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Índice

Introdução........................................................................................................................................2
Conceito de Maturidade Vocacional...............................................................................................3
Perspectivas da maturidade vocacional...........................................................................................4
Maturidade vocacional e género......................................................................................................4
Questões de género..........................................................................................................................4
Maturidade vocacional e auto-estima..............................................................................................6
Dois aspectos do comportamento vocacional..................................................................................8
Escolha.............................................................................................................................................8
Maturidade.......................................................................................................................................8
Conclusão......................................................................................................................................10
Referencias Bibliográficas.............................................................................................................11

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Introdução
A adolescência é uma etapa da vida marcada por inúmeras mudanças físicas, psicológicas e
sociais. Dentre as principais mudanças enfrentadas pelos adolescentes estão as alterações ligadas
ao corpo e a sexualidade, resultado de transformação hormonais biológicas, mudanças
comportamentais, diferenciação e de identificação com grupos sociais, sendo necessário
compreender a adolescência considerando o contexto social, cultural e histórico em que estão
inseridos. Este período de intensas mudanças, duvidas e inseguranças, muitos adolescentes tem a
responsabilidade de escolher uma profissão. A escolha da profissão é uma atitude que demanda
maturidade devido ao investimento emocional e financeiro da família e do indivíduo para o seu
projecto da vida.

Conceito de Maturidade Vocacional


O termo maturidade refere-se, na teoria desenvolvimentista desenvolvida por Donald Super
(1963), a “prontidão” do individuo para tomar decisões de carreira. A partir de uma perspectiva
social, a maturidade vocacional pode ser definida como a comparação entre a tarefa evolutiva
que o individuo se defronta e aquelas esperadas com base na idade cronológica do mesmo. A
partir de uma perspectiva psicológica, a maturidade pode ser compreendida pela comparação
entre os recursos (cognitivos e afectivos) que o individuo dispõe e os recursos que, de fato, são
necessários para lidar com uma tarefa. Inicialmente, esta expressão foi associada ao período da
adolescência e inicio da fase adulta (entre os 14 e 24 anos) quando os jovens cristalizavam seus
sonhos e projectos em uma identidade ocupacional, especificavam uma escolha ocupacional por
meio do comportamento exploratório e definiam uma escolha ocupacional.
O conceito de maturidade vocacional domina a psicologia do comportamento vocacional
segundo o contexto teórico de Super, permite avaliar o nível e a rapidez de desenvolvimento
vocacional do indivíduo e o estágio alcançado no contínuo do desenvolvimento vocacional que
se estende do período exploratório ao de declínio (Super et all 1957,1960). Pressupõe que o
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comportamento vocacionalmente madura manifestar-se-á de formas diversas, segundo a etapa
vital vocacional que o indivíduo enfrenta.
O adolescente vocacionalmente maduro concentrar-se á predominantemente na exploração do
seus interesses e aptidões, com o fim de realizar decisões relacionadas aos seus planos
educacionais, enquanto o adulto de 40 anos, vocacionalmente maduro, preocupar-se-á com os
meios que utilizará para conservar o seu status profissional em face da competição com os
colegas mais jovens. Considerando a natureza transitória da maturidade vocacional, Super
conceituou-a normativamente, em termos de congruência entre o comportamento vocacional
manifestado pelo indivíduo e o comportamento característico dos outros indivíduos na sua etapa
cronológica. Quanto mais aproximada a correspondência entre os dois aspectos, maior o grau de
maturidade manifestada.

Perspectivas da maturidade vocacional


A maturidade vocacional é ainda encarada sob uma dupla perspectiva:
-A primeira relaciona-se à idade cronológica do indivíduo, que indica a etapa vital em que se
encontra e, consequentemente, quais as tarefas vocacionais evolutivas que normalmente deverá
estar realizando;
-A segunda refere-se ao repertório de respostas utilizadas para a realização das tarefas evolutivas,
quer sejam ou não características da fase cronológica em que se encontra.
Essa segunda perspectiva diz respeito às técnicas utilizadas pelo indivíduo para lidar com as
tarefas evolutivas. Nem sempre, as duas perspectivas coincidem quanto à maturidade
demonstrada, sendo possível o caso no qual o indivíduo utiliza as técnicas adequadas para lidar
com tarefas evolutivas vocacionais que não são características da sua fase cronológica.

