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Universidade Federal do Piauı́ - UFPI

Centro de Tecnologia - CT
Departamento de Engenharia Elétrica
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia - CEE/CT034

Transmissão de Energia Elétrica

Prof. Me. Andrei Carvalho Ribeiro

Universidade Federal do Piauı́ - UFPI

31 de agosto de 2020

Teresina - Piauı́

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Sumário

1 A flecha em linhas aéreas de transmissão


O cálculo da flecha

2 O impacto ambiental das linhas de transmissão

3 As torres de transmissão de energia


Os condutores de transmissão de energia elétrica
Os isoladores
As faixas de segurança
Os esforços na estrutura
A manutenção das linhas de transmissão

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A flecha em linhas aéreas de transmissão I

Ao se construir uma linha de transmissão aérea, é muito importante


que os condutores estejam edificados sob uma tração segura.
A fim de permitir uma tensão mecânica segura sob os condutores, eles
não são dispostos completamente esticados, mas com uma inclinação
ou flecha, como é costumeiramente chamada.
A flecha é a diferença de nı́vel entre os pontos de apoio e o ponto mais
baixo de um condutor, dada por:

p · `2
f = (1)
8·T
em que f é a flecha (m), ` é o comprimento do vão (m), T é a tração
com direção tangente à curva em um ponto central do condutor (kgf),
e p é o peso do cabo da linha de transmissão (kgf/m).

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A flecha em linhas aéreas de transmissão II

A Figura 1 mostra um condutor sustentado entre dois apoios equiva-


lentes, A e B. O ponto O indica a posição mais baixa do condutor, e
f , a flecha.
O cálculo da flecha é feito com base em várias condições da linha, como
a temperatura, por exemplo, e a tração de ruptura.

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O cálculo da flecha I

Em linhas aéreas de transmissão, a flecha é ajustada com uma tração


dentro dos limites de segurança do condutor. A tração é governada
pelo peso do condutor, pelos efeitos do vento e pelas variações da
temperatura.
É prática padrão manter a tração do condutor a menos de 50% de sua
tração de resistência final.
Quando o condutor está suspenso entre dois apoios em um mesmo
nı́vel, ele assume a forma de uma catenária. No entanto, se a flecha
for muito pequena em relação ao vão, a curva flecha-vão pode ser
considerada como uma parábola.

Figura 1: Flecha de uma linha de transmissão [1].

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O cálculo da flecha II
Função catenária
A função matemática que melhor representa a curva de um cabo suspenso
entre dois pontos é uma função conhecida como catenária.
A diferença entre a parábola e a catenária tem origem na formulação do
problema: caso o peso do cabo seja modelado como uma carga uniformemente
distribuı́da na horizontal, chega-se à equação da parábola.
Por outro lado, caso o peso do cabo seja modelado como uma carga unifor-
memente distribuı́da que acompanha a forma do cabo (portanto na condição
deformada), chega-se à equação da catenária onde f é a flecha (m), v 0 é o
desnı́vel (m), ` é o vão (m) e C é o parâmetro da catenária dado pela razão
da tração e do peso do cabo C = T /p.
v !2
u
v0
  
` u
f = C cosh −1 t 1+ `
 (2)
2C 2C sinh 2C

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O cálculo da flecha III
Exemplo I
Compare os valores de f usando as Equações 1 e 2 com o vão ` igual a
450m e o parâmetro da catenária C = 1770m.

Solução: Pela equação da parábola, o valor da flecha é:

4502
f = = 14, 3008m
8 · 1770
Pela equação da catenária e considerando v 0 nulo, o valor da flecha é:
   
450
f = 1770 cosh − 1 = 14, 3201m
2 · 1770

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Impacto ambiental das linhas de transmissão I

Aumento de acidentes (choque elétrico), efeito estético das linhas de


transmissão, desgaste do solo, biodiversidade e impacto no comporta-
mento de aves.

Figura 2: Distribuição global do número de artigos publicados sobre os


efeitos ambientais causados por linhas de transmissão de energia [2].

Por que no Brasil não se desenvolvem estudos sobre os impactos


das linhas de transmissão na natureza e, pelo contrário, ainda se
diz que não há danos ambientais?

