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DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL
DE UMA
EDIFICAÇÃO DE 4 ANDARES
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar de forma simples e prática o
dimensionamento de uma edificação de concreto armado de 4 andares, revisando
conceitualmente todas as Teorias das Estruturas necessárias para este dimensionamento
e apresentando tabelas que auxiliem tais cálculos, de acordo com a atual NBR-118:2014.
A edificação que será dimensionada é um edifício de 4 andares, composto de dois
apartamentos por andar. A planta de arquitetura está ilustrada na Fig (1).
1- LANÇAMENTO DA ESTRUTURA
Nem sempre é fácil definir qual o melhor tipo de solução para o projeto, pois vários
fatores podem influenciar: vãos necessários, tipo de arquitetura, custos, mão de obra
disponível, localidade, tecnologia disponível, etc. Às vezes, é necessário realizar estudos
envolvendo duas ou mais soluções e verificar qual terá o melhor custo / benefício.
No estudo presente, será adotado a estrutura convencional, isto é, lajes maciças
apoiando-se nas vigas, que se apoiam nos pilares.
Inicialmente é lançada sobre a planta os pilares, buscando a menor interferência
possível na arquitetura. Não posicionando os elementos estruturais nos locais de
aberturas (portas e janelas), nem no meio dos vãos. Esse lançamento nem sempre é
simples, principalmente quando existem variações de plantas entre os diversos andares
(térreo, andar de garagem, pavimentos destinados a lazer, pavimentos tipo, cobertura,
etc). Pode ser necessário em determinados casos a utilização de transições e outras
soluções para atender a arquitetura da edificação. Quando há um caso extremo de
interferência, que não é possível achar uma solução viável, recorre-se ainda a
possibilidade de entrar em contato com o arquiteto e tentar compatibilizar o projeto,
realizando alterações arquitetônicas que sejam possíveis.
Para estimar a altura das vigas é usual adotar inicialmente uma razão de 10% do
vão, respeitando uma altura mínima de 25 cm. É muito importante verificar o pé direito do
pavimento e as alturas das janelas e portas, definidas na arquitetura, afim de garantir que
a altura adotada da viga não interfira nas esquadrias da edificação.
No presente projeto será adotado inicialmente todas as vigas com 15x40cm. Na
etapa do dimensionamento e verificação das mesmas poderemos rever essas medidas
conforme necessário. As vigas de bordo das varandas terão seções iguais a 12x30cm,
com finalidade somente de dar acabamento ao rebaixo necessário para esconder as
tubulações e caixas de passagens existentes.
As vigas irão naturalmente definir os limites de nossas lajes neste projeto. Neste
caso optamos pela utilização das lajes maciças, mas a opção de lajes pré-fabricadas
poderia ser também indicada.
As lajes, igualmente as vigas e pilares, possuem espessuras mínimas que devem
ser respeitadas. A NBR-6118:2014 estabelece os seguintes limites mínimos para as lajes
maciças não protendidas:
AÇÕES A CONSIDERAR
• Ações permanentes:
o Peso Próprio da estrutura (PP);
o Cargas permanentes (CP) revestimentos, impermeabilizações, etc.
CP = 1, 0 kN / m ² (100kg/m²)
SC = 2, 0 kN / m ² (200kg/m²)
Lembrando que podemos ainda ter alvenarias apoiadas diretamente sobre as lajes,
tal como a Laje L9 do nosso estudo. Neste caso devemos calcular o peso total dessas
alvenarias e distribuir superficialmente sobre a laje, adicionando o valor encontrado na
parcela de carga permanente.
Portanto, para a L9, é fácil verificar que temos 2,75 + 3,20 = 5,95 m, de alvenaria
apoiados diretamente sobre a laje. Considerando a alvenaria de lajotas furadas, cujo peso
especifico pode ser considerado igual a γ alv = 18kN / m³ , com espessura igual a 15 cm e
uma altura igual halv=2,90m, podemos fazer:
CPalv =
[(espessura × altura × γ alv ) x L]
Área da Laje
CPalv =
[(0,15 × 2,9 × 18) x 5,95]
(3, 2 × 3,9)
CPalv = 3,75kN / m²
COMBINAÇÕES DE CARGAS
Para a L9:
QELU = 1, 4( PP + CP + CPalv + SC )
QELU = 1, 4(2,5 + 1, 0 + 3, 75 + 2, 0)
QELU = 12,95 kN / m²
Para a L9:
QELS = 1, 0( PP + CP + CPalv + SC )
QELS = 1, 0(2,5 + 1, 0 + 3, 75 + 2, 0)
QELS = 9, 25 kN / m²
Para utilização das tabelas, é necessário classificar a laje de acordo com os casos
abaixo:
Q.l x 4 .α
f =
Ecs .h3 .100
Onde:
Q = carregamento uniforme distribuído sobre a laje
lx = menor vão da laje
Ecs = módulo de elasticidade secante do concreto (ver NBR-6118:2014 tabela 8.1)
h = espessura da laje
α = coeficiente da encontrado na tabela
ly
λ= ; onde lx é a menor dimensão da laje, e ly a maior.
