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Resumo
A essência da revolução digital conforme Negroponte (1995), consiste no deslocamento da
“economia baseada no átomo” para a criação, manipulação, comunicação e armazenamento
de dígitos binários eletrônicos ou “bits”. Assim, a habilidade em codificar matérias físicas no
domínio digital representa de forma eficaz apenas a primeira metade da exigência
tecnológica, pois são necessárias outras etapas para uma verdadeira revolução de toda a
economia digital (Barnatt, 2001).
Portanto, o objetivo do artigo está centrado na pesquisa exploratória focada na segunda
revolução digital, na maior interação humana entre o mundo físico do espaço real com a
fronteira digital do espaço cibernético.
Palavras-chave: Convergência; Tecnologia Digital; Conversor; Interação Humana; Tv; Pda.
1. Revisão Conceitual
Conforme o Merriam-Webster’s Collegiate Dictionary, convergência define-se como um
movimento para um ponto comum ou de junção para um foco ou a união de interesse comum.
Yoffie (1997) cita a convergência como unificação de funções ou uma junção de produtos
distintos através da tecnologia digital. Negroponte (1995) menciona a mudança da era dos
átomos para a era dos bits, citando os méritos da digitalização como a compressão dos dados e
a correção automática dos erros, constituindo-se em um dos elementos mais importantes para
a segurança no tráfego das informações.
Mais do que em todos os outros tempos, na era digital, o fator da convergência encontra a
combinação de "1 e 0" para a realização da comunicação entre as pessoas. Nela se encontra a
sua base, ou seja, a convergência se refere às maneiras como os vários meios analógicos
podem ser traduzidos em bytes digitais e serem manipulados por um computador.
No início da década de 1990, a ênfase da convergência foi colocada no computador e na
televisão. A diferença tradicional entre a tecnologia da televisão e a telefonia inclui os
seguintes aspectos:
a) Técnico: A TV é uma tecnologia de banda larga com a utilização de uma comunicação
pública ponto a multiponto. Os telefones usam uma tecnologia de banda estreita e opera
através das redes de cabos chaveados para permitir a comunicação privada ponto a
multiponto;
b) Funcional: A TV é um meio de transmissão de vídeo que se desenvolveu historicamente de
forma passiva, como um dispositivo de entretenimento doméstico. O telefone, por sua vez, foi
historicamente desenvolvido para transportar a voz de forma interativa, em que os dados
trafegam e sempre foram importantes tanto para transações comerciais, quantos para
aplicações domésticas;
c) Econômico: A televisão convencional é um “bem público" livre, suportado pelos
anunciantes e difundido pelo ar para todo o público sem discriminação. Até a recente
desregulamentação, o telefone foi considerado sempre um monopólio natural e os serviços de
telefonia são financiados por taxas dos assinantes e das tarifas conforme o seu uso.
Tecnicamente, a TV se moveu em direção à telefonia com a propagação dos cabos de
transmissão e a introdução de sinais direcionados e endereçáveis. As diferenças importantes
permanecem em termos da largura da banda e da sua interatividade: as transmissões do vídeo
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na faixa de banda larga ou dos sinais de TV por cabo não se transformam facilmente na
interatividade nos dois sentidos, comutando para uma rede de telefone.
Entretanto, a combinação da rede de banda larga ampliada do cabo de transmissão com a
"comutabilidade" da rede de telefonia dentro de uma mesma linha dedicada ao consumidor
doméstico tem tido uma forte resistência pelos operadores de cabo e de telefone.
Especialmente no Canadá, nota-se a não-convergência no cruzamento dos limites tradicionais
das duas indústrias.
Já no final de 1990, a equação da convergência tornou-se mais complicada: a televisão, os
computadores, os telefones celulares, a Internet e seus sistemas de distribuição: cabos,
transmissão sem fio, telefonia, satélite, transmissão por rádio difusão têm fragmentado a visão
tecnológica do futuro.
Disponibilizar os diversos meios analógicos isolados de forma conjunta se torna possível pela
conversão de cada um deles no formato digital comum, que pode assim ser combinado e
manipulado por um processador digital, ou seja, o computador.
Como se observa, a convergência freqüentemente se refere à evolução conjunta da tecnologia
da telefonia, do cabo de comunicação e das tecnologias de transmissão por difusão. Sendo
assim, as grandes empresas de telecomunicações e dos cabos de transmissão, que formam o
conglomerado de provedores de conteúdos e dos seus portadores, têm sido separadas
tradicionalmente por reguladores das telecomunicações como o FCC (Comissão Federal das
Comunicações nos EUA) e o CRTC (Comissão Canadense das Telecomunicações de Rádio-
Televisão).
Gates (1995) afirma que a revolução convergente é concreta e sem saídas. Pode-se afirmar
que a conexão sem fio nos permite atualmente: aumentar a capacidade de transmissão de
dados que trafegam na Internet; ampliar os sistemas operacionais utilizados; criar uma nova
infra-estrutura móvel global permitindo assim o que Gates (1995) chamou de ‘redes sem
emendas’.
Entretanto, o crescimento vertiginoso dos conteúdos multimídia e das redes de computadores,
nos meados de 1990, forçou muitos protagonistas da área a revisar os termos da equação.
Enquanto o processo de desregulamentação da área desperta ainda um interesse importante na
disponibilidade da largura de banda para redes de computadores e no desenvolvimento da
tecnologia, o vídeo em full motion e o modem de cabo redefiniram os termos da equação
dentro da dinâmica da convergência. A Internet e sua popularização com o conseqüente
advento do protocolo IP (Internet Protocol), aliado a maior capacidade técnica dos
equipamentos produzidos e colocados no mercado, é o mais importante parâmetro da
convergência nos anos 2000.
"Os sinais análogos são aplicações específicas, enquanto os sinais digitais são genéricos”.
Ellis (1992) ilustra esse importante princípio, afirmando que a informação analógica, que é
gerada pelos sulcos ondulados do LP (long play), “não pode ser alterada ou realçada de
nenhuma maneira. Pode somente ser reproduzida com um grau maior ou menor de fidelidade,
apenas como está gravada no vinil”.
Por outro lado, para sua existência, os sinais digitais não dependem de um meio físico
particular. O mais importante é que podem ser reprocessados e melhorados indefinidamente
com a ajuda dos computadores. O dispositivo de reprodução de CD (compact disc) e o
processador digital do computador "falam" a mesma língua dos dígitos binários e manipulam
a informação com a mesma lógica. Essa característica das mídias digitais é essencial para a
aplicação de algoritmos de compressão em arquivos de imagem e de música.
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As aplicações modais podem proporcionar uma melhoria das aplicações multicanais. O termo
"canal" se refere a diferentes plataformas de browsing ou aos agentes usuários que acessam,
navegam, e interagem com as aplicações on-line. As aplicações multicanal são projetadas para
o acesso universal através dos diferentes canais, ou um canal de cada vez, sem nenhuma
atenção em particular dispensada para a sincronização ou à coordenação entre os diversos
canais. Nota-se, assim, uma série de canais à disposição para acessar o conteúdo da Internet,
que a princípio parece separado, embora seja funcional e consistente.
As aplicações em multicanal, no entanto, têm seus próprios inconvenientes. Cada canal a ser
implementado terá que ser desenvolvido com base na utilização de diferentes linguagens e
processos de forma apropriada. Somente determinados componentes tais como a base de
dados de apoio pode ser compartilhada entre os diferentes canais. À medida que a escala dos
dispositivos cresce e o número de canais disponíveis aumenta, a situação exige mais recursos
e tempo.
Alguns estudiosos visionários pregam que até o ano de 2020 tudo será wireless, inclusive isto
por conta do alto custo de instalação e manutenção das redes cabeadas. Eles defendem a tese
de que cada dispositivo, desde o PC até os aparelhos eletroeletrônicos, de casa ou do
escritório, estará conectado por links sem fio. Não serão apenas os telefones celulares, PDA’s
(Personal Digital Assistants) e notebooks que funcionarão em redes móveis. Produtos como
TV’s, geladeiras, fornos de microondas, impressoras e câmeras digitais possuirão conexão
sem fio.
Dentro desse enfoque, observa-se que, tanto no ambiente dos consumidores, ou mesmo no
contexto do próprio negócio, o primeiro dispositivo de mídia digital verdadeiramente
onipresente tem sido o telefone móvel.
Em pouco mais de três anos, com a redução do seu tamanho e do peso, a autonomia crescente
da bateria, a qualidade crescente do serviço e os preços de pacote diminuindo, a metade da
população nos países como o Reino Unido possui um telefone móvel.
De fato, a maciça adesão pública em um curto espaço de tempo caracteriza assim a segunda
revolução digital, uma vez que os dispositivos robustos a preço acessível estão disponíveis em
larga escala.
A onda de aquecimento do mercado do telefone móvel transformou o walkman, do século
XX, em um aparelho de MP3 móvel. Esses minúsculos dispositivos de bolso, pouco maiores
do que uma caixa de fósforos permite que a música digital seja armazenada, manipulada e
apreciada em movimento.
7. Conclusão
As aplicações multimodal estão ajustadas para crescer em importância nos anos vindouros
trazendo benefícios aos negócios, aos colaboradores, e aos usuários finais.
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