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As torres de transmissão de energia I

A crescente demanda por eletricidade e a objeção pública à construção


de novas linhas de transmissão resultaram no desenvolvimento dos cha-
mados corredores de linhas de transmissão.

Figura 3: Corredor de uma linha de transmissão [1].

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As torres de transmissão de energia II

Existem vários tipos de estruturas de apoio para as linhas de trans-


missão. Há torres de madeira, aço, concreto, alumı́nio e, mais recen-
temente, algumas de plástico reforçado.
As torres de aço são, geralmente, em dois modelos: em treliça ou de
polos tubulares. É possı́vel que uma mesma linha de transmissão tenha
mais de um tipo de torre.
O tipo de fundação de uma torre de transmissão (ver Figura 4) está
diretamente relacionado com o tipo de solo envolvido. A fundação
pode ter um custo maior no caso de solos em más condições, como os
úmidos.

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As torres de transmissão de energia III

Figura 4: Detalhe da base de uma torre de transmissão na cidade de Creve


Coeur em Missouri [1].

Quatro tipos de fundações podem ser empregados:


1 estacas para solos fracos;
2 sapatas para solos bons, porém com lençol freático;

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As torres de transmissão de energia IV
3 grelhas para solos bons, sem lençol freático;
4 e tubulões para solos bons, cuja estrutura sofre altos carregamentos.
Alguns exemplos de torres aéreas de transmissão são mostrados entre
as Figuras 5 e 7.

(a) Circuito simples. (b) Circuito duplo.

Figura 5: Torre aérea de transmissão de 88 kV.

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As torres de transmissão de energia V

(a) Circuito simples. (b) Circuito duplo.

Figura 6: Torre aérea de transmissão de 138 kV.

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As torres de transmissão de energia VI

(a) Circuito simples. (b) Circuito duplo.

Figura 7: Torre aérea de transmissão de 230 kV.

As torres de transmissão podem ser classificadas quanto à disposição


dos condutores: triangular (Figura 8a), vertical (Figura 8b) e hori-
zontal (Figura 8c) e quanto ao número de circuitos: simples (Figura
8a e 8c), duplo (8b) ou múltiplo.

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As torres de transmissão de energia VII

Figura 8: Disposição dos condutores em uma torre de transmissão de energia


elétrica.

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As torres de transmissão de energia VIII

Para evitar o desligamento e para segurança da rede, os cabos para-


raios são colocados acima da torre; trata-se de um condutor aterrado.
Em caso de descarga atmosférica, será induzida corrente nos condu-
tores fase. A corrente nos para-raios escoará para o solo por meio do
aterramento da torre. Ao final da linha, na entrada da subestação,
também são instalados para-raios para cada fase, que visam proteger
a malha interna de sobretensões indesejáveis que possam danificar os
equipamentos.
Ao cruzarmos com uma linha de transmissão, eventualmente nos depa-
ramos com uma esfera alaranjada conectada ao seu condutor. Trata-se
de uma esfera de sinalização. Seu objetivo é alertar pilotos de aeronaves
que estejam trafegando na região.

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As torres de transmissão de energia IX

Figura 9: Linha de transmissão e esferas de sinalização.

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Os condutores I

Os condutores são os elementos responsáveis pela condução da energia


elétrica em uma linha de transmissão, e algumas de suas caracterı́sticas
devem ser observadas:
1 Alta condutibilidade;
2 Baixo custo;
3 Boa resistência mecânica;
4 Alta resistência à oxidação;
5 Baixo peso especı́fico.
Os condutores são dispostos em torno de um único condutor central, em
camadas sucessivas e enrolados em sentidos contrários, com o objetivo
de ter uma melhor fixação. Os materiais mais comumente usados para
as linhas aéreas de transmissão são o cobre e o alumı́nio.

