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Restauração com resina composta pela técnica do índex oclusal – relato de caso
clínico
Composite resin restoration by the occlusal index technique – a case report
Contato: rodrigopguima@oi.com.br
Chaves, A. A. et al, Restauração com resina composta pela técnica do índex oclusal – relato de caso clínico
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Revista Dentística on line – ano 10, número 21 (abr/jun 2011)
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de rotina. Após realizada a anamnese, foi feita profilaxia retenção e resistência do preparo cavitário foram dadas
das arcadas superior e inferior seguido de um minucioso com uma broca em formato de pêra no. 332 L (KG
exame clínico. Complementando o exame clínico, Sorensen) Em seguida, procedimentos de seleção de cor e
tomadas radiográficas periapicais foram feitas e o isolamento absoluto do campo operatório foram
diagnóstico de lesão cariosa oculta no elemento 46 foi realizados (Figuras 4 e 5).
confirmado (Figura 1). De comum acordo, paciente e Nenhum tipo de forro e/ou base cavitária foi
profissional, optaram pela restauração direta em resina executada pelo fato da mesma ter sido considerada de
composta após a construção de um índex para uma média profundidade. O tratamento adesivo da cavidade
melhor reprodução dos detalhes anatômicos da superfície iniciou-se pelo condicionamento total com ácido
oclusal. O índex oclusal foi confeccionado com auxílio fosfórico (Super etch – SSWhite/Duflex) por 15
de um silicone de adição transparente (Elite Transparent segundos no esmalte e 10 segundos na dentina
– Zhermack) conforme mostram as Figuras 2 e 3. completando o tempo total de 25 segundos (Figuras 6 e
7).
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da dentina com auxílio de papel absorvente foram
executados em seguida (Figura 8). Com auxílio de um
microbrush, o adesivo monocomponente (Stae – SDI) foi
esfregado em toda a cavidade seguido de um breve jato
de ar (para volatização do excesso de solvente) e
fotoativado deixando a cavidade com aspecto
“caramelizado” (Figuras 9 a 11).
Fig 10. Volatilização do excesso de solvente. Fig 13. Detalhe da anatomia oclusal.
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A checagem dos contatos oclusais em máxima puramente clínico mostra-se impreciso, e exige do
intercuspidação habitual e movimentos excêntricos foram profissional cuidado e minúcia para indicar
efetuados e ajustados de acordo com a oclusão da criteriosamente a realização de exames radiográficos
paciente (Figura 14). Finalizando a restauração, realizou- interproximais, visando a sua confirmação.10 Se o
se o acabamento final e polimento com pontas profissional não estiver bastante atento, tais lesões muitas
siliconadas (Enhance – Dentsply) e disco de feltro vezes, passam despercebidas ao exame clínico tornando-
impregnado com pasta diamantada para polimento de se meros achados radiográficos.3,10 Para que uma
compósitos (Diamond Gloss I e II – KG Sorensen), restauração odontológica tenha sucesso, faz-se necessário
respectivamente, obtendo uma superfície lisa e brilhosa. que a mesma restabeleça principalmente a função
O resultado da restauração concluída pode ser mastigatória4. Em se tratando de dentes posteriores,
visualizado nas Figuras 15 e 16. torna-se evidente que os registros dos detalhes
anatômicos oclusais através da escultura dentária são de
extrema importância por propiciar o restabelecimento da
anatomia perdida e também por reduzirem o risco de
prematuridades oclusais na restauração.4,5 A reprodução
o mais fiel possível da morfologia oclusal consiste em
um desafio para a maioria dos clínicos e no caso relatado,
de uma lesão oculta, apresentava-se quase que totalmente
intacta justificando o emprego da técnica restauradora
apresentada.2,4 A confecção de um dispositivo individual
em silicone de adição permitiu a reprodução da anatomia
oclusal de modo mais rápido e fácil ocasionando menor
ou praticamente nenhuma necessidade de ajuste oclusal.
Esse dispositivo individual também pode ser denominado
Fig 14. Checagem da oclusão. de várias maneiras, tais como, índex oclusal, matriz
oclusal ou réplica oclusal, todos com a mesma finalidade
de reprodução em negativo da superfície oclusal. Além
do silicone de adição transparente, outros materiais
podem ser utilizados na construção do dispositivo –
resina acrílica auto ou termopolimerizável incolor, massa
densa de silicone de adição, cimento temporário
fotopolimerizável, cimento cirúrgico fotopolimerizável, e
matriz pré-fabricada (Biteperf, Espanha) – para
transferência oclusal.4,5,6,7,9 Em relação às variações da
técnica da matriz para reprodução da superfície oclusal,
pode-se relatar que a mesma é comumente indicada para
Classe I, entretanto outros autores realizam-na em
Fig 15. Restauração concluída – vista oclusal. restaurações Classe II, obtendo, da mesma forma,
êxito.2,3 A técnica oferece a vantagem de permitir a
inserção incremental da resina composta nas camadas
que antecedem a colocação da matriz, o que é de
fundamental importância, para minimizar os efeitos
deletérios oriundos das tensões geradas durante a
contração de polimerização.1 Cabe ressaltar que o
profissional deve estar atento para o momento de
utilização do dispositivo, seu assentamento incorreto
causará distorções fazendo com que o objetivo da técnica
não seja plenamente alcançado.4,9 A pressão exercida
sobre a matriz, quando em posição, evita incorporação de
microbolhas no interior da resina, melhorando,
Fig 16. Restauração concluída – vista vestibular. consideravelmente, a lisura de superfície. Outra
Discussão vantagem relacionada ao uso desse dispositivo utilizado
Os dentes posteriores, de maneira geral, são mais no caso clínico, é que devido à transparência do material,
susceptíveis ao estabelecimento e à evolução da doença a fotopolimerização da resina não é alterada, já que a luz
cárie, devido a sua complexa anatomia oclusal, composta emitida pelo fotopolimerizador consegue atravessá-la e
por sulcos e fissuras, as quais propiciam maior retenção desencadear o processo, não sofrendo o efeito da inibição
mecânica de biofilme bacteriano e detritos alimentares.5 pelo oxigênio.1,7 Mesmo assim, recomenda-se a
Tratando-se de lesões cariosas ocultas, o diagnóstico fotopolimerização adicional após sua remoção. A
desvantagem de utilizar o silicone de adição para
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confecção do índex pode ser encontrada no custo do
material e do instrumental utilizado para injeção do
silicone. Por fim, a qualidade do acabamento da
restauração tem uma notável melhora com esta técnica, o
que minimiza o uso de instrumentos rotatórios,
reduzindo, conseqüentemente, possíveis danos à estrutura
dentária remanescente e restauração.
Conclusão
De acordo com o caso relatado os autores
puderam concluir que a técnica do índex oclusal, na
restauração de lesões cariosas ocultas em dentes
posteriores, constituiu-se de um procedimento simples e
de fácil confecção, resultando em tempo mínimo de
ajustes oclusais, acabamento e polimento devido à
manutenção da anatomia oclusal original. Concluí-se
ainda, que os resultados obtidos nessa técnica são
extremamente satisfatórios, uma vez que favorecem a
perfeição estética pela devolução das minúcias da
superfície oclusal.
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