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Introdução
Muitas pessoas têm a maior curiosidade para saber como é de fato a
face da Imagem da Virgem de Aparecida. Faço chegar uma foto bem de perto
da Imagem original da Padroeira do Brasil, aproveitando a oportunidade para
falarmos do uso das imagens na Igreja. Este é um assunto tão polêmico, onde
pessoas que se dizem conhecedoras da Palavra, nos acusam do pecado da
idolatria. Nós cristãos católicos não adoramos imagens! A Igreja católica
Apostólica Romana condena veementemente toda idolatria porque ela é
pecado abominável aos olhos de Deus.
Idolatria e Igreja Católica
A Sagrada Escritura orienta a Igreja para que ensine que desde o início até a morte
a vida humana é cercada pela proteção e intercessão do anjo da guarda: “Eis que eu
enviarei o meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho” (cf Ex 23,20). Pela
invisível assistência dos anjos, somos quotidianamente preservados dos maiores perigos,
tanto da alma como do corpo. Com a maior boa vontade, patrocinam a nossa salvação e
oferecem a Deus as nossas orações e nossas lágrimas. O Senhor Jesus advertiu que não
se devia dar escândalo aos pequeninos, porque “seus anjos nos céus vêem
incessantemente a face de seu Pai, que está nos céus” (cf. Mt 18,10). Se os anjos
contemplam a Deus sem cessar, por que não seriam merecedores de grande honra?
Também o culto aos santos, longe de diminuir a glória de Deus, lhe dá
o maior incremento possível. Canta a Virgem Maria no Magníficat que “o
Poderoso fez em mim maravilhas” (cf Lc 1,49). Quando honramos retamente
um santo, proclamamos as maravilhas que a Graça de Deus (Jesus Cristo)
operou na vida dele. Como se diz no Prefácio dos Santos, “na assembléia dos
santos vós sois glorificado e, coroando seus méritos, exaltai vossos próprios
dons”. A santidade que veneramos nos homens santos é dom do único e três
vezes Santo. Honrando os santos, glorificamos a Deus que os santificou.
Deus é um Pai amoroso, a quem muito agrada ver seus filhos
intercedendo uns pelos outros. Ademais, quis associar suas criaturas na
obtenção e distribuição de suas graças. Muitas coisas Deus não as concede,
se não houver a intervenção de um intercessor. Para que os amigos de Jó
fossem perdoados, por exemplo, foi necessária a sua intercessão: “O meu
servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão para que se não
vos impute esta estultícia, porque vós não falastes de mim o que era reto” (Jó
42,8). Também não é sinal de falta de fé em Deus, recorrermos à intercessão
dos santos em nossas orações. O centurião, por exemplo, recorreu à
intercessão dos anciãos dos judeus (cf. Lc 7,3) para que Jesus curasse seu
servo, mas nem por isso o Senhor deixou de enaltecer sua fé com os maiores
elogios: “Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel” (cf Lc 7,9).
A Igreja Católica confessa que só temos um único Mediador na pessoa
de Jesus Cristo Nosso Senhor (cf 1 Tm 2, 5). Só Ele nos reconciliou com o Pai
pelo oferecimento de seu preciosíssimo sangue, entrando uma só vez no Santo
dos Santos, consumou uma Redenção eterna (cf. Heb 9,11-12) e não cessa de
interceder por nós (cf. Heb 7,25). Todavia, o fato de termos um único Mediador
de Redenção, não significa que não podemos ter junto dele mediadores que
clama a Ele por nós. É isto que vemos em Apocalipse oito (v. 4), onde os anjos
recolhem as orações dos santos, ao pé do Altar do Cordeiro (Jesus Cristo) e
entrega a Deus.
Se recorrer à intercessão dos santos prejudicasse a glória devida
unicamente a Cristo Mediador, o Apóstolo Paulo não pediria, com tanta
insistência, que seus irmãos rezassem por ele: “Rogo-vos, pois, irmãos, por
Nosso Senhor Jesus Cristo e pela caridade do Espírito Santo, que me ajudeis
com as vossas orações por mim a Deus” (cf Rm 15,30). “Se vós nos ajudardes
também, orando por nós…” (cf 2 Cor 1,11). Se as orações dos que vivem nesta
terra são úteis e eficazes para que sejamos ouvidos por Deus, quem dirá as
orações daqueles que já estão em glória, contemplando a Deus face a face (cf
Ap 19, 1-10/ 20, 4-6/ 21, 9-27).
Sobre os santos e os objetos sagrados encontramos no livro dos Atos dos Apóstolos,
alguns relatos afirmando que “Deus fazia milagres não vulgares por mão de Paulo, de tal
modo que até, sendo aplicados aos enfermos os lenços e aventais que tinham tocado no
seu corpo, não só saiam deles as doenças, mas também os espíritos malignos se
retiravam” (cf At 19,11-12). E também que “traziam os doentes para as ruas e punham-nos
em leitos e esteiras, a fim de que, ao passar Pedro, cobrisse ao menos a sua sombra
algum deles” (cf At 5,15). Se as vestes, os lenços e a sombra dos santos, já antes de sua
morte, removiam doenças e expulsavam demônios, quem será louco de dizer que Deus
não possa fazer os mesmos milagres por intermédio deles, depois de mortos, já que estão
vivos, segundo a Bíblia, na presença de Deus (cf Lc 16, 22)? Mesmo depois de mortos aos
olhos humanos, eles continuam vivos e os seus restos mortais continuam cheios da graça
de Deus, porque os santos foram templos vivos do Espírito Santo de Deus (cf 1 Cor 3, 16-
17). Sobre isto as Sagradas Escrituras dão testemunho, quando se narra o episódio do
cadáver lançado na sepultura do profeta Eliseu: “Logo que o cadáver tocou os ossos de
Eliseu, o homem ressuscitou e levantou-se sobre os seus pés” (cf 2Rs 13,21).
Nos primeiros séculos do cristianismo a Igreja Católica já venerava os
restos mortais dos mártires e conservava-os em lugar de honra, atribuindo a
eles muitos prodígios e milagres.
Todavia, se devemos honrar e venerar os santos e anjos como fiéis
servidores do Senhor, é gravíssimo pecado colocá-los no lugar de Deus,
prestando-lhes culto de adoração. Este abuso é estranho a Doutrina Católica.
A Bíblia, então, não proíbe o uso das imagens? Sim, proíbe quando sua
finalidade é servir à idolatria (cf Ex 20,2-5). Em várias passagens bíblicas se
repete esta proibição de não adorar outros deuses e nem fazer deuses
fundidos (cf Ex 34,14.17/ Sl 116, 4-8/ Dt 7,5).
Vimos no início de nossa reflexão o que é a idolatria, tendo como base
esse conceito entenderemos que "ídolo" designa imagem feita para ser
adorada como deus, como faziam os pagãos com suas divindades. Para os
judeus, as imagens dos deuses são os próprios deuses pagãos. Os povos
vizinhos dos judeus acreditavam em muitos deuses e faziam imagens deles.
Geralmente, estes deuses, criados pelo próprio homem, serviam de apoio ao
sistema injusto e cruel que maltratava o povo, em especial os pobres. Em Israel
não se podia fazer imagem de Deus, não se podia imaginar como Deus era,
pois Ele é invisível e ninguém nunca o tinha visto. Do Deus verdadeiro não se
faz imagens, porque todas as imagens são inadequadas para Javé.
BIBLIOGRAFIA: