(1901 – 1958)
"Em sua peregrinação, morou em várias cidades do próprio Estado baiano, como
Pirangi e Itabuna. Nesta última, conheceu Carlos Carmine Larocca, italiano radicado no
Brasil. Tornou-se sua companheira, ajudando-o, ombro a ombro, em suas atividades.
Também lá trabalhou e exerceu seus dotes mediúnicos durante longos anos.
"Notamos nos seus versos o quanto sofrera, buscando algo que não encontrava:
a sua complementação afetiva, tal como fora planejado pela Providência, para que
buscasse o Amor Maior, que ela soube encontrar um dia - JESUS!
"Quando Alziro Zarur fundou a Legião da Boa Vontade, ela tornou-se membro
integrante, com o seu espírito aberto e cheio de ideais.
Em 1947, Maria Dolores e Carlos Larocca mudaram-se para Salvador, onde ela
continuou com suas sessões mediúnicas.
Algumas das primeiras louças e talheres da Mansão do Caminho, nos idos anos
de 1950, quando foi fundada, foram doadas por ela, que muito auxiliou Divaldo Franco
com seu trabalho voluntário na Instituição criada por esse médium baiano, que
carinhosamente a chama, até hoje, mesmo depois de desencarnada, de Madô.
Nos primeiros anos da Mansão era ela quem pintava à mão, com desvelo e
carinho, os belíssimos cartões de Natal que eram vendidos em benefício daquela Casa de
amor e, que os confrades cooperadores, encantados com as delicadas flores e
miniaturas, se presenteavam.
"Era a senhora boa e sempre bem-vinda aos bairros pobres de Salvador, fazendo
campanhas, prendas para os bazares realizados em sua própria casa. Fundara um grupo
que se reunia em sua residência, todas as semanas, quando saíam para distribuir, nos
bairros carentes escolhidos, farnéis, roupas, remédios...
"Trazia em si, Maria Dolores, um grande sentimento maternal e, como não lhe foi
dado o direito da maternidade, adotou crianças. A primeira, em Itabuna, que foi registrada
com o nome de Nilza Yara Larocca (1936), depois em Salvador mais duas filhas: Maria
Regina e Maria Rita (1954). Em 1956, vieram Leny e Eliene e, um mês antes da sua
desencarnação, Lisbeth.
"Numa carta escrita à Maria Alice, Francisco Cândido Xavier narra o seguinte:
