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XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004.

A Convergência Digital e seus Impactos nas Novas Formas de


Interação Humana
Luiz Carlos Nunes (Unimes) – luca@unimes.br
Getulio K. Akabane (UniSantos) – akabane@webrazil.com.br

Resumo
A essência da revolução digital conforme Negroponte (1995), consiste no deslocamento da
“economia baseada no átomo” para a criação, manipulação, comunicação e armazenamento
de dígitos binários eletrônicos ou “bits”. Assim, a habilidade em codificar matérias físicas no
domínio digital representa de forma eficaz apenas a primeira metade da exigência
tecnológica, pois são necessárias outras etapas para uma verdadeira revolução de toda a
economia digital (Barnatt, 2001).
Portanto, o objetivo do artigo está centrado na pesquisa exploratória focada na segunda
revolução digital, na maior interação humana entre o mundo físico do espaço real com a
fronteira digital do espaço cibernético.
Palavras-chave: Convergência; Tecnologia Digital; Conversor; Interação Humana; Tv; Pda.

1. Revisão Conceitual
Conforme o Merriam-Webster’s Collegiate Dictionary, convergência define-se como um
movimento para um ponto comum ou de junção para um foco ou a união de interesse comum.
Yoffie (1997) cita a convergência como unificação de funções ou uma junção de produtos
distintos através da tecnologia digital. Negroponte (1995) menciona a mudança da era dos
átomos para a era dos bits, citando os méritos da digitalização como a compressão dos dados e
a correção automática dos erros, constituindo-se em um dos elementos mais importantes para
a segurança no tráfego das informações.
Mais do que em todos os outros tempos, na era digital, o fator da convergência encontra a
combinação de "1 e 0" para a realização da comunicação entre as pessoas. Nela se encontra a
sua base, ou seja, a convergência se refere às maneiras como os vários meios analógicos
podem ser traduzidos em bytes digitais e serem manipulados por um computador.
No início da década de 1990, a ênfase da convergência foi colocada no computador e na
televisão. A diferença tradicional entre a tecnologia da televisão e a telefonia inclui os
seguintes aspectos:
a) Técnico: A TV é uma tecnologia de banda larga com a utilização de uma comunicação
pública ponto a multiponto. Os telefones usam uma tecnologia de banda estreita e opera
através das redes de cabos chaveados para permitir a comunicação privada ponto a
multiponto;
b) Funcional: A TV é um meio de transmissão de vídeo que se desenvolveu historicamente de
forma passiva, como um dispositivo de entretenimento doméstico. O telefone, por sua vez, foi
historicamente desenvolvido para transportar a voz de forma interativa, em que os dados
trafegam e sempre foram importantes tanto para transações comerciais, quantos para
aplicações domésticas;
c) Econômico: A televisão convencional é um “bem público" livre, suportado pelos
anunciantes e difundido pelo ar para todo o público sem discriminação. Até a recente
desregulamentação, o telefone foi considerado sempre um monopólio natural e os serviços de
telefonia são financiados por taxas dos assinantes e das tarifas conforme o seu uso.
Tecnicamente, a TV se moveu em direção à telefonia com a propagação dos cabos de
transmissão e a introdução de sinais direcionados e endereçáveis. As diferenças importantes
permanecem em termos da largura da banda e da sua interatividade: as transmissões do vídeo
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na faixa de banda larga ou dos sinais de TV por cabo não se transformam facilmente na
interatividade nos dois sentidos, comutando para uma rede de telefone.
Entretanto, a combinação da rede de banda larga ampliada do cabo de transmissão com a
"comutabilidade" da rede de telefonia dentro de uma mesma linha dedicada ao consumidor
doméstico tem tido uma forte resistência pelos operadores de cabo e de telefone.
Especialmente no Canadá, nota-se a não-convergência no cruzamento dos limites tradicionais
das duas indústrias.
Já no final de 1990, a equação da convergência tornou-se mais complicada: a televisão, os
computadores, os telefones celulares, a Internet e seus sistemas de distribuição: cabos,
transmissão sem fio, telefonia, satélite, transmissão por rádio difusão têm fragmentado a visão
tecnológica do futuro.
Disponibilizar os diversos meios analógicos isolados de forma conjunta se torna possível pela
conversão de cada um deles no formato digital comum, que pode assim ser combinado e
manipulado por um processador digital, ou seja, o computador.
Como se observa, a convergência freqüentemente se refere à evolução conjunta da tecnologia
da telefonia, do cabo de comunicação e das tecnologias de transmissão por difusão. Sendo
assim, as grandes empresas de telecomunicações e dos cabos de transmissão, que formam o
conglomerado de provedores de conteúdos e dos seus portadores, têm sido separadas
tradicionalmente por reguladores das telecomunicações como o FCC (Comissão Federal das
Comunicações nos EUA) e o CRTC (Comissão Canadense das Telecomunicações de Rádio-
Televisão).
Gates (1995) afirma que a revolução convergente é concreta e sem saídas. Pode-se afirmar
que a conexão sem fio nos permite atualmente: aumentar a capacidade de transmissão de
dados que trafegam na Internet; ampliar os sistemas operacionais utilizados; criar uma nova
infra-estrutura móvel global permitindo assim o que Gates (1995) chamou de ‘redes sem
emendas’.
Entretanto, o crescimento vertiginoso dos conteúdos multimídia e das redes de computadores,
nos meados de 1990, forçou muitos protagonistas da área a revisar os termos da equação.
Enquanto o processo de desregulamentação da área desperta ainda um interesse importante na
disponibilidade da largura de banda para redes de computadores e no desenvolvimento da
tecnologia, o vídeo em full motion e o modem de cabo redefiniram os termos da equação
dentro da dinâmica da convergência. A Internet e sua popularização com o conseqüente
advento do protocolo IP (Internet Protocol), aliado a maior capacidade técnica dos
equipamentos produzidos e colocados no mercado, é o mais importante parâmetro da
convergência nos anos 2000.