lx
Tabela 2 - Coeficiente α - Cálculo de flechas elásticas em lajes – Fonte: Roberto Chust
Laje L1
lx = 3,25
ly = 3,60
3, 60
λ= = 1,10
3, 25
α = 2,91
QELS = 5,5 kN / m ²
Flecha=0,07cm
Caso 4
Laje L2
lx = 3,60
ly = 5,35
5,35
λ= = 1, 49
3, 60
α = 3,91
Caso 7 QELS = 5,5 kN / m ²
Flecha=0,15cm
Laje L3
lx = 1,75
ly = 3,60
3, 60
λ= = 2, 05
1, 75
α = 5,39
QELS = 5,5 kN / m ²
Flecha=0,01cm
Caso 4
Laje L8
lx = 3,25
ly = 3,90
3,90
λ= = 1, 20
3, 25
α = 3,34
QELS = 5,5 kN / m ²
Flecha=0,09cm
Caso 4
Laje L9
lx = 3,20
ly = 3,90
3,90
λ= = 1, 22
3, 20
α = 2, 24
QELS = 9, 25 kN / m²
Flecha=0,09cm
Caso 8
Laje L10
lx = 3,90
ly = 3,90
3,90
λ= = 1, 0
3,90
α = 1,81
QELS = 5,5 kN / m ²
Flecha=0,10cm
Caso 8
Flechas limites
A NBR-6118:2014 propoe certos limites as flechas das estruturas (Ver Item 13.3-
Deslocamentos-limites). Para lajes usuais é comum utilizar os limites de aceitabilidade
sensorial, caracterizado por vibrações indesejaveis ou efeito visual desagradavel. Abaixo
segue os limites que serão adotados para os pisos do nosso projeto:
• Para totalidade da carga : vão/250
Para auxiliar os cálculos foi realizado uma planilha no Excel, que realiza os cálculos
das flechas e verifica com a flecha limite, lembrando que o valor α f =2,2 não foi
determinado neste projeto, sendo este apenas uma sugestão do autor.
Podemos observar que as flechas encontradas são bem inferiores aos limites
estabelecidos. Caso alguma flecha tivesse sido superior ao limite estabelecido
poderiamos utilizar o recurso de dar uma contra-flecha na execução da estrutura. Para
determinar o valor que podemos dar de contra-flecha teriamos que recalcular as flechas
adotando o carregamento igual somente ao peso proprio da estrutura.
Quando o projeto possuir sobrecargas de valores elevados , é necessário também
calcular as flechas somente com o valor da sobrecarga e compara-las ao limite vão/350 ,
estabelecido por norma. Este não é o caso do nosso projeto.
Nossa estrutura está classificada como Classe II. Podemos verificar qual é a classe
de concreto minima que devemos adotar para a nossa edificação e também a relação
agua/cimento máxima que poderemos utilizar, obtidos através da próxima planilha.
O concreto que adotamos para o nosso projeto, fck=25 MPa atende a classe de
agressividade. Devemos lembrar de colocar nas notas dos projetos (notas de desenho) a
informação sobre a relação água/cimento máxima igual a 0,60.
O cobrimento nominal que deverá ser utilizados cnom é igual ao cobrimento minimo
mais uma tolerancia de execução ∆c. A NBR-6118:2014 fornece uma tabela que
estabelece os cobrimentos nominais a serem utilizados:
Tabela 5 – Cobrimentos nominais para ∆c=10mm – NBR-6118:2014
Para determinar as armações das lajes, iremos utilizar uma planilha já elaborada
no Excel que cálcula essas armações automáticamente. No decorrer do curso iremos
retornar o assunto do cálculo das armações, revendo todos os conceitos: dominios de
deformação, equações de equilibrio, linha neutra, momentos resistentes e etc.
Para o cálculo de lajes, a largura da seção deve ser sempre igual a 100cm, pois os
momentos que foram obtidos são momentos por faixas de 1 metro. Os momentos devem
ser fornecidos já majorados, isto é obtidos através de carregamtos multiplicados por
coeficientes de segurança. Desta forma podemos calculas as armações e preencher o
restante da tabela, ficando da seguinte forma:
Caso o parapeito da varanda for realizado de alvenaria, a carga vertical deve ser
calculada pois com certeza será superior ao mínimo recomendado de 2 kN/m.
Portanto o momento negativo da varanda obtido foi de 5,8 KN.m/m. O momento de
cálculo será este multiplicado pelo coeficiente de segurança igual a 1,4.
Podemos verificar que para o nosso projeto toda a armação positiva calculada para
todos os vãos e direções foi inferior a armação mínima e, portanto, a armação mínima
será adotada para os positivos. Utilizando a Tab. (6), podemos como armação positiva
para todas as lajes Ø6.3 c/20, que fornece uma taxa igual a 1,6 cm²/m, ligeiramente
superior a taxa mínima encontrada.
Para as nossas lajes, como estamos utilizando barras de Ø6.3, em região de boa
aderência, com ganchos, o lb a ser utilizado será igual a 17cm. (arredondar para 20cm)
Lembrando, que se estivermos com folga na armação, isto é, a armação detalhada
muito superior a armação calculada poderíamos reduzir o tamanho no comprimento de
ancoragem. Não vamos utilizar essa opção em nossas lajes.
Podemos utilizar as cargas obtidas através das Tabelas de Marcus, para isso
devemos lembrar das reações de apoio de duas situações:
Atenção: A planilha abaixo não está automatizada. Ela não verifica as condições de contorno (apoio). Não
usar a esta planilha para outros exemplos.
Outro método para obtenção das cargas das lajes sobre as vigas é o recomendado
pela NBR-6118:2014. O método se baseia numa análise plástica, onde a laje é dividida
em triângulos ou trapézios. Os seguintes ângulos devem ser utilizados:
o 45o entre dois apoios de mesmo tipo;
o 600 a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado
simplesmente apoiado;
o 900 a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.
Figura 18 – Cargas das lajes sobre as vigas via método linhas de ruptura
Para obter as cargas basta calcular as áreas dos trapézios e triângulos, podendo
ser rapidamente determinada em desenho CAD. Multiplica-se a área pela carga
distribuída da laje e divide-se pela largura do vão. As cargas já estão majoradas.
Figura 20 - Desenho cotado para facilitar a montagem dos esquemas das vigas
FTOOL
O FTOOL é um programa que se destina ao ensino do comportamento estrutural
de pórticos planos. É uma ferramenta simples, unindo em uma única interface recursos
para uma eficiente criação e manipulação do modelo (pré-processamento) aliados a uma
análise da estrutura rápida e transparente e a uma visualização de resultados rápida e
efetiva (pós-processamento).
Iremos utiliza-lo em nosso curso para esquematizar as vigas, aplicar os
carregamentos e obter as deformações (flechas) e os esforços (momento fletor, cortante)
e as reações de apoio.
As =2,91cm²
V01 – 15x40
q1 = (4,34+9,8+2,1)/1,4 = 11,6 kN/m x 1,4 = 16,24 kN/m
q2 = (5,68+9,8+2,1)/1,4 = 12,56 kN/m x 1,4 = 17,58 kN/m
q3 = (2,1+9,8+2,1)/1,4 = 10 kN/m x 1,4 = 14,00 kN/m
Estado Limite de Serviço (ELS)
As =0,68cm² As =2,78cm²
As =3,77cm²
Ø5.0 c/20
As =2,47cm² As =4,23cm²
As =1,72cm²
As =1,24cm² As =0,6cm²
As =2,50cm² As =2,20cm²
Ø5.0 c/15
As =0,97cm² As =1,50cm²
As =1,17cm²
Ø5.0 c/20
OBS : Podemos reparar que a seção 15x40cm está alta, podemos tentar reduzir a seção
para 15x30cm.
As =1,38cm² As =2,18cm²
As =1,67cm²
A viga atendeu bem com seção 15x30 cm e podemos adotar essa seção. Deve ser
alterado na forma estrutural.
As =4,11cm²
As =2,18cm² As =1,52cm²
V10 – 15x30
q1 = (8,56+12,65+10,2+1,6)/1,4 = 23,58 kN/m x 1,4 = 33,01 kN/m
q2 = (8,40+8,15+10,2+1,6)/1,4 = 20,25 kN/m x 1,4 = 28,35 kN/m
Estado Limite de Serviço (ELS)
As =5,9cm²
As =3,78cm² As =2,07cm²
As =4,44cm²
Para calcular os degraus podemos calcular área dos triângulos e dividir pelo
comprimento inclinado, chegando a um acréscimo de espessura de laje equivalente igual
a 8cm.
