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DEZ/2000
DEDICO
DEDICO ESTE TRABALHO
TRABALHO AOS SEGUIDOR
SEGUIDORES
ES DO CULTO AOS ORIXÁS
ORIXÁS QUE,
RESPEITANDO TODAS AS FORMAS DE VIDA, COMPREENDEM QUE OS ANIMAIS SÃO
CRIATURAS DE OLORUN,
OLORUN, ASSUMINDO,
ASSUMINDO, ASSIM A RESPONSABILIDADE DE
DE RESPEITÁ-LOS
E PRESERVÁ-LOS.
ORAÇÃO DO GALO.
Aesar $e "u$o,
A)!
&' (arte
CA()*+,O I
O Candoml
A forma original, traida !" mais de #uatrocentos anos $elos escravos negros,
submetida a um $rocesso de aculturaç%o, resultou num modelo novo, muito diferente da#uela da
#ual $rovém e #ue serve !o&e, t%o somente, como $onto de refer'ncia, de acordo com a
reformulaç%o ou total re&eiç%o de muitos de seus elementos.
ste fenmeno $ode ser observado também em $ases da América atina, onde os
cultos de origem africana recebem nomes diferentes, como/ 0ud*, 1alo 2a3ombe, 4anteria, etc.,
variando de um $as ou de uma regi%o $ara outra, da mesma forma #ue, no Brasil, $odemos
encontrar diferentes $r"ticas #ue variam de regi%o $ara regi%o, como/ 5ambor de 2ina no
2aran!%o6
2aran!%o6 Batu#ue
Batu#ue e Babaçu' no 1ar"6 5oré e Catimb7
Catimb7 em toda a regi%o
regi%o nordeste6 1a&elança
1a&elança
no norte do $as6 8ang em 1ernambuco6 2acumba no 9io de :aneiro e 4%o 1aulo6 1ar" em
1orto Alegre6 Candomblé na Ba!ia, 4%o 1aulo e 9io de :aneiro, e ;mbanda, existente em todo o
5errit7rio <acional.&
Os cultos, embora ten!am uma origem comum, n%o s%o !omog'neos, $ossuindo
diferentes $rocedimentos lit*rgicos, o #ue n%o se verifica somente de regi%o $ara regi%o, mas
também, de terreiro $ara terreiro, muito embora restem sem$re v"rios elementos comuns a todos
os gru$os $raticantes.
&' (arte
CA()*+,O I
O Candoml
A forma original, traida !" mais de #uatrocentos anos $elos escravos negros,
submetida a um $rocesso de aculturaç%o, resultou num modelo novo, muito diferente da#uela da
#ual $rovém e #ue serve !o&e, t%o somente, como $onto de refer'ncia, de acordo com a
reformulaç%o ou total re&eiç%o de muitos de seus elementos.
ste fenmeno $ode ser observado também em $ases da América atina, onde os
cultos de origem africana recebem nomes diferentes, como/ 0ud*, 1alo 2a3ombe, 4anteria, etc.,
variando de um $as ou de uma regi%o $ara outra, da mesma forma #ue, no Brasil, $odemos
encontrar diferentes $r"ticas #ue variam de regi%o $ara regi%o, como/ 5ambor de 2ina no
2aran!%o6
2aran!%o6 Batu#ue
Batu#ue e Babaçu' no 1ar"6 5oré e Catimb7
Catimb7 em toda a regi%o
regi%o nordeste6 1a&elança
1a&elança
no norte do $as6 8ang em 1ernambuco6 2acumba no 9io de :aneiro e 4%o 1aulo6 1ar" em
1orto Alegre6 Candomblé na Ba!ia, 4%o 1aulo e 9io de :aneiro, e ;mbanda, existente em todo o
5errit7rio <acional.&
Os cultos, embora ten!am uma origem comum, n%o s%o !omog'neos, $ossuindo
diferentes $rocedimentos lit*rgicos, o #ue n%o se verifica somente de regi%o $ara regi%o, mas
também, de terreiro $ara terreiro, muito embora restem sem$re v"rios elementos comuns a todos
os gru$os $raticantes.
0"rios outros autores viriam, $osteriormente, corrigir tal afirmaç%o, notadamente, 9oger
Bastid
Bastide,
e, dson
dson Carnei
Carneiro,
ro, 2.=ela
2.=elafos
fosse,
se, 1ierre
1ierre 0erger
0erger,, . 4olanb
4olanb'
' e outros
outros #ue afirma
afirmam
m a
exist'ncia, na cultura religiosa dos negros 3orubanos, fons e das diversas nações do 4ul da
frica, um =eus >nico, Criador de
de 5odas as Coisas, Onisciente e Oni$resente.
Oni$resente.
Olorun
Olorun é o nome mais comumente
comumente usado $ara designar a =ivindade 4u$rema,
4u$rema, e esta
$refer'ncia de uso est" ligada + sua aceitaç%o $or $arte dos islamitas e dos crist%os, #ue
adotaram-no como sinnimo, tanto de Al", #uanto de :eov".
O termo é f"cil de ser analisado e traduido, uma ve #ue se com$õe de duas $alavras
a$enas/ DOl de Oni (dono,
( dono, sn!o", #!$)
#!$) e Orun (#%&,
(#%&, '&ndo ond !()*+(' os s"*+os '(*s
/(dos0, formando Olorun - C!$, P"o"*+1"*o o& Sn!o" do C%&.
/(dos0, formando C%& .
O termo Olodumare $ro$õe uma idéia mais com$leta e de maior significado filos7fico.
=esmembran
=esmembrando
do a $alavra,
$alavra, encontramo
encontramoss os seguintes
seguintes com$onentes/
com$onentes/ OlE, DOd* e 2are,
2are, #ue
$assamos a analisar se$aradamente.
O $refixo Ol resulta da substituiç%o, $elo l das letras n e i da $alavra Oni (dono,
( dono,
#!$), $refixo utiliado, modificado, ou em sua forma original, $ara designar o domnio
sn!o", #!$),
de alguém sobre alguma coisa ($ro$riedade, $rofiss%o, força, a$tid%o, etc.). x./ Olo@un -
4en!or dos Oceanos.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 4
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2O +"'o "*6*7o %, d 'odo 3&(s 6"(, "(#*on(do #o' o /")o (+*no "*6"9
#&'"*'n+o #ons#*n#*oso do d/", "s*+o ( od"s s&"*o"s, "o$&nd( "$47o. O
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$on+ do +"'o, "*6(", 3& *'*#( &' "(#*on('n+o n+*'o d&"(do&"o #o' o so)"n(+&"(<.3
5udo isso exige, $ara #ue $ossa se efetivar, a exist'ncia de uma liderança centraliada
numa autoridade sacerdotal, individualiada ou com$osta $or um gru$o de ade$tos de alta
!ierar#uia. A autoridade a re$resentada é #ue ir" estabelecer a $adroniaç%o do ritual, o
recon!ecimento de novos ade$tos e a ordenaç%o de novos sacerdotes.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 5
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A ética religiosa $ode, no entanto, ser consoante com o resto do sistema religioso e
estar ao mesmo tem$o, em contradiç%o formal com ele, o #ue $rovoca certas tensões #ue
fornecem novos im$ulsos, #ue tendem a $roduir mudanças no sistema geral, ocasionando
ent%o, o surgimento de um ou v"rios gru$os dissidentes, #ue, orientados $elos fundamentos
$rinci$ais do gru$o origin"rio, determinam, $ara seus com$onentes, mudanças no sistema geral
e, a$artando-se, estabelecem-se como seitas.
A conceituaç%o de seita difere suficientemente $ara #ue n%o $ossa ser aceita como
classificaç%o $ara o Candomblé ao entendermos #ue/ ;ma seita é um gru$o religioso formado
em $rotesto a outro gru$o religioso, e geralmente se se$arando dele6 sua formaç%o re$resenta a
manutenç%o de credos, $r"ticas rituais e $adrões morais, mais comumente considerados $elos
membros da seita como um retorno a formas mais antigas e mais $uras dessa religi%o em
$articular,... ...com o tem$o a seita muda $ara a $osiç%o de isolamento limitado, + $arte do
sistema circundante, ou $ara um estado de ada$taç%o + ele. 4
O ob&etivo do gru$o dissidente n%o $oderia ser outro sen%o o de mudar, através de
uma aç%o inovadora, alguns, se n%o todos os elementos #ue caracteriam sua $r7$ria origem.
=iante do ex$osto conclumos #ue, o Candomblé, n%o $odendo ser classificado como
uma religi%o e tam$ouco como seita $or falta de caractersticas essenciais, nada mais é do #ue
um culto, subdividido em diversos gru$os, com $r"ticas ritualsticas #ue ob&etivam manter o
sentido religioso original, orientado $or liderança individual e geralmente carism"tica, e n%o
sacerdotal, como era de se es$erar.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 6
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: ( 2&R2A;M. Reli%ião ( &n< Dicionrio $e =i>ncias Sociais, ?un$ação Ge"@lio ar%as ( Rio, 5BC
CA()*+,O II
Contradiendo o #ue vai afirmado acima, localiamos um culto ao =eus 4u$remo, #ue
configura-se, de forma velada, na *nica ritualstica #ue, se bem com$reendida, $ode ser
considerada como direcionada a Olodumare numa de 4uas mais gratas e sagradas
manifestações.
O&i& é uma forma fornecida $ela 5erra, res$ons"vel $ela guarda de nosso cor$o fsico,
subsistindo, mesmo de$ois da sua morte, en#uanto este n%o for inteiramente decom$osto e, em
forma de $7, entregue + 5erra #ue forneceu toda a matéria de #ue foi formado.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 8
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4endo divino, ?$ori é imortal e, cum$rida mais uma fase de sua escalada evolutiva
efetuada em diversas e sucessivas encarnações, retira-se $ara um local onde ir" avaliar seu
desem$en!o na *ltima encarnaç%o e $re$arar-se $ara uma outra.
<este local, #ue os 3orubanos c!amam de Orun, assim #ue l!e se&a dada $ermiss%o
$ara um novo nascimento, ?$ori escol!er" seu $r7$rio destino (Odu), assim como escol!er" o Ori
em #ue ir" !abitar na nova encarnaç%o. Ao escol!er Ori (cabeça), ?$or escol!e também o cor$o,
&" #ue o cor$o, $ara os 3orubanos, nada mais é #ue uma extens%o da cabeça, sede e comando
de todo o con&unto.
O #ue a maioria dos ade$tos descon!ece é #ue, s%o os Orix"s #ue fornecem a matéria
com a #ual s%o confeccionados os Oris e desta forma, fica estabelecida a relaç%o existente entre
o ser !umano e seu Orix", ou se&a, a entidade #ue forneceu ou em$restou a matéria com a
#ual sua cabeça e, $or extens%o, seu cor$o, foram confeccionados, $rimeiro num $lano su$erior
em #ue a $r7$ria matéria a$resenta-se mais sutil, embora essencialmente id'ntica ao seu
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corres$ondente no $lano fsico e de$ois no $lano, $ara n7s $lenamente $erce$tvel, de forma
densa e grosseira.
2Aos O"*41s #() o d*"*+o d, s (ss*' 3&*s"', #o)"(" d s&s $*!os #&+o
o$"nd(s #o'o $o"'( d 2(6('n+o2 s % (d'*ss/ o +"'o0, ( &+**5(;7o d( '(+%"*( #o'
( 3&( s&s #o"os $o"(' #on$##*on(dos 3& "+n# ( s, O"*41s.2
xiste no entanto, um culto es$ecfico + ?$or, o #ue significa dier #ue, existe um culto
es$ecfico + =ivindade 4u$rema a manifestada. ste culto, $or demais comum, nem sem$re
$ressu$õe iniciaç%o e nunca estabelece vnculo es$iritual entre o sacerdote #ue o oficia e a
$essoa #ue a ele se submete.
A verdade é #ue, o culto aos Orix"s, tem sua origem estabelecida em tem$os
imemoriais, !avendo surgido $rovavelmente, logo a$7s a antro$og'nese, assim #ue o ser
!umano, dotado da ca$acidade de raciocnio, $ercebeu a exist'ncia de forças e entidades
su$eriores e com elas estabeleceu um $ rimeiro contato.
As mesmas entidades, com outras denominações, s%o, sem d*vida, cultuadas $or
diferentes $ovos de diferentes organiações culturais, o #ue nos $ossibilita afirmar #ue, se&a #ual
for a religi%o adotada, o !omem religioso sem$re $resta-l!es culto, embora de formas diferentes.
Nonseca :r., Orix" M An&o de Juarda, etimo./ Ori M cabeça, 4a (xa) M guardi%o -
Juardi%o da Cabeça, =ivindade lementar da <aturea, figura central do culto afro 7.
<o Brasil os termos ?mole e bora s%o $raticamente descon!ecidos, sendo $oucos os
ade$tos da religi%o #ue os utiliem ou saibam o seu significado. stes dois termos faem
refer'ncia +s entidades es$iritais situadas !ierar#uicamente, imediatamente abaixo dos
verdadeiros Orix"s, mais $r7ximas, $ortanto, dos seres !umanos. ntre elas se encontram
a#ueles #ue erradamente costumamos denominar Orix"s, como Ogun, Ox7ssi, 8ang, Oxun,
?3eman&", etc..
Alguns sacerdotes conceituados afirmam #ue o termo Orix" deveria ser utiliado
exclusivamente em relaç%o aos es$ritos genitores #ue, efetivamente, $artici$aram da criaç%o do
universo e #ue deram origem aos demais, de categoria !ier"r#uica inferior, $ersonificações de
fenmenos e de elementos naturais como 5erra, Nogo, gua, Ar, rios, lagoas, mares, $edras,
montan!as, vegetais, minerais, etc...
Outros seriam ainda, figuras !ist7ricas tais como reis, guerreiros, fundadores de
cidades, de dinastias, !er7is e !eroinas #ue, dado a im$ortncia de seus feitos, foram, de$ois de
mortos, deificados e acrescentados ao $ante%o #ue, segundo Aolalu, est" estimado em mais
de PQRR entidades 8.
9OD+"# E I":I#I#.
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Os 0oduns s%o entidades de origem fon, #ue corres$ondem aos Orix"s dos nag.
;ma outra casa de &'&e considerada $or muitos como o maior foco de resist'ncia
religiosa e cultural deste gru$o étnico, est" localiada na rua 4enador Costa 9odrigues, TUQ, em
4%o ui do 2aran!%o.
Con!ecida como Casa Jrande das 2inas, é descrita em detal!es $or <unes 1ereira,
de cu&a obra extramos o texto #ue se segue e #ue $or si s7, deixa clara a diferença existente
entre o Candomblé ali $raticado e o #ue é $raticado em outras casas da mesma origem, mas &"
bastante influenciadas $elo <ag.
2Os Vod&ns M*n(->:s s7o (6&ns do s4o $'*n*no o&+"os do s4o '(s#&*no
&ns s7o 'o;os o&+"os s7o /!os.
Os Vod&ns Mo;os0 s7o9 Dos&, A6>/, D(#o, Bos&, To#%, To#1, Dos&-P%,
A/%">3&>+, Ao6*, P*-Bo:* o& Pd*-Bo:*, Ro:&.
Os Vod&ns Mo;(s0 s7o9 An(n*n, A#o%/* o& Asson%/*, D%ss%, S%(5*n Bo;1.
A%' dos Vod&ns, #&+&(-s, n( C(s( d(s M*n(s, (s T)s*s o& Mn*n(s, n+*d(ds
(6"s 6n+*s 3& (do"(' d(n;(", )"*n#(" #o'" $"&+(s. E(s s dno'*n('9
=esta relaç%o destacamos alguns como Badé #ue no <ag é 8ang, sendo con!ecido
também em linguagem fon, como 8evios ou Ievioso. o@o, irm%o de Badé é o ?r@o nag6
A@7sa$at" é Oxun e Ab' (=ona do 2ar, 4en!ora do 2ar), seria sem d*vida nen!uma, Olo@un
#ue $ara alguns, é do sexo masculino.
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<a frica o culto a cada Orix" est" ligado a uma regi%o, cidade ou estado. =esta forma,
Oxal" é cultuado em ?l' ?fé, com Oxalufan em ?f% e Oxaguian em &igbo. Ogun =eus da guerra e
do ferro, é cultuado em @iti e em Ond6 8ang em O376 ogunedé em ?lex"6 Oxun em Oxogbo e
assim sucessivamente. stes cultos s%o realiados em se$arado e cada Orix" $ossui seu tem$lo
$articular onde sacerdotes e fiéis dedicam-se exclusivamente a cada um deles, n%o ocorrendo,
como se verifica nos $ases americanos como Brasil, Cuba, Saiti e outros, a diversificaç%o de
cultos a diferentes Orix"s dentro de um mesmo tem$lo e sob a direç%o de um mesmo sacerdote.
Ao ade$to africano, membro de uma famlia ou de um gru$o comunit"rio #ual#uer, as obrigações
e deveres $ara com o Orix" se limitam a uma a&uda material efetivada através de contribuições
#ue visam a manutenç%o do tem$lo, a a#uisiç%o do material destinado ao culto e ao sustento
dos membros do cor$o sacerdotal. 4ua $artici$aç%o nas cerimnias e festas limita-se a entoar
cnticos, dançar e bater $almas em !onra e louvor do Orix". 4e atenderem a estas exig'ncias e
res$eitarem certas $roibições alimentares e com$ortamentais exigidas $elo culto, est%o
$erfeitamente em dia com seu com$romisso religioso.
<o Brasil, ao contr"rio do #ue acontece na frica, cada indivduo deve assegurar o
atendimento das exig'ncias de seu Orix" devendo $ara isto, seguir a orientaç%o de um
Babalorix" ou de uma ?3alorix" com casa de Candomblé estabelecida e $ertencente + uma
lin!agem recon!ecidamente origin"ria da frica.
<o caso de ser necess"rio submeter alguém + uma iniciaç%o (a#ui denominada feitura-
de-4anto), o Babalorix" ou a ?3alorix" ficar" incumbido de levar a bom termo o cerimonial,
res$onsabiliando-se n%o s7 $elo seu sucesso, como também $elo e#uilbrio #ue deve
estabelecer-se, a $artir de ent%o, entre o iniciando e seu Orix", o #ue se configura num vnculo
#ue n%o $ode ser rom$ido se&am #uais forem as circunstncias.
<a feitura, o Orix" recebe seu assentamento #ue, de$endendo da naç%o em #ue !a&a
sido feito, varia em forma e elementos com$onentes, verificando-se no entanto, a exist'ncia de
um com$onente comum a todas as nações, o o @ut".
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O o@ut" é uma $edra sacraliada ao Orix", sendo sua $r7$ria re$resentaç%o e sobre a
#ual s%o oferecidos os sacrifcios $ro$iciat7rios a ele endereçados.
<o Brasil é costume manter-se o igb" do Orix" do iniciado &unto ao do 4anto da Casa
durante sete anos, tem$o exigido $ara #ue o iniciado, a$7s faer as obrigações de $raxe,
receba um grau !ier"r#uico mais alto, #uando $oder", se assim #uiser, levar seu Orix" $ara sua
casa ou, se tiver cargo $ara tal, abrir seu $r7$rio Candomblé, o #ue $or certo im$lica num
com$lexo $rocedimento ritualstico #ue n%o $ode nem de ve ser descrito em suas min*cias.
4obre o ritual cubano é ainda Vamora #ue nos informa / 2Lo6o (s "(*5(" &' )
3& s $(5 +">s 'ss do*s do d*( do no', o *n*#*(do /( s&s S(n+os ("( #(s(, odndo
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(os O"*41s, o*s *s+o % &'( (+*+&d #ondn1/ ds"s*+os(, 3& od "o/o#(" ( s&( $"*(
"s&+(" ' s/"(s &n*;s 2.
6 (*A Galinha $Ean%ola *. o%el,Arno ( Silva Mello,M.A.$a ( 3essoa $e 2arros, F.?. (3allas $.( Rio (
558.
B ( F.O. Aolalu ( Joru4a 2eliefes an$ Sacrificial Ri"es ( Lon%an Grou Lii"e$ ( 5C5.
CA()*+,O III
A I"ICIA;1O
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A iniciaç%o n%o é feita $or sim$les vontade do ade$to mas sim, $or determinaç%o de
seu Orix", o #ue ocorre #uase sem$re de maneira ines$erada/ ou a $essoa começa a sofrer
diferentes ti$os de $erturbações em sua vida, se&am de ordem $s#uica ou de #ual#uer outra
ordem, mas #ue servem sem$re de sinal $ara #ue se constate a c!amada da divindade, ou a
entidade se a$ossa violenta e re$entinamente de seu fil!o, lançando-o ao solo, absolutamente
inconsciente, fenmeno #ue é con!ecido, dentro das casas de candomblé como bolaç%o. A
$artir desse momento, sob $ena de v"rios $roblemas #ue $oder%o advir, o indivduo escol!ido
dever" submeter-se + iniciaç%o no culto, sob a orientaç%o do c!efe do terreiro denominado
Babalorix" ($ai-de-santo) ou ?3alorix" (m%e-de-santo).
2...O D&s od, dsd o6o, (od"("-s do #o"o d s&( $*!(, #&:( "son(*d(d
ds(("# 'o'n+(n('n+ ("( s" s&)s+*+&d( ( do O"*41 *nd*/*d&(. O s" !&'(no
oss&*, o"+(n+o, dsd 3& *n*#*(do, $*+o, d&(s "son(*d(ds (("n+(d(s. A "*'*"( %
(3&( 3& d"*/( d( $('*( *'d*(+(, do (')*n+ ' 3& o *nd*/d&o n(s#& #"s#&. A
s6&nd( % ( d &' (n+(ss(do '+*#o, d &' (* so)"n(+&"( 3& s dsn/o/ ( ("+*" d(
*n*#*(;7o s '(n*$s+( n( ossss7o2 P.
A verdadeira iniciaç%o !" de ser, de certa forma, uma ex$eri'ncia dolorosa, durante a
#ual, a $ersonalidade $rofana $ermanece como morta, ressuscitando em seguida &" dotada das
caractersticas #ue distinguem o iniciado. 1or este motivo os ade$tos costumam referir-se ao
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 15
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$rocesso de iniciaç%o utiliando-se do termo $assar $elo sacrifcio o #ue sem d*vida é
revelador das condições +s #uais s%o submetidos durante o $rocesso.
Conta um itan do Odu Oxefun, #ue certo dia, Oxun recebeu de Obatal", a ordem de
iniciar o $rimeiro ser !umano no culto aos Orix"s.
Savendo selecionado entre muitos, a#uele #ue viria a ser o $rimeiro iniciado, Oxun
tratou de seguir as orientações fornecidas $elo grande Orix"-Nunfun, contando $ara isto com o
auxlio de legbara e Osai3n, além das orientações de Orunmil".
Ao fim da cerimnia, verificou-se uma total mudança na $ersonalidade do iniciado #ue,
de $essoa comum, transformou-se num ser exce$cional, dotado de $rofundo sentimento
religioso e $lena dedicaç%o ao culto $ara o #ual !avia sido $re$arado.
=iante deste fato, Oxun, $ercebendo #ue &amais seria $ossvel a obtenç%o de um ser
!umano de tantas #ualidades, intercedeu &unto ao Jrande Orix" $ara #ue o sacerdote fosse
$reservado do to#ue de ?@u.
Obatal", em sua imensa sabedoria, n%o #uerendo interferir na lei natural #ue determina
#ue todos os seres vivos devem um dia ser entregues aos cuidados de ?@u, admitiu a
$ossibilidade de eterniar, a$enas simbolicamente, a#uele a #uem foi confiada a $ro$agaç%o de
sua $r7$ria religi%o e desta forma, ordenou #ue sobre sua cabeça fosse colocado o ox*,
transformando-o, imediatamente, numa ave a #ue deu o nome de t* (galin!a dXAngola) .
Fuando o i3ao é recol!ido, de$ois dos $receitos obrigat7rios + gun e x*, #ue n%o
nos cabe descrever no $resente ensaio, ser" ent%o colocado em contato direto com os $rimeiros
$rocedimentos lit*rgicos #ue visam o $rocesso de transmiss%o do Axé.
A seleç%o das fol!as lit*rgicas utiliadas neste cerimonial varia de casa $ara casa, o
#ue significa dier #ue, embora se&a estritamente obrigat7ria a $resença das fol!as do Orix" #ue
est" sendo feito, alguns sacerdotes acrescentam também as fol!as de seu $r7$rio Orix", outros
&untam a, as fol!as do &unt7 do i3ao, como também fol!as es$ecficas de Obatal".
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 16
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Os Orix"s s%o invocados e seus $oderes individuais s%o catalisados em forma de Axé,
#ue x*, em sua funç%o de elemento trans$ortador, ir" direcionar em favor do i3ao, $ara #ue a
metamorfose $ossa se concretiar $lenamente.
O ritual divide-se em duas $artes distintas. <a $rimeira $arte somente as energias
geradoras s%o invocadas, com exceç%o de Oxal", #ue embora sendo um Orix" gerador, $or uma
#uest%o de !ierar#uia, é invocado e saudado no final da segunda $arte, #uando os Orix"s
$rovedores s%o !omenageados e t'm seus $oderes invocados em favor do i3ao. <
x* n%o cria nem se intitula $ai de nada nem de ninguém, limitando-se, outrossim, a
$romover transformações em todos os sentidos.
Como Orix"s geradores s%o considerados todos a#ueles #ue, de alguma forma,
$ossuem o $oder de gerar #ual#uer ti$o de manifestaç%o de vida, e dentre eles encontramos/
?3eman&", <an%, Ogun, Omol*, Oxal", Oxun, O3" e 8ang
Os Orix"s $rovedores s%o todos a#ueles #ue t'm, como atribuiç%o, su$rir, em todos os
as$ectos, as necessidades dos seres gerados $elas entidades anteriormente relacionadas. 4%o
eles/ x*, ?3eman&", ogunedé, <an%, Ob", Ogun, Omol*, Osai3n, Oxal", Ox7ssi, Oxumar',
Oxun e Ke".
Como $odemos observar, Ogun, ?3eman&", <an%, Omol* e Oxun, $or acumularem as
duas funções, s%o relacionados nas duas categorias.
O Olor do i3ao ser" sem$re invocado nas duas $artes do ritual, inde$endente de
$ertencer a #ual#uer dos dois as$ectos.
#ue, $or #ual#uer motivo, #ueiram interferir no $rocesso o #ue, sem sombra de d*vidas,
resultar" num fracasso total, cu&as conse#H'ncias $odem ser altamente negativas.
4endo emanações diretas de Olorun, os Orix"s Nunfun s%o $ortanto, os seres mais
elevados da escala da exist'ncia, encontrando-se no mesmo nvel dos Arcan&os do cristianismo
e dos Nil!os 2aiores <ascidos da 2ente de Bra!ma descritos nos 0edas, denominados =evas,
1itris, 9is!is, etc... stas =ivindades Criadoras s%o encabeçadas $or Obatal", O 4en!or das
0estes Brancas, também con!ecido como Orix"nl" ou Oxal". Oxal" é o 4o$ro =ivino, a $rimeira
manifestaç%o individualiada de Olorun #ue é a vida una, eterna, invisvel, mas oni$resente6 sem
$rinc$io e sem fim6 inconsciente, mas Consci'ncia Absoluta6 incom$reensvel, mas realidade
existente $or si mesma. Oxal" o 4o$ro-=ivino, $rovoca o movimento #ue fecunda e energisa o
terno em re$ouso no Oceano-do-n%o-ser, onde tudo existe sem forma e, ocasionando o
surgimento da diferenciaç%o, des$erta o 1lano =ivino, onde &a oculta a elaboraç%o de todos os
seres e coisas futuras.
5udo o #ue exista ou $ossa existir é oriundo desta ess'ncia até ent%o inerte e #ue,
a$7s !aver sido tocada, fecundada $elo $rinc$io masculino, manifesta-se e recebe o nome de
Odudua.
Os Orix"s Nunfun s%o, em *ltima an"lise, entidades da mesma categoria #ue 2adame
Blavats@i
Blavats@i classifica
classifica os 4eres 1rimordiais,
1rimordiais, 2D!Kn C!o!(ns dos o#&+*s+(s, R*s!*-P"(:(+* dos
*nd&s+(s,
*nd&s+(s, Eo!*' o& F*!os d D&s dos :&d&s, Es"*+os
Es"*+os P(n+1"*os
P(n+1"*os d +od(s (s n(;s 3&,
sndo #ons*d"(dos d&ss, $o"(' (do"(dos #&+&(dos os !o'ns.2 5
0erge
0ergerr afir
afirma
ma #ue ...2os O"*41s F&n$&n s7o ' n'"o d #n+o #*n3n+(
3&(+"o,...O"*41 O&$n A:6&n o("* O"*41 O6K(n E% *6)o O"*41 O)(n:*+( O"*41 AJ*"
O"*41 E+Jo O)( D&6)
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O"*41 Oo:o O"*41 A"o& O"*41 On"*n:
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L3&N,, =. =on"ri
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ão ao es"u$o
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sis"eaa $e classi
classifica
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ção $os "ios sicol
sicol%i
%icos
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=an$o4l) )"u $e Salva$or. São 3aulo, ;S3, 5CB. Pese $e $ou"ora$o. ( Joru4a 2eliefes an$
Sacrificial Ri"es ( Lon%an Grou Lii"e$ ( 5C5.
( 2lava"sI, .3. ( A Dou"rina Secre"a. S-n"ese $e =i>ncia, ?ilosofia e Reli%ião. $. 3ensaen"o.
6 ( O4ra ci"a$a.
O$A,%?OBA*A,%
:uana lbein dos 4antos #uem afirma #ue 2O o), ( o$"nd( o" 4#>n#*( ("( os
F&n$&n, % o o) *$*n, o o) )"(n#o +odos os (n*'(*s, (/s o& 3&(d"ds, d/' s" dss( #o".
O s(n6& /6+( % s*')o*5(do o o"*, '(n+*6( /6+(, o (6od7o o s(n6& '*n"(
o 6*5 o #!&')o. S&( o$"nd( "$"*d( % o s(n6& )"(n#o do *6)*n #("(#o0, 3&*("(do
d ( d*"*+( s7o os d+n+o"s o" 4#>n#*(.2 &
(o s>'n, do 3&( os I"&n'( d(
OD+D+@A
Odudua é um Orix" sobre o #ual existe muita discordncia dos ade$tos do culto. 4e
Oxal"
Oxal" re$res
re$resent
enta
a o $rinc
$rinc$io
$io mascul
masculino-
ino-ati
ativo
vo da criaç%
criaç%o,
o, Odudu
Odudua
a é a re$res
re$resent
entaç%
aç%o
o do
$rinc$io feminino-$assivo, do #ual surge a vida a$7s o $rocesso de fecundaç%o.
;ma grande controvérsia foi criada em torno deste Orix" colocando em d*vida n%o
somente o seu g'nero, como também seu status no com$lexo teognico desta religi%o.