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Os condutores II

No Brasil, os cabos ACSR (aluminium conductor steel reinforced) são


os mais usados nas linhas de transmissão. São também chamados de
cabos CAA (alumı́nio com alma de aço), têm o núcleo feito de aço
galvanizado e uma camada externa de alumı́nio.
Diferentes combinações de aço e alumı́nio proporcionam uma melhor
resistência do cabo contra cargas de ruptura e não prejudicam a am-
pacidade.
Há diversas classificações para os cabos condutores, os mais usuais em
TL são:
1 AAC (all aluminium conductor );
2 AAAC (all aluminium alloy conductor );
3 ACSR (aluminium conductor steel-reinforced);
4 ACAR (aluminium conductor, aluminium alloy reinforced).

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Os condutores III
Para mais informações, pesquise!
Consulte as folhas de dados dos cabos citados e compare informações
como peso lı́quido, carga de ruptura, capacidade de corrente e resistência
elétrica máxima a 20o C.
Não é tarefa simples escolher o condutor adequado em um projeto de
linhas de transmissão. Diversos fatores precisam ser levados em conta:
custo dos condutores, nı́vel de isolamento, projeto mecânico,
perdas. Além desses, há as questões de segurança, igualmente impor-
tantes.
No Brasil, temos uma predominância de cabos ACSR nas linhas aéreas
de transmissão de alta e extra-alta tensão (superior a 230 kV). Na
Figura 10 três situações com relações de encordoamento para o cabo
ACSR são ilustradas.

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Os condutores IV

Figura 10: Três configurações da relação alumı́nio-aço nos cabos ACSR.

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Os condutores V

Nas linhas de transmissão aérea, geralmente, temos uma configuração


com um condutor central e sucessivos condutores ao redor dele, for-
mando camadas com 6, 12, 18 e 24 condutores. Sendo assim, se há
n camadas, o número total de condutores individuais nc é dado pela
Equação 3:
nc = 3n · (n + 1) + 1 (3)
Por motivos de segurança, as linhas de transmissão precisam ser aterra-
das. Para isso, há os cabos para-raios, sendo os mais usados em linhas
de transmissão os cabos de:
1 aço galvanizado - composto por condutores de aço galvanizado, que são
revestidos com zinco, podendo ser de alta ou de extra-alta resistência;
2 alumoweld - composto por cabos de condutores de aço com um
revestimento de alumı́nio;
3 ACSR - como o nome indica, tem o mesmo tipo de construção dos
condutores.

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Os condutores VI

Os três modelos apresentam desempenho idêntico com relação à vi-


bração. Para cada um dos três para-raios, há uma expressão para
calcular a máxima intensidade de corrente elétrica suportável.
Para o aço galvanizado de extra-alta resistência:
r
3 1
I = 8, 88 × 10 · A · · ln(1 + 0, 0031(Tm − T0 )) (4)
t
Para o de aço revestido de alumı́nio:
r
4 1
I = 1, 03 × 10 · A · · ln(1 + 0, 0036(Tm − T0 )) (5)
t
Para o cabo ACSR:
r
4 1
I = 1, 50 × 10 · A · · ln(1 + 0, 0040(Tm − T0 )) (6)
t
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Os condutores VII

Nessas equações, I representa a intensidade máxima de corrente elétrica


(A) do cabo para-raios, A é a área da seção reta (cm2 ), t é o tempo de
duração do defeito (s), Tm é a temperatura máxima do condutor (o C),
e T0 é a temperatura inicial do cabo (o C). Geralmente, T0 ∼ = 40o C e
t = 0, 5s.
Alguns fatores aparecem como principais na determinação do cabo de
para-raios que deve ser escolhido:
1 desempenho mecânico;
2 atenuação do sinal de comunicação;
3 corrosão;
4 capacidade de suportar correntes de curto-circuito;
5 perdas;
6 considerações econômicas.

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Os isoladores I

Os isoladores fornecem o necessário isolamento entre os condutores da


linha de transmissão e as torres, evitando qualquer corrente de fuga
para o solo.
Além disso, eles também têm a função de sustentar mecanicamente
os cabos. Geralmente, os isoladores precisam ter as seguintes carac-
terı́sticas:
1 alta rigidez mecânica;
2 alta resistência elétrica;
3 alta permissividade relativa;
4 não porosidade e livre de rachaduras.
O material mais comumente usado para os isoladores de linhas de trans-
missão aéreas é a porcelana. Outros materiais como vidro ou esteatite
também são utilizados. A porcelana é mecanicamente mais forte do
que o vidro e oferece menos problemas de fuga de corrente, sendo ainda
menos afetada pelas mudanças de temperatura.

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Os isoladores II

Há diversos tipos de isoladores como os rı́gidos (pino, bastão, roldana


e pilar) e os de campânula simples. Basicamente, existem três tipos:
1 de pino (porcelana ou vidro) - geralmente destinados às redes de distri-
buição de até 34,5 kV;
2 de disco (porcelana ou vidro) - usados em linhas de alta e extra-alta
tensão;
3 rı́gidos (fibra de vidro, resina epóxi e outros materiais) - usados em linhas
compactas.

(a) Disco. (b) Pilar.

Figura 11: Tipos de isoladores.

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão I

Há normas referentes ao espaço ocupado pelas torres de transmissão de


energia elétrica e ao entorno. Condições básicas são necessárias para o
projeto de linhas aéreas de transmissão, a fim de garantir nı́veis mı́nimos
de segurança e de limitar as perturbações em instalações próximas.
No Brasil, essa determinação é encontrada na Norma NBR 5422/85 [3],
estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
definida para Projetos de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia
Elétrica, aplicando-se a projetos de linhas aéreas com tensão máxima
eficaz fase-fase entre 38 kV e 800 kV.
Essa norma contém os parâmetros que devem ser seguidos para o
cálculo da largura (também chamada de faixa de servidão) da área
a ser mantida livre de ocupações. A faixa de servidão é proporcional à
tensão da linha, ou seja, quanto maior for a tensão, maior será a área
restritiva.

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão II

Para um único circuito, a largura minı́ma (L) da faixa de servidão dada


pela NBR 5422/85 é:

L = 2(b + d + D) (7)

em que b é a distância horizontal do eixo do suporte até a ponto


de fixação do condutor afastado deste eixo; d representa a soma das
projeções horizontais da flecha do condutor e do comprimento da cadeia
de isoladores após seu deslocamento angular (β) devido à ação do
vento; e D vale, no mı́nimo, 0,5 m. Nesse caso, D = Tm /150 em que
Tm é a tensão máxima de operação da linha (kV).

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão III

O valor de β é dado pela Equação 8:

β = arctan(K · tan βR ) (8)

em que K é dado pela Figura 12 e βr (ângulo de balanço teórico) é


calculado por:
q0 · d
tan βR = (9)
p · (V /H)
em que q0 é a pressão dinâmica de referência (N/m2 ), d é o diâmetro
do condutor (m), p é o peso unitário do condutor (N/m), V é o vão
de peso (m), e H é o vão de vento (m).

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão IV

Figura 12: Parâmetro K para determinação do ângulo de balanço β de uma


linha de transmissão [3].

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão V

Os parâmetros L, b. d e D são mostrados na Figura 13, e a Figura 14


indica as faixas de servidão de algumas linhas de transmissão no Brasil.

Figura 13: Parâmetros da faixa de servidão para uma linha de transmissão.


[1].

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão VI

Figura 14: Dimensões da faixa de servidão para torres de transmissão de


energia elétrica no Brasil, respectivamente para LT de 500, 230 e 138 kV [1].

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão VII

A NBR 5422/85 também menciona a distância mı́nima recomendada


que se deve ter de uma linha de transmissão. Os valores mı́nimos para
faixa de segurança são definidos em função da natureza ou do tipo
de uso do terreno. A distância mı́nima de segurança D (m), entre o
condutor e o solo é dada para duas situações (método convencional),
mostrada na NBR 5422/85:
1 Para uma linha de transmissão de valor superior a 87 kV:
 
Du
D = α + 0, 01 √ − 50 (10)
3
2 Para uma linha de transmissão de valor inferior a 87 kV:

D=α (11)

Du é uma distância numericamente igual à tensão entre fases (kV) e


α é a chamada distância básica.

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão VIII

Tabela 1: Distâncias básicas α [3].


