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'A família de palavras designa o conjunto de palavras que partilham um radical

comum. Estas palavras podem ser formadas pelos processos de derivação ou de


composição e estão relacionadas etimológica e morfologicamente com o seu radical.

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra flor tem origem no latim
flōs, flōris, enquanto a palavra flora provém do latim Flora «Flora, deusa das flores».
Por sua vez, o nome latino original deriva do nome comum latino flos, floris, «flor». Ao
observarmos a etimologia das duas palavras, podemos concluir que flora e flor
possuem afinal o mesmo radical, logo, pertencem à mesma família de palavras.'

in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-


iul.pt/consultorio/perguntas/a-familia-de-palavras-de-flora/23758 [consultado em 30-
08-2020] Além de nutrir os laços familiares no meio rural, há quem faça deste a sua
principal fonte de renda. Mas, essa relação já ultrapassa o viés econômico. Em
Cachoeira do Sul, no Vale do Jacuí, a prática vem se expandindo rapidamente, sendo a
base de sustentação de muitos lares. Iniciativas como a Feira Livre Municipal e a Feira
da Agricultura Familiar contribuem para o encontro da comunidade com a produção
familiar.

DE GERAÇÃO A GERAÇÃO

No final da década de 1950, Elizeu Silveira já atuava como vendedor de leite em


carroça com distribuição em residências de, pelo menos, cinco bairros do município de
Cachoeira do Sul. “Ele saía debaixo de sol, de chuva, que nem eu, todo dia”, recorda-se
um dos filhos, o trabalhador rural aposentado Carlos Alberto Goulart Silveira, de 67
anos.

Mais tarde, Beto assumiu a profissão do pai, estabelecendo a mesma rotina de


trabalho no encalço da antiga rota de entrega de leite na cidade e nas imediações da
estrada Volta da Charqueada. “É um serviço ‘brabo’, mas vale a pena. Nos ajuda a
compreender os bichos e seus limites, e eles nos compreendem”, fala Beto, ao mostrar
o xodó da família, o cavalo Moro, já com 16 anos. “Ele foi o responsável por trazer o
pão para a nossa mesa nesses anos todos. Sempre bem cuidado, assim como nossos
outros animais”, comenta ele, que também se dedica à prestação de serviço, como
tratorista, nos campos vizinhos das redondezas.

“Antigamente não existia leite de caixinha, e era caro. O leite do campo é diferente,
mais consistente”, diz Beto, ao lado da esposa Alcenira e do ajudante Moro

VIDA SAUDÁVEL

Luiz Ernani Macedo, 61 anos, sempre trabalhou na agricultura, mas há seis anos
dedica-se à produção familiar. Hoje, colhe bons frutos por não precisar mais lidar
diretamente com insumos agrícolas – a base do seu sustento vem de produtos
minimamente processados e congelados, como aipim, seleta de legumes, batata doce
e doces de frutas. Todos cultivados em sua agroindústria, na localidade Faxinal da
Guardinha.

“A agricultura familiar é um meio de produzir em menor escala e ter onde vender, nas
feiras, em escolas e no Exército, através dos programas de Alimentação Escolar (PNAE)
e de Aquisição de Alimentos (PAA)”, diz Luiz. Na venda ao público geral, ele enfrenta
um grande desafio: se adequar às exigências previstas na legislação vigente para
produção e comercialização em paralelo à concorrência de produtores rurais que
vendem produtos sem procedência.
Da fumicultura à produção familiar: “Agora tenho uma vida mais saudável e a minha
situação financeira melhorou”, fala Luiz Ernani Macedo

FORÇA FEMININA

Agricultora há quase duas décadas, Rosane de Borba Loreto, de 58 anos, produz e


comercializa produtos como milho, mandioca, amendoim e morango, em sua
propriedade na localidade do Rincão da Guajuvira, distrito de Ferreira.

Além de trabalhar com plantas medicinais, condimentares e aromáticas, flores e


folhagens como orquídeas e bromélias, Rosane também fabrica artesanatos em
madeira rústica. “Atendemos mercados, restaurantes e residências. O público
consumidor é formado por pessoas de todas as faixas de idade”, comenta ela, que
participa da Feira da Agricultura Familiar da Universidade Estadual do Rio Grande do
Sul (UERGS) e do Mercado de Pulgas de Cachoeira do Sul.

Mesmo enfrentando problemas como a má qualidade das estradas rurais, eventos


climáticos, como enchentes, e o mercado pouco atrativo, como aponta Rosane, a
agricultura familiar revela a sua imponência. “Quando trabalhamos com a terra e dela
tiramos o sustento, valorizamos mais o esforço que fazemos para obtermos os
nutrientes saudáveis para uma boa dieta”, afirma ela.

Rosane Loreto: “Plantamos alimentos com amor, porque sabemos que estamos
alimentando nossa irmandade na cidade, e a nós também”
Filha de pequenos agricultores, Mere Terezinha Piccinin Morales Savedra, de 51 anos,
vive desde a infância no campo e orgulha-se de sustentar a família à base da
agricultura familiar há mais de três décadas. Mere fornece produtos em sua
propriedade, na localidade do Piquiri, como verduras, frutas exóticas, milho, pães,
cucas, geleias e doces de frutas variados.

“Vendo meus produtos na Feira Livre Municipal, na Feira da Agricultura Familiar, Casa
das Trabalhadoras Rurais, em eventos e nos arredores”, conta ela. Apesar das
dificuldades que enfrenta diariamente para manter a produção, como a distância e a
falta de apoio técnico e do poder público, Mere permanece firme com seu negócio e
seu amor à profissão.

“Somos todos dependentes da natureza em seus quatro elementos. A agricultura


familiar sempre nos sustentou, no sentido amplo da palavra”, diz Mere Savedra

Produtora de orgânicos, ela garante que a agricultura familiar é um bom negócio. “A


sustentabilidade da agricultura passa pela mão da agricultura familiar”, reflete. Mere
salienta também sua consciência ambiental e seus impactos ao meio ambiente e à
saúde: “Plantamos e trabalhamos na terra com menos interesse financeiro, fazendo
dela a nossa aliada através do resultado de produção. Na minha propriedade, veneno
entra só no controle do carrapato do gado, em último caso”, afirma a agricultora.

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