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RESUMO

            Este trabalho visa demonstrar por meio das escrituras, o conhecimento dos ensinos
acerca da ética cristã no ministério, não fornecendo todas as informações sobre o tema, mas
esclarecendo de uma maneira geral estimulando o postulante ao ministério a buscar os
conhecimentos sobre os processos do ministério, a partir do chamado ao trabalho ministerial
diário.

            Aqueles que não possuem vocação ministerial ou a certeza dela, a partir da leitura
deste trabalho, conhecerão o universo ministerial e suas implicações em cumprir o chamado de
Deus de maneira ética e em total conformidade com as doutrinas bíblicas, compreendendo
melhor a mente e o coração de seus líderes e, consequentemente, poderão prestar-lhes apoio
em suas necessidades no tocante a demanda do ministério.

PALAVRAS-CHAVE

            Ética; Ministério; Obreiro; Moral; Exemplo.

INTRODUÇÃO

            Ética é o nome dado ao ramo da Filosofia que se detém na valorização do


comportamento humano. A palavra Ética é derivada do grego (Gr. ethike), e significa tudo
aquilo que é pertencente ao caráter. A Ética estuda a moral, se a associarmos a ética
ministerial, podemos dizer que é o estudo relativo aos valores inerentes a “santidade”.

            Consiste da análise da natureza da vida humana, incluindo os padrões do “certo” e do


“errado”, pelos quais sua conduta possa ser guiada e dirigida. Em resumo: “Ética” é na prática
aquilo que você pensa e faz.

            A Ética Cristã pode ser definida como um somatório de princípios que se baseiam nas
sagradas escrituras, principalmente nas doutrinas de Cristo e de seus apóstolos, tendo como
objetivo servir de orientação a conduta dos cristãos no tocante ao seu relacionamento com
Deus, com o próximo, consigo mesmo e com a natureza. Resumindo, a ética cristã busca
refletir sobre a melhor conduta, acerca do “dever ser” do cristão, galgando um convívio
harmonioso dentro da igreja.

            A Ética ministerial é o conjunto de conceitos baseados nas escrituras sagradas, que
trata de maneira mais específica os ensinos de Cristo e das epístolas pastorais, no tocante a
fundamentação e orientação da conduta do obreiro nas mais diversas áreas de atuação
ministerial.

            Alguns questionamentos podem surgir sobre a importância da Ética no ministério, ou


seja, se ela é realmente necessária na influência do ministério. Por exemplo, o que um
comportamento antiético pode implicar na Igreja local, para a comunidade onde ela está
inserida e para a comunidade cristã como um todo? É possível permanecer ético sem
distanciar-se do convívio com não crentes? O isolamento pode ser uma solução? Não seguir
os conceitos éticos seria o mesmo que pecar? Podemos entender melhor estas questões
estudando mais detalhadamente esta disciplina.

            Vamos entender melhor a Ética Cristã e a sua influência no ministério, estudando a
Ética Cristã e posteriormente a Ética Ministerial.

1 ÉTICA CRISTÃ

            Para o cristão a ética cristã fundamenta-se na palavra de Deus, e possui um conjunto
de regras de conduta. Para se entender melhor o certo e o errado os crentes devem ter como
base a Bíblia Sagrada. O Novo Testamento está repleto de aparições do termo “ética”, que tem
como significado conduta, comportamento, porte e compostura habituais. A ética cristã deve ter
como base fundamental o conhecimento de Deus de acordo com a revelação bíblica, bem
como nos ensinamentos de Cristo, de maneira que “…Ele morreu por todos, para que os que
vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” – 2 Co
5.15; Ef 2.10. não importa a época, ontem e hoje as definições de conduta e prática de vida
são as mesmas. É possível encontrar na palavra uma base para isso em 1 Co 15.33 onde o
apóstolo Paulo diz que: “as más conversações corrompem os bons costumes”. Aqui nos
encontramos as exigências da Ética Cristã. A conduta nada mais é que uma expressão da
manifestação do comportamento da pessoa, vamos observar as três principais evoluções da
conduta:

1.1 Moral

            A ética possui toda fundamentação básica para que possamos entender os princípios
de tomadas de decisões, bem como a introdução a revolução moral. Podemos ser conduzidos
ao conhecimento moral acerca das obrigações, dos direitos humanos, das condenações
atribuídas aos transgressores, da área sexual e casamento. É dentro desse contexto que
surgem indagações como esta: O que motiva o homem a agir com imoralidade? Podemos
responder teologicamente da seguinte maneira: que tal pessoa agiu assim devido à ausência
de Deus em sua vida. Alguém que possui a mente de Cristo não agiria com mentiras, não seria
homicida, não praticaria roubo, nem seria adultero, etc. O Apóstolo Paulo diz em 1 Co 2.16
“Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de
Cristo”.