2. Conversor Analógico Digital


Conforme Microsoft Dictionary, o dígito vem de digitus, em latim, dedo ou dedo do pé; dois
dispositivos de medição associados com os numerais arábicos de 1 a 9 e o 0. Digital é
virtualmente sinônimo de binário quando se refere aos computadores, que processam
informações codificadas em combinações de dígitos binários (bits). Um bit pode representar
no máximo dois valores; 2 bits, quatro valores; 8 bits, 256 valores etc.
Os valores entre dois números são representados pelo mais elevado ou mais baixo dos dois.
Os computadores digitais binários são baseados em dois estados lógicos, o on e o off,
representados por dois níveis de tensão, cujos arranjos são usados para representar todos os
tipos de informação: números, letras, símbolos gráficos e instruções de programa. A gravação
digital converte a informação em “seqüências de 1 (um) e de 0 (zero), que podem fisicamente
ser representadas em um meio de armazenamento”.
Em um computador, a unidade de disco magnético converte os pulsos elétricos, que
representam 1 e 0 pela mudança do fluxo magnético, em partículas magnéticas, que são
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orientadas em um dos dois sentidos possíveis. Posto em conjunto, o alinhamento de todas as


partículas sobre o disco representa a informação digital gravada. Em um sinal digital, a
informação é representada por "estados discretos”, por exemplo, uma alta tensão e baixa
tensão -- melhor do que por níveis continuamente variáveis em uma seqüência contínua, como
em um sinal analógico.
Um conversor análogo digital (CAD) transforma os sinais análogos em sinais digitais.
Enquanto o sinal análogo é continuamente variável dentro de uma escala dos valores, um sinal
digital possui valores numéricos discretos representados por padrões binários de 0 e de 1.
Um conversor CAD mede as amostras do sinal análogo e converte cada medida ao nível
digital correspondente. Quanto mais elevada for a taxa da amostra, maior a fidelidade da saída
digital. Um conversor CAD pode ser usado para converter o som representado por um sinal
eletrônico analógico - uma onda do tipo senoidal - em uma série das amostras digitais, que
podem ser armazenadas na RAM (random acess memory: memória de acesso aleatório), ou
em um dispositivo qualquer de memória magnética, ou seja, tipo o disco rígido (hard disk), ou
mesmo em um disco compacto. É essa conversão que revolucionou a forma como a
informação é gravada, armazenada, transmitida, processada e integrada. Enquanto os sinais
análogos são contínuos em forma de ondas, os sinais digitais são discretos em forma de
números.
A qualidade discreta (e não ambígua) dos sinais digitais significa que, quando a informação
de áudio ou de vídeo digital codificada é amplificada, copiada ou processada de outra
maneira, temos o sinal de saída idêntico ao de entrada.
Como se nota, na figura 1, a seguir, a qualidade do sinal digital depende do número das
amostras obtidas no estágio da entrada.

Figura 01: Qualidade dos sinais

"Os sinais análogos são aplicações específicas, enquanto os sinais digitais são genéricos”.
Ellis (1992) ilustra esse importante princípio, afirmando que a informação analógica, que é
gerada pelos sulcos ondulados do LP (long play), “não pode ser alterada ou realçada de
nenhuma maneira. Pode somente ser reproduzida com um grau maior ou menor de fidelidade,
apenas como está gravada no vinil”.
Por outro lado, para sua existência, os sinais digitais não dependem de um meio físico
particular. O mais importante é que podem ser reprocessados e melhorados indefinidamente
com a ajuda dos computadores. O dispositivo de reprodução de CD (compact disc) e o
processador digital do computador "falam" a mesma língua dos dígitos binários e manipulam
a informação com a mesma lógica. Essa característica das mídias digitais é essencial para a
aplicação de algoritmos de compressão em arquivos de imagem e de música.
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3. Interface de Interação Humana


Conforme Srivatsa (2002), a missão crítica da rede de computadores ao proporcionar
benefícios aos mercados de consumo de massa é estabelecer a interação, na sua forma mais
natural, entre as máquinas, ou ainda entre pessoas com o uso das máquinas.
Assim, além da convergência de mídias (voz, dados e imagens), também se deve levar em
consideração a integração das redes cabeadas (com fio) com a infra-estrutura wireless (sem
fio) – que incluem celulares e redes locais sem fio (Wlan’s ou Wi-Fi).
O que são aplicações multimodais: O termo multimodal representa a convergência do
conteúdo em vídeo, áudio, texto e imagens com as várias modalidades da relação com o
usuário. Isto permite a interação com um sistema aplicativo de várias maneiras: a entrada de
áudio, o teclado, o mouse e/ou a caneta ótica com as saídas em forma de voz sintetizada; o
áudio, o texto, o vídeo em movimento e/ou através de uma das "modalidades" de gráficos. O
termo "modo" denota um mecanismo de entrada e de saída e a interface com o usuário. Pode-
se assim empregar cada uma destas modalidades de forma independente ou simultânea. As
aplicações multimodais incorporam todas as modalidades simultâneas, podendo o usuário
identificar o seu nome e digitar o endereço, enviar o número de telefone através do assistente
digital pessoal sem fio, tudo numa mesma sessão do formulário e do contexto da aplicação.
O browser permite selecionar a modalidade mais apropriada da interação baseada em cada
situação da atividade ou nas diferentes modalidades de ambiente.
As interfaces multimodais que capitalizam a eficiência dos displays visuais e a facilidade da
entrada de áudio superarão as limitações dos browsers atuais de voz e os dispositivos móveis.
Essas interações permitirão, com o uso de interface, falar, escrever, digitar ao usuário, assim
como ouvi-lo e visualizá-lo de forma mais natural do que a modalidade dos browsers
atualmente disponíveis.Com a crescente popularidade dos telefones móveis e dos assistentes
de dados pessoais, o acesso à informação móvel e às transações remotas se tornou tão rápido
como se elas estivessem no próprio local de onde foram solicitadas, conforme se pode
visualizar na figura 2.

Figura 2: Múltiplos modos de acesso.

Os diferentes modos de transmissão podem ter o suporte de um único dispositivo ou de


dispositivos separados que trabalham sem interrupção. Por exemplo, o usuário pode falar
através do telefone de bateria e ver os resultados em um PDA. A voz também pode ser
disponibilizada como um complemento aos browsers de exposições gráficas de alta resolução,
fornecendo ainda uma alternativa acessível para o uso do teclado ou a tela de vídeo,
conforme Figura 3.
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Figura 3: Múltiplos modos de entrega.