Nonseca :*nior $ro$õe $ara o nome de Odudua a seguinte an"lise etimol7gica/ Od&-
+*-o09 "#**n+ (&+o-6"(do" D(9 C"*(do"(0 I(9 E4*s+>n#*(9 Od&d&( O S" C"*(do" d(
E4*s+>n#*( T""n(.
- As o (#+o s'!(n+ (o 3& $o* $*+o n+" D&s A)"(7o, N*n"od +"o#( d
no' (ss(ndo ( #!('("-s Od&d&(
? - Od&d&( N*n"od0, $*!o d Ood&'(" o/(!0, ("+ ("( ( +""( "o'+*d(. V*d
G>ns*s, @-@? Gn.@W-
- N*n"od "( ds#ndn+ d No%, n+o d C(' C('*+(0 $*!o d C&s* J&s*0.
Gn.@-0
- A)"(!7
A)"(!7o
o 4-A)
4-A)"7o
"7o0,
0, ds#n
ds#ndn
dn+
+ d S' S'*+
S'*+(0
(0 Od&d&
Od&d&(
( 4-N*
4-N*n"o
n"od0,
d0,
("n+s. D3
ds#ndn+ d C(' C('*+(0, "(' ("n+s.D
A ex$licaç%o de Nonseca :*nior $arece aumentar ainda mais a confus%o #ue teria sido
gerada, segundo nos $arece, num sim$les caso de !omonmia verificado #uando o $ersonagem
!ist7rico (masculino), fundador de ?le ?fé, resolveu adotar, #uiç" $or determinaç%o religiosa, o
nome do Orix" (feminino) a #uem é atribuda a fundaç%o da 5erra em #ue !abitamos. A
tradiç%o cuidou de alimentar a confus%o, existindo ainda !o&e em ?le ?fé, um marco monoltico
adornado de misteriosos sinais, denominado O$" Orani3an #ue acredita-se, demar#ue o local
exato da fundaç%o da 5erra. O mesmo monumento serve de t*mulo a Orani3an, rei dos
3orubanos, bisneto de Odudua e $ai de 8ang e de A&a@".
1ierre
1ierre 0erger
0erger toma
toma $osiç%
$osiç%o
o diante
diante da #uest%o
#uest%o,, afirm
afirmand
ando
o ser Odudu
Odudua
a ...2&'
"son(6' !*s+"*#o, 6&""*"o +""/, *n/(so" /n#do" dos I6)o, $&nd(do" d( #*d(d d I
I$% (* d "*s d d*/"s(s n(;s Ko"&)(s2 .<
4egundo 0erger, foi o 1adre Baudin #ue $rimeiro classificou, em seu livro sobre
religiões
religiões de 1orto <ovo, Odudua como Orix",
Orix", sendo $osteriormen
$osteriormente
te seguido
seguido nesta teoria $or
...2#o'*(do"s n#();(dos o +nn+-#o"on A.E. E*s... A o)"( d E*s $o* o on+o d
("+*d( d &'( s%"* d */"os s#"*+os o" (&+o"s 3& s #o*("(' &ns (os o&+"os...2
o&+"os...2
0erger confessa
confessa comungar da o$ini%o do 9everendo Bola&i ?dou #uando
#uando este afirma
#ue 2Od&d&( +o"no&-s o):+o d #&+o (s s&( 'o"+, s+()#*do no ')*+o do #&+o dos
(n#s+"(*s n7o d(s d*/*nd(ds02.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 21
DEZ/2000
1ara reforçar ainda mais sua tese, o cientista continua/ 2A "s*+o d Od&d&(,
(#&'&o&-s #o' o +'o, &'( /(s+( do#&'n+(;7o s#"*+(, +*d( #o'o "&d*+( o"3& %
#ons+*+&d( d +4+os, ( n*#( /(*os( (os o!os dos +"(dos, 's'o 3& s+s +4+os s+:('
4
*ns*"(dos o" s#"*+os (n+"*o"s, *n4(+os #on+"1"*os /"d(d2.
O #ue o grande mestre franc's es#ueceu-se de citar seria talve, a $rimeira $ista
esclarecedora, #uando o $r7$rio ?dou, na mesma obra, relata #ue 2A+% 's'o ' I I$% ond
"do'*n(' os #&+os s d*/*nd(ds '(s#&*n(s, 4*s+ n( *+&"6*(, $o"+s *nd#*os d +"(+("-s d
&'( D&s(, &'( D*/*nd(d F'*n*n(. E' (6&ns on+os s#("#do"s ds+( *+&"6*(, od-s
5
n#on+"(" o +"'o 2IK( M(2 M7 d(s D*/*nd(ds o& M7 D*/*n(0...
...m Ad7, Odudua é irrefutavelmente uma =eusa... e $arte da liturgia começa desta
forma/
x*, legbara, legba ou ainda egba, seriam os nomes $elos #uais é con!ecido este
$oderoso Orix", o $rimeiro criado $or Obatal" e Odudua, tendo Ogun como irm%o mais novo.
O culto de x* é muito individual, cada indivduo, assim como cada coisa $ossui o seu
egba, $odendo $ortanto, edificar o seu assentamento, onde $oder" cultu"-lo e a$aigu"-lo.
Certos signos de ?f", tais como Ofun 2e&i, Ogbe-Nun, Oxetura e Nu-Ke@u, exigem #ue
se&a feito um assento muito es$ecial, denominado egba :obiona, onde os dois egbas citados,
s%o cultuados em con&unto, com a funç%o de $roteger a casa e toda a sua $eriferia. ste egba
exce$cional exige obs de tantos #uantos o visitem. 4egundo a tradiç%o nag, somente os
grandes Babalaos $odem $ossu-lo.
sta regra deve ser sem$re observada $or#ue desta forma evita-se #ue, com atitudes
maliciosas, x* ven!a a ocasionar contratem$os e confusões de todos os ti$os.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 23
DEZ/2000
<uma das mais im$ortantes louvações de x*, encontramos a ex$ress%o =E4, o+1
O"*41< - 2E4, o (d/"s1"*o dos O"*41s2 - o #ue reafirma os constantes $roblemas existentes entre
eles, ocasionados $ela dis$uta do $oder e da autoridade.
(áá @rL A3& 3& ("ss(d('n+, $(5 #o' 3& (s #o*s(s (#on+;(' d
"n+.
A túá ma xe xaL O 3& 3&)"( ' 3&nos d(;os :('(*s od"1 s"
"#ons+*+&do.
x* $ossui muitos emblemas, como a laterita, imagens de madeira ou de barro sem$re
encimadas $or uma lmina ou $onta afiada, bastões f"licos, etc...
<o Brasil, $or influ'ncia do cristianismo, esta magnfica entidade foi com$arada ao
diabo e, deste sincretismo, criou-se a imagem de x* $rovida de rabo e c!ifres, $ortando
tridentes e $or vees, dotado de asas como as dos morcegos.
4e $or um lado !ouve a intenç%o, $or $arte dos antigos mission"rios crist%os, de
desmoraliar x*, devemos levar em conta #ue, deixadas de lado as conotações maléficas
in&ustas e incom$reensveis atribudas + *cifer O Po"+(do" d L&50, x* $oderia $erfeitamente
ser com$arado a esta magnfica entidade es$iritual ao com$reendermos suas verdadeiras
funções e atribuições.
stas entidades, #ue se a$resentam sob diversas denominações tais como, 2arab,
5ranca-9uas, 0eludo, Caveira, 1omba Jira, 2aria 1adil!a, 2olambo, etc., s%o na verdade,
eguns, #ue se manifestam em seus médiuns $ara cum$rirem as missões #ue l!es foram
im$ostas, da mesma forma de outras #ue se a$resentam como $retos-vel!os, caboclos,
boiadeiros, ciganos, etc.
O Orix" x* é o *nico dentre todos os demais, #ue tem seu cam$o de aç%o ilimitado,
$odendo atuar em todos os nveis da exist'ncia universal, $ermitindo $or este motivo, #ue se&a
classificado tanto como Nunfun como também como bora, taman!o é o seu $oder de agir
livremente.
( San"os, F.. ( Os Na%K e a Mor"e. 3a$>, A+e+e e o =ul"o %un na 2ahia. ( oTes ( 3e"rolis ( 5BH..
: ( O4ra ci"a$a.
8 ( 74ra ci"a$a.
( O4ra ci"a$a.
3' (arte
A# OE!E"DA#
=entro do culto aos Orix"s, o mais im$ortante s%o as oferendas aos Orix"s, #ue t'm $or
finalidade manter o e#uilbrio das relações entre eles e os seres !umanos.
através das consultas ao Or"culo de ?f", #ue as $essoas, mesmo as n%o iniciadas, s%o
informadas a res$eito das exig'ncias de seus Orix"s e $rinci$almente de x*, relativas +s
oferendas #ue dese&am receber.
<em sem$re estas exig'ncias s%o estabelecidas $ela relaç%o anteriormente ex$licada
entre o ser !umano e seu Orix" de cabeça, muitas das vees, é um outro Orix" #uem se oferece
$ara solucionar um determinado $roblema ou alguma dificuldade #ue est" sendo vivenciada e,
em troca, exige algum ti$o de sacrifcio e m seu louvor.
E eNL Oferenda votiva #ue tem $or finalidade obter determinado favorecimento ou
graça de uma =ivindade.
E a e iin oPunL 4acrifcio substitutivo. 5em $or finalidade substituir a morte de
alguém $ela oferenda determinada $elo Or"culo, no Brasil, este sacrifcio é vulgarmente
con!ecido como eb7 de troca.
E a mi dKiaL 4acrifcio #ue visa atenuar uma $uniç%o de morte im$osta + uma $essoa
$or um Orix" ou $or um es$rito maligno. <este caso, como no anterior, um carneiro é sacrificado
em substituiç%o ao ser !umano.
E OunoNL 4acrifcio $reventivo #ue $ode ser $*blico ou individual. 5em $or
finalidade evitar #ual#uer ti$o de acontecimento nefasto #ue ameace a $essoa (individual) ou até
mesmo uma cidade ou aldeia ($*blico).
Como $odemos observar, o sacrifcio de seres !umanos era exigido nos $rim7rdios do
culto o #ue, sem d*vida, seria !o&e considerado um absurdo, além de configurar-se, se&a em #ual
for a circunstncia, em !omicdio, selvageria e falta de res$eito ao ser !umano.
Adentramos uma nova era em #ue todas as formas de vida ad#uirem sua valoriaç%o
m"xima e a vida dos animais, da mesma forma #ue a dos seres !umanos, !" #ue ser res$eitada
e $reservada ao extremo. c!egada a !ora de darmos um basta ao in*til derramamento de
sangue #ue, ao invés de a$aiguar os nossos deuses, s7 conseguem des$ertar a sua ira,
tornando-os intolerantes e cada dia mais distantes de n7s.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 26
DEZ/2000
num itan de ?f", do Odu Odi 2e&i, #ue encontramos a fundamentaç%o $ara as afirmações
anteriormente feitas/
Od* M:* d*ss9 2M+o$*, o" (/("5(, n7o 3&*s s(#"*$*#(" &' )o* d '(!(s )"(n#(s (
'o"+ /*o )&s#1-o.2
Q&(ndo I$1 s+(/( (*nd( no /n+" d s&( '7, d*& 3& s& (* 6(ss &' )o*
'(!(do d )"(n#o o$"#ss ' s(#"*$#*o, ( $*' d /*+(" 3& dn+"o d +">s (nos, &'(
6&""( /*ss d*5*'(" o s& "*no. S& (* n6*6n#*o& o s(#"*$#*o no d*( do n(s#*'n+o d
I$1, s& (* 'o""& s&( '7 $o* #(+&"(d( #o'o s#"(/(.
T">s (nos do*s, ( 6&""( (""(so& o (s I$1 '(ndo& 3& A:*no+o, ( ("+*"(, o
n#""(ss dn+"o d &'( #()(;(, d $o"'( 3& n*n6&%' o &dss /". A ("+*"( $o*
n#(""6(d( +(')%', d (/*s1-o o6o 3& (6&%' (ss(ss o" "+o, ("( 3& "/(ss
(o (ss(n+, ( #(&s( d s&s so$"*'n+os os "'%d*os s(#"*$#*os 3& "so/"*(' +odos os
s&s "o)'(s.
T&do o#o""& d( $o"'( #o'o I$1 (n:("( o !o'' 3& (sso& n(3& o#(, n7o
!s*+o& ' /(" ("( s&( #(s(, ( #()(;( ond I$1 !(/*( s*do n#""(do.
U' d*( I$1 o"dno& 3& (6&%' s d*"*6*ss (o '"#(do ond, o ";o d 3&("n+(
&' #(&"s, d/"*( #o'"(" s&( '7 3& s+(/( sndo /nd*d( :&n+o #o' o&+"(s s#"(/(s. 2A
"*'*"( '&!" 3& $o" o$"#*d( d/ s" #o'"(d(, o*s s+( % '*n!( '7.2
Q&(ndo ( s#"(/( (d3&*"*d( no '"#(do $o* +"(5*d(, I$1 o"dno& 3& ! $oss n+"6&
&'( #"+( 3&(n+*d(d d '*!o, ("( 3& *(ss +"(ns$o"'(ss ' $("*n!( ds+*n(d(
"("(;7o o ('*o.
2O"&n'*18 AJ$oK8 A6)o * d&d& !& do $ +o82 O"&n'*18 AJ$oK8 S +& no' % I$1,
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R#on!#ndo ' I$1 o s& ""*o $*!o, ( o)" '&!" s-s ( #(n+(", ' /o5 (+(, (
s(&d(;7o 3& o&/*(9
As sso(s #on+("(' ( I$1 so)" ( '&!" 3& #(n+(/( (3&( s(&d(;7o n3&(n+o *(/(
o '*!o I$1 o"dno& 3& ( ("6(ss (3& +"()(!o 3&, no d*( s6&*n+ ( '(n!7,
#!('(ss o" :&n+o #o' s&s $*%*s, ("( 3& &dss 'os+"(" ( +odos d 3& $o"'( d/"*(
s" #o""+('n+ (*'n+(do. O"dno& (*nd(, 3& $oss "("(do &' (J(Jo do*s (nos
)"(n#os d #();( dno'*n(dos JoJ&n ()&+(, "o*)*ndo ( +odos d o!("' ("( (3&s
o):+os.
Co'o I$1 /*/"(, (+% n+7o, $#!(do dn+"o d s&( #()(;(, :('(*s !(/*( s*do /*s+o o"
n*n6&%'. Q&(ndo +odos s ($(s+("(' I$1 s(*& d s&( #()(;( #o)"+o o" &' 6"(nd #!(%&,
/s+*ndo &' (/n+( d %"o(s #(;(ndo s(nd1*(s, *ndo sn+("-s no (+o d &' +"*% d ond
6"*+o&9
2O!' )', so& &, I$18 I$1 3& n*n6&%' n&n#( /*&... A '&!" 3& '(nd* #o'"(" no
'"#(do d s#"(/os d/ s" +"(5*d( (+% (3&*82
A '&!" $o* +"(5*d( s&( "sn;( I$1 'os+"o&-( ( +odo '&ndo d*5ndo9
2O!' )', s+( % '*n!( '78 Q&(ndo & s+(/( no s& /n+" d+"'*n* 3& '& (*
d/"*( s(#"*$*#(" &' )o* '(!(do d )"(n#o, ("( /*+(" '($#*os 3& :1 s+(/(' "/*s+os.
