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O processo devido legal é um conjunto de garantias mínimas que devem ser observadas;
é um processo que se constrói historicamente, por meio um acúmulo que não pode mais
ser apagado, não se pode mais retroceder com o que foi conquistado.
O STF encampou tal idéia. Deu a tal criação americana outro sentido, a saber: passou a
entender que o devido processo legal é em sua dimensão substancial o fundamento da
máxima da proporcionalidade e da razoabilidade. DPL, proporcionalidade e razoabilidade
se confundem. Esse entendimento é brasileiro, trata-se da construção do pensamento
jurídico brasileiro (doutrina e jurisprudência).
Deu um sentido ≠ dos norte-americanos, um sentido peculiar, contudo isso não quer dizer
que a posição brasileira esteja errada. Trata-se de uma construção brasileira bem
fundamentada e muito bem compreendida. Produto da nossa cultura.
Ressalta-se que há vozes contrárias a tal construção do STF, porque entendem que este
tribunal entendeu mal o que os americanos quiseram estabelecer. Todavia, este
argumento é pífio para negar o entendimento nacional dado ao devido processo legal
substancial.
Formal
Substancial *
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OBSERVAÇÕES FINAIS:
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Agora veremos outros princípios constitucionais do processo. Frisa-se que o rol que
estudaremos em aula não é exaustivo. Vamos ver outros princípios ao longo do curso.
Estudaremos os princípios expressos, os quais estão consagrados na CF (contraditório,
ampla defesa, duração razoável do processo e publicidade), bem como os princípios
constitucionais implícitos, ou seja, sem texto expresso, mas estão previstos na
constituição como conteúdo do devido processo legal (são eles, o da efetividade,
adequação e boa-fé processual). Enfim, veremos um total de sete princípios. Vejamos:
Pode o juiz decidir ex officio, mas cadê a manifestação das partes? O juiz surpreenderá
uma das partes que perdeu a demanda, pois a sentença irá se sustentar em matéria que
não foi analisada pela parte, ficando a parte inibida de influenciar nesta decisão. Se,
surpreendeu a parte com a decisão, o juiz incorrerá na violação a ampla defesa. Neste
caso, deveria ouvir as partes para se manifestarem sobre o assunto e assim decidir
acerca do assunto. Logo, o juiz pode atuar de ofício, mas deve intimar as partes para se
manifestarem sobre a matéria.
2) Ampla defesa: aspecto substancial do princípio do contraditório, a qual traz meios para
influenciar na decisão. Antes se separava a ampla defesa do contraditório, mas hoje com
a mudança do entendimento, não se fala mais em contraditório e em ampla defesa. O
contraditório tem dupla dimensão.
2º) Estrutura do Judiciário: tem que analisar a estrutura do Judiciário para saber se há possibilidade de
dar vazão aos processos;
3º) Comportamento do juiz: precisa saber qual foi o papel do juiz no processo; e
4º) Comportamento das partes: é preciso saber se houve atos procrastinatórios das partes (ex: será que a
oitiva da testemunha arrolada pela parte é essencial?)
OBS.: tais critérios são definidos pelo tribunal europeu de direitos humanos. Eles têm uma
jurisprudência definida há muitos anos sobre o tema.
5) Efetividade: um processo para ser devido tem de ser efetivo, ou seja, tem de realizar,
efetivar os direitos. Não basta um processo que reconheça os direitos, mas os realize, os
efetive. Todos têm o direito fundamental de ver os seus direitos efetivados e não somente
reconhecidos. Este princípio não está consagrado de forma expressa; é corolário
(extraído) do devido processo legal. Nem toda doutrina aborda tal tema. É novo.
Historicamente, os direitos do réu foram sendo construídos para evitar abusos por parte
do autor e do Estado. Porém, não se falava em direito do credor. O direito privado
brasileiro, por exemplo, é fundamentado na proteção do devedor. O discurso pró-
efetividade é discurso pró-credor. Não comove as pessoas. Não é simpático. Vemos o
devedor como alguém que merece proteção.
Nosso direito privado sofreu influencia do dir. romano este último sofreu influencias do
Cristianismo (perdão, misericórdia, piedade, clemência) daí se falar em credor com “n”
deveres “morais”. Tudo isso humanizou o direito privado, mas gerou tal situação (proteção
excessiva ao credor). No nosso, direito temos o princípio do favor debitoris (em que
devedor precisa ser favorecido – e é favorecido por meio do ordenamento jurídico). Fica
clarividente que não se falava em direito fundamental do credor, mas hoje já se fala,
porém ainda não é bem aceito. Reunidos sobre a rubrica da dignidade de pessoa
humana. A partir do momento que reconhece o p. da efetividade e se fala em direitos
fundamentais em confronto a solução de tal problema deixa de ser uma solução
somente a favor do executado, mas sim uma solução mais justa.