Laje 12 cm Laje 15 + 8 = 20 cm
q1esc = espessura × γ conc q 2 esc = espessura × γ conc
q1esc = 0,12 × 25 = 3,00kN / m² q 2 esc = 0, 20 × 25 = 5,00kN / m²
V14 – 15x30 – Seção reduzida – alterar forma - (viga que recebe a escada)
q1 = (25,2+1,65+2,1)/1,4 = 20,6 kN/m x 1,4 = 28,95 kN/m
Estado Limite de Serviço (ELS)
As =2,33cm²
As =5,11cm²
As =0,6cm²
Ø5.0 c/14
As =3,7cm²
Ø5.0 c/20
V04 – 15x40
q1 = (4,42+9,8+2,1)/1,4 = 11,65 kN/m x 1,4 = 16,3 kN/m
Estado Limite de Serviço (ELS)
As =4,8cm²
Ø5.0 c/20
V13 – 15x40
q1 = (8,4+9,8+2,1)/1,4 = 14,5 kN/m x 1,4 = 20,3 kN/m
q2 = (8,4+5,88+9,8+2,1)/1,4 = 18,7 kN/m x 1,4 = 26,2 kN/m
q3 = (3,3+9,8+2,1)/1,4 = 10,8 kN/m x 1,4 = 15,2 kN/m
Estado Limite de Serviço (ELS)
As =4,8cm²
As =4,7cm² As =1,05cm²
2cm
ev > φl (diametro da barra ou feixe de barras)
0,5 φ agregado
2cm
eh > φl (diametro da barra ou feixe de barras)
1, 2 φ agregado
Onde:
lb = comprimento de ancoragem
al = translação do momento fletor ;
caso geral al = 0,5d d = altura da viga
Utilizar o diagrama
de momento
transladado para
determinar
comprimento das
barras.
Obsevações sobre o numero de barras por camada:
DETALHAMENTO V3 = V4
Apesar dos momentos positivos
serem diferentes podemos
verificar que a quantidade de
armação entre as vigas foi
pequena, justificando igualar as
duas vigas num só desenho.
Sugestão : Quando possivel a armação superior pode ser ancorada de forma reta
extendida para a laje, isso diminui a quantidade de dobras e facilita a montagem da viga.
DETALHAMENTO V5
DETALHAMENTO V7
DETALHAMENTO V9 = V20
• Cobrimentos em reservatórios
A NBR-6118:2014 indica que “Nas superfícies expostas a ambientes agressivos,
como reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto, condutos de esgoto,
canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente agressivos,
devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade IV”.
Desta forma iremos adotar cobrimento = 4,5 cm no reservatório. Por isso é ideal ter
uma espessura maior, afim de acomodar a armação satisfatóriamente e manter uma boa
altura util no dimensionamento da mesma.
5, 00 Q.l x 4 .α
lx = 3,85 ; ly = 5,00 ; λ = = 1,30 ; α = 7,36 ; QELS = 21, 25kN / m ² ; f =
3,85 Ecs .h3 .100
Sobrecarga SC = 2, 0 kN / m ²
qres = 1, 40 × (2,5 + 1, 00 + 2, 0)
ELU
qres = 7, 7 kN / m ²
qe = 0,613.Vk 2 (1)
Vk = V0 S1 S2 S3 (2)
Onde:
V0 - é a velocidade básica do vento em m/s;
S1 : Fator topográfico
S2 : Rugosidade do terreno , dimensões da edificação e altura sobre o terreno
S3 : Fator estatístico
Vo representa a velocidade básica do vento, adequada ao local onde a estrutura
será construída. Essa velocidade equivale a uma rajada de 3s, excedida em média uma
vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno, em campo aberto e plano. A NBR 6123
(1988) apresenta um gráfico de isopletas da velocidade básica no Brasil.
Ainda de acordo com a NBR 6123 (1988), a força de arrasto aplicada sobre a
edificação ou parte dela é obtida pela Equação (1):
Fa = Ca qe A e (4)
Onde:
Ca – Coeficiente de arrasto
Ae – Área frontal efetiva sobre a qual o vento vai atuar
qe – Pressão dinâmica do vento
O coeficiente de arrasto Ca, utilizado na Equação (4), é aplicável a corpos de seção
constante ou fracamente variável. Os coeficientes devem ser determinados
separadamente para cada direção do vento estudada, através das relações h/l1 e l1/l2,
utilizando a Figura 29.