M(s '& (* n7o (+nd& '*n!( o"*n+(;7o +odo o '( (#()o& o" s #on#"+*5(". T(n+o
+'o s (sso& & #o'"* s+( s#"(/( ("( s" s(#"*$*#(d( ' '*n!( !on"(. En+"+(n+o
n7o ( s(#"*$*#("*8 N7o od"*( +"(*" '*n!( ""*( '7, 's'o 3& ( ' +n!( +"(do.2
D*+o *s+o o"dno& 3& #o"+(ss' os on6os #()os d s&( '7, 3& n/o/ss' s&(
#();( #o' &' )o +o"so )"(n#o 3& ( *ns+((ss' so)" ( ('o$(d( (J(Jo. Do*s d*&
&' )o* &' #()"*+o ("( s"' s(#"*$*#(dos. Co' ( $("*n!( 'od( o" s&( '7 '(ndo&
"("(" &' ('*o ("( (, 3& n7o od"*( s" #o'*do ' s&( "sn;(.
Ds+( $o"'(, (ssn+(d( so)" &' (J(Jo, +"(ns$o"'o&-s ( ' N7, '7 d &' "*.
Aos :o/ns 3& "("("(' (s #("ns do )o* do #()"*+o, (ss*' #o'o o ('*o, o"dno&
3& $oss d(do &'( ("+ d #(d( #o*s(, ("( 3& #o'ss' do*s d( #"*'n*(. &
A /!( d*ss n+7o ( s& $*!o, 3& sn+*(-s '&*+o n/"6on!(d(, o*s n7o '"#*(
+(n+(s !on"("*(s 3& n(3& d*( *"*( n#on+"("-s ' L o#( ("( ond /7o os s"*+os dos
'o"+os0, #o' s& $*n(do soso.
2A ("+*" d !o:, 3&(ndo $*5"' &'( #"*'n*( ' '*n!( !on"(, d*6('9 N7 J&(6)(8 N7
s:( )' /*nd(80, /*"* "#)" (s o$"nd(s.2 - D*ss ( '&!".
N7 d*ss (*nd(, 3& $("*( o So +o"n("-s '(*s )"(ndo o& '(*s 3&n+, #o'(nd(ndo-o d
#*'( d s& (J(Jo.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 28
DEZ/2000
A ("+*" d n+7o, "(*5(-s s'" o "*+&( d X N7 d(" #o'*d( N70, 3&(ndo +"'*n('
os $s+*/(*s F(n&*(. 3
: ( &"an cole"a$o or 2ernar$ Mauoil na re%ião on$e hoVe fica a a"ual Re@4lica $o 2enin e u4lica$o e
sua a%n-fica o4ra so4re o sis"ea oracular $e &f, 0LA GOMAN=& W LQAN=&NN =XP DS
S=LAS0.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 29
DEZ/2000
OE!E"DA# A E$Ú
1ega-se um coco seco, $inta-se todo com u"&i, rola-se $ela casa de dentro $ara fora
im$ulsionando-o com o $é es#uerdo, como se fosse uma bola. Fuando c!egar na $orta da rua,
$ega-se o coco com a m%o es#uerda, leva-se + uma encruil!ada aberta de #uatro es#uinas e
ali, atira-se o coco no meio da encruil!ada com força, $ara #ue se #uebre.
Abre-se um coco seco em duas $artes. =entro dele coloca-se um $edaço de $a$el de
embrul!o usado, no #ual se escreveu, anteriormente, o nome da $essoa infiel. Acrescenta-se G
gr%os de $imenta da costa6 um $ouco de aeite de dend'6 um $ouco de mel6 mil!o torrado e $7
de $eixe defumado. Nec!a-se o coco e amarra-se com lin!a vermel!a e lin!a branca, enrolando-
se bem até #ue o coco fi#ue totalmente envolvido $ela lin!a. Coloca-se o coco diante de x* e
durante WP dias acende-se uma vela diariamente, $edindo #ue a $essoa $ermaneça fiel ao seu
$arceiro. <o vigésimo $rimeiro dia des$ac!a-se numa encruil!ada. (Fuem n%o tem x*
assentado $ode colocar o coco atr"s da $orta da casa).
1inta-se um coco seco com efun e de$ois unta-se todo com ori-da-costa ou, na falta deste,
manteiga de cacau. Coloca-se o coco num $rato branco diante de x* e acende-se uma vela
$edindo-se $ela sa*de da $essoa enferma. A vela deve ser substituda todos os dias, + mesma
!ora, e o $edido reiterado. <o sétimo dia, logo #ue a vela termine, o coco deve ser levado e
des$ac!ado na entrada de um cemitério.
Coloca-se um coco seco com uma vela acesa em cima, onde dever" $ermanecer $or tr's
dias consecutivos. <o terceiro dia, des$ac!a-se numa encruil!ada de #uatro es#uinas.
Abre-se um coco do #ual se corta #uatro $edaços mais ou menos iguais. stes #uatro
$edaços, de$ois de bem lavados, s%o colocados num $rato com a $arte branca $ara cima.
4obre cada $edaço de coco coloca-se um $ou#uin!o de mel de abel!as, um $ou#uin!o de
aeite de dend' e um gr%o de $imenta-da-costa. Coloca-se o $rato diante de x*, ou atr"s da
$orta e acende-se uma vela de sete dias. <o sétimo dia, des$ac!a-se tudo (inclusive o $rato)
numa mata.
5omar ban!o de "gua de rio misturada + "gua de coco verde durante cinco dias seguidos.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 30
DEZ/2000
9ala-se um coco seco e es$reme-se a massa num $ano branco. O sumo obtido é
misturado a um co$o de leite de cabra. 2istura-se com "gua de rio e toma-se tr's ban!os no
mesmo dia, sendo um $ela man!%, um + tarde e um + noite.
Corta-se um coco seco ao meio, no sentido !oriontal. ;ma das metades é c!eia de mel
de abel!as, a outra é c!eia de aguardente. Arreia-se aos $és de x* com uma vela acesa. <o
terceiro dia des$ac!a-se nas "guas de u m rio.
=ois $ombos brancos6 ori6 fita branca6 fita vermel!a6 fita aul e fita amarela.
<uma mata fec!ada, unta-se as $ernas dos $ombos com a manteiga de ori6 amarra-se um
lacin!o de cada fita nas suas duas $atas6 $assa-se os bic!os no cor$o da $essoa e solta-se com
vida. $reciso ter muito cuidado $ara n%o mac!ucar os animais.
;m boneco de $ano branco do sexo da $essoa $ara #uem se vai faer o trabal!o. =entro
do boneco, se coloca o seguinte/ ;m $a$el com o nome da $essoa6 Q gr%os de ataré6 Q gr%os de
mil!o torrados6 $7 de $eixe defumado6 um $edacin!o de couro de onça ou de outro felino de
grande $orte6 um ovo de codorna inteiro e um $edacin!o do talo de comigo-ninguém-$ode.
Costura-se o boneco e se deixa diante de x* dentro de um alguidar com $ad' de mel. O $ad'
deve ser renovado a cada sete dias e o boneco $ermanecer" ali, até #ue o $roblema este&a
resolvido. 4olucionada a #uest%o, o boneco deve ser levado $ara dentro de uma delegacia de
$olcia, $ara ali ser deixado. <a volta oferece-se a x* sete roletes de cana, dentro de um
alguidar com $ad' de aguardente.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 31
DEZ/2000
OE!E"DA# A EG+"
- OuidS.
Coloca-se de mol!o, numa $anela de barro, uma #uantidade de farin!a de mil!o bem fina
(mil!arina). sta farin!a dever" $ermanecer de mol!o $or dois ou tr's dias até #ue fermente.
;ma ve fermentada, acrescenta-se canela em casca6 anis estrelado em $7 (1im$inella anisum,
.),6 baunil!a ($idendrum vanilla, .) e aç*car mascavo. Co in!a-se em fogo lento.
Fuando tudo tiver ad#uirido a consist'ncia de uma massa, retira-se do fogo e enrola-se
em fol!as de mamona (9icinus communis, .). =e$ois de enroladas e bem amarradas $ara #ue
n%o se abram, coloca-se uma $anela com "gua $ara ferver. Assim #ue a "gua estiver fervendo,
coloca-se dentro, as trouxin!as, deixando #ue coin!em durante #uine minutos, retirando-se
em seguida e colocando-se de lado $ara #ue esfriem. Fuando estiverem frias, retira-se o
inv7lucro de fol!as e arruma-se numa travessa de barro, regando-se com bastante mel.
- Olele
=eixar, $or G dias, uma $orç%o de fei&%o fradin!o (0igna sinensis, ndl.) de mol!o na
"gua.
<o terceiro dia, moe-se o fei&%o fradin!o no li#Hidificador usando a menor #uantidade de
"gua $ossvel, $ara #ue a massa resultante fi#ue bem es$essa.
9efoga-se, numa $anela + $arte, uma cebola, $iment%o vermel!o, comin!o, orégano e
tomate. Fuando tudo estiver bem refogado, &unta-se W ovos e deixa-se no fogo $or mais um
tem$o, mexendo sem$re, com uma col!er de $au. 5ira-se do fogo e coloca-se, com a col!er,
$e#uenas $orções em fol!as de mamona, embrul!ando-se em forma de trouxin!as. Coloca-se
as trouxin!as $ara ferver durante WU minutos, de$ois do #ue, retira-se da "gua e deixa-se esfriar.
=e$ois de frias, retira-se as fol!as de mamona, arreia-se nos $és de gun e, no terceiro dia,
retira-se e enterra-se num terreno baldio ou dentro de u ma mata.
?m$ortante/ As comidas oferecidas a gun n%o levam sal, com exceç%o da#uelas feitas
$ara o consumo das $essoas, das #uais retira-se uma $e#uena $orç%o $ara oferecer a gun.
1ega-se um coco seco grande, abre-se um dos ol!os de forma #ue se $ossa introduir
$elo buraco, de$ois de retirada a "gua, o seguinte/ ;m $a$el com o nome da $essoa, sua foto
ou um $edaço de $ano de sua rou$a, $7 de osun6 Y $imentas-da-costa6 um $ouco de terra de
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 32
DEZ/2000
=e$ois #ue tudo estiver dentro, ta$a-se o buraco do coco com um $edacin!o de $au ou
uma rol!a de cortiça. Coloca-se o coco dentro de um alguidar $e#ueno e arreia-se diante de
gun. =urante Y dias seguidos, acende-se uma vela +s PW !oras, outra +s PT e uma terceira +s
WZ !oras. <o fim dos Y dias, leva-se a um rio e atira-se nas "guas.
ste trabal!o é muito $erigoso e $re&udicial, s7 devendo ser feito em casos extremos.
<um $a$el branco, escreve-se Y vees, o nome da $essoa #ue se dese&a afastar.
Coloca-se todos os ingredientes dentro do $a$el onde se escreveu o nome das $essoas e
fa-se um embrul!o enrolado, em forma de c!aruto. mbrul!a-se novamente, com o $ano
vermel!o e enrola-se com a lin!a $reta, usando toda a lin!a do carretel. O embrul!o é ent%o,
enfiado na fenda aberta na $onta do gal!o de ir@o. m seguida, $rende-se bem, enrolando,
$rimeiro a fita branca, de$ois a aul, de$ois a amarela e finalmente, a vermel!a, de forma #ue o
embrul!in!o fi#ue bem $reso ao gal!o. ?sto feito, coloca-se o gal!o num $rato branco #ue ser"
arriado diante de gun. =urante Y dias renova-se a vela. <o fim dos Y dias leva-se ao cemitério e
es$eta-se o gal!o, com a $onta onde est" o embrul!o, numa se$ultura fresca, $edindo ao gun
ali enterrado #ue afaste a $essoa $ ara bem distante.
OE!E"DA# A OG+"
- (ara aaziuar Oun. 1re$ara-se sete ec7s, coloca-se num alguidar com uma moeda
corrente e um gr%o de ataré em cima de cada um. =e$ois de arrumados, acrescenta-se aeite de
dend', mel de abel!as e manteiga de cacau derretida. :unta-se, dentro do alguidar, bastante
mil!o torrado e rega-se com aguardente. Arreia-se diante de Ogun com uma vela de sete dias.
=es$ac!a-se numa via férrea.
4ete $eixes frescos, sem serem lim$os, a$enas lavados em "gua corrente. Os $eixes s%o
arrumados numa travessa de barro com as cabeças voltadas $ara fora. 4obre eles coloca-se/
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 33
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aeite de dend'6 mel de abel!as6 ori-da-costa derretido6 melado de cana e sete gr%os de ataré
(um sobre a cabeça de cada $eixe). Arreia-se nos $és de Ogun, com uma vela acesa, durante
algumas !oras (o tem$o suficiente $ara #ue a vela se #ueime toda). =e$ois disto, $assa-se os
$eixes na $essoa $ara a #ual se est" solicitando a $roteç%o de Ogun. A $essoa deve ficar
des$ida, resguardadas as $artes mais ntimas. 5erminada a lim$ea coloca- se os $eixes numa
fol!a de $a$el $ardo e se des$ac!a numa lin!a de trem.
;m $eixe $argo de bom taman!o6 aeite de dend'6 gin6 mel de abel!as6 mil!o torrado6
fei&%o fradin!o torrado e ori-da-costa. Coloca-se o $eixe numa travessa ou assadeira de barro6
cerca-se com o mil!o e o fei&%o torrados6 tem$era-se com os ingredientes relacionados. Arreia-se
diante de Ogun com velas acesas. =e$ois de tr's !oras, des$ac!a-se numa mata.
- (ara oter uma raRa TualTuer do Orixá Oun. P in!ame-do-norte coido6 arro cru6
ori-da-costa6 aeite de dend'6 mel de abel!as6 melado de cana6 Q $imentas ataré e gin. Amassa-
se o in!ame coido e mistura-se a massa obtida com o ori-da-costa e o arro. Com esta massa,
$re$aram-se, modelando-se com as m%os, Q bolas #ue, de$ois de $rontas, ser%o arrumadas
num alguidar de barro onde &" se colocou o mil!o torrado. Acrescenta-se os demais ingredientes
e oferece-se a Ogun, diante de seu igb" onde dever" $ermanecer $or sete dias. =es$ac!a-se na
mata.
- (ara aaziuar Oun. 1ara acalmar a ira deste Orix", basta oferecer-l!e uma melancia
aberta e regada com melado de cana.
;ma faca de aço é colocada no fogo até #ue fi#ue em brasa. Fuando a lmina da faca
estiver acesa, $ega-se, coloca-se em cima de Ogun e derrama-se sobre ele aeite de dend' de
forma #ue o aeite escorra sobre a ferramenta do Orix". sta faca é embrul!ada em $ano
vermel!o &unto com os seguintes ingredientes/ P fava de ataré inteira6 Q gr%os de mil!o torrados6
sete $edacin!os de coco seco e um $ouco de u"&i. nvolve-se tudo, inclusive a faca, no $ano
vermel!o e enrola-se, bem enrolado, com lin!a verde e lin!a aul. 4omente a lmina da faca
dever" ser enrolada $elo $ano e $elas lin!as, o #ue formar" uma es$écie de bain!a. ste fetic!e
dever" $ermanecer atr"s da $orta da casa e, todas as vees em #ue Ogun comer, dever" ficar
&unto com ele, no igb", durante todo o tem$o do or e en#uanto durar o $receito.
- (ara aradar OunL 1ega-se Q ovos de codorna, unta-se com aeite de dend', mel de
abel!as e $7 de efun. Coloca-se num $rato de barro, es$al!a-se $or cima fumo de rolo desfiado
e mol!a-se com gin. =eixa-se diante de Ogun durante sete dias com uma vela acesa. =es$ac!a-
se na mata.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 34
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- (ara eJoluir ou oter uma raRa. 1ega-se uma melancia inteira, corta-se um
#uadradin!o em forma de cubo (sem abrir a fruta)6 se$ara-se o cubin!o6 escreve-se, em $a$el
de embrul!o, o #ue se dese&a6 coloca-se o $a$el no buraco feito na melancia6 ta$a-se o buraco
com o $r7$rio $edaço extrado dali6 arreia-se nos $és de Ogun, deixando ali $or G dias. =urante
estes tr's dias, acende-se uma vela e $ede-se a Ogun o #ue se dese&a. =es$ac!a-se na lin!a
do trem.
- (ara oter roteRFo essoal de Oun. =eixar, durante Q dias, um coco seco dentro do
assentamento de Ogun. <o sétimo dia, retira-se o coco, #uebra-se, retira-se a $ol$a, descasca-
se, rala-se, es$reme-se com um $ano branco e virgem. Ao sumo obtido acrescenta-se meio litro
de leite de cabra, mistura-se num reci$iente com "gua de c!uva e "gua de rio (meio a meio)6
acrescenta-se ainda/ ;m co$o de "gua de coco verde6 um co$o de caldo de cana6 sete col!eres
de mel de abel!as e sete col!eres de melado de cana. 2istura-se bem, e deixa-se o reci$iente
diante de Ogun, $or tr's !oras, com uma vela acesa. =e$ois de decorridas as tr's !oras, toma-
se ban!o com o l#Hido (inclusive a cabeça)6 deixa-se o ban!o secar no cor$o durante meia !ora
e de$ois, toma-se ban!o com "gua lim$a e sab%o da costa. A $essoa deve usar somente rou$as
brancas nos sete dias seguintes e, no mesmo $erodo, ter" #ue acender velas, bater cabeça e
rogar a $roteç%o do Orix".
OE!E"DA# A O$O##I
<um $ano branco coloca-se os seguintes ingredientes/ Q gr%os de mil!o torrados6 Q gr%os
de ataré6 Q $imentas malagueta6 $7 de $eixe defumado6 um $edaço de talo de comigo-ninguém-
$ode6 Q fol!as de !ortel% e um $a$el com o nome da $essoa #ue est" sendo tratada.
Na-se um embrul!o com o $ano branco, amarra-se bem com barbante virgem, $assa-se
no cor$o da $essoa e deixa-se no igb" de Ox7ssi até #ue o $roblema este&a resolvido.
9esolvido o $roblema, a $essoa beneficiada dever" oferecer uma comida seca ao Orix",
de acordo com a orientaç%o obtida no or"culo.
<uma travessa de barro, coloca-se sete $eixes frescos inteiros com as escamas. 1or cima
coloca-se/ mil!o torrado6 melado de cana6 aeite de dend' e efun ralado. =eixa-se nos $és de
Ox7ssi $or tr's !oras e, em seguida, leva-se a um mata e arreia-se aos $és de uma $almeira ou
co#ueiro.
;nta-se sete ovos de galin!a d[angola com ori-da-costa6 coloca-se dentro dum alguidar
diante do assentamento de Ox7ssi e coloca-se, sobre eles, um $ouco de aeite de dend'6
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 35
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melado de cana6 licor de anis6 fumo-de-rolo desfiado e bastante $7 de efun. 5odos os dias,
durante sete dias, $assa-se um dos ovos na $essoa enferma e se$ara-se $ara outro alguidar
#ue dever" ficar atr"s do igb". <o sétimo e *ltimo ovo, coloca-se tudo num $ano aul-claro,
amarra-se em forma de trouxa, leva-se + uma mata e des$ac!a-se num tronco de "rvore seca.
Oferece-se, a Ox7ssi, uma melancia aberta no meio e regada de melado de cana6 deixa-
se diante de Ox7ssi $or tr's dias e des$ac!a-se numa mata.
1ega-se sete cocs secos, $inta-se de branco (efun) as $artes de cima e de aul (u"&i) as
$artes de baixo. Coloca-se os sete cocs num alguidar grande e, durante sete dias, vai-se
$assando um coco $or dia no cor$o, tendo-se o cuidado de se$arar os cocs utiliados $ara
outro alguidar. =e$ois de $assar o *ltimo coco, enrola-se o alguidar com os sete cocs num
$ano aul claro e des$ac!a-se em "gua corrente. ;ma vela de sete dias dever" $ermanecer
acesa durante o tem$o em #ue os cocs estiverem diante de Ox7ssi.
4ete rom%s (1unica granatum, .)6 melado de cana6 aeite de dend'6 anis estrelado e efun
ralado. Coloca-se os rom%s abertos dentro de um alguidar e, sobre eles, os ingredientes
relacionados. =eixa-se diante de Ox7ssi $or sete dias com uma vela acesa, de$ois, des$ac!a-se
numa mata.
1re$ara-se sete ec7s. m cada um deles coloca-se um gr%o de atar', uma moeda de
$e#ueno valor6 uma fava de anis estrelado e uma $itadin!a de efun ralado. Arruma-se num
alguidar e rega-se com aeite de dend' e um $ouco de vin!o branco. ntrega-se a Ox7ssi com
uma vela de sete dias e, de$ois deste $erodo, des$ac!a-se nos $és de uma amendoeira.
4ete es$igas de mil!o verde, grandes e tenras, s%o assadas na brasa. As fol!as #ue
envolvem as es$igas s%o se$aradas $ara forrar o alguidar em #ue ser" oferecido o adim*. Assim
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 36
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#ue as es$igas forem retiradas do braseiro, ainda #uentes, s%o regadas, uma a uma, com aeite
de dend', gordura de coco, melado de cana, um $ouco de licor de rom% e $7 de $eixe
defumado. =e$ois disto arruma-se com as $ontas mais finas $ara cima, no alguidar &" forrado
com as fol!as das es$igas. Coloca-se, dentro do alguidar, amendoim torrado e rega-se tudo com
vin!o branco. ntrega-se a Ox7ssi com uma vela de sete dias. <o fim de sete dias, des$ac!a-se
numa mata.
OE!E"DA# A ,OG+"ED0
9ala-se sete es$igas de mil!o verde bem tenras. \ massa obtida acrescenta-se coco
ralado e aç*car. nvolve-se a massa nas fol!as mais tenras #ue envolvem as es$igas, formando
uma es$écie de trouxin!a #ue se amarra em cima com $al!a da costa. 2ergul!a-se as
trouxin!as em "gua fervente e retira-se logo em seguida. =eixa-se esfriar, abre-se as trouxin!as,
arruma-se numa travessa ou $rato de louça. Ao redor coloca-se fatias de coco seco cortado em
tiras, rega-se com bastante mel e oferece-se ao Orix". =es$ac!a-se numa cac!oeira.
1ega-se um $eixe dourado, lim$a-se bem, retira-se as escamas e rec!eia-se com mil!o
verde (gr%os)6 mil!o torrado6 cebola branca $icada6 $edacin!os de coco seco e P ob $icado em
$edacin!os $e#uenos. Costura-se o $eixe, tem$era-se com aeite de oliva e aeite de dend'6
orégano em $76 coentro e vin!o branco. Coloca-se $ara assar no forno. Fuando o $eixe estiver
assado, retira-se do forno, coloca-se numa travessa e cerca-se de agri%o ligeiramente fervido.
<a boca do $eixe introdu-se um $a$el com o $edido da graça #ue se dese&a obter. Cobre-se
com bastante mel de abel!as e vin!o branco. Arreia-se nos $és de ogun e, no dia seguinte,
des$ac!a-se num rio de "guas lim$as.
Assa-se, num braseiro, Q es$igas de mil!o verde. Coin!a-se, + $arte, uma $orç%o de
fei&%o fradin!o misturado com a mesma #uantidade de amendoim. 1ega-se o fei&%o coido com o
amendoim e coloca-se num alguidar6 arruma-se as es$igas assadas com as $ontas $ara fora6
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rega-se com mel de abel!as6 aeite de dend' e vin!o branco. =eixa-se $or tr's dias diante do
igb" do Orix" e des$ac!a-se dentro de uma mata.
Coin!a-se uma boa #uantidade de mil!o seco em "gua $ura. 1ega-se sete camarões
gra*dos, aferventa-se ligeiramente também em "gua $ura. 1re$ara-se um mol!o id'ntico ao
descrito no adim* n*mero W. Coloca-se o mil!o coido numa travessa ou tigela branca6 arruma-
se os camarões em cima e cobre-se com o mol!o. nfeita-se com fol!as de agri%o e rega-se
com mel de abel!as e vin!o branco. Arreia-se diante de ogun e des$ac!a-se, tr's dias de$ois,
na beira de um rio ou dentro de uma mata.
1ega-se um coco seco, retira-se a "gua e abre-se, num dos ol!os do coco, um buraco
onde $ossam $assar os seguintes ingredientes/ ;m $a$el com o nome das $essoas
interessadas6 sete favas de anis estrelado6 sete $edacin!os de lrio florentino6 sete col!eres de
café de "gua-de-flor-de-laran&a6 a mesma medida de melado de cana6 a mesma medida de mel
de abel!as6 sete $edacin!os de aç*car cndi6 sete gotas de baunil!a6 sete fol!in!as de !ortel%6
sete $étalas de rosa amarela e sete gotas de ess'ncia de rosas. Com$leta-se com vin!o branco.
Nec!a-se o buraco com um $edacin!o de madeira e veda-se com cera de abel!as derretida.
nfeita-se o coco com laços de fitas amarelas e auis, leva-se + uma cac!oeira e coloca-se em
baixo da #ueda dX"gua. Antes de levar, o coco deve ser a$resentado ao Orix".
OE!E"DA# A IUEMA"V%
Arruma-se sete es$igas de mil!o verde assadas dentro de uma $anela de barro com o
seguinte/ 4ete bolas de fei&%o fradin!o coido, amassado e ligado com farin!a de acaç"6 sete
biscoitos de araruta6 sete bananas da terra cortadas no sentido longitudinal e fritas em gordura
de ori-da-costa6 sete bolas de mingau de mil!arina adoçado com aç*car mascavo. =e$ois de
tudo arrumado dentro da $anela rega-se com bastante mel de abel!as e oferece-se + ?3eman&",
acendendo-se duas velas. =eixa-se de um dia $ara o outro, embrul!a-se num $ano branco e
leva-se $ara o mar.
Coin!a-se um in!ame grande até #ue fi#ue bem macio. Coloca-se num reci$iente
#ual#uer e amassa-se com um garfo. \ massa obtida acrescenta-se/ farin!a de mil!o bem
grossa6 meio co$o de melado de cana6 um $ou#uin!o de aeite de dend' e um $ouco de mel de
abel!as. 2istura-se tudo muito bem e modela-se Q bolas, #ue s%o arrumadas numa travessa
branca. 4obre as bolas des$e&a-se bastante melado de cana6 $7 de efun e $7 de $eixe
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defumado. Oferece-se, diante do igb", com uma vela acesa, deixando $or sete dias. =es$ac!a-
se na beira do mar.
1ega-se um mel%o bem grande, abre-se uma tam$a no alto e retira-se a $ol$a. Coloca-se,
dentro da fruta, os seguintes ingredientes/ 4ete bolin!as de mil!o vermel!o6 sete bolas de
in!ame6 sete rodelas cortadas de uma es$iga de mil!o verde6 sete $eixin!os secos6 sete cebolas
brancas $e#uenas6 sete bolas de arro branco coido6 sete bolin!as $e#ueninas de ori-da-costa6
sete col!eres de 7leo de am'ndoa-doce6 mel de abel!as e melado de cana. Coloca-se o mel%o
num $rato grande ou bande&a forrada com $ano branco, diante de ?3eman&" e acende-se sete
velas #ue devem ser renovadas $or sete dias, tem$o em #ue o adim* $ermanecer" diante do
Orix". =es$ac!a-se na beira do mar.
Colocar dentro de uma travessa de barro/ 4ete $argos frescos bem $e#uenos6 sete gr%os
de ataré6 sete gr%os de mil!o torrado6 sete moedas correntes6 um $ouco de $7 de osun6 sete
agul!as de croc!et6 um $ouco de areia da $raia6 sete col!eradas de aeite de am'ndoas6 sete
col!eres de mel de abel!as e sete col!eres de melado de cana. ntrega-se + ?3eman&" na
desembocadura de um rio com o mar. O mesmo adim* $ode ser oferecido + Olo@un. <este caso
substitui-se as agul!as de croc!et $or an7is e se entrega diretamente nas "guas, em alto mar.
Colocar-se, aos $és de ?3eman&", uma cesta com frutas variadas, cobre-se tudo com
bastante fol!as de beldroega (1lanta !erb"cea, da famlia das cariofileas). =eixa-se, diante do
Orix", durante sete dias com uma vela votiva acesa. Nindo o $rao, leva-se + uma $raia e arreia-
se na areia com sete velas acesas.
Coloca-se a so$eira de ?3eman&" no solo, sobre uma esteira forrada de branco. m volta
coloca-se nove $ratos brancos. =entro de cada $rato coloca-se um ovo de $ata (cru)6 um $ouco
de mel de abel!as sobre os ovos6 uma $e#uena $orç%o de coco ralado e uma $itadin!a de $7 de
efun. Ao lado de cada ovo, dentro dos $ratos, acende-se uma vela de sete !oras. A $essoa,
de$ois de lim$a e lavada com omi er7 de fol!as frescas de ?3eman&", veste uma rou$a branca e
deita-se no #uarto do Orix" $or uma noite. <o dia seguinte colocam-se os ovos dentro de uma
cestin!a de $al!a e des$ac!a-se no mar, na sétima onda #ue bater.
9etira-se um cubin!o da casca de uma melancia, com o auxlio de uma fa#uin!a. <o
bura#uin!o, introdu-se um $a$el com o nome da $essoa de lngua ferina e ta$a-se com o
$edaço #ue dali foi retirado. =eixa-se, durante #uatro dias nos $és do Orix", de$ois do #ue, l eva-
se a uma lin!a de trem deixando ali, de forma #ue a fruta se&a esmagada $elo trem.
<uma cesta de vime forrada de $ano aul, coloca-se sete $eixes fritos em aeite de
am'ndoa6 sete bananas da terra verdes6 sete $un!ados de can&ica coida6 sete bolos de arro6
sete $edaços de coco seco6 sete ec7s6 sete oleies e sete moedas brancas. nfeita-se tudo com
flores brancas e entrega-se + ?3eman&" diretamente na $raia, com velas acesas e uma taça de
vin!o branco.
Corta-se sete rom%s ao meio. =entro de cada um deles se coloca uma moeda e um gr%o
de ataré. Arruma-se as frutas dentro de uma $anela de barro, derrama-se $or cima/ aeite de
dend', mel de abel!as, melado de cana, vin!o branco e sete balas de leite ou de coco. =eixa-se
durante sete dias diante do igb" de ?3eman&" e, de$ois, des$ac!a-se dentro do mar.
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 40
DEZ/2000
;m $eixe $argo bem assado é colocado numa travessa de barro e recoberto com rodelas
de banana-da-terra $reviamente coidas. =entro do $eixe &" estar" um $a$el no #ual se
escreveu o dese&ado. 1or cima de tudo, derrama-se melado de cana e vin!o branco. A $anela
deve ficar c!eia até a borda. =eixa-se, durante sete dias diante de ?3eman&" e de$ois, des$ac!a-
se em $edras onde as ondas do mar estouram.