Maturidade vocacional e género

Questões de género
E de longo tem que as questões de género vêm permanecendo a sociedade as relações sociais e a
história da psicologia. Características peculiares ou estereotipadas, de homens e mulheres, são
constituídas ao longo das alterações na vida social e exercem forte influência na vida das

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pessoas. Segundo Lassane (1995), lidar com a questão de género implica em entrecruzar
categorias naturais como sexo, raça e gerações com categorias impregnadas de significados
políticos, ideológicos e culturais, inevitavelmente distribuídos em termos de hierarquias,
privilégios e desigualdades.

De acordo com Lassane e Magalhães (1997), a aquisição de identidade de género obriga-se na


questão diferenciadora entre os sexos masculinos e feminino. O ser humano traz, ao nascer, uma
carga complexa de instintos sem direcção ou especialização, que serão organizados pelas pautas
culturais partilhadas pelo grupo social ao qual pertencem. Através de um processo de
interiorização, o individuo aprende um dado como significativo para si, assumindo o mundo no
qual os outros vivem, ate que haja uma identificação mutua entre eles e os outros.
Assim o que faz do ser humano um membro da sociedade, e o processo de socialização. E
através deste processo, que aquelas pautas determinaram uma rede de tipificações e significados,
constituindo uma ordem institucional, que será conhecida e preservada pelo grupo social. Os
grupos sociais organizam-se, basicamente, pelas tipificações de desempenho de papeis de seus
membros. Sendo assim, são os papeis sociais que localizam os indivíduos em termos de auto
experiencia e dentro da sociedade.
O acto de executar determinada acção contida na definição de determinado papel, permite que a
pessoa compreenda uma parte de sua personalidade, através da validade dada ao papel social
(Lassance e Magalhaes 1997).

Para From (s.d, citado em Riesman, 1997), para qualquer sociedade possa funcionar bem, seus
membros devem adquirir o tipo de carácter que faz com que eles queiram agir de forma como
tem de agir, enquanto membros da sociedade ou de uma classe especifica em seu seio. Eles tem
de desejar o que objectivamente é necessários que façam. A força externa é substituída pela
compulsão interna e pelo tipo particular de energia humana, que é canalizada para os traços de
carácter.
A variável psicológica “género” refere-se as características que o individuo desenvolve e
internaliza em resposta as expectativas sociais com relação a ele e ao seu sexo biológico. Não
explica apenas que as diferenças se dão porque homens e mulheres são diferentes, ou porque a
diferença entre indivíduos é o sexo. Esta variável pode ser um preditor de comportamento, mais

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importante que a variável psicológica Unger, (1979). A formação da identidade de género
também não pode ser tratada a historicamente ou a temporalmente, legitimando a diferença
sexual em nome da natureza. Assim, seguindo as tendências dos actuais estudos sobre o género
tem-se, por principio, que as noções do homem e mulher, masculino e feminino são categorias
historicamente construídas, cuja especificada passa pelas idiossincrasias de cada grupo social.

O termo identidade de genro refere-se a possibilidade de existir masculinidade e feminilidade no


desempenho de papeis sociais em um individuo, significando que ambas as dimensões são
encontradas em todas as pessoas, mas em formas e em graus diferentes. E, conforme afirma
Stoller (1993), embora a masculinidade combine com a qualidade de ser homem e a feminilidade
com a qualidade de ser mulher, sexo e género não estão necessariamente, relacionados,
masculinidade ou feminilidade são definidas como qualidades que são sentidas, por quem as
possuem como masculina ou feminina. Além do fundamento biológico, a pessoa obtém estas
convicções a partir das atitudes dos pais, especialmente na infância, sendo estas atitudes mais ou
menos semelhantes aquelas mantidas pela sociedade como um todo, filtradas pela personalidade
idiossincrática dos pais. Portanto, tais convicções não são verdades eternas elas se modificam
quando as sociedades se modificam.

Maturidade vocacional e auto-estima

A auto-estima é uma atitude sobre o eu e está relacionada com as crenças pessoais sobre
competências, habilidades, relações sociais, e os resultados futuros (Heatherton & Wyland,
2003). A definição clássica de auto-estima de Coopersmith (1981) refere-se “à avaliação que a
pessoa faz e usualmente mantém em relação a si própria e reflecte uma atitude de aprovação ou
desaprovação, indicando a extensão em que o indivíduo acredita em si próprio como capaz,
significativo e com valor”.
A auto-estima é amplamente reconhecida como sendo menos maleável do que o auto conceito,
uma vez que engloba a forma como as pessoas se sentem sobre seus pontos fortes e fracos
(Vialle, Heaven e Ciarrochi, 2005). Vialle et. al (2005) dão o exemplo de um indivíduo que joga
mal futebol, cognitivamente, essa pessoa pode avaliar o seu desempenho e formar um auto
conceito baixo para a capacidade desportiva. No entanto, se essa pessoa não estava preocupada

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com o desporto, vendo-a apenas como um passatempo sem importância, então a sua auto-estima
será afectada.

Sintetizando, a auto-estima está associada então com a forma como os indivíduos se sentem,
como eles pensam, e como eles se comportam e é geralmente considerado como o aspecto
avaliativo do auto conceito (Huebner, Gilman e Laughlin, 1999).

Relativamente à auto-estima, Janeiro (2008) refere que as “questões mais frequentemente


formuladas referem-se ao seu carácter uni ou multidimensional, ou seja, será que nos avaliamos a
nós próprios de uma forma global, sendo a auto-estima uma característica psicológica única, ou
pelo contrário, será esta composta por várias dimensões, com autoavaliações segmentais,
específicas e em diferentes domínios?”(p.2). Hutherton e Wyland (2003) também referem que na
literatura há a dúvida se a auto-estima é melhor conceptualizada como um traço unitário ou
global, como uma característica multidimensional com subcomponentes independentes.
Neste sentido o modelo proposto por Coopersmith (1981) parte do pressuposto de que a auto-
estima pode variar ao longo de diferentes áreas de experiência. O seu modelo conceptual
considera vários domínios diferentes: a auto-estima escolar, a auto-estima familiar, a auto-
estima social.
A auto-estima pode ser afectada quando passamos de uma fase da vida para outra. A
adolescência, ou seja, as mudanças físicas, emocionais e mentais que acompanham esta época,
pode muitas vezes anunciar um período de grande incerteza e vulnerabilidade. Os adolescentes
podem fazer luto pela “morte” da infância, por mais que possam querer ser mais "crescidos".
Este período é então, muitas vezes marcado por um sentimento de perda do self e uma luta para
reinventar ou redescobrir o self real (Plummer,2005).

No entanto, enquanto a auto-estima pode ser um resultado importante em seu próprio direito,
pode também ser um importante produtor do envolvimento escolar (Sirin e Rogers-Sirin, 2004).
Tradicionalmente, tem sido assumido que a auto-estima é vital para o sucesso não só na sala de
aula, mas também para a vida em geral. Adolescentes com uma boa auto-estima poderão adoptar

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melhores estratégias para lidar com o stress, e uma visão positiva de si mesmo tem sido aceita
como um componente essencial da saúde mental (Mullis e Chapman, 2000).

Uma auto-estima elevada tem sido correlacionada com o sucesso escolar no ensino básico
(O'Malley e Bachman, 1979), embora a baixa auto-estima é muito mais influente em causar maus
resultados na escola do que auto-estima elevada a fornecer bons resultados, a baixa auto-estima
pode ser responsável pelo desempenho escolar pobre, resultados adversos de saúde e
comportamentos de risco (Crocker e Wolfe, 2001).

Dois aspectos do comportamento vocacional

Escolha
A teoria de Holland (1959, 1966), denominada por Osipow (1968) de tipologia das carreiras,
conceitua a escolha profissional como uma extensão da personalidade, segundo a qual o
indivíduo leva a efeito estilos de conduta pessoal para o contexto da vida profissional. Os estilos
de conduta vocacional são expressos pelas preferências e antagonismos manifestados com
relação às actividades profissionais, e a maneira pelai qual o indivíduo percebe o mundo das
profissões representa uma projecção das suas auto percepções. Por outro lado, os ambientes
profissionais são classificados, segundo suas características, como motórico, intelectual,
assistencial, conformista, persuasivo e estético. O indivíduo responde ao ambiente segundo seu
estilo de conduta e orientação pessoal que expressam seus padrões de relacionamento e de
ajustamento ao meio. Tal orientação pessoal é classificada de acordo com os ambientes
profissionais com os quais se acha mais relacionada.
Consequentemente as orientações pessoais poderão ser motórica, intelectual, assistencial,
conformista, persuasiva ou estética. Os resultados das investigações. algumas do tipo
longitudinal, têm confirmado de maneira surpreendente o ponto de vista exposto por Rolland,
sobretudo no que diz respeito às características das orientações pessoais (Osipow, 1968).

Maturidade
O constructo maturidade vocacional foi o primeiro que se propôs a conceituar e operacionalizar
(Super et all 1957). Super incorporou no seu esquema teórico os conceitos de etapas vitais

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profissionais de Buehler (1933) e de tarefas evolutivas de Ravighurst (1953). Definiu o
comportamento e desenvolvimento vocacionais como aspectos particulares do comportamento e
do desenvolvimento geral, sujeitos aos mesmos princípios que os regem. Baseia-se ainda nas
ideias sobre a natureza do amadurecimento progressivo, através da activação das potencialidades
herdadas, em resposta às solicitações ambientais, num aumento progressivo do repertório de
respostas. O desenvolvimento vocacional representa um processo contínuo, ordenado, universal,
envolvendo interacção do repertório comportamental, tarefas vocacionais evolutivas e vários
outros factores como o auto conceito, aptidões, interesses, valores, personalidade e factores
situacionais tais como situação socioeconómica e atmosfera psicológica da família, situação
política do país, valores culturais.
A maturidade vocacional representa um aspecto da maturidade geral do indivíduo que integra o
processo de desenvolvimento vocacional, expressando-se pelo grau de capacidade de enfrentar e
executar as tarefas evolutivas vocacionais, características das progressivas etapas vitais. O
fracasso na execução de tais tarefas evolutivas interferirá negativamente no desenvolvimento,
determinando um amadurecimento vocacional inadequado e dificultando a integração da
identidade profissional. O desenvolvimento vocacional, segundo Super, representa um sinônimo
de desenvolvimento do auto-conceito e realizam-se paralelamente. O processo de ajustamento
vocacional depende da possibilidade da implementação do auto conceito, ou da interpretação, em
termos vocacionais, do auto-conceito formado no decorrer das etapas vitais, pela integração
experiências, capacidades, valores e interesses.

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Conclusão
Concluímos que maturidade vocacional é a capacidade de enfrentar tarefas de desenvolvimento
com os quais se confrontam que permite a progressão e inovação da maturidade vocacional
melhorando nos aspectos que dizem respeito ao comportamento vocacional. Mais importante do
que isso, porem, seria o homem desenvolver sempre a sua maturidade vocacional para ter uma
boa escolha profissional .

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Referencias Bibliográficas
-Buehler, Charlotte. O currículo humano como um problema psicológico: Leipzig, Hirsel,
1933.
-Crocker, J., & Wolfe, C. T. (2001). Contingências de auto-estima: Revisão psicologica,
108, 593-623.(2001).
-Holland, J. L. Uma teoria vocacional: Diário de aconselhamento, v.6, 1959.
-Heatherton, T.F. & Wyland, C. Porque existe? Psicologico: 14, 38-41. 2003.
-Lassence,M.C.P. A construcao do género e formacao da identidade profissional feminina:
O papel da mulher no ensino tecnológico, O estado de arte no Brasil Curitiba, Pr.1995.
-Lassence, M.C.P, e Magalhaes, M.de O, Genero e escolha profissional. Em R.c, Profissional.
Porto alegre: Artes medicas.1995
-Mullis, R. L., & Chapman, P. Direfenças de idade sexo e auto-estima: Estilo de
enfrentamento. Revista social psicologia, 140, 539-541. (2000).
-Osipow, S. Desenvolvimento da teorias da carreira. Nova York, Appleton Century
Crofts,1968.

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-Plummer, D. Ajudando adolescentes e adultos a construir auto-estima. London: Jessica
editores Kingsley. (2005).
-Super, D.E, Crites, Hummel, R, Moser, H, Overstreet, P. e Warnath. Desenvolvimento
vocacional: uma estrutura para pesquisa. Nova York. Faculdade de professores de
Colômbia.1957.
-Sirin, S. R. & Rogers-Sirin, L. Explorando envolvimento escolar de adolescentes de classe
média na África. Youth & Society, 35(3), 293-340. (2004).
-Vialle, W., Heaven, P.,& Ciarrochi, JA relacao entre auto-estima e desempenho academico
em estudantes de alto capacidade: Evidencias de estudo da juventude de Wollongong . O
jornal australiano de talentosos, 14 (2), 39-45. . (2005).

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