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Módulo 3

HIDRÁULICA
DE BOMBAS
CENTRÍFUGAS

Centro de Treinamento do Produto


2002
CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS

São representações gráficas que traduzem o funcionamento


das bombas, obtidas em bancos de prova.

INFORMAM VALORES DE:

Vazão;
Altura manométrica;
Diâmetro de rotor;
Rendimento;
Potência consumida
NPSH, etc

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ESQUEMA DE UM BANCO DE PROVA
manômetro medidor de
reservatório
na sucção vazão
de água

motor

válvula

painel de manômetro no
bomba
controle recalque
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BANCO DE ENSAIOS PARA BOMBAS CENTRÍFUGAS

Para a realização de ensaios em bombas, deve-se ter no mínimo


os seguintes equipamentos e instrumentos para diversas
medições:
Freio dinamométrico para medição de potência;
Manômetros de vários tipos, aplicáveis a diversas faixas de
pressão;
Termômetros;
Conta-giros de aplicação direta, ou estroboscópio;
Tubos de Pitot, vertedores, placas de orifício, para medição da
vazão;
Densímetros; viscosimetros;
Voltímetros, amperímetros e watímetros.
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OBTENÇÃO DA CURVA CARACTERÍSTICA

Depois que a instalação da bomba juntamente com os aparelhos


de medição estiverem instalados, procede-se da seguinte forma:

Partimos a bomba e fechamos totalmente a válvula de


descarga, obtendo assim a vazão zero;
Mede-se a pressão diferencial nos manômetros
colocados na sucção e descarga;
Neste ponto teremos a pressão diferencial m áxima,
também chamada de “shut off”;
Transformamos essa pressão em mca;
Neste ponto, fazemos as leituras das medições elétricas
obtidas no painel de controle para determinarmos a
potência consumida e o rendimento
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OBTENÇÃO DA CURVA CARACTERÍSTICA

Faz-se a leitura da rotação;


Já temos o valor da vazão, Q0; da altura manométrica
H0 ; da potência consumida P0 e do rendimento η0,
em uma determinada rotação, geralmente : II , lV , Vl
e Vlll pólos;
Abre-se um pouco a válvula de descarga, otendo assim
uma nova vazão, uma nova altura manométrica, uma nova
potência consumida e um novo rendimento ou seja,
Q1, H 1, P1 e η1

Repete-se esse procedimento diversas vezes, obtendo


novos pontos de vazão, altura manométrica, potência
consumida e rendimento;

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OBTENÇÃO DA CURVA CARACTERÍSTICA

Com estes pontos, plotamos em um gráfico, obtendo


assim uma curva para um determinado diâmetro de
rotor;

Se variarmos o rotor desde um diâmetro máximo, até


um diâmetro mínimo e a cada diâmetro repetirmos
os passos anteriores, obteremos uma família de curvas
para determinado tamanho de bomba e em uma
determinada rotação.

Exemplo de uma curva característica:

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PLOTAGEM DOS PONTOS OBTIDOS ( H x Q )

D1 > D2 > D3 > D4


H0
H1
H2

H3
D1 = diâmetro máximo
D2
D3
D4 = diâmetro mínimo

Q0 Q1 Q2 Q3 Q
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PLOTAGEM DOS PONTOS OBTIDOS ( P x Q )

P
D1 = diâmetro máximo

P3 D2

P2
D3
P1 D4 = diâmetro mínimo

Q1 Q2 Q3 Q
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PLOTAGEM DOS PONTOS OBTIDOS ( NPSH x Q )

NPSH

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TIPOS DE CURVAS CARACTERÍSTICAS

Dependendo da hidráulica da bomba, as curvas podem se


apresentar de várias formas.
- Tipo estável

Q
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TIPOS DE CURVAS CARACTERÍSTICAS

- Tipo instável

H
H1

Q1 Q2 Q
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TIPOS DE CURVAS CARACTERÍSTICAS

- Tipo inclinada

Q
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TIPOS DE CURVAS CARACTERÍSTICAS

- Tipo plana

Q
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CURVAS DE POTÊNCIA CONSUMIDA