Norra-se uma travessa de barro ou de louça com fol!as de alface e sobre elas arruma-se/
Q ec7s6 Q oleles6 Q oguids6 sete acaç"s de mil!o vermel!o desembrul!ados6 sete $edaços de
coco seco6 sete es$igas de mil!o assadas6 sete moedas6 sete bolin!as de ori-da-costa. =e$ois
de tudo arrumado na travessa tem$era-se com aeite de dend', mel de abel!as, melado de
cana, ataré, $7 de efun e vin!o branco. ste adim* $ermanece, durante sete dias, diante do igb"
do Orix" com duas velas acesas. =es$ac!a-se nas "guas de um rio.
OE!E"DA# A O$+"
<um $rato branco arruma-se/ U ovos de galin!a crus6 U fol!as de verbena (i$ia
citriodora)6 uma conta de coral6 um $edaço de aevic!e6 um mol!o de agri%o #ue dever" ser
arrumado em volta do $rato, formando uma rodil!a. Cobre-se tudo com bastante mel de abel!as,
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 41
DEZ/2000
sal$ica-se $7 de efun e arreia-se aos $és de Oxun com U velas acesas ao redor. ste adim*
$ermanece $or cinco dias nos $és do Orix" e é des$ac!ado numa cac!oeira.
- (ara aaziuar Oxun. ;m mam%o bem maduro aberto ao meio, do #ual se retira todas
as sementes. nfeita-se o mam%o $or dentro e $or fora com ramos de salsa6 coloca-se dentro do
mam%o U gemas de ovos de galin!a e cobre-se com bastante mel de abel!as. :unta-se as duas
$artes do mam%o e coloca-se, sobre um $rato, diante de Oxun, com duas velas acesas. <o dia
seguinte des$ac!a-se num rio.
- Balaio ara aradar Oxun. 1ega-se um balaio grande com alça e enfeita-se + gosto
com $anos, fitas e rendas amarelas. 1ronto o balaio, coloca-se dentro dele diversos ti$os de
frutas, sem$re em cinco unidades. Acrescenta-se ainda bastante caramelos de leite e enfeita-se
com fol!as de !ortel%. <o meio das frutas coloca-se uma boneca vestida de amarelo,
re$resentando a $r7$ria Oxun. =eixa-se diante do Orix" $or oito dias, findo os #uais, des$ac!a-
se numa cac!oeira. A boneca ficar", $ara sem$re, &unto ao igb".
- (ara oter uma raRa. 1ega-se cinco laran&as lima e, sem descasc"-las, corta-se no
alto, se$arando-se as tam$in!as. 4obre cada uma das laran&as coloca-se/ ;ma fava de anis-
estrelado6 um $ou#uin!o de $7 de lrio-florentino6 umas fol!in!as de salsa6 umas gotin!as de mel
de abel!as e uma $itadin!a de canela em $7. 9e$õe-se as tam$in!as em cada laran&a e arruma-
se num $rato do igb" da Oxun. O $rato dever" ser colocado sobre a so$eira, no lugar da tam$a.
ste adim* $ermanece cinco dias sobre o igb" e é des$ac!ado, envolto num $ano amarelo, na
beira de um rio de "guas lim$as.
O mesmo adim* acima descrito $ode ser feito, substituindo-se as laran&as $or ovos de
galin!a. <este caso, abre-se os ovos em cima, sem #ue se #uebre as cascas em demasia,
escorre-se as claras deixando somente as gemas dentro das cascas. Acrescenta-se os mesmos
ingredientes dentro dos ovos. <este caso ferve-se ligeiramente um mol!o de agri%o e, de$ois de
frio, fa-se um nin!o #ue ser" colocado no $rato $ara abrigar os ovos de forma #ue n%o virem
$ara #ue n%o se entornem os seus conte*dos.
=entro de um boneco de $ano branco (do mesmo sexo da $essoa #ue se #uer atingir)
coloca-se/ ;m $a$el de embrul!o usado com o nome da $essoa escrito cinco vees6 cinco gotas
de 7leo de rcino6 uma fol!a de ir@o6 uma fol!a de urtiga (;rtica urens, .)6 cinco agul!as de
costura6 cinco gr%os de ataré6 um $ouco de lama do fundo do rio e um $ouco de aougue. ste
boneco fica, durante cinco dias, diante de Oxun, de cabeça $ara baixo e de costas $ara o igb"
(sem velas acesas). <o fim dos cinco dias, retira-se o boneco, embrul!a-se em $ano $reto, leva-
se + uma mata e $endura-se, de cabeça $ara baixo, num gal!o de "rvore seca.
OE!E"DA# A "A"1
Coin!a-se, em "gua de $oço sem sal, PG es$igas de mil!o verde e deixa-se de lado.
<uma $anela de barro coloca-se uma cebola roxa $icada6 comin!o em gr%os6 uma fol!a de
louro6 um $ou#uin!o de orégano6 um $ouco de gengibre ralado e aeite de dend'. =eixa-se
ferver $or meia !ora e coloca-se, dentro da $anela, uma $orç%o de fub" de mil!o vermel!o bem
fino. 0ai-se mexendo en#uanto coin!a, até #ue engrosse como um mingau. 9etira-se do fogo,
coloca-se as PG es$igas coidas com as $ontas $ara cima e, de$ois de frio, oferece-se + <an%
na mesma $anela. =e$ois de PG dias, leva-se + um $ntano e se enterra com $anela e tudo.
- (ara saúde.
5orra-se, bem torrada, uma mistura de mil!o vermel!o, fei&%o fradin!o e amendoim.
Coloca-se tudo dentro de uma cabaça aberta no $escoço. Coin!a-se uma boa #uantidade de
can&ica e coloca-se dentro da mesma cabaça. Acrescenta-se PG gr%os de ataré6 um $ouco de
mil!o de $i$oca #ue, de$ois de torrado, n%o se ten!a aberto6 PG gr%os de lele@un6 PG favas de
be&ere@un6 $7 de $eixe defumado e $7 de e@u defumado. Nec!a-se a cabaça enrolando-a toda
com $al!a-da-costa. =eixa-se $or PG dias diante do Orix". =e$ois $endura-se atr"s da $orta de
casa ou do local de trabal!o.
Assa-se, no forno, PG fatias de berin&ela. =e$ois de assadas unta-se com aeite de dend'6
mel de abel!as e ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com $i$ocas. 9ega-se com
vin!o tinto seco. =es$ac!a-se, de$ois de PG dias, na beira de um $oço #ue ten!a "gua $ot"vel.
PG cebolas roxas descascadas e fritas em aeite doce6 PG es$igas de mil!o verde assadas
na brasa6 PG rodelas de ai$im coido com casca6 mil!o torrado e $i$oca feita no dend'. Arruma-
se, num alguidar, $rimeiro o mil!o torrado e as $i$ocas. 1or cima dis$õe-se as rodelas de ai$im,
as es$igas e as cebolas. 9ega-se com aeite de dend' e deixa-se PG dias diante de <an%.
=es$ac!a-se no mato.
2etade de uma cabaça bem lim$a $or dentro6 PG moedas $e#ueninas6 PG gr%os de mil!o
de $i$oca #ue n%o ten!am estourado ao se faer $i$ocas $ara Omol*6 PG $edacin!os de coco
seco6 PG sementes de anis estrelado6 aeite de dend'6 um $ouco de melado de cana6 aeite de
dend'. screve-se, num $a$el #ual#uer, o #ue se dese&a de <an%. Coloca-se o $a$el dentro da
cabaça e coloca-se todos os ingredientes $or cima. Com$leta-se com can&ica branca e rega-se
com "gua de flor de laran&eira. =eixa-se nos $és de <an% $or PG dias. =es$ac!a-se nas "guas
de um rio.
OE!E"DA# A O$+MA!E
Coin!a-se uma batata doce e amassa-se bem, formando uma es$écie de $ur'. Coloca-
se a massa dentro de um alguidar de barro e tem$era-se com $7 de ataré6 $7 de be&ere@un6
lele@un e bastante aeite de dend'. Arreia-se $ara Oxumar' e deixa-se $or PU dias. =es$ac!a-
se no mato.
Com a massa de uma batata doce coida, modela-se uma cobra dentro de uma travessa
de barro. Ao redor da cobra, arruma-se PU ovos de galin!a nos #uais colocou-se, $or uma
$e#uena abertura feita numa das extremidades, os seguintes ingredientes ($ara cada ovo)/ P
gr%o de ataré6 P semente de fava de arid%6 P semente de be&ere@un e P gr%o de lele@un. Arreia-
se diante do Orix" e des$ac!a-se, no dia seguinte, nos $és de uma "rvore frondosa.
OE!E"DA# A $A"GY
- (ara aradar $anQ. 1ega-se seis sa$ots maduros, abre-se ao meio, retira-se as
sementes e arruma-se numa gamela. =entro de cada sa$ot coloca-se/ 4eis gr%os de mil!o
torrado6 seis $edacin!os de coco seco6 um orogb ($ara cada sa$ot)6 um $ou#uin!o de melado
de cana6 mel de abel!as6 aeite de dend'6 um ataré e um $ouco de vin!o tinto. =eixa-se $or seis
dias nos $és do Orix" com uma vela acesa, #ue deve ser renovada todos os dias.
mbrul!a-se, em $ano vermel!o, seis varetas ou $alitos de cedro6 seis $imentas ataré6
seis gr%os de mil!o torrados6 um $ou#uin!o de $7 de $eixe defumado6 um orogb inteiro e uma
fol!a de cedro. Amarra-se bem amarrado com lin!a branca e deixa-se dentro da gamela de
8ang. <o dia da audi'ncia ou &ulgamento, a $essoa deve $ortar o embrul!in!o num de seus
bolsos.
1ega-se seis ovos de galin!a dXAngola e unta-se as cascas com/ Aeite de dend'6 mel de
abel!as6 ori-da-costa6 $7 de efun e $7 de osun. Coloca-se numa gamela ou alguidar de barro e
so$ra-se, em cima, vin!o tinto e aguardente de cana. =eixa-se diante de 8ang $or seis dias e
de$ois, $assa-se os ovos na $essoa, embrul!a-se em $ano vermel!o e des$ac!a-se aos $és de
uma $almeira im$erial.
Com$ra-se o rom% mais bonito #ue se $uder encontrar, abre-se a fruta ao meio no sentido
vertical e retira-se, de seu interior, todas as sementes. Coloca-se, no lugar das sementes, um
$ou#uin!o de osun6 um $edacin!o do talo de comigo-ninguém-$ode6 um $ou#uin!o de ras$a de
$7 de cedro6 um $ou#uin!o de ras$a de madeira de ir@o6 seis ataré6 um $ou#uin!o de aeite de
dend'6 mel de abel!as e um $ou#uin!o de canela em $7. ;ne-se as duas $artes do rom%,
envolve-se num $edaço de $ano vermel!o e enrola-se bem, com lin!a branca. =errete-se, em
ban!o-maria, uma #uantidade de cera de abel!as. <a cera derretida vai-se mergul!ando e
retirando a bone#uin!a de $ano com a fruta dentro, dando-se voltas $ara #ue a cera fi#ue
aderida ao tecido. 9e$ete-se a o$eraç%o até #ue se transforme numa bolota de cera. =eixa-se
secar até #ue a cera fi#ue bem durin!a e, somente ent%o, coloca-se dentro da gamela de 8ang,
onde dever" $ermanecer até #ue a graça se&a alcançada. =e$ois de atendido o $edido feito ao
Orix", des$ac!a-se a bolota nos $és de uma $almeira real.
Coloca-se diante de 8ang e deixa-se $or PW dias, renovando a vela diariamente. <o fim dos
doe dias leva-se a um cam$o e deixa-se ali.
Jordura de coco, cebola, $iment%o vermel!o, camar%o s'co, comin!o, orégano, louro
verde, tomates, #uiabo, farin!a de acaç" e aeite de dend'. 1ica-se a cebola, o $iment%o, os
tomates e os #uiabos (estes em rodelin!as bem finas). Coloca-se a farin!a $ara coin!ar, com
"gua, em fogo brando, deixando engrossar um $ou#uin!o. <uma $anela + $arte coloca-se uma
col!er de gordura de coco, uma $itada de comin!o, uma de orégano, a fol!a de louro, a cebola
$icadin!a, o $iment%o e o tomate. s$era-se cinco minutos e acrescenta-se o camar%o s'co, o
#uiabo e o mingau #ue foi coido em se$arado. Coloca-se um $ouco de dend' (se $ossvel a
$asta c!amada bambarra). =eixa-se coin!ar em fogo brando $or a$roximadamente uma !ora.
Fuando estiver coido retira-se do fogo e se derrama tudo numa gamela. 4e$ara-se uma $orç%o
num alguidar $ara ser oferecida a x*. =e$ois de entregar-se a $arte de x*, oferece-se o
adim* nos $és de 8ang, sacode-se o xeré e vai-se $edindo o #ue se #uer em vo baixa e a
cabeça no c!%o. Acende-se duas velas e, no dia seguinte, des$ac!a-se aos $és de uma
$almeira.
OE!E"DA# A UE@%
<uma t"bua nova e lim$a #ue flutue, coloca-se um $argo sem escamas, do #ual foram
retiradas todas as entran!as. =entro do $argo coloca-se/ ;m $a$el no #ual se escreveu o #ue
mais se dese&a na vida6 um $ouco de $i$oca6 Q gr%os de $imenta-da-costa6 sete $edacin!os de
coco seco6 osun6 lele@un6 sete $étalas de rosa vermel!a6 mel de abel!as e aeite de dend'.
Costura-se a barriga do $eixe, coloca-se em sua boca um anol de $esca e arruma-se, em cima
da t"bua, com sete velas acesas em volta. ntrega-se nas "guas de uma lagoa, #ue se&am
tran#Hilas, $ara #ue a t"bua flutue na su$erfcie. ste adim* tem #ue ser oferecido + noite, com
céu estrelado e lua crescente.
1re$ara-se uma boa #uantidade de $i$ocas, arro branco coido e can&ica coida. Coloca-
se, numa travessa de barro, $rimeiro uma camada de arro6 $or cima, uma camada de can&ica e,
finalmente, a $i$oca. 4obre tudo isto, es$al!a-se uma boa $orç%o de camarões fritos em aeite
de dend' (sem lim$ar, a$enas lavados). 9ega-se com aeite de dend' e enfeita-se com rodelas
de tomate. Arreia-se aos $és de Ke" $or sete dias com duas velas acesas. =es$ac!a-se, +
noite, aos $és de uma "rvore #ue d' flores.
1ega-se um $eixe de taman!o médio #ue se lim$a e corta em $ostas. Com a cabeça do
$eixe $re$ara-se um $ir%o de farin!a de mandioca, ao #ual se acrescenta fol!as de coentro e
alguns gr%os de ataré. As $ostas s%o coidas com $iment%o6 coentro6 anis estrelado em $7 e
gengibre ralado. \ $arte, frita-se em aeite dend', sete camarões grandes, com cabeça e casca.
Norra-se uma travessa de barro com bastante fol!as de alface, sobre elas derrama-se o $ir%o
de$ois de frio6 arruma-se as $ostas de $eixe e coloca-se $or cima os camarões fritos. Bate-se as
claras de sete ovos até #ue atin&am o $onto-de-neve e com isto, cobre-se todo o adim*. <o
centro, sobre a clara, coloca-se um obi de #uatro gomos aberto. ste adim* deve ser entregue +
Ke" na beira de um lago ou rio de "guas mansas e lim$as, em noite de céu estrelado. Os
$edidos #ue forem feitos s%o endereçados ao firmamento e o adim*, antes de ser arriado, deve
ser mostrado aos #uatro $ontos cardeais, começando-se $elo este, de$ois o norte, o oeste e o
sul.
5orra-se fei&%o fradin!o, mil!o vermel!o e amendoim. Coloca-se num alguidar e cobre-se
com mel de abel!as, vin!o branco e canela em $7. Arreia-se aos $és do Orix" ou na beira de um
lagoa, com duas velas acesas.
OE!E"DA# [ OIU%
Nrita-se, no dend', nove $eixes de "gua doce $e#uenos. Arruma-se numa travessa de
barro. 1re$ara-se, + $arte, um mol!o com/ cebola branca6 $iment%o vermel!o6 $imenta do reino6
tomate6 vin!o tinto e camar%o seco. 1ronto o mol!o, derrama-se sobre os $eixin!os fritos e
enfeita-se com fol!as de alface. =eixa-se nos $és de O3" $or #uatro dias e des$ac!a-se num
bambual.
1re$ara-se um bom mol!o com $iment%o, tomate, cebola, al!o e aeite de dend'.
1re$ara-se Y acara&és. 4obre cada acara&é coloca-se um gr%o de ataré e uma moeda de cobre.
Arruma-se os acara&és numa travessa de barro forrada com fol!as de bambu e rega-se tudo com
o mol!o. Arreia-se aos $és de O3" e des$ac!a-se, de$ois de Z dias num bambual.
=entro de uma lngua de vaca, coloca-se/ Y gr%os de ataré6 Y agul!as6 uma $itada de
osun6 Z gr%os de mil!o torrado6 Z $edacin!os de casca de ir@o e aeite de dend'. nrola-se a
lngua muito bem enrolada com lin!a vermel!a6 coloca-se num $rato ou alguidar de barro e
deixa-se aos $és de O3" $or #uatro !oras sem acender velas. 5ranscorridas as #uatro !oras,
$ega-se a lngua, leva-se a um $é de flamboa3ant(1oinciana regia) e amarra-se num de seus
gal!os.
1re$ara-se um boa #uantidade de $i$ocas feitas no aeite de dend', coloca-se num balaio
e oferece-se + O3" &unto com Obalua3e. 1re$ara-se, em vasil!as se$aradas $ara cada Orix",
uma mistura de vin!o seco com canela em $7 e mel de abel!as. Acende-se uma vela $ara cada
Orix" e des$ac!a-se na $orta do cemitério.
Coin!a-se, em "gua de $oço sem sal, meio #uilo de tremoços (lu$inus luteus). 1ega-se
os tremoços &" coidos, coloca-se numa $anela de barro e &unta-se uma cebola roxa $icada6
comin!o em gr%os6 uma fol!a de louro6 um $ou#uin!o de orégano6 um $ouco de gengibre ralado
e aeite de dend'. =eixa-se ferver $or meia !ora e coloca-se, dentro da $anela, uma $orç%o de
fub" de mil!o vermel!o bem fino. 0ai-se mexendo en#uanto coin!a, até #ue engrosse como um
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mingau. 9etira-se do fogo e, de$ois de frio, oferece-se a Omolu na mesma $anela. =e$ois de
sete dias leva-se + uma mata e se enterra com $anela e tudo.
(ara saúde.
5orra-se, bem torrada, uma mistura de mil!o vermel!o6 fei&%o fradin!o6 fei&%o $reto6
tremoços6 arro com casca, amendoim e mil!o branco. Coloca-se tudo dentro de uma cabaça
aberta no $escoço. Acrescenta-se PZ b*ios fec!ados e todos os gr%os de ataré contidos numa
PERTENCE A MIGUEL SOLON DE OBATALÁ 52
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fava. Coloca-se ainda, $7 de osun, u"&i, $7 de efun, arid% ralada, PZ gr%os de lele@un, PZ favas
de be&ere@un, um $edacin!o de carv%o vegetal, $7 de $eixe defumado e $7 de cotia defumada.
Nec!a-se a cabaça enrolando-a toda com $al!a-da-costa. =eixa-se $or PZ dias diante do Orix" e
de$ois, $endura-se atr"s da $orta de casa ou do local de trabal!o.
O mesmo trabal!o descrito acima, usando-se uma cabacin!a $e#uena #ue $ossa ser
$endurada no retrovisor de um carro. <este caso, todos os ingredientes $odem ser utiliados em
uma *nica unidade, em ve de #uatore.
Assa-se no forno PG $edaços de in!ame com casca. =e$ois de assados unta-se com
aeite de dend', mel de abel!as e ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com
$i$ocas. 9ega-se com vin!o tinto seco. =es$ac!a-se, de$ois de sete dias, na mata.
4ete cebolas roxas descascadas e fritas em aeite doce6 sete es$igas de mil!o verde
assadas na brasa6 sete rodelas de $%o de sal6 sete rodelas de ai$im coido com casca6 mil!o
torrado6 tremoços e $i$oca feita no dend'. Arruma-se num alguidar, $rimeiro o mil!o torrado e os
tremoços. 1or cima dis$õe-se as rodelas de ai$im, as fatias de $%o, as es$igas e as cebolas.
9ega-se com aeite de dend' e cobre-se com as $i$ocas. =eixa-se sete dias diante de Omolu e
des$ac!a-se no mato.
Coin!a-se sete bananas da terra, retira-se as cascas e amassa-se bem com um garfo. \
banana amassada adiciona-se mel e um $ou#uin!o de aeite de dend'. 2istura-se bem, sem$re
amassando e mexendo com um garfo. Coloca-se a massa dentro de um alguidar, arruma-se $or
cima sete fatias de $%o e cobre-se com $i$ocas feitas na areia. 5em$era-se com aeite de dend'
e vin!o tinto. =eixa-se nos $és do Orix" de um dia $ara o outro e des$ac!a-se no mato.
4ete frutas-de-conde (Anona s#uamosa, .)6 sete bananas da terra e sete es$igas de
mil!o verde sem casca. Arruma-se num alguidar e rega-se com melado de cana e vin!o tinto
seco. =es$ac!a-se, de$ois de sete dias, $r7ximo a um formigueiro.
<uma cesta de $al!a arruma-se sete frutas-$%o (Artoca$us incisa)6 sete frutas-do-conde6
sete es$igas de mil!o secas6 setes bananas da terra maduras6 sete tamarindos (5amarinus
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indica, .)6 sete obs e sete orogbs. nfeita-se a gosto com fol!as de canela-de-vel!o (Vinnia
legans) e deixa-se $or sete dias diante do Orix". =es$ac!a-se no mato.
OE!E"DA# A OBA*A,%
Bate-se oito, de ou deesseis claras de ovos em neve. Com as clara fa-se um monte
sobre o #ual se coloca uma $itadin!a de efun e, ao redor, um obi branco de #uatro gomos
aberto, (cada $edaço do ob deve ficar de um lado do $rato, em forma de cru. Arreia-se aos $és
de Obatal" $edindo o #ue se #uer. (1ara Oxaguian, fa-se com T claras, $ara Oxalufan, com de
ou deesseis).
1rocede-se da mesma forma acima descrita, s7 #ue, sobre o algod%o, colo ca-se #uatro de
$edaços de coco (sem as $elculas $retas) e, sobre eles, uma bolin!a de ori-da-costa misturada
com $7 de efun. 1ode-se, se #uiser, cobrir tudo com merengue.
- (ara roteRFo.
1ega-se uma fruta $%o #ue se abre em #uatro, ao com$rido, sem deixar #ue as $artes se
se$arem. Coloca-se a fruta aberta num $rato branco, acrescenta-se arro cru, coco ralado, mel
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de abel!as e $7 de casca de ovos. Cobre-se tudo com algod%o em rama e deixa-se diante de
Obatal" $or PR dias, renovando, diariamente, a vela acesa. =es$ac!a-se, envolto em $ano
branco, no alto de um morro.
1ega-se dois $ombos brancos, lava-se $ara #ue fi#uem bem lim$in!os (usar na "gua,
ervas de Obatal"), deixa-se os bic!os, $or tr's dias, $resos numa gaiola em frente ao igb" do
Orix". <o terceiro dia, leva-se as aves $ara o #uintal, amarra-se no $é direito de uma delas o
nome da $essoa #ue se dese&a ver livre e, na outra, o endereço do local onde est" $resa. 4olta-
se os $ombos sem &og"-los $ara o alto. Os $ombos devem ser colocados no c!%o até #ue
resolvam alçar vo, n%o $odem ser enxotados nem es$antados, é $reciso #ue $ermaneçam no
local o tem$o #ue #uiserem.
Oito, de ou deesseis es$igas de mil!o verde bem tenras. Assa-se as es$igas num
braseiro e, #uando estiverem assadas, unta-se com ori-da-costa e mel de abel!as. Coloca-se
numa travessa branca, sal$ica-se bastante $7 de efun e $7 de lrio fiorentino6 cobre-se tudo com
algod%o e se oferece a Obatal", no alto de um morro + sombra de um arvoredo, com tantas velas
acesas #uantas forem as es$igas oferecidas.
9etira-se a casca de um coco seco6 rala-se a $ol$a e coloca-se numa tigela grande. :unta-
se + isso um co$o de leite de cabra, oito col!eres de mel de abel!as6 oito fol!as de sai%o e uma
bola de efun desfeita em $7. Bate-se bem a mistura no li#Hidificador. =e$ois de bem batida,
coloca-se a mistura num tigel%o branco, cobre-se a tigela com algod%o em rama e enc!e-se um
$rato com arro branco cru. A tigela com o l#uido é colocada dentro do $rato, sobre o arro.
Coloca-se, &unto ao arro, uma boa #uantidade de moedas. =eixa-se nos $és de Obatal", de um
dia $ara o outro, com uma vela acesa. <o dia seguinte, des$e&a-se o l#uido da tigela num balde,
acrescenta-se "gua de $oço e toma-se um ban!o da cabeça aos $és. O arro deve ser coido
$ara ser comido normalmente, com todos os tem$eros comuns. As moedas s%o atiradas dentro
do $oço de onde se retirou a "gua $ara o ban!o.
- Adimú de frutas.
Obatal" é um Orix" #ue $ode ser facilmente agradado com frutas. =entre as diversas
frutas #ue $odem ser oferecidas em seus adim*s, destacamos/ Coco verde ou seco, (sem$re
#ue se oferecer coco seco a Obatal", é im$rescindvel #ue se retire a $elcula escura #ue fica
agarrada + $ol$a da fruta)6 uvas brancas ou rosadas6 laran&a lima6 lima da 1érsia6 fruta-do-conde6
mel%o6 mam%o6 fruta-$%o (uma de suas $referidas)6 $'ssegos6 frutas secas como/ $assas6
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tmaras6 figos6 noes6 avel%s etc. (Observaç%o/ as frutas demasiadamente "cidas ou de cascas
e $ol$as vermel!as ou $retas, devem ser evitadas).
O +#O DO COCO
A utiliaç%o do coco é de tal forma $o$ulariada, #ue este vegetal c!ega a ser c!amado
de ob, designando-se o verdadeiro ob, como ob-@ola. O coco é utiliado como oferenda
$rinci$al aos Orix"s, guns, x*s e até mesmo a Ori, entrando em muitas formas de bor.
Fuando Obatal", dono do coco, reuniu todos os Orix"s $ara dar-l!es mando e !ierar#uia,
isto foi feito embaixo de um co#ueiro. Obatal" colocou aos $és de cada Orix" um coco $artido,
$or isso, todos os Orix"s t'm direito ao coco, embora o coco inteiramente descascado, se&a um
direito exclusivo de Obatal".
5odos os Orix"s sentaram-se ao redor do co#ueiro $ara ouvirem com muito res$eito e
atenç%o as instruções de Obatal", com exceç%o de Obalua3e #ue se mostrou relutante em
aceitar as ordens e orientações #ue l!e eram dirigidas. Obatal" no entanto, conseguiu
convenc'-lo e, com muita $aci'ncia, fe com #ue acatasse suas ordens e orientações. =esde
ent%o, n%o é $ossvel #ue se $roceda a nen!um ritual sem #ue se ofereça antes, coco aos
guns e aos Orix"s.
A# OE!E"DA# DE COCO.
4em$re #ue se #uiser oferecer coco a gun, x* ou Orix", o seguinte $rocedimento deve
ser adotado/
A casca mais fina (es$écie de $elcula #ue fica agarrada + $arte branca) é mantida, exceto
#uando a oferenda é destinada + Obatal", #uando somente a $arte branca é ofertada). Corta-se
#uatro $edaços de taman!os mais ou menos e#uivalentes, lava-se bem estes #uatro $edaços,
coloca-se num $rato branco com a $arte branca virada $ara cima e arreia-se no $é do Orix" ao
#ual se destina o sacrifcio. Os mesmos #uatro $edaços de coco oferecidos s%o utiliados no
&ogo $ara saber se o sacrifcio foi ou n%o aceito.
1ara cada entidade, embora o $rocedimento se&a o mesmo, existe uma saudaç%o
diferente, de acordo com o #ue se segue/
(ara ElearaL
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(ara OunL
(o +o n* 6)(
(ara OxssiL
(ara $anQL
(o ()*s*8
(ara IeNiL
(ara IemanNáL
(ara OiaL
O*K( (:* o d( (:* ' 'o o'* n+* o' J (K.
(ara InleL
A+(6)( n* ("(6)(
In ("(6)(n*.
(ara OxunL
E6)n* J*J*"*soJd
(ara OataláL
O)(+(1 O)(+(s*
O4( (* ((
(ara OaluaeL
Ag. &
( As sau$aç'es aqui con"i$as fora cole"a$as co a cola4oração $e sacer$o"es $a San"eria $e =u4a,
on$e o h4i"o $e oferecer(se coco aos Ori+s ) ui"-ssio $ifun$i$o. O i$ioa Ioru4a no qual
ori%inalen"e seria fei"as sofreu $e"uraç'es e o$ificaç'es a"rav)s $os "eos, influencia$o que
foi elo esanhol, l-n%ua oficial $aquele a-s. Pen"aos $e "o$as as foras ser o ais fiel oss-vel
Uquilo que nos foi ce$i$o "ão %en"ilen"e, e, or es"e o"ivo, u4licaos os "e+"os co a or"o%rafia
e+a"a $os ori%inais.
,AM(A!I"A# MI,AG!O#A#
;ma forma efica de se agradar os Orix"s, muito usada na antigHidade, s%o as lam$arinas
+ eles acesas. As mais tradicionais casas de ;mbanda, ainda $reservam, embora de forma
#uase im$erce$tvel, este !"bito muito eficiente $ara a obtenç%o de graças e favores dos Orix"s.
A facilidade de obter-se velas industrialiadas fe com #ue, gradativamente, este costume
fosse abandonado e #uase totalmente es#uecido. =evemos ressaltar, no entanto, #ue as
lam$arinas s%o também consideradas como adim*s, encontrando-se no mesmo nvel como
oferendas eficaes e #ue n%o $odem cair no es#uecimento, substitudas $or velas de $arafina
#ue s7 significam, $ara os Orix"s, a $resença do elemento fogo, n%o re$resentando $ortanto, um
sacrifcio com$leto como é o caso das lam$arinas.
<a tentativa de resgatar este rito, #ue como tantos outros foram deixados de lado,
a$resentamos neste trabal!o, uma coletnea de lam$arinas #uase #ue totalmente es#uecidas
no Brasil mas #ue funcionam de forma eficiente e r"$ida, conforme $udemos verificar nas
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4anterias de Cuba, no culto de 1alo 2a3ombe, e nas diversas manifestações religiosas afro-
americanas existentes no Caribe.
;ma cabaça grande6 Y gemas de ovos6 Y gr%os de mil!o torrados6 Y gr%os de $imenta-da-
costa6 Y gr%os de fei&%o fradin!o6 um $edacin!o de talo de comigo-ninguém-$ode6 um $edacin!o
de gal!o de #uebra-mandinga6 uma lata de aeite de oliva.
Abre-se a cabaça em cima, lim$a-se bem retirando todas as sementes de seu interior6
coloca-se dentro os ingredientes deixando o aeite de oliva $ara o final6 acende-se uma mec!a
de algod%o e deixa-se, $or Y dias, nos $és de gun. =es$ac!a-se no cemitério.
;ma $anela de barro de taman!o médio6 um $ouco de osun6 um $ouco de efun6 um $ouco
de u"&i6 $7 de $eixe defumado6 $7 de $re" defumado6 um $ouco de aeite de dend'6 um $ouco
de 7leo de rcino6 um $ouco de sumo de fol!as de comigo-ninguém-$ode (substncia venenosa
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=entro de uma cabaça bem lim$a, coloca-se o seguinte/ Q roletes de cana6 mil!o torrado6
G moedas6 aeite de am'ndoas6 aeite de dend'6 $7 de $eixe defumado6 $7 de $re" defumada6
aguardente de cana e aeite de oliva. Arruma-se tudo dentro da cabaça, acende-se uma mec!a
e deixa-se #ueimar $or Q dias diante de x*. =es$ac!a-se na encruil!ada.
<uma cabaça bem lim$a coloca-se/ ;ma foto da $essoa #ue se $retende $re&udicar6 Q
col!eres de sal de coin!a6 o suco de Q limões6 Q gotas de aougue6 Q gotas de alcatr%o6 Q gotas
de amnia6 um $ouco de 7leo de rcino e aeite de oliva. Acende-se G mec!as #ue dever%o
#ueimar $or PP dias diante de x*, (trocar e com$letar o aeite sem$re #ue necess"rio).
=es$ac!a-se no cemitério, o mais $r7ximo $ossvel do sino #ue anuncia a entrada de um
enterro.
Abre-se ao meio uma melancia. =a $arte de baixo, retira-se toda a $ol$a e coloca-se
dentro/ ;m $ouco de "gua de $oço6 sete $edacin!os de fol!a de es$ada-de-4%o :orge6 Q
$imentas-da-costa6 Q favas c!a$éu-de-na$ole%o6 uma fava ol!o-de-boi6 Q gr%os de mil!o
torrados6 um $ouco de $7 de efun6 u"&i6 um c"lice de gin6 aeite de dend' e aeite de oliva.
Coloca-se tudo dentro da metade oca da melancia, com$leta-se com aeite de oliva, acende-se
uma mec!a e deixa-se Q dias diante de Ogun. A outra banda da melancia, é colocada ao lado da
lam$arina como oferenda ao Orix". =es$ac!a-se numa rodovia de grande movimento.
;ma $anela de barro de taman!o médio6 meio co$o de aeite de am'ndoas6 meio co$o de
aeite de dend'6 Q col!eres de melado6 um $ouco de osun6 Q gr%os de mil!o torrados6 $7 de
$eixe defumado6 $7 de $re" defumada6 Q col!eres de suco de rom%6 Q col!eres de licor de anis6
Q gr%os de $imenta-da-costa6 aeite de girassol. Coloca-se os ingredientes relacionados dentro
da $anela de barro, com$leta-se até a borda com o aeite de girassol, acende-se uma mec!a e
deixa-se #ueimar $or sete dias. =es$ac!a-se nos $és de uma amendoeira.
;ma $anela de barro6 sal de camar%o seco6 P] favas de abere6 P] favas de ari6 P] gr%os
de mil!o seco6 a gema de um ovo de galin!a6 um $ouco de "gua de rio e aeite de oliva.
screve-se em $a$el de embrul!o a graça #ue se dese&a obter6 coloca-se o $a$el no fundo da
$anela6 arruma-se todos os ingredientes $or cima6 com$leta-se com o aeite de oliva. Acende-se
a mec!a e deixa-se $or cinco dias diante de ogun. =es$ac!a-se nas "guas de um rio, no local
mais $rofundo.
=entro de uma bacia de "gata coloca-se um $ouco de "gua de rio. =entro desta "gua
coloca-se U gemas de ovos de galin!a. 1ega-se uma $anela de barro e dentro dela coloca-se
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"gua de rio e aeite de oliva. Coloca-se a $anela dentro da bacia com as gemas6 acende-se uma
mec!a e arreia-se diante de ogun, deixando $or Q dias. =es$ac!a-se na cac!oeira.
;ma $anela de barro6 uma $edra im%6 "gua de flor de laran&eira6 vin!o seco6 "gua de
colnia6 U $edacin!os de ori-da-costa6 U col!eres de café de 7leo de am'ndoa doce6 aeite de
oliva. Coloca-se o im% dentro da $anela e, $or cima, os demais ingredientes. Com$leta-se com o
aeite de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se $or cinco dias diante de Oxun. 1ode-se manter
sem$re diante do Orix" ou des$ac!ar-se numa cac!oeira.
;ma cabaça bem grande6 o nome da $essoa #ue se $retende atrair escrito num lenço
branco, novo e $erfumado6 U gemas de ovos de galin!a d[Angola6 U ovos de codorna inteiros6 U
$edacin!os de coco6 U col!erin!as de aeite de am'ndoa-doce6 U col!eres de mel de abel!as6
um $ouco de efun6 um $ouco de osun6 U col!eres de aç*car mascavo.
1re$ara-se, da mesma forma da receita anterior, uma cabaça, dentro da #ual se coloca/ U
bolin!os feitos com farin!a de mil!o misturada com mel de abel!as e fol!as de salsa bem
$icadin!as6 mel de abel!as6 aeite de dend'6 U favas de aber' e 7leo de girassol. =e$ois de tudo
dentro da cabaça, com$leta-se até a borda com o 7leo de girassol, acende-se uma mec!a e
deixa-se, $or cinco dias, nos $és do Orix". =es$ac!a-se num rio.
- (ara roteRFo.
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;ma $anela de barro6 Y gr%os de fei&%o fradin!o6 Y gr%os de mil!o vermel!o6 uma $itada
de colorau6 aç*car mascavo6 aeite de dend'6 um $ouco de "gua de rosas. Com$leta-se com
aeite de oliva e acende-se uma mec!a $or nove dias aos $és de O3". =es$ac!a-se nos $és de
um flamboa3ant.
;ma $anela de barro6 aç*car mascavo6 aç*car cndi6 Y gemas de ovos de codorna6 Y
brasas de carv%o vegetal acesas6 "gua de rosas. =e$ois de tudo arrumado na $anela, com$leta-
se com aeite de oliva e acende-se uma mec!a, deixando-se, $or Y dias, diante do Orix".
=es$ac!a-se num bambual.
<uma $anela de barro coloca-se/ ;m $ouco de terra de formigueiro6 uma $itada de osun6
PP $imentas-da-costa6 aç*car cndi6 aç*car mascavo6 aç*car branco refinado6 aeite de dend'6
mel de abel!as6 umas gotin!as de ess'ncia de rosas. Com$leta-se com aeite de oliva6 acende-
se uma mec!a e deixa-se $or PP dias diante de Ke". =es$ac!a-se aos $és de uma "rvore
grande.
- (ara roteRFo.
<a metade de uma cabaça bem lim$a $or dentro, coloca-se/ PP gr%os de $imenta-da-
costa6 $eixe defumado6 PP $edacin!os de coco seco6 P anol6 um of"in!o de metal6 P ob6 um
$ouco de osun6 mel de abel!a6 um $ou#uin!o de baunil!a6 PP $edacin!os de canela em casca6
um $edacin!o de sab%o da costa. Com$leta-se com aeite de oliva, acende-se uma mec!a e
deixa-se $or PP dias aos $és de Ke". =es$ac!a-se numa nascente dX"gua.
;ma $anela de barro6 PP gr%os de fei&%o fradin!o6 PP gr%os de mil!o vermel!o6 aç*car
mascavo6 aeite de dend'6 um $ouco de "gua de rosas. Com$leta-se com aeite de oliva e
acende-se uma mec!a $or PP dias aos $és de Ke". =es$ac!a-se nos $és de um flamboa3ant.
;ma cabaça bem grande6 o nome da $essoa #ue se $retende atrair escrito num $a$el
branco6 PP gemas de ovos de galin!a d[Angola6 PP gemas de ovos de codorna 6 PP $edacin!os
de coco6 PP col!erin!as de aeite de am'ndoa doce6 PP col!eres de mel de abel!as6 um $ouco
de efun6 um $ouco de osun6 PP col!eres de aç*car mascavo. Abre-se a cabaça, lim$a-se seu
interior, coloca-se o $a$el e os demais ingredientes. Com$leta-se com aeite de oliva e acende-
se uma mec!a, deixando diante de Ke" durante PP dias. =es$ac!a-se nas "guas de um rio.
;ma $anela de barro6 uma $edra im%6 "gua de flor de laran&eira6 vin!o tinto6 PU
$edacin!os de ori-da-costa6 PU col!eres de café de 7leo de am'ndoa doce6 P fol!a de comigo-
ninguém-$ode e aeite de oliva.
Coloca-se a fol!a com o im% dentro da $anela e $or cima, os demais ingredientes.
Com$leta-se com o aeite de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se $or PU dias diante de Ob".
=es$ac!a-se no local determinado $elo &ogo.
2etade de uma cabaça bem lim$a $or dentro6 PG moedas $e#ueninas6 PG gr%os de mil!o
de $i$oca #ue n%o ten!am estourado ao se faer $i$ocas $ara Omol*6 PG $edacin!os de coco
seco6 PG sementes de anis estrelado6 aeite de dend'6 um $ouco de melado de cana6 um $ouco
de lama do fundo de um rio6 aeite de oliva.
screve-se, num $a$el #ual#uer, o #ue se dese&a de <an%. Coloca-se o $a$el dentro da
cabaça e coloca-se todos os ingredientes $or cima. Com$leta-se com aeite de oliva, acende-se
uma mec!a e deixa-se nos $és de <an% $or PG dias. =es$ac!a-se nas "guas de um rio.
;ma cabaça6 um $a$el de embrul!o com o nome do inimigo escrito sete vees6 Z agul!as6
Z col!eres de vinagre6 sete $edras de sal grosso6 uma $itada de osun6 $7 de bambu6 um $ouco
de amnia6 um $edaço de $edra de cnfora6 Z col!erin!as de c!" de 7leo de rcino6 a mesma
#uantidade de 7leo de castor6 Z col!eres de aeite de dend'6 Z gr%os de $imenta-da-costa6 Z
$edrin!as $e#uenas de carv%o mineral6 $7 de $eixe e de $re" defumados6 7leo de so&a. Abre-se
a cabaça $elo $escoço6 tira-se as sementes6 coloca-se o $a$el com o nome6 cobre-se com os
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ingredientes relacionados6 com$leta-se com o 7leo de so&a6 acende-se uma mec!a e deixa-se
diante de ?3eman&" $or #uatro dias. =e$ois, fec!a-se a cabaça com a $r7$ria tam$a, amarra-se
com $al!a da costa e enterra-se na beira de um rio.
screve-se num $a$el o #ue se dese&a obter. Coloca-se o $a$el numa $anela de barro e
&unta-se + ele, os seguintes ingredientes/ 17 de $eixe defumado6 $7 de $ re" defumado6 um co$o
de vin!o tinto6 um co$o de aguardente6 ] $imentas-da-costa6 ] moedas de cobre6 v"rios
$edacin!os de coco seco6 aeite de dend'6 ori-da-costa6 ] col!eres de mel de abel!as6 um
$ouco de $7 de osun6 um $edaço de gal!o de abre-camin!o6 um $edaço de casca de ir@o6 ]
agul!as6 ] col!erin!as de 7leo de am'ndoa doce. Com$leta-se com aeite de oliva e acende-se
uma mec!a, deixando-se $or seis dias diante de 8ang. =es$ac!a-se aos $és de uma $almeira
im$erial.
im$a-se uma cabaça grande e, numa de suas $artes arruma-se/ PW bolas de in!ame
enfeitadas com um gr%o de mil!o vermel!o6 PW gr%os de $imenta-da-costa6 PW orogbs6 PW favas
de alibé6 PW favas de ari6 osun6 efun6 um $ouco de l% de carneiro6 PW $edacin!os de ori-da-
costa6 aeite de dend'6 PW #uiabos cortados em rodelin!as6 um c"lice de vin!o tinto. Arruma-se
tudo dentro da cabaça #ue é, $or sua ve, colocada dentro de uma gamela de madeira6
com$leta-se com aeite de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se PW dias diante de igb" de
8ang. =es$ac!a-se nos $és de uma $almeira.
m meia cabaça devidamente lim$a coloca-se/ Aeite de dend'6 mel de abel!as6 vin!o
tinto seco6 aeite de am'ndoa6 mil!o torrado e mil!o de $i$oca. Com$leta-se com aeite de oliva,
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acende-se uma mec!a #ue deve ser renovada até #ue a $essoa mel!ore. =e$ois de obtida a
graça, enterra-se a cabaça dentro de cemitério.
Colocar numa $anela de barro/ um co$o de "gua de coco verde6 um co$o de vin!o
branco6 uma $itada de gengibre ralado6 alguns gr%os de tremoços e um c"lice de genebra.
=e$ois de tudo arrumado, com$leta-se com aeite de oliva, acende-se a mec!a e deixa-se
diante do Orix" $or sete dias. =es$ac!a-se numa mata.
1ode-se usar, indiferentemente, uma cabaça ou uma $anela de barro. m seu interior
coloca-se/ Q gr%os de mil!o torrados6 Q bolin!as de ori-da-costa6 Q gr%os de ataré6 uma taça de
vin!o tinto rascante6 canela em $76 aeite de dend' e P orogb. Com$leta-se com aeite de
oliva, acende-se a mec!a e deixa-se $or Q dias diante de Omol*. =es$ac!a-se em cima de um
formigueiro.
1ega-se um mel%o, corta-se uma tam$a em cima, retira-se as sementes e a $ol$a. =entro
do mel%o coloca-se/ T gemas de ovos de $omba branca6 T gr%os de can&ica crus6 T moedas
brancas6 T b*ios6 um $ouco de "gua de flor de laran&a6 T $edacin!os de ori-da-costa6 $7 de
efun6 o sumo de T fol!as-da-fortuna. Com$leta-se até em cima com aeite de oliva6 acende-se
uma mec!a e deixa-se $or oito dias nos $és de Obatal". =es$ac!a-se aos $és de um
algodoeiro.
;ma $anelin!a de barro $e#uena na #ual se coloca um $a$el com o $edido do #ue se
dese&a. 4obre o $a$el coloca-se PR $edacin!os de ori-da-costa e uma fava de baunil!a.
Com$leta-se com aeite de oliva e acende-se uma mec!a. =urante PR dias com$leta-se o aeite
e renova-se a mec!a sem$re #ue for necess"rio. =e s$ac!a-se num local alto e arboriado.
<um co$o de cristal grosso, coloca-se #uatro dedos de "gua de flor de laran&eira6 PR gotas
de baunil!a e aeite de oliva. Acende-se um $avio de lam$arina e deixa-se #ue se #ueime todo o
aeite do co$o. 4e for $reciso, $ode renovar o $avio. <%o se des$ac!a o co$o, a$enas a "gua
do fundo é des$e&ada num gramado lim$o.
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BIB,IOG!AIA
Adim*, Ofrenda a los Orixas - 9egla de Oxundei - Caderno de anotações de uma 4anteria
de Cuba - Autor descon!ecido .
Aolalu, :. Omosade - Koruba Beliefs and 4acrificial 9ites - ongman Souse - ondon -
PYQY
1ereira, <unes - A Casa das 2inas-Culto dos 0oduns :e&e no 2aran!%o - 0oes -
1etr7$olis - PYQY