uma RESTITUTIO IN INTEGRUM OB METUM que teria como consequência o
não reconhecimento de efeitos à STIPULATIO celebrada.
NOTA !
Antes de passar ao direito das obrigações ver MISSIO IN POSSESSIONEM
(pág. 435 do Volume I) e INTERDICTUM (pág. 438, 439 e 441 do Volume I)
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
CASO PRÁTICO 2
Em 105, Alfenus, paterfamilias romano, deu em locação a Celsus,
também paterfamilias, um fundus (terreno). Como Celsus era uma pessoa
com dificuldades económicas, convencionaram que a retribuição não seria
paga em dinheiro mas através de favores sexuais que a esposa de Celsus,
Agripina, prestaria a Alfenus. No momento do pagamento, Alfenus reclamou
os favores de Agripina, mas esta recusou. Achando que o seu direito estava
a ser violado, Alfenus recorreu ao pretor para o efectivar. QUID IURIS? (Qual a
solução jurídica?)
RESPOSTA:
O comportamento que Celsus se obrigou a realizar perante Alfenus
acabaria por reduzir a sua uxor (esposa) à condição de prostituta e a
prostituição era profundamente reprovada pela moralidade romana. Assim
sendo, não estava preenchido um dos requisito de validade a que deveria
obedecer o objecto ou conteúdo da obrigação, e que era a sua licitude, ou
seja, a conformidade ao direito e à moral. Deste modo, sendo a obrigação
inválida, o seu cumprimento não poderia ser exigido e o pretor nunca
poderia atender a pretensão de Alfenus.
O objecto da obrigação para ser válido deve obedecer a certos
requisitos. Actualmente, veja-se o art. 280º do Código Civil.
DELITOS.
QUASE CONTRATOS: eram actos lícitos que, sendo unilaterais, não são contratos;
DELITOS: eram actos ilícitos já tutelados pelo ius civile e gerando obligationes
civiles.
QUASE DELITOS: eram actos ilícitos tutelados pelo IUS PRAETORIUM (pertencendo ao
ius praetorium) e que implicavam para o seu autor o pagamento de
uma pena.
CONTRATOS: à fase inicial do Direito Romano, corresponde a ideia de que as
obrigações só podiam surgir da prática de um dos actos solenes
rigidamente fixados pelo IUS CIVILE e que a vontade das partes não
podia alterar. Mais tarde, começou a surgir a importância da
vontade das partes. Depois desta evolução, pode definir-se o
CONTRATO como um acordo de vontades de duas ou mais pessoas que,
obedecendo a esquemas fixados pelo IUS CIVILE, visa constituir uma
relação jurídica obrigacional. + Contrato como acordo de duas ou
mais pessoas dirigido à produção de efeitos jurídicos. É uma
convenção de que nascem obrigações e os correspondentes direitos
de crédito.
ELEMENTOS DO CONTRATO:
CONTRARIA.
CONTRATOS comodato…
e no DEPÓSITO.
1. REAIS: são aqueles contratos para os quais o acordo entre partes não
basta para que produzam efeitos jurídicos. Para isso é também necessária a
prática de um certo acordo material em relação à RES a que o contrato diz
respeito. Esse acto material era, numa primeira fase, apenas de
transferência da propriedade da RES (DATIO). Nas INSTUTUCIONES DE JUSTINIANO, o
referido acto já se caracteriza pela transferência da propriedade (DATIO), pela
transferência da posse (TRADITIO) ou mesmo da simples detenção da RES para
a realização da finalidade do contrato.
CASO PRÁTICO 3
Em 18 de Fevereiro de 552, Appius, paterfamilias romano, deu a Caius
5 mil sestércios, comprometendo-se este a restituir-lhe tal quantia no prazo
de um ano. Estabeleceram também que Caius pagaria juros de 6%. Em 19
de Fevereiro de 553, Caius ainda não pagara qualquer quantia a Appius.
Este pretende saber o que fazer. QUID IURIS?
POR UMA CIDADE e do EMPRÉSTIMO MARÍTIMO conhecido por FOENUS NUATIEUS. Portanto, a
obrigação de juros que recaía sobre Cauis, não se tratando de uma dos
casos de mútuo oneroso, não resultava do próprio contrato de mútuo, mas
de uma relação autónoma inicialmente criada por uma STIPULATIO USURARUM e a
partir da época Pós-Classica, como se passa no nosso caso, originada por
um contrato literal. Para tutelar o cumprimento da obrigação de juros,
Appius devia lançar mão não da actio certae creditae pecuniae, que servia
apenas para pedir a restituição do capital – os 5 mil sestércios, mas sim da
ACTIO AUTÓNOMA proveniente da relação acessória que gerou a obrigação de
juros. A estipulação de juros em 6% era válida, pois esse era o limite
máximo permitido na época Justinianeira (nos finais da República, esse
limite era de 12%. Sobre os limites actuais dos juros no mútuo civil, veja-se
o art. 1146º do Código Civil).
Em suma, Appius devia intentar contra Caius uma actio certae creditae
pecuniae para que lhe fosse restituído o capital e uma outra acção para que
lhe fossem pagos os juros.