1.2 Cristã

            Qualquer pessoa que se denomine cristão sofrerá por parte da sociedade como um
todo a cobrança de agir eticamente, afinal, o livro de condutas de um Cristão é a Bíblia
Sagrada. Essa afirmação pode nos deixar reflexivos no que diz respeito as coisas que não
devemos fazer. Por isso, devemos ter como propósito de vida o que o Apóstolo Pedro deixou
na sua primeira epístola “sede santos, porque Eu sou santo” 1 Pe 1.16. Trazendo para a
aplicação pessoal significa dizer que o viver de maneira santa é, que nas nossas boas ações
de cristão sejamos o reflexo encontrado na vida e nos ensinamentos de Jesus.

1.3 Individual

            A conduta do ponto de vista individual, expressa que a ética é a ciência da conduta
ideal, isto é, nossa responsabilidade primária. A bíblia ensina em Mateus 5.16 o seguinte:
“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai Celeste”. Isto nos ensina que a
transformação moral nos conduz as perfeições de Deus. Partindo deste ponto iremos para a
transformação de acordo com a imagem de Jesus, conforme o apóstolo Paulo diz em Romanos
8.29 “Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à
imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Devemos
cuidar de nossa postura espiritual individualmente para que a transformação gerada por essa
atitude venha a refletir em nossa postura pessoal, pois quando o indivíduo se converte de fato,
ele passa a ter uma nova postura pessoal, em 2 Co 5.17 encontramos o argumento que explica
essa nova postura que é gerada por meio de uma vida espiritual: “Se alguém está em Cristo, é
nova criatura as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo”. A ética cristã tem o poder
de impactar em qualquer sentido uma sociedade corrompida. A ética cristã também pode nos
revelar uma postura submissa ao Espírito Santo, quando por exemplo, um cristão que está
sendo tentado se recusa a pecar, Jesus deixa isso bem claro em Lucas 14.33 “Assim, pois todo
aquele que dentro vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Está aí
um exemplo em que todas as demais éticas podem ser superadas, pelo simples fato de ter sido
gerada pelo agir do Espírito Santo. Quem diz estar no Espírito Santo, também deve andar nEle
(Gl 5.25).

            A ética cristã também pode impactar alguns grupos individuais: os novos convertidos, a
sociedade, o lar.
            Os novos convertidos podem ser exemplos de uma vida transformada pelo Espírito de
Deus por meio do que é gerado em seu interior. Jesus expressou isso a Nicodemos em João
3.3 “[…] aquele que não nascer de novo, […]”. Isso implica numa real mudança de pensamento
conforme Paulo disse em Romanos 12.2 “[…] sede transformados pela renovação do vosso
entendimento […]”.

            Individualmente o cristão pode impactar a sociedade por meio de dois valores
fundamentais: servindo de exemplo para as pessoas e combatendo o mal e a corrupção que
influencia a sociedade. Mateus 5.13,14 diz “vós sois o sal da terra, e a luz do mundo”.

            O lar é arruinado quando o indivíduo abandona seus valores cristãos: a oração, o culto
doméstico e a meditação diária na palavra de Deus. Quando estes valores são resgatados
então os valores éticos reaparecem. A mulher da parábola de Lucas 15 teve que tomar uma
postura para encontrar a dracma perdida, realizando três coisas fundamentais: acender a
candeia, varrer a casa e procurar até encontrá-la” (Lc 15.8).

2 JUSTIFICATIVAS BÍBLICAS DA ÉTICA CRISTÃ

            A Palavra de Deus é o manual de ensino da ética cristã, através do ministério de ensino
da palavra podemos aprender ética e constatar que o ensino de ética cristã é do interesse de
Deus, desde o Antigo Testamento até o Novo testamento podemos constatar a palavra como
manual de ensino. No Antigo Testamento em Êxodo 18.20 o sogro de Moisés o orienta a
transmitir ao povo as leis de Deus e o caminho em que devem andar, já no Novo Testamento,
Jesus diz em João 7.16 que a doutrina que Ele ensina não é dEle, mas sim daquele que o
enviou.