Dependendo do tipo de rotor, as curvas de potência consumida


podem de apresentar de formas distintas.
- rotor radial

Centro de Treinamento do Produto Q


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CURVA DE POTÊNCIA CONSUMIDA

- rotor semi-axial

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2002
CURVA DE POTÊNCIA CONSUMIDA

- rotor axial

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POTÊNCIA

Potência hidráulica
Unidades
γ xQ x H
Ph =
270 γ = kgf/dm 3

Q = m 3/h
Potência consumida pela bomba
H = m

γ x Q x H 270 = fator de conversão


P=
270 x η Ph = CV

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CURVAS DE RENDIMENTO
O rendimento de uma bomba centrífuga é plotado em curva
característica própria.
Geralmente se apresentam de duas maneiras:

η
η máx

Qótima Q
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CURVAS DE RENDIMENTO

H 70%
80%
85%
86%
85%
80%
70%
D1
η % D2
D3
86
85
80

70
D1
D2
D3

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Q
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CURVA DE NPSH REQUERIDO

NPSH

Este assunto será abordado com detalhes no módulo 4

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CURVA CARACTERÍSTICA COMPLETA

- Altura manométrica x Vazão

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CURVA CARACTERÍSTICA COMPLETA

- NPSH requerido x Vazão

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CURVA CARACTERÍSTICA COMPLETA

- Potência consumida x Vazão

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EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DOS PONTOS EM UMA CURVA
Q = 120 m 3/h
H = 25 m

69,8 %

247 mm

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EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DOS PONTOS EM UMA CURVA
Q = 120 m 3/h
H = 25 m

1,8 m

Recomenda-se acrescentar 0,5 m ao valor do NPSH req. na curva da bomba

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EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DOS PONTOS EM UMA CURVA
Q = 120 m 3/h
H = 25 m

15,8 CV

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2002
EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DOS PONTOS EM UMA CURVA
Q = 90 m 3/h
H = 25 m

69,3 %

237,3 mm

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2002
EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DOS PONTOS EM UMA CURVA
Q = 90 m 3/h
H = 25 m

1,6 m

Recomenda-se acrescentar 0,5 m ao valor do NPSH req. na curva da bomba

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2002
EXEMPLO DE DETERMINAÇÃO DOS PONTOS EM UMA CURVA
Q = 90 m 3/h
H = 25 m

237,3 mm

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VAZÃO ÓTIMA / VAZÃO MÍNIMA / VAZÃO MÁXIMA
80

70
60 65 rendimento máximo
70 72,5
60 7577,5
80

η =80,5
50 80
77,5
40 174
167

30 160
153
148
75 % 135
141
20
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

102 m3/h = Qótima = Q no ponto de melhor rendimento


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2002
VAZÃO MÍNIMA / VAZÃO MÁXIMA

80

70 Q mínima
60 65 70
72,5
60 7577,5 Q máxima
80
η =80,5
50 80
77,5
174
40
167
160
30 153
148
75 % 141
20
10,2 20 40 60 74 102 112,4 140 160 180 200
7,4 81,4

Q mínima = 0,1 x Q ótima - Q mínima = 0,1 x 74 = 7,4 m3/h e 0,1 x 102 = 10,2 m3/h
Q máxima = 1,1 x Q ótima Q máxima = 1,1 x 74 = 81,4 m3/h e 1,1 x 102 = 112,2 m3/h
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PONTO DE TRABALHO

Intersecção da curva da bomba com a curva do sistema


H
P curva do sistema
η
ηt ponto de
trabalho
Ht curva de
potência consumida

Pt curva de
rendimento

curva da
bomba

Qt Q

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MUDANÇA DO PONTO DE TRABALHO

Qual o motivo de se alterar o ponto de trabalho ?

flexibilizar o sistema de bombeamento;


adequar a bomba a uma nova necessidade operacional;

evitar sobrecarga no acionador;

etc.

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MUDANÇA DO PONTO DE TRABALHO

Atuando no sistema

H válvula parcialmente
aberta

curva do sistema
válvula aberta

H2
H1 ponto de trabalho
inicial

curva da bomba

novo ponto de trabalho

Q2 Q1
Q

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MUDANÇA DO PONTO DE TRABALHO

Outras formas não usuais de alterar o ponto de trabalho, atuando


no sistema:

Variando as pressões nos reservatórios;


Mudando os diâmetros das linhas;
Inclusão ou exclusão de acessórios na linha;
Modificação do lay-out das linhas;
Mudança dos níveis do fluido nos reservatórios;
etc.

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MUDANÇA DO PONTO DE TRABALHO

Atuando na bomba - variando a rotação

H ponto de trabalho 1
curva do sistema

Ht1
Ht2 ponto de trabalho 2

rotação 1

rotação 2 rotação 1 > rotação 2

Qt2 Qt1 Q
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MUDANÇA DO PONTO DE TRABALHO

Atuando na bomba - variando o diâmetro do rotor

H ponto de trabalho 1
curva do sistema

Ht1
Ht2 ponto de trabalho 2

diâmetro 1

diâmetro 2 diâmetro 1 > diâmetro 2

Qt2 Qt1 Q
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2002
LEIS DA SIMILARIDADE

Vazão proporcional Q n
a rotação =
Q1 n1

2
H n Altura manométrica varia com
= o quadrado da variação da rotação
H1 n1

3
Potência consumida varia com P n
o cubo da variação da rotação =
P1 n1

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2002
VARIAÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR

2
Vazão varia com o Q D
quadrado da =
variação do diâmetro Q1 D1
do rotor

2
H D Altura manométrica varia com
= o quadrado da variação
H1 D1 do diâmetro do rotor

3
Potência consumida varia com P D
o cubo da variação =
do diâmetro do rotor P1 D1

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2002
CÁLCULO DO DIÂMETRO DO ROTOR
Quando o diâmetro do rotor para um determinado ponto de
operação não for conhecido, podemos determinar da
seguinte forma:

diâmetro ?
Exemplo:

Q = 110 m 3/h
H = 25 m

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2002
CÁLCULO DO DIÂMETRO DO ROTOR

25,5

113

0
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2002
CÁLCULO DO DIÂMETRO DO ROTOR

Utilizando as fórmulas abaixo, determina-se o novo diâmetro


do rotor:

Q 110
D = D1 D = 247 D = 243,7 mm
Q1 113

H 25
D = D1 D = 247 D = 244,5 mm
H1 25,5

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2002
REDUÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR

Ao optar-se pela redução do diâmetro do rotor para alterar o


ponto de trabalho de uma bomba centrífuga, devemos nos
atentar para as recomendações do fabricante de como deve
ser realizada esta redução.
Caso realizada de forma incorreta, a bomba, além de não
atender ao novo ponto de operação,corre-se o risco de
danificar o rotor original.

A seguir, alguns exemplos de como o fabricante recomenda a


redução dos diâmetros de seus rotores.

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FORMAS DE REDUÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR

das palhetas e
paredes

rotor
original

das palhetas

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FORMAS DE REDUÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR

em ângulo das palhetas


mantendo as paredes

rotor
original

das paredes paralelas


rebaixando as palhetas
em ângulo
Centro de Treinamento do Produto
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FORMAS DE REDUÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR

das pás em ângulo,


parede e palheta
traseira do rotor

rotor de dupla sucção

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2002
FORMAS DE REDUÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR

Rebaixamento de rotor semi-axial

diâm.do diâm.do
lado do lado da
recalque sucção

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2002
VELOCIDADE ESPECÍFICA OU ROTAÇÃO ESPECÍFICA

Fator que relacionas as três principais grandezas de uma


bomba centrífuga:

Vazão (m 3/s);
n Q
Altura manométrica (m); nq =
H 3/4
Rotação (rpm).

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TIPOS DE ROTORES X VELOCIDADE ESPECÍFICA
100

90 aci
ma
630
l/s
63 18 630
9
80 31,5

1 2,6
70
6,3 l/s
60

50

40
10 20 30 40 60 80 100 200 300
n Q
nq = 3/4
H

radial Francis semi-axial axial

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