CASO PRÁTICO 4
Em 28 a.C., Mauricius, paterfamilias romano, teve de se ausentar da
sua residência em Pavia para tratar de negócios no Oriente. Como vivia
sozinho, durante a sua ausência confiou ao seu amigo Laurencius um touro
de que era proprietário para que Laurencius o guardasse. Laurencius
aceitou o encargo atendendo à enorme amizade que existia entre os dois.
a) Quando regressou, Mauricius constatou que Laurencius num aceso
de fúria tinha matado o touro e pretende responsabilizar o amigo. QUID
IURIS?
Suponha agora que Laurencius usara o touro como besta de carga durante
o período de ausência de Mauricius, poderá este reagir?
CASO PRÁTICO 5
Em 470, Pompilius, paterfamilias romano, viu a sua casa ser destruída
por uma inundação. Chocado com a situação, o seu amigo Rufus, de
imediato disponibilizou uma moradia de que era proprietário e que estava
desocupada, para que Pompilius e a sua família para lá fossem habitar até
ao fim do inverno. Alguns meses depois, Rufus descobriu que, na realidade,
Pompilius estava a explorar na sua casa um estabelecimento de vinhos e de
petiscos, que muito contribuía para a degradação do imóvel.
a) Teria Rufus o direito de reagir contra tal conduta de Pompilius?
b) E se a casa de Rufus tivesse sofrido avultados danos decorrentes de
uma tempestade, danos esses que tinham sido reparados por Pompilius?
CASO PRÁTICO 6
Suponha que em 14 a.C., Basílius vendeu um cavalo a Tigelinus por 4
mil sestércios. Para espanto do comprador, quando este já estava na posse
da res, Valerius opôs-lhe, com êxito, uma sentença, na qual se reconhecia
que era ele o verdadeiro proprietário do cavalo.
a) Como poderia Tigelinus reagir?
b) Adstringindo da titularidade do direito de propriedade sobre o
cavalo, como poderia Tigelinus reagir se alguns dias após a compra
descobrisse que o cavalo sofria de uma doença oculta que o tornava inútil
para qualquer finalidade?
c) Suponha agora que não tendo qualquer doença, o cavalo morria
fulminado por um raio antes de o preço ser entregue ao vendedor. QUID
IURIS?
RESPOSTA
a) O contrato de compra e venda é um contrato bilateral, surgindo
obrigações para ambas as partes. Enquanto um dos contraentes não
realizar a sua prestação, não pode exigir ao outro a realização da sua.
RESPOSTA
Verificam-se os elementos essenciais do CONTRATO DE LOCAÇÃO de «coisa»
(LOCATIO-CONDUCTIO REI) A locação é um contrato consensual em que uma
pessoa se obriga para com a proporcionar-lhe o gozo temporário de uma
res ou a prestar determinados serviços ou a realizar uma obra, mediante o
pagamento de uma renumeração (merces). A diversidade de fins levou a
romanística a distinguir 3 contratos diferentes: locação de coisa (locatio-
conductio rei), de trabalho (locatio-conductio operarum, em que o locator se
obriga a pôr a sua actividade laboral à disposição do conductor durante um
certo tempo, mediante o pagamento de uma renumeração, a merces) e de
obra (locatio-conductio operis em que o locator deve entregar a res ao
conductor para realizar a obra acordada e pagar-lhe a merces como
retribuição. Por sua vez, o conductor deve executar essa obra com
correcção e entregá-la no prazo acordado ou, se não foi fixado, no
tempo normalmente utilizado para a realizar).
CASO PRÁTICO 8
Em 146 a.C., Iulianus, Paulus e Ceptinius acordaram entre si explorar
um estabelecimento de petiscos situado em Ravena. Iulianus cedeu o
prédio, de que era proprietário, onde o estabelecimento foi aberto; Paulus
contribuiu com os utensílios de cozinha e algum dinheiro; Ceptinius ficou
encarregado de cozinhar e de atender os clientes. Convencionaram que
todos os ganhos seriam repartidos pelos três em partes iguais, mas que
eventuais perdas seriam partilhadas na proporção de ¼ para Iulianus, ¼
para Paulus e metade para Ceptinius.
a) O negócio revelou-se um fracasso, tendo originado perdas de
enorme montante. Ceptinius pretende que todos respondam por elas na
mesma medida. Terá razão?
b) Algum tempo depois da abertura do estabelecimento, Paulus
comprou a Celestinus 10 porcos cuja carne se destinava ao consumo dos
clientes. Como nunca foi pago o preço acordado, Celestinus pretende
demandar os três empresários. QUID IURIS?
RESPOSTA
a) O acordo celebrado pelos três amigos traduz-se num CONTRATO DE
No nosso caso, foi apenas Paulus quem assumiu obrigações para com
Celestinus, só aquele podendo ser responsabilizado. Só muito mais tarde,
na Época Justinianeira, veio a ser possível demandar os outros sócios se
estes obtiveram um enriquecimento. Eventualmente, Paulus poderia tentar
ceder aos outros sócios a sua parte de responsabilidade pela dívida, visto
que actou como gestor de negócios ou mandatário.