Vento lateral
V(x)
M1 = H3 x Z3 + H2 x Z2 + H1 x Z1
M2 = q x L x d3 + q x L x d2 + q x L x d1
Questões :
• Como avaliar se M2 é significativo e se
podemos ou não desprezar esse
momento?
• Como podemos calcular M2 (final) com
precisão de forma prática ?
Resposta : Coeficiente γz
Coeficiente γz
O coeficiente γz , criado por Franco e Vasconcelos (1991), é um coeficiente que
amplifica os carregamentos horizontais, numa análise de 1ª ordem, fornecendo esforços
finais de cálculo. Os esforços finais obtidos desta forma incluem os esforços de 2ª ordem
com certa precisão. O coeficiente γz é apresentado também na NBR 6118 (2014), como
um parâmetro avaliador da estrutura e utilizado para obtenção dos esforços finais globais.
A NBR 6118 (2014) sugere que uma solução aproximada para a determinação dos
esforços globais de 2ª ordem consiste na avaliação dos esforços finais (1ª ordem + 2ª
ordem) a partir da majoração adicional dos esforços horizontais da combinação de
carregamento considerada por 0,95γz , sendo esse processo válido somente para γz≤1,3 .
M2
1
γz =
∆ Mt o t,d (5)
1− M1
M1,t o t,d
onde:
M1,t o t,d é o momento de tombamento, ou seja , a soma dos momentos de
todas as forças horizontais da combinação considerada, com seus
valores de cálculo, em relação à base da estrutura
∆ Mt o t,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na
estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo,
pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de
aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem
A carga de vento será aplicada pontualmente no encontro das vigas com os pilares.
Portanto, para calcular a carga de vento basta multiplicar a pressão de vento já
determinada pela área de influencia (altura x largura). As cargas determinadas abaixo
foram majoradas por 1,4.
A carga de vento é por andar é calculada
multiplicando a pressão x largura x altura x 1,4
1
γz = = 1,13
100,18
1−
837
• Portanto γz > 1,1 e, portanto, devemos multiplicar
a carga de vento por 1,13 ou tentar melhorar a
estrutura. Uma forma de melhorar a estrutura é
tentar girar os pilares, colocando-os na direção
com maior inércia na direção da situação crítica.
Novos
deslocamentos
horizontais
obtidos no Ftoll
OBS : Lembrando que para obter os esforços em cada pilar devemos somar os esforços
encontrados em cada pórtico . E o vento não atua simultaneamente nas duas direçoes.
P17 P9 P1
P17 P9 P1
P18 P10 P2
P18 P10 P2
Segue abaixo os esforços obtidos para os pilares P01, P09 e P10, que serão
dimensionados neste curso. Os demais pilares ficam como exercícios aos alunos.
DIMENSIONAMENTO DE PILAR
(25 + 12,5. e1 h) ≤ 90
λ1 = onde e1 é a excentricidade de 1ºordem, devido
αb ≥ 35
M1
somente ao momento inicial aplicado ao pilar. e1 =
Nd
α b depende da vinculação dos pilares.
O caso mais comum , são pilares biapoiados, sem cargas transversais significativas:
MB ≥ 0, 40
α b = 0, 60 + 0, 40 , onde MA e MB são os momentos no extremo do pilar.
MA ≤ 1,00
Deve ser adotado para MA o maior valor absoluto ao longo do pilar biapoiado e
para MB o sinal positivo, se tracionar a mesma face que MA, e negativo, em caso
contrário.
No caso de cargas transversais significativas α b = 1, 00 .
• Outros casos consultar a norma.
Excentricidades acidentais
1 1
θ1 = ≥
100 l 200
ea = l.tg θ
Excentricidades mínimas
emin = 0, 015 + 0, 03h , onde h= altura da seção no pilar.
Excentricidades totais
etotal = e1 + ea + e2 onde e1 + ea > emin
l fl 20, 005 Nd
e2 = . ; onde ν=
10 (ν + 0,5 ) .h Ac. fcd
Desta forma conseguimos calcular todas as excentricidades necessárias e
podemos obter o momento final que o pilar vai estar submetido:
M final = Nd (e1 + ea + e2 ) Ábaco para flexão
Normal.
Utilização de Ábacos:
Armadura Mínima
Asmin = 0,004 . Ac
Para pilares 40x20 cm
As = 3,2 cm²
DETALHAMENTO PILARES
FUNDAÇÕES