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O Dever do Advogado

Essa obra é uma resposta a uma carta de um correligionário civilista escrita em outubro
de 1911.  A obra se refere à carta respondida por Ruy Barbosa à consulta de Evaristo de
Morais, o qual com medo de agir contrariamente a suas posições partidárias e
ideológicas busca em Ruy Barbosa orientações sobre como deveria proceder na defesa
do Sr. Mendes Tavares, seu adversário e oponente político. A carta de Ruy Barbosa com
as repostas às súplicas de Evaristo de Morais se refere a uma lição sobre a ética
profissional no exercício da advocacia.

O dever do advogado é uma carta resposta que Rui Barbosa, jurista, político, jornalista e
diplomata, endereça ao advogado e amigo Evaristo de Morais Filho a respeito de um
caso de homicídio cujo acusado pede a Evaristo que o defenda. Devido ao fato de o réu
ser um adversário político de Evaristo e também de Rui, este se vê diante de uma
delicada questão ética e moral, que resolve com maestria.

São importantes alguns comentários acerca do contexto político da época. Mendes


Tavares foi um dos maiores apoiadores da campanha presidencial de Hermes da
Fonseca. Do lado oposto, encontravam-se Evaristo de Morais e Ruy Barbosa em uma
campanha civilista em que Ruy Barbosa concorreu como candidato à Presidência da
República. Neste contexto de calorosas disputas políticas e ideológicas, Mendes Tavares
recorreu a Evaristo de Morais, advogado e seu adversário político, solicitando-lhe que
patrocinasse sua causa.

O Sr. Mendes Tavares fora acusado de cometer homicídio contra sua esposa por motivo
de adultério. Mendes perdeu o apoio dos seus correligionários, recebendo negativas de
outros advogados que, anteriormente, posicionavam-se como seus aliados políticos.

O acusado era considerado pela opinião pública como um assassino bárbaro, o que
levava a discussão quanto a indefensabilidade de certos casos já sentenciados pela
opinião pública.

Segundo Rui Barbosa, o advogado é considerado como um fiscal do processo,


devendo está sempre atento ao estrito cumprimento da ordem processual, observando
os prazos, requerendo provas, e recorrendo sempre quando houver alguma
inobservância, não se esquecendo de verificar as provas, apurando estas em debates
processuais e sempre se preocupando com a regularidade formal do processo. (Falaste
um bocado sobre isso no teu áudio, levei de lá, kkkk).

Rui Barbosa, emite a Evaristo de Morais, é uma representação de ética e moral, com os
pareceres baseados em doutrinadores e em sua opinião destacando que as pessoas
podem ter o direito à defesa independente do crime que cometeu. Sendo assim, revela-
se que o advogado deve estar ciente que todos têm o direito à defesa por crimes que
cometeram sejam eles hediondos, ou não. A ética e a moral devem estar pautando todo
o processo da causa proferida. Rui Barbosa mostrou que não combinava com a sua
personalidade, e aqui se resguardando o dever do Advogado, não aceitar causas por
motivos de ordem política, ou quaisquer que sejam. A visão de Rui estava pautada da
seguinte forma as causas cíveis o defensor podia sim retroceder do processo, mas se a
causa é criminal, ele deveria se propor a advogar. 

 Rui era afirmativo em suas convicções quando explanava que o advogado deve manter-
se integro, sendo honesto mesmo que a causa seja má e de amplo caráter criminal. As
causas como estas tratadas na correspondência de Rui e Evaristo, que tomam esse
alcance por causa da mídia, trazem á tona, a problemática da atribuição de pena mais
elevada que a gravidade do delito. Isto ocorre, no afã da indignação social é útil para
que se perceba que quando esta pressão é feita sobre um magistrado que tem os
conhecimentos da legislação é bem mais fácil o controle, mas ao ser posto sobre o
cidadão comum, que está júri popular e que tem por um período a atribuição de julgar,
injustiças podem vir a ser cometidas.

Conclusão:

Diante da analise feita acerca do caso relatado na obra, e dos deveres do advogado na
atualidade, é possível chegar à conclusão de que, independente da gravidade do
crime praticado pelo acusado, da repercussão por ele alcançada na mídia, da
opinião pública contrária a ele, é dever do advogado patrocinar a causa, independente
até da sua opinião sobre a culpa do acusado, devendo fazê lo sem medir esforços
para que seja alcançada a justiça.

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