CASO PRÁTICO 9
Tulius, paterfamilias romano, adoeceu repentinamente. Ficou, assim,
impossibilitado de se deslocar a uma localidade longínqua para vender
azeite, tal como normalmente fazia para ganhar a vida. Por isso, pediu ao
seu velho amigo Pomponius que este fosse vender a mercadoria na sua vez.
Pomponius aceitou de imediato. O que Tuluis ignorava é que Pomponius
com a idade perdera as suas qualidades de grande negociante e foi com
estupefacção que veio a saber que aquele em quem tinha confiado vendera
o azeite por um preço muito inferior ao que era praticado normalmente.
a) Poderia Tulius reagir? Se sim, como?
b) Suponha que o azeite estava completamente rançoso e o
comprador pretende reagir. Como deverá actuar?
RESPOSTA (ver pág. 80 do Volume II)
a) Tulius celebrou com Pomponius um MANDATO, estando presentes todos os
elementos deste negócio. O mandato é um contrato consensual e bilateral
imperfeito e no qual uma pessoa (mandante) encarrega outra (mandatário)
de realizar uma determinada actividade no interesse do mandante, de um
terceiro, ou destes e do mandatário, que se obriga, por sua vez, a realizá-la
gratuitamente. É um contrato do ius gentium, de boa fé e inspira-se na
confiança das partes.
ELEMENTOS DO MANDATO:
CASO PRÁTICO 10
Maevius, paterfamilias romano, surpreendeu Natarius a retirar várias
galinhas da capoeira do quintal de sua casa, colocando-as numa carroça.
Indignado, Maevius recorreu ao pretor. QUID IURIS?
RESPOSTA
A actuação de Natarius ao subtrair da capoeira de Maevius as galinhas
de que este era proprietário, com clara intenção de se apoderar delas, pois
estava inclusivamente a colocá-las na sua carroça, constitui um FURTO.
O FURTO constitui no apoderamento fraudulento com vista à obtenção de
uma coisa, do seu uso ou posse ou ainda de um lucro. Para a sua
verificação tinham de estar preenchidos dois elementos:
1. um elemento OBJECTIVO: a chamada CONCRECTATIO REI;
No nosso caso, o FURTO era manifesto, o que numa primeira fase, podia
conduzir à aplicação de açoites e à entrega do autor ao lesado, ou até se
aquele fosse escravo, à sua morte por despenhamento da rocha tarpeia.
Mais tarde, a crueldade das penas corporais levou a que fosse criada uma
ACTIO FURTI MANIFESTI, fixando a pena pecuniária no quádruplo do valor da res.
Se o furto fosse não-manifesto, o autor era condenado ao pagamento
do dobro do valor da res. O furto era um delito, ou seja, um acto ilícito que
ofende um indivíduo e é punido com uma pena pecuniária, sendo outra das
fontes das obrigações previstas nas INSTITUIÇÕES DE JUSTINIANO.
No caso vertente, Maevius devia intentar a ACTIO FURTI MANIFESTI para que
Natarius fosse condenado ao pagamento da pena devida. Mas isto não
impedia que também intentasse as acções competentes no sentido de lhe
serem restituídas as res furtadas ou de lhe serem ressarcidos danos
causados, pois a ACTIO FURTI era acumulável com outras acções derivadas do
mesmo delito.
CASO PRÁTICO 11
Em 237, Glauco, paterfamilias romano, dirigiu-se a casa de Pelius, com
quem tinha relações pessoais difíceis com o objectivo de lhe dar uma
descompostura. Tendo batido várias vezes à porta, sem que fosse atendido,
apercebeu-se de que Pelius estava lá mas fingia que não.
a) Revoltado e enfurecido, Glauco partiu a pontapé uma estatueta que
ornamentava o jardim de Pelius. Este pretende saber como reagir.
b) Suponha agora que Glauco ao invés de partir a estatueta tinha
agredido violentamente Pelius, causando-lhe várias fracturas e tinha ainda
libertado da capoeira todas as galinhas de Pelius, que, assim, fugiram. QUID
IURIS?
RESPOSTA
O dano causado com injúria era um delito regulado pela LEX AQUILIA (287
a.C.). Assim sendo, Pelius podia recorrer ao pretor para que este lhe
conceda uma ACTIO LEGIS AQUILIAE no sentido de ser ressarcido pelos danos
causados, isto é, o correspondente ao maior valor da res nos últimos 30
dias.
Além disso, esta garantia não tinha carácter subsidiário, pois o credor podia
demandar directamente o sponsor sem que tivesse de exigir primeiro o
cumprimento ao devedor principal. A responsabilidade do garante era
contudo solidária, pois se cumprisse a obrigação principal, podia exigir ao
devedor principal e a outros sponsores as correspondentes partes. A SPONCIO
3. Hipoteca (na pág. 174 do Volume II): Garantia real que consiste na
especial afectação de uma res, móvel ou imóvel, ao cumprimento duma
obligatio. É a mais recente das garantias reais e assinala-se, como seu
precedente, a afectação de animais, escravos e instrumentos à obrigação de
pagar a renda (merces).
Ver no Volume II