As aplicações modais podem proporcionar uma melhoria das aplicações multicanais. O termo
"canal" se refere a diferentes plataformas de browsing ou aos agentes usuários que acessam,
navegam, e interagem com as aplicações on-line. As aplicações multicanal são projetadas para
o acesso universal através dos diferentes canais, ou um canal de cada vez, sem nenhuma
atenção em particular dispensada para a sincronização ou à coordenação entre os diversos
canais. Nota-se, assim, uma série de canais à disposição para acessar o conteúdo da Internet,
que a princípio parece separado, embora seja funcional e consistente.
As aplicações em multicanal, no entanto, têm seus próprios inconvenientes. Cada canal a ser
implementado terá que ser desenvolvido com base na utilização de diferentes linguagens e
processos de forma apropriada. Somente determinados componentes tais como a base de
dados de apoio pode ser compartilhada entre os diferentes canais. À medida que a escala dos
dispositivos cresce e o número de canais disponíveis aumenta, a situação exige mais recursos
e tempo.
Alguns estudiosos visionários pregam que até o ano de 2020 tudo será wireless, inclusive isto
por conta do alto custo de instalação e manutenção das redes cabeadas. Eles defendem a tese
de que cada dispositivo, desde o PC até os aparelhos eletroeletrônicos, de casa ou do
escritório, estará conectado por links sem fio. Não serão apenas os telefones celulares, PDA’s
(Personal Digital Assistants) e notebooks que funcionarão em redes móveis. Produtos como
TV’s, geladeiras, fornos de microondas, impressoras e câmeras digitais possuirão conexão
sem fio.

4. Hardware para a Segunda Revolução Digital


Até o presente momento, a segunda revolução digital tem sido catalisada pela aceitação em
massa e em escala crescente da chegada de meios digitais e de dispositivos de comunicações
no mercado consumidor. Como resultado da disponibilidade e do uso do hardware de
computador, os usuários em geral podem cada vez mais acessar em larga escala os meios
digitais, os produtos e serviços de maneira conveniente em um formato físico no mundo real.
A segunda revolução digital é conseqüentemente uma confirmação de que o hardware do
computador está finalmente conquistando a familiaridade dos usuários leigos. Com custos
razoáveis e acessíveis já são freqüentes nos ambientes de trabalho e gradativamente estão
adentrando no ambiente doméstico como um dispositivo de uso pessoal e de bolso.
Hoje se observa de forma cada vez mais abrangente que os bits digitais estão sendo
atomizados de modo a atender às necessidades humanas. As maiorias das pessoas e das
organizações envolvem-se com os processos e a tecnologia com um grau de especialização
técnica cada vez menor e com menos e significativos constrangimentos financeiros.
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Dentro desse enfoque, observa-se que, tanto no ambiente dos consumidores, ou mesmo no
contexto do próprio negócio, o primeiro dispositivo de mídia digital verdadeiramente
onipresente tem sido o telefone móvel.
Em pouco mais de três anos, com a redução do seu tamanho e do peso, a autonomia crescente
da bateria, a qualidade crescente do serviço e os preços de pacote diminuindo, a metade da
população nos países como o Reino Unido possui um telefone móvel.
De fato, a maciça adesão pública em um curto espaço de tempo caracteriza assim a segunda
revolução digital, uma vez que os dispositivos robustos a preço acessível estão disponíveis em
larga escala.
A onda de aquecimento do mercado do telefone móvel transformou o walkman, do século
XX, em um aparelho de MP3 móvel. Esses minúsculos dispositivos de bolso, pouco maiores
do que uma caixa de fósforos permite que a música digital seja armazenada, manipulada e
apreciada em movimento.

5. A Televisão de Alta Definição (HDTV) ou Tv’s Especializadas


A tecnologia do HDTV, que se encontra sob desenvolvimento por mais de uma década, terá
provavelmente outros 10 a 15 anos para encontrar a aceitação por parte dos seus
consumidores e ser viabilizada comercialmente.
Uma significativa melhoria na qualidade do vídeo e uma mudança na relação da largura da
tela sua à altura, ou seja, dos atuais 4:3 para 16:9 são as características principais de HDTV.
Esses fatores podem trazer ao formato da televisão um maior alinhamento em relação com a
qualidade de imagem dos filmes de longa metragem.
Um dos fatores que influenciam na aceitação do HDTV é que o novo padrão de transmissão
deve ser compatível com o atual sistema NTSC - National Television Systems Committee -
formato americano padrão (525 linhas horizontais, 30 quadros/segundo, adotados pelo FCC
em 1941). Por exemplo, os velhos conjuntos de TV em preto e branco podem ainda receber
transmissões a cores, apenas porque os conjuntos de TV monofônicos podem receber
transmissões estereofônicas.
Também o HDTV requer cinco vezes a largura de banda do atual sistema NTSC – freqüência
de 6 MHz a 30 MHz em alguns sistemas – o que o coloca em concorrência com outros
usuários da mesma largura de banda como os telefones celulares.
Nos Estados Unidos, muitos sistemas de radiodifusão disponibilizaram no seu acesso, o
espectro adicional para viabilizar a introdução da transmissão digital, permitindo a recepção
através do HDTV.
Entretanto, a evolução tem sido lenta para a implementação do HDTV, devido ao seu baixo
retorno sobre os investimentos, pois o custo dos equipamentos adicionais e os custos de
transmissão são bastante consideráveis.
Na tabela abaixo temos uma simulação da velocidade de transmissão do conteúdo de um CD-
ROM de aproximadamente 680 MB (megabytes) de capacidade de dados.

Tipo Velocidade Tempo AproximadoTransmissão Obs.


Modem Padrão 56 Kbps 27 hs
Canal ISDN - 2 128 Kbps 12 hs
Cable Modem 300kbps-1.5 Mbps 6 a 1 h. Banda Larga
DSL 128kbps-1.5 Mbps 12m a 1 h. Banda Larga
T1.5 1.5 Mbps 59 m
T3(DS3) 44.736 Mbps 2m
OC-3 155 .52 Mbps 35 s
OC-12 622.08 Mbps 9s
Tabela: Exemplo de simulação de velocidade de transmissão – CD-Rom.
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6. Rumo à Organização Multimodal


Devido à heterogeneidade do hardware disponível, o maior desafio que envolve os negócios
referentes à tecnologia na segunda revolução digital está nos métodos do acoplamento em que
as pessoas poderão escolher para suas interações com os meios digitalizados e/ou atomizados
de produtos e serviços.
Haverá conseqüentemente uma necessidade por parte das organizações em começar a
controlar a multimodalidade serial e paralelo inerentes aos seus negócios, devido a um
número crescente de relações com os seus clientes e parceiros.
De fato, as relações de multimodalidade constituem-se em assunto de pesquisa de um número
crescente de cientistas ligados à ciência dos computadores no campo da interação do
computador com o ser humano (HCI). Visto que as interfaces multimídia, que foi objeto de
pesquisa iniciada na década de 1980, importou-se inicialmente em apresentar ao seu usuário,
uma variedade de estímulos audiovisuais possíveis, ao passo que o principal alvo do projeto
da interface multimodal visa oferecer ao seu usuário uma relação de alternativas mais
apropriadas de interação dentro de um conjunto de interfaces. Ou seja, permite ao usuário
empregar meios múltiplos de interação do sistema em paralelo (ou pela simples comutação de
interação em série), de forma eficaz e significativa. A forma de comunicação bidirecional
entre o usuário e o sistema computadorizado lhe possibilita o valor máximo de retorno sobre o
investimento do tempo dispendido durante o acesso ao sistema.
Algumas (e mais próximas do mercado) das relações multimodal mais básicas da interface
homem-computador em desenvolvimento atualmente, incluem os sistemas de entrada que
combinam a caneta de touchscreen (toque de tela) com o reconhecimento de voz. Por
comandos de áudio acoplados com controle da caneta, os usuários podem estabelecer as suas
seleções: um modo possível de se superar um grande dilema na comunicação humana.
Os sistemas de entrada com reconhecimento da voz humana por um canal (áudio) podem ser
usados como uma espécie de gatilho de comando ao computador para outras entradas do
segundo canal (através da tela), que por sua vez provocam mais solicitações de áudio, e assim
sucessivamente. Dessa forma o processo de preenchimento da "lacuna de reconhecimento" da
voz humana pode ser fechada.
A interface multimodal homem-computador combina vários discursos, estilos, visões, captura
de movimento, dispositivo de posturas e de gestos; os teclados para entrada podem otimizar a
interação do homem-computador e desenvolver sistemas mais acessíveis aos usuários não
especializados.
Em uma escala semelhante de importância, e de forma similar, o desenvolvimento continuado
da aplicação das relações multimodal entre o cliente e a organização certamente trará uma
contribuição crítica no estímulo em facilitar as interações da interface cliente-organização de
forma mais criativa.
Em uma organização que desenvolve uma gestão da relação com o cliente, a área de
fornecimento de serviços financeiros apresenta-se como possibilidade de uma possível
aplicação das relações multimodal. Através do seu amplo espectro de serviços, permite aos
clientes acessar os mesmos produtos e os serviços financeiros por qualquer método de
acoplamento que desejam, incluindo o acesso digital através do telefone, o acesso tradicional
por web, telefone WAP, ou por canal de TV interativa aberta.
Desta forma, um fornecedor de serviços financeiros pode agora oferecer a multimodalidade
serial e paralela através de uma interface de clientes, proporcionando um serviço de valor
agregado.

7. Conclusão
As aplicações multimodal estão ajustadas para crescer em importância nos anos vindouros
trazendo benefícios aos negócios, aos colaboradores, e aos usuários finais.
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Com a inclusão de novas tecnologias, os novos dispositivos incorporados no computador


desktop ao PDA handheld (assistente digital pessoal), do automóvel ao telefone celular,
poderão suportar múltiplas modalidades de acesso e de comunicação, permitindo a obtenção
de conteúdos em qualquer lugar, a qualquer momento. As aplicações multimodal serão
componentes chaves para tais conexões em qualquer lugar, de modo mais conveniente e real,
permitindo a escolha de forma mais apropriada de entrada e de saída, não importando a
situação.
Algumas estruturas multimodais de forma distribuídas envolvem um sistema de múltiplos
dispositivos e de servidores. O protocolo da iniciação da sessão (SIP) está emergindo como a
alternativa preferida para inicialização e controle da sessão entre os múltiplos dispositivos e
os servidores. O protocolo SIP pode ser usado para sincronizar diversos dispositivos, por
exemplo, atualizar a tela de um PDA ou de um computador desktop conectado a uma pequena
tela de um telefone celular. Junto à certificação por parte do servidor, o SIP procura fornecer
uma solução eficaz para a gestão da sessão, a manipulação do evento e a sincronização entre
as várias modalidades de uma aplicação multimodal.
No sentido de superar as limitações do processador dos dispositivos móveis, a solução pode
estar no processo de reconhecimento da voz e a sintetização remota em uma plataforma mais
poderosa, usando-se o reconhecimento de voz distribuído (DSR). Pode-se utilizar o DSR para
os diálogos complexos de voz que exigem a compreensão da linguagem natural. Os diálogos
simples poderão ser controlados localmente, mas para uma interação mais rica serão
necessários acoplamento de dispositivos com um mecanismo remoto de DSR.
O melhor uso das aplicações multimodal estará nas redes remotas da próxima geração. As
redes que operam na faixa de freqüência 2G e 3G remotos prometem uma largura de faixa
maior, sempre em conexões, e os canais simultâneos de voz e dos dados com o tempo de
latência reduzida.
Adicionalmente, os novos dispositivos móveis embutem a interface para reconhecimento
automático de voz para facilitar a entrada de áudio. O PC (personal computer) já possui um
bom dispositivo de entrada e uma boa exposição visual, onde as aplicações multimodal serão
assim uma boa alternativa secundária para o desktop. O objetivo final para aplicações
multimodais será a criação de interfaces confiáveis e completamente naturais para os usuários
finais. Esses objetivos ainda estão relativamente distantes, mas a tecnologia está evoluindo
rapidamente. O futuro da interação do homem-computador envolverá provavelmente o
diálogo direto em um mundo onde as relações naturais serão usadas de forma tão comum
como o uso do mouse ou VDU (unidade de digitalização da voz).

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