Natureza da região ou obstáculo
Distância
atravessado pela linha ou que dela
básica α (m)
se aproxime
Locais acessı́veis apenas a pedestres 6,0
Locais onde circulam máquinas agrı́colas 6,5
Rodovias, ruas e avenidas 8,0
Ferrovias eletrificadas ou com previsão
12,0
de eletrificação
Suporte de linha pertencente à ferrovia 4,0
Águas navegáveis H + 2,0
Águas não navegáveis 6,0
Linhas de energia elétrica 1,2
Linhas de telecomunicações 1,8
Telhados e terraços 4,0
Paredes 3,0
Instalações transportadoras 3,0
Veı́culos rodoviários e ferroviários 3,0

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As faixas de segurança de uma linha de transmissão IX
Exemplo II
Consulte a Tabela 1, retirada da NBR 5422/85, e calcule a distância mı́nima
D para o caso de uma linha de transmissão de 138 kV passando sob uma
rodovia.

Solução: Pela Tabela 1 para uma rodovia α = 8m. Logo aplicando a


Equação 10, temos:
 
138
D = 8 + 0, 01 √ − 50 = 8, 2967m
3

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Os esforços na estrutura I

Toda a estrutura de uma torre de transmissão, juntamente com os con-


dutores, está sujeita às intempéries do tempo. Por isso, é importante
determinar os esforços que ocorrem nela devido à ação dos ventos.
Para saber sobre os esforços aplicados nos cabos, isoladores e suportes,
define-se a pressão dinâmica de referência q0 (N/m2 ) que é dada por:

1
q0 = ρVp2 (12)
2
em que ρ é a massa especı́fica do ar e Vp é a velocidade do vento do
projeto.

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Os esforços na estrutura II

O valor de ρ é dado por:


 
1, 293 16000 + 64t − ALT
ρ= (13)
1 + 0, 00367t 16000 + 64t + ALT

em que t é a temperatura (o C), e ALT é a altitude média da região de


implantação da linha de transmissão (m).
Já o valor de Vp é dado por:

Vp = Kr · Kd (H/10)1/n · Vb (14)

em que Kr é o coeficiente de rugosidade do terreno (ver Tabela 2),


Kd é o coeficiente de correlação do perı́odo de integração (t), H é a
altura do elemento em estudo sobre o nı́vel do solo, n é o coeficiente
de correção da velocidade do vento em função de H (ver Tabela 3), e
Vb é a velocidade básica do vento.

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Os esforços na estrutura III

Tabela 2: Coeficiente de rugosidade do terreno [3].


Tipo de terreno Caracterı́stica do terreno Kr
Grande extensão de água, planı́cies costeiras
A 1,08
e desertos planos
B Área aberta com poucos obstáculos 1,00

C Área com obstáculos de pequeno porte 0,85

D Áreas urbanas ou com muitas árvores altas 0,67

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Os esforços na estrutura IV

Tabela 3: Valores do coeficiente de correção da velocidade do vento [3].

Tipo de terreno n para t = 2s n para t = 30s


A 13,0 12,0
B 12,0 11,0
C 10,0 9,5
D 8,5 8,0

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A manutenção das linhas de transmissão I

A manutenção das linhas de transmissão é muito importante. O sis-


tema elétrico é interconectado, e, devido às caracterı́sticas do fluxo de
carga, uma eventual falha no sistema de transmissão pode acarretar
problemas não só a continuidade da linha, dentro da região de distri-
buição, mas também ao inı́cio do sistema, podendo levar à interrupção
do atendimento das cargas.
Por outro lado, distúrbios ocorridos dentro do sistema de distribuição
raramente provocam consequências para os outros dois sistemas.
Há o uso de helicópteros para construção e manutenção de linhas de
transmissão. Drones e robôs também são utilizados para monitora-
mento e inspeção de linhas de transmissão.

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Referências I

Milton Oliveira Pinto. Energia elétrica: geração, transmissão e


sistemas interligados. LTC, Rio de Janeiro, 2014.
Larissa D. Biasotto e Andreas Kindel. Power lines and impacts on
biodiversity: A systematic review. Environmental Impact
Assessment Review, v. 71, p. 110-119, 2018.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5422/85 - Projeto
de linhas aéreas de transmissão de energia elétrica.

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