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ISSN 0100-7084 s Toe COMUNICADO TECNICO NIRISTERIO DR AGRICULTURA, DO ABASTECINENTO DA REFORNA AGRARIA ~ MAARA Exeresa Brasileira dt Pesuisa dgropecuiria ~ BRIPA Centro Yacion} ée Peseuisa de #lgdo - DA AIHA POSTAL 174 . ‘58107-720 CANPINA GERANDE - PARRIBA N° 39, jun/95, p.1-4 TECNICAS DE PODA NA CULTURA DO ALGODOEIRO ARBOREO (MOCO) PRECOCE ‘Napoledo Esberard de Macédo Beltrao! Com 0 estabelecimento definitivo do bicudo (Anthonomus grandis Boheman) como praga do algodio no Nordeste, constituindo-se em um problema a mais para os Cotonicultores, varios passos tecnolégicos foram definidos para que a cultura continue a ser Fentivel. Entre tais fatores destacam-se 0 uso de cultivares precoces ¢ mais produtivas como a CNPA 5M, adubagio fosfatada, espacamentos estreitos © poda dristica no final de cada ano do seu ciclo econémico, apés a colheita e a colocago do gado para se alimentar da folhagem ¢ dos ramos finos das plantas. A poda é uma pritica muito importante para conviver com o bicudo, pois é feita uma limpeza geral, inclusive retirando-se frutos ¢ outras estruturas das plantas. As cultivares precoces de algodoeiro arbéreo (Tabela 1) diferentemente das de ciclo tardio e tradicionais, que floravam com mais de 90 dias da | emergncia das plantas, respondem muito bem a poda dréstica ¢ entram na fase de floragao | no primeiro ano em média 20s 60 dias da emergéncia das plantas, o que é muito importante | para a convivéncia com o bicudo. A poda é uma pritica agricola imprescindivel para i i sucesso da cotonicultura arborea na presenga da praga do bicudo, pois evita que fiquem alimentos para este inseto no periodo da entressafra, induzido pela escassez hidrica. Com esta prética, aliada a eoologia das regides fisiogréficas recomendadas para 0 cultivo desta malvacea, que apresentam elevada densidade do fluxo radiante, mais de 1,2 cal/om*/minuto, alta temperatura do ar (média das maximas anual de 33°C) e baixa umidade relativa (menor que 60% na maioria dos meses de cada ano) as populagdes do bicudo sio reduzidas e seu controle facilitado, A poda deve ser realizada no periodo de repouso fisiologico da planta, ou seja, no seco, onde ocorre uma paralisagio do metabolismo, inclusive da translocaggo de assimilados, principalmente de carboidratos e aminofcidos, Na pritica, deve ser realizada apés a ditima colheita e depois da retirada do gado e pelo menos 60 dias antes do inicio do petiodo chuvoso, ‘ "Pesquisador III da EMBRAPA/Centro Nacional de Pesquisa de Algodio. Rua Osvaldo (Cruz, 1143 - Centendrio, Caixa Postal 174 - $8107-720 - Campina Grande, PB rc comunicavo temic 'CT/39, CNPA, jun/95, p.2 TABELA 1. Caracteristicas agrondmicas ¢ tecnol6gicas da fibra € do fio das cultivares de algodociro 2 arbéreo recomendadas para o plantio na regio do Seridé e areas de. clima semelhante no Nordeste brasileiro, Caracteristicas Agrondmicas © (NPA CNPACNPA ‘Tecnologicas de fibra ¢ fio 3M aM SM “Rendimento Kyyha T° ano (@) a7 386 75 -Rendimento kg/na 2° ano (b) 569 a9 636 -Precocidade (%) 635 ns 9,5 Peso de 1 caputho (g) 25 27 29 Peso de 100 sementes (g) 83 a4 88 Perventagem de fibras (%) 33,8 342 341 “Comprimento fibrogrifico SL. 2,5%(aum) ¥' ano 29,5 23,9 30,4 2 ano 315 30,0 310 -Uniformidade fibrogrifo -% 519 43,7 515 Finara - m tex. ns 25 20 ‘micronaire 42 43 42 -Resisténcia-Pressley (Ib/mg) 85 a7 36 Estelémeiro (gfftex) 26,1 23,6 -Maturidade - ASTM% 48 65,1 636 -Resisténcia do fio simples Ne 27 (gf/tex) 181 181 169 -Resisténcia do fio meada Ne 27 (efitex) BE 126 1 (@ Valores médios correspondentes a 9 ensaios regionals, conduzidos em Paios, PB (1989, 1990, 1991), Serra Tathada, PE (1989), Caicd, RN (1989, 1990), Picos, PI (4990), Cruzeta, RN (1991, Besabui, CE, 1991). +b) Valores médios correspandentes a 4 ensaios regionais, conduzidos em Patos, PB (1990, 1991), Picos, PI (1991) ¢ Caio6, RN (1991), (OBS: Todas as demais caractristicas sfo valores médios correspondentes a 4 ensaios conduziddos em Patos, PB (1989, 1990, 1991) FONTE: EMBRAPA, CNPA (Campina Grande, PB) Cultivar CNPA SM, algodoeir mood precoce ‘Campina Grande, s.d. Folder) Com relaglo a altura da poda no primeiro ano, esta pritica deve ser feita em “biseal” a cerca de 20 a 25cm do colo, regio que separa o eixo principal (caule) da raiz pivotante (principal) conforme pode ser observado na Figura 1, lado superior. Com 20 a 25cm ficam varias gemas em estado de dorméncia (hipnoblastos) que, 20 chover, algumas delas sfo ativadas e originam ramos vegetativos; umas morrem ¢ outras podem permanecer dormentes, podendo ser stivadas no segundo ano, No segundo ano, podam-se 08 ramos vegetativos de 1* ordem (Figura 1, parte inferior) e outros ramas que podem surgir do eixo principal. No terceiro ano, 0 grocesso é semelhante ¢ assim por diante, Neste caso € nos demais, o importante ¢ se deixar de 4 a 10 gemas em cada segmento de ramo para ‘COMUNICADO TECNICOS C729, CNA, jun95, p3 estabélecer a emissfo dos novos ramos ¢ assim, garantir a produelo da planta no préximo Jano. A semelbanga ‘do que ocorre nos primeiro, segundo e nos deriais, algumas gemas podem rebrotar nos outros anos ¢ assim, a organografia ds planta, na pritica, pode ficar diferente dos esquemas tolocados nas Figuras I ¢2, 0 que realmente ocorre; ‘A poda deve ser pritica obrigatéria para evitar 0 aumento das populagtes de insets, especialmente do bicudo. 18 ANO 00 CICLO. FIGURA 1. Poda do algodociro arbéreo de 1° © 2° anos do ciclo biolégico, cultivares recoces: COMUNICADO TECNICO a |C1/39, CNPA, jon/95, p4 ‘erase 4 ano bo crete fot gente pas FIGURA 2. Poda do algodosiro arbireo de 3° ¢ 4° anos do ciclo biolégico, cultivares recoces

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