2.1 Durante o período da Lei

            O Antigo Testamento não ensina apenas a crescer intelectualmente, mas também a
transmitir, podemos citar como exemplo o início da entrada dos Israelitas na terra prometida
através da liderança de Josué. No capítulo 1 do livro de Josué, vemos Deus falando para
Josué meditar na Lei e fazer conforme Moisés havia ordenado anteriormente, com isso, ele
seria bem-sucedido e próspero em seus caminhos. Deus também fala para Josué não deixar
de transmitir a Lei (Js 1.8).

2.2 Durante o período dos Reis

            Durante o período dos Reis podemos citar como exemplo o Rei Zedequias, este
desprezou o ensino da palavra, o que acabou trazendo desvios de conduta ética, com isso, a
ira de Deus veio sobre a nação de Israel (2 Cr 36.16). Há também o outro lado, quando um Rei
resolvia buscar a Deus e o conhecimento da palavra, a nação passava a prosperar, este caso
pode ser exemplificado por meio da vida do Rei Uzias em 2 Cr 26.3-5, que ao fazer o que era
reto diante de Deus e busca-lo, recebeu do Senhor prosperidade.

2.3 No novo Testamento

            O Novo Testamento está abastado de exemplos éticos, diversos personagens


demonstraram essa postura, começando pelo período em que Jesus estava anunciando as
boas novas, até o período em que os apóstolos se espalharam pregando o evangelho. Zaqueu
é um exemplo de demonstração de alguém que foi transformado pela conversão genuína,
dividindo metade dos seus bens com os pobres e prometendo restituir quadruplicado aquilo
que ele tenha defraudado de alguém (Lc 19.8). Também temos o exemplo de Paulo ao
escrever uma carta a um homem chamado Filemom. Paulo durante sua prisão em Roma
conhece um homem chamado Onésimo, este era escravo e havia fugido para Roma, após
Onésimo se converter Paulo o envia de volta para seu dono Filemon que além de ser Senhor
de escravos era também membro da igreja de Colossos. Paulo age com ética ao devolver
Onésimo a Filemon, pois, decidiu abrir mão de ter alguém que lhe seria útil para fazer a coisa
certa.
2.4 O preço de uma postura antiética

            Durante a jornada dos apóstolos podemos observar que as pessoas que os
acompanhavam vendiam as suas propriedades e depositavam o preço aos seus pés. Não
havia falta entre eles, todos eram supridos, mas, neste período houve um caso de quebra da
ética. O casal Ananias e Safira (At 5.1-10) venderam uma propriedade e entregaram metade do
valor que adquiriam com a venda, alegando que aquele valor correspondia ao todo, mentindo
ao Espírito Santo supostamente com a intenção de ganhar prestígio, como consequência,
ambos foram punidos com a morte.

3 ÉTICA MINISTERIAL

            É a parte da ética que ensina o “modelo” que o postulante a obreiro deve possuir para
exercer seu chamado de maneira eficaz, de modo que Cristo resplandeça em suas atitudes. O
Pastor Jhon C. Maxell diz em seu livro “21 minutos de poder na vida de um líder” uma frase
que está situada na primeira página da nona semana onde o título da lição é “LEI DO
MAGNETISMO” o seguinte: “Quem você é define quem você atrai”. Podemos dizer que o
ministério de um servo de Deus é medido pelo que ele é e pelo que atrai (bodes ou ovelhas?).

            Os conceitos e sentimentos guardados no coração de um obreiro irá revelar quem ele é,
isso se dará a partir do momento que este abrir a sua boca para falar, pode-se comprovar isso
através das palavras de Jesus em Mateus 12.34 “… a boca fala do que está cheio o coração”.

3.1 O obreiro como figura de exemplo

            “… não dando nós escândalos em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja
censurado.” (II Co.6:3). Estas palavras de Paulo expressam claramente como deve ser a figura
do obreiro diante das pessoas, alguém que não escandaliza. O obreiro deve ser dotado de
qualificação moral, primando por ter bom caráter e conduta. Paulo escreveu uma segunda
carta a Timóteo, tratando-o como filho e encorajando-o a apresentar-se a Deus com caráter
aprovado (2 Tm 2.15). Em sua primeira carta a Timóteo, Paulo pede que Timóteo seja o
exemplo diante dos membros da igreja (1 Tm 4.12).

            Quanto ao caráter propriamente dito, Paulo ensina a Timóteo como o obreiro deve ser
para possuir boa reputação em 1 Tm 3.2 “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível,
marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”.

            Para que seja feita uma melhor análise do obreiro como figura de exemplo, dividiremos
as suas virtudes:

3.1.1 Verdade estampada no coração

            O coração do cristão deve ser íntegro, franco e verdadeiro em todos os aspectos, seja
no falar, ou no viver. O autor de Hebreus diz “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com
água limpa” (Hebreus 10:22).

3.1.2 Não Caluniador

            O cristão que possui um bom caráter não denigre a imagem dos outros. Jamais fala mal
de alguém, mas procura ajudar a resolver os diversos problemas que surgem dentro da igreja.
É muito comum as pessoas saírem testemunhando negativamente e caluniosamente acerca
dos problemas de outras pessoas que estão dentro da igreja, e isso pode acabar matando a fé
destas pessoas. A bíblia diz em Provérbios 6.19 que Deus odeia a testemunha mentirosa, e
abomina quem semeia contendas entre irmãos.

3.1.3 Não prejudica o próximo


            O cristão deve ter uma postura de respeito por todas as pessoas, não fazendo distinção
entre ricos e pobres, ou entre cargos ministeriais. A má conduta neste sentido pode gerar
prejuízos as pessoas, inclusive injustiças. Em Tiago 1.9 diz que se alguém fizer acepção de
pessoas comete pecado. Em Lucas 16.19 vemos a história do mendigo e do rico, onde o rico
teve a oportunidade de favorecer o pobre, porém este foi injusto com o mendigo prejudicando-
o, e como consequência foi atormentado no Hades após a sua morte, enquanto que o mendigo
foi ser amparado no Seio de Abraão.

3.1.4 Se abstém do mal e ama a retidão

            Uma postura muito errada no que diz respeito a Ética Ministerial na vida de um cristão é
o fato de algumas pessoas odiarem o próximo por causa de suas más atitudes. A bíblia de
maneira nenhuma ensina alguém a odiar o seu próximo, mesmo este sendo ímpio, mas sim, a
odiar o mal praticado. Paulo disse a igreja em Tessalônica para absterem-se de toda forma de
mal, não a odiarem quem pratica o mal. Não é porque alguém pratica o mal que devo odiá-lo e
replicar seus atos.

            Devemos separar as coisas, separar o sagrado do secular. Jamais envolver-se em


questões tolas que não estão em conformidade com os ensinos da bíblia. Amós 5.15 diz
“Aborrecei o mal, e amai o bem…”.

3.1.5 Honra suas palavras

O cristão jamais deve prometer algo que não pode cumprir, há pessoas que atém podem
cumprir, mas não se empenham para isso. A pessoa que não se empenha nas palavras é tão
desonesta quanto aquele que não pode cumprir o que promete. A falta de zelo com as palavras
faz as pessoas perderem a credibilidade, por isso, Paulo instrui da seguinte maneira: “Não
mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos
vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o
criou” (Cl 3.9 e 10).

3.1.6 Cooperador

            Um fruto da carne muito difundido nos dias de hoje são as “emulações”. Pessoas
competindo por posições dentro e fora da igreja a qualquer custo. Deus não quer obreiros
competitivos, mas sim cooperadores, empenhados em promover o crescimento da obra de
Deus. Como corpo bem ajustado, devemos cooperar uns com os outros, tornando leve o
trabalho do próximo, principalmente cooperando com o trabalho dos pastores para que estes
não o façam com tristeza e pesar. Vejamos as palavras de Paulo: “Eu plantei; Apolo regou;
mas Deus deu o crescimento. Pelo que, nem o que planta, nem o que rega é alguma coisa,
mas Deus que dá o crescimento” 1 Tm 4.6 e 7.

3.1.7 Administra bem suas finanças

            O desejo do consumismo desenfreado tem levado muitos a se afogarem nas dívidas. O
dinheiro bem administrado se torna uma benção, mas se for mal administrado pode custar a
vida. Sendo assim, é necessário que o obreiro adquira seus bens de acordo com suas
condições, agindo assim, evitará envolver-se em dívidas que não conseguirá pagar. A bíblia diz
em Provérbios 17:16 “De que serve o dinheiro na mão do tolo…”.

            O obreiro que vive pela ética ministerial, busca ter um bom nome, pois isto é mais
valioso do que obter muitas riquezas (Pv 22.1).

3.2 O Obreiro e suas atitudes

            A iniciativa das atitudes de um obreiro deve influenciar positivamente, este deve se
abster de toda má atitude que possa trazer uma influência negativa, por isso, o obreiro deve
ser sempre prudente no que tange seus atos. Sua conduta irá caracterizá-lo diante das
pessoas, então este deve possuir conduta digna de ser imitada. Algumas atitudes devem ser
praticadas pelos obreiros, de modo que seu ministério frutifique e seja digno de ser espelho
para as pessoas, vejamos:

3.2.1 Ser cortês

            O cavalheirismo é uma atitude que as pessoas sempre vão esperar de alguém que
serve, Pedro deixou um versículo que exorta os convertidos a serem corteses em I Pe 3.8
“Concluindo, tende todos vós o mesmo modo de pensar, demonstrai compaixão e amor
fraternal, sede misericordiosos e humildes”. As palavras “muito obrigado”, “por favor”, “com
licença”, “seja bem-vindo” não podem faltar no dia a dia.

            Nenhuma indelicadeza deve ser praticada, nem mesmo interferências na intimidade de
lares alheios. Tudo deve ser regado a base de gentileza, alegria, sorriso na face e muito amor
fraternal.

3.2.2 Ser Discreto

            A conduta deve ser sempre adequada ao momento. Mesmo em situações difíceis a
simplicidade pode ajudar a reverter o quadro. Uma mente sábia é dotada de um coração
simples, por isso, todo o contato com pessoas de outro sexo deve ser vigiado cuidadosamente.
O cavalheirismo deve ser constante, o obreiro deve ajudar as moças e senhoras tendo sempre
o cuidado de não suscitar opiniões maliciosas.

3.2.3 Ser pontual

            As pessoas normalmente copiam nossos atos, e baseando-se nesta afirmação, o


obreiro deve ser pontual em seus compromissos. Um obreiro que chega atrasado em seus
compromissos, está dando margem para que os membros cheguem atrasados também. O
atraso é uma injustiça e um erro, injustiça com quem é pontual e um erro pois trata-se de um
desleixo com o compromisso com Deus. O atraso também é uma ótima fonte de contendas,
pois irrita as pessoas com o qual nos comprometemos, sem falar que reflete uma má
impressão quanto a nossa idoneidade e comportamento.

3.2.4 Ser Prudente

            Em Mateus 10.16 Jesus orientou os discípulos a serem prudentes como a serpente. Ser
um obreiro prudente é saber estar em conformidade com as leis que regem as condutas
apropriadas em cada ocasião; onde em muitas situações o obreiro precisa agir prudentemente,
de modo a ser bem-sucedido.

3.2.5 Ser Flexível

            O obreiro usa de flexibilidade para articular cada situação e circunstância que lhe for
exigido, sempre analisando e ponderando cada decisão. A flexibilidade pode ajudar muito na
conquista de alguns alvos traçados, onde a circunstância precisa ser adaptada. Um exemplo
disso é o do apostolo Paulo, que disse: I Co 9.22 a 23 – “Fiz-me fraco para com os fracos, com
o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos,
salvar alguns. Tudo faço por causa do Evangelho, com o fim de me tornar cooperador com
ele”.

3.2.6 Ser Zeloso

            Podemos dizer que o zelo é uma demonstração de cuidado especial e dedicação a
algo. O zelo nos leva a abdicar de nossos planos pessoais passando a priorizar os planos de
Deus, e isso deve ser feito com fervor, tendo um cuidado intenso para que não haja retrocesso
ou atraso. Paulo disse: II Co 11.2 – “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos
tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo”.
3.2.7 Ser Responsável

            Cada obreiro que se dedica a obra deve assumir seus atos e suas implicações. Quando
isso ocorre, não há falha em seus compromissos em todos os sentidos. Ele deve conciliar seu
tempo e atividades de maneira organizada e bem programada para que nenhum compromisso
seja abdicado por falta de organização, pois, o compromisso assumido é uma função que lhe
foi confiada, por isso, quando o obreiro é organizado este torna-se confiável diante das
pessoas.

3.2.8 Ser Honesto

            Honestidade é uma marca que o cristão de uma maneira geral deve possuir,
principalmente o obreiro, pois este é visto como modelo a ser imitado. A bíblia diz que o Diabo
é o pai da mentira, então, de maneira nenhuma o obreiro deve ser visto como imagem do
diabo, mas sim de Deus. Paulo diz “sede meus imitadores como sou de Cristo”. Jesus é o
caminho a verdade e a vida – se Jesus é a verdade, como alguém que o segue pode praticar
as obras do diabo? A hipocrisia jamais deverá estar inserida em um obreiro, então, como
mensageiros das boas novas, o obreiro deve ter estampado em seu coração a bandeira da
verdade.

3.2.9 Ter Asseio

            A apresentação pessoal é um belo cartão de visita, principalmente quando alguém novo
chega na igreja e quem o recebe está bem apresentável. É muito importante que o obreiro zele
por sua higiene pessoal, estando sempre com roupas limpas e bem passadas, bem como
adequadas para cada ocasião. Os calçados devem estar devidamente engraxados e limpos,
barba bem feita, cabelo cortado e penteado, unhas aparadas e limpas, roupas alinhadas e bem
vestidas. O banho é indispensável, bem como escovar os dentes, usar desodorantes e
perfume. A aparência do obreiro revelará para as pessoas quem ele é.

CONCLUSÃO

            Conclui-se que a influência da ética cristã no ministério se faz fundamental para a vida
dos obreiros postulantes ao ministério, tendo em vista que não trata-se de uma obrigação, mas
sim uma base para o sucesso do desenvolvimento do trabalho realizado por ele, fazendo-o
prosperar perante o Senhor. Paulo deu exemplo de zelo ministerial e ética cristã quando disse:
II Co 6.3 “Não damos motivo de escândalo em atitude alguma, a fim de que nosso ministério
não seja achado em falta”. Paulo sabia que suas atitudes influenciariam positivamente ou
negativamente a vida das pessoas de acordo com o que elas observassem em sua vida. A
ética define os parâmetros morais e de conduta do obreiro para com a igreja e a sociedade, um
obreiro sem ética é como uma lata vazia que não tem nada para dar, está ali apenas para fazer
montante e tumultuar.

            A ética deve estar presente diariamente e constantemente, sendo aplicada no convívio
pessoal, familiar, no ministério ao qual serve, no meio dos irmãos de ministério e na
comunidade como um todo.

            O obreiro que abdica da ética não irá jamais agradar a Deus, pois a ética, a moral e a
santidade são princípios que vem do próprio Deus para aplicação na vida do homem. Um
obreiro ético gera ovelhas éticas, pois semelhante atrai semelhante, se o obreiro não tem ética
as ovelhas certamente passarão a não ter.

            Baseado nos motivos apresentados, devemos cada vez mais buscar em Deus o modelo
de ética que o agrada, melhorando cada vez mais nosso caráter, para sermos obreiros sábios
e portadores da verdade, sendo exemplos para todos que pertencem ao nosso rebanho.

ABSTRACT
This work aims to demonstrate through the scriptures, knowledge of the teachings about
Christian ethics in the ministry, not providing all the information on the issue, but clarifying
generally stimulating requesting the ministry to seek the knowledge of the ministry of the
processes, from the daily call to ministry work.

Those without ministerial vocation or sure of it, from the reading of this work, know the
ministerial universe and its implications in fulfilling God’s call in an ethical manner and in full
compliance with the biblical doctrines, better understanding the mind and heart their leaders
and thus can support them in their needs regarding the demand of the ministry.

KEY WORDS

Ethic; Ministry; Worker; Moral; Example.

REFERÊNCIAS

1. Bíblia King James Atualizada (KJA)


2. Geisler, Norman L. Ética Cristã – Alternativas e Questões Contemporâneas. Vida Nova.
São Paulo/SP, 2006.
3. Vieira, Humberto Schimitt. Ética Ministerial. Cantares. Porto Alegre/RS.
4. Rabello, Sila Delgado. Ética Ministerial. Apostila do Seminário Teológico Nazareno. São
Paulo/SP.
5. Johns, Dorothy L. Ética Cristã – Solucionando os Problemas da Vida do Ponto de Vista
Cristão. Global University 1211 S. Glenstone Avenue Springfield, MO 65804 USA. Publicado
por ICI – Brasil – 2005.
6. Maxwell, John C. 21 Minutos de Poder na Vida de um Líder. Thomas Nelson do Brasil.
Rio de Janeiro/RJ, 2007.

PISTOLA MM - CV

GORDINHO, BIZ VERMELHA, SANTA ISABEL PROXIMO AO CAMPO

MURO FECHADO, SO REBOCO,

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