O direito a um processo adequado é aquele que esteja em sintonia com o caso concreto.
A adequação, além de ser legislativa, também deveria ser também jurisdicional. Fala-se,
então, num sub - princípio da adequação, a saber: p. da adaptabilidade do
procedimento (tb chamado de p. da elasticidade ou ainda p. da flexibilidade do
procedimento).
É certo que nenhum dos três critérios prevalece, pois deve ser adequado a todos os
critérios. O critério subjetivo nada mais é do que uma exigência do princípio da igualdade
no processo. Ou seja, deve-se perceber a diferença entre os litigantes e aplicar regras
diferentes aos mesmos, para que se tornem iguais. A adequação também é um corolário
(conseqüência) do devido processo legal. A visão tradicional da adequação diz que este
princípio é dirigido ao legislador, ou seja, cabe ao legislador criar regras processuais
adequadas abstratamente.
Marinone entende que é direito fundamental da parte um processo legal adequado para o
caso concreto. Esta adequação jurisdicional do processo é chamada por alguns autores
de princípio da adaptabilidade do processo. O processo deve ser adaptável as
peculiaridades do caso concreto.
7)Boa- fé objetiva no processo: boa-fé objetiva é uma expressão criada pela doutrina
como norma de conduta (é uma cláusula geral ou princípio). É a boa-fé objetiva no
processo. Não tem nada a ver com a acepção de boa-fé subjetiva, que significa boa
intenção (elemento psicológico que nada tem a ver com a norma), se contrapondo a má-
fé. A boa-fé como fato é levada em algumas situações de direito (ex: posse de boa-fé)
Houve, portanto, a expansão da boa-fé objetiva. Até mesmo a Administração Pública deve
respeitar a boa-fé objetiva. Embora, os livros doutrinários indiquem apenas a boa-fé
subjetiva (dolo ou culpa), é necessário se atentar a boa-fé objetiva. Esta boa-fé objetiva é
instituto novo como conteúdo no devido processo legal brasileiro. De onde se extrai a
boa-fé objetiva? Da cláusula geral do devido processo legal. Segundo Menezes
Cordeiro, o dever de comportar-se conforme a boa-fé decorre do princípio da
igualdade.Para os civilistas brasileiros, em regra, o fundamento constitucional do
princípio da boa-fé objetiva é a dignidade da pessoa humana.
Frisa-nos que há uma expressão em alemão muito difundida, utilizada nas provas
“Treu und Glauben” (falar troi um glau) lealdade e confiança. Mas na tradução
x significa p. da boa-fé objetiva. Que é este padrão de conduta a ser observado.
Está num texto, no CC alemão.
Há uma regra expressa no CPC que trata deste assunto. Segundo o art. 14, inc. II, do
CPC, são deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do
processo proceder com lealdade e boa-fé. A Lei 10.358/01 alterou este caput, que exigia
a boa-fé objetiva apenas das partes. Em 1.973, o texto do inc. II era um texto que
impunha a todos atuar no processo com boas intenções (boa-fé subjetiva). Atualmente, o
texto é o mesmo, porém, se extrai dele muito mais do que a mera boa-fé subjetiva,
exigindo-se uma boa-fé objetiva.
EX1: Ou seja, comportar-se contra as próprias atitudes. Se uma atitude minha gera no
outro uma expectativa de que eu me comportarei de uma outra maneira. Em um x sentido.
Se eu me comportar num outro sentido, sentido y, aí trata-se de traição.
Ex2: Pense em uma guerra, onde um soldado poderá matar seu inimigo. Porém, se o
inimigo acenar bandeira branca, como forma de rendição, não poderá atacar o inimigo de
forma dissimulada, sob pena de incorrer em crime de guerra. Não existe traição, mesmo
diante da guerra. TRATADO DE ROMA – ART. 8.
Ex3: da putaria de indicar x bem para penhorar e depois falar que é bem de família.
PRECLUSÃO
Conceito: perda de um poder jurídico processual. Fala-se em preclusão das partes (ex: do
direito de recorrer) e do juiz (ex: decidir novamente o que já foi decidido).
Obs.: preclusão pro judicato não é sinônimo de preclusão do juiz. CUIDADO. Irá também
dizer o que é depois.
Pra que serve a preclusão? A preclusão tem duas grandes funções no processo:
1º - a preclusão serve como uma técnica para dar segurança às partes; estabiliza as
situações. Toda vez q se perde um direito. Estabiliza a situação.