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Lista 2

MCZB030-17 – Teoria Axiomática dos Conjuntos

1. Mostre que, se α é um ordinal sucessor, então existe um único ordinal β


tal que α = s(β).

2.

(a) Prove que, se β é um ordinal limite e α ∈ β, então s(α) ∈ β.

(b) Conclua que um ordinal possui elemento máximo se, e somente se, é
um ordinal sucessor.
S
3. Sejam α um ordinal e β = α. Mostre que:

(a) se α é um ordinal limite, então α = β;

(b) se α é um ordinal sucessor, então α = s(β).

4. Seja X um conjunto não vazio de ordinais.


T
(a) Mostre que X é o menor elemento de X.

(b) Prove que, se X não possui elemento máximo, então sup X é um ordinal
limite.

5. Prove que, para todo ordinal α, existe um conjunto A de ordinais suces-


sores tal que α = sup A.
6. Sejam (X, 4) e (Y, P) boas-ordens e f : X → Y uma bijeção. Prove que
as seguintes condições são equivalentes:

(a) f é um isomorfismo de ordens;

(b) para todo a ∈ X, tem-se que f [X← (a)] = Y← (f (a));

(c) para todo a ∈ X, tem-se que f  X← (a) é um isomorfismo de ordens


entre X← (a) e Y← (f (a));

(d) para todo a ∈ X, tem-se que X← (a) é isomorfo em ordem a Y← (f (a)).

7. Seja P uma ordem total sobre um conjunto não vazio X.


Dados a, b ∈ X, dizemos que b é sucessor de a se a C b e não existe x ∈ X
tal que a C x C b.

(a) Prove que, se b ∈ X e b0 ∈ X são sucessores de a ∈ X, então b = b0 .

(b) Suponha que (X, P) satisfaz as seguintes condições:

(i) X não possui elemento máximo na ordem P.


(ii) P é uma boa-ordem sobre X.
(iii) Para todo b ∈ X, se não existe a ∈ X tal que b é o sucessor de a,
então b = minP (X).

Prove que (X, P) e (ω, 6) são ordens isomorfas.


[Sugestão. Defina recursivamente uma função ϕ : ω → X que seja um
isomorfismo de ordens.]

(c) Mostre, através de contraexemplos, que o resultado do item (b) seria


falso se qualquer um dos itens (i), (ii) e (iii) fosse omitido.

8. Considere, sobre o conjunto ω 2, a relação 4 definida por

∀f, g ∈ ω 2 (f 4 g ↔ (f = g ∨ (f 6= g ∧ f (∆(f, g)) = 0))),

sendo ∆(f, g) := min{n ∈ ω : f (n) 6= g(n)} para f, g ∈ ω 2 distintas.


(a) Mostre que (ω 2, 4) é uma ordem total que não é uma boa-ordem.

(b) Caracterize os pares (f, g) ∈ (ω 2) × (ω 2) tais que g é o sucessor de f na


ordem 4.

9. Seja ≤ a ordem usual sobre ω. Considere, sobre o conjunto X = ω × 2̄,


as relações binárias 4 e P definidas por

(m, i) 4 (n, j) ↔ (m < n ∨ (m = n ∧ i ≤ j))


(m, i) P (n, j) ↔ (i < j ∨ (i = j ∧ m ≤ n))

para (m, i), (n, j) ∈ X quaisquer.

(a) Verifique que (X, 4) e (X, P) são boas-ordens.

(b) Estas boas-ordens são isomorfas? Se sim, demonstre. Se não, determine


o segmento inicial próprio de uma delas que é isomorfo à outra.

(c) Análogo ao item (b), comparando agora cada uma das duas boas-ordens
com a boa-ordem (ω, ≤).

10. Sejam α e β ordinais.

(a) Mostre que o conjunto (α×{0})∪(β×{1}) é bem-ordenado pela relação


P definida por

 i<j
(ξ, i) P (η, j) ↔ ou
i = j e ξ ≤ η.

(b) Mostre que o conjunto α × β é bem-ordenado pela relação 4 definida


por 
 θ<λ
(ξ, θ) 4 (η, λ) ↔ ou
θ = λ e ξ ≤ η.

11. O objetivo deste exercício é verificar as propriedades recursivas da soma
e do produto de ordinais.

(a) Prove que



 α se β = 0;
α+β = s(α + γ) se β = s(γ);
se β 6= 0 é um ordinal limite.

supγ∈β (α + γ)

(b) Prove que



 0 se β = 0;
α·β = (α · γ) + α se β = s(γ);
supγ∈β (α · γ) se β 6= 0 é um ordinal limite.

12. Para cada ordinal a seguir, obtenha um subconjunto de R que, com a


ordem usual, é isomorfo a esse ordinal.

(a) ω + 1

(b) ω + ω

(c) ω · ω

(d) (ω · ω) + 1

(e) (ω · ω) + ω

(f ) (ω · ω) + ω + 1

(g) (ω · ω) · 2

(h) (ω · ω) · ω

13.

(a) Prove que, para ordinais α, β e γ, tem-se

β <γ → α+β <α+γ


(b) Prove que, se δ é um ordinal limite e γ ∈ δ, então γ + n < δ para todo
n ∈ ω.

(c) Seja α um ordinal. Mostre que existem um único ordinal limite λ e um


único n ∈ ω tais que α = λ + n.

14. Sejam α e β ordinais tais que α ≥ β.

(a) Prove que existe um único ordinal γ tal que α = β + γ.

(b) Mostre, através de um contraexemplo, que pode não existir um ordinal


γ satisfazendo α = γ + β.

15. Sejam α e β ordinais. Considere, sobre o conjunto

Xαβ = {f ∈ β α : {ξ ∈ β : f (ξ) 6= 0} é um conjunto finito},

a relação P definida por

∀f, g ∈ Xαβ (f P g ↔ (f = g ∨ (f 6= g ∧ f (∇(f, g)) < g(∇(f, g))))),

sendo ∇(f, g) = max{ξ ∈ β : f (ξ) 6= g(ξ)} para f, g ∈ Xαβ distintas.

(a) Verifique que P é uma boa-ordem sobre Xαβ .

(b) Nas condições acima, denotemos por αβ o (único) ordinal isomorfo em


ordem à boa-ordem (Xαβ , P).
Mostre que, para quaisquer ordinais α e β, tem-se:

(i) α0 = 1;
(ii) αs(β) = (αβ ) · α;
(iii) αβ = sup{αγ : γ ∈ β} se β 6= 0 é um ordinal limite.
16. Seja (X, ≤) uma ordem linear. Para a, b ∈ X arbitrários, definimos

]a, →[ = {x ∈ X : a < x}
]←, b[ = {x ∈ X : x < b}
]a, b[ = ]a, →[ ∩ ]←, b[.

(a) Verifique que

B = { ]a, →[ : a ∈ X} ∪ { ]←, b[ : b ∈ X} ∪ { ]a, b[ : a, b ∈ X}

é base para um topologia sobre X.

(b) Prove que, no caso em que X é um ordinal e ≤ é a boa-ordem usual


sobre ele, tem-se que o espaço topológico introduzido no item anterior
é compacto se, e somente se, X é um ordinal sucessor.
[Sugestão. Para a recíproca, suponha, por absurdo, que exista um ordi-
nal α tal que s(α) não é compacto. Seja α0 o menor ordinal satisfazendo
tal condição. Tomando uma cobertura aberta de s(α0 ) que não possui
subcobertura finita, obtenha uma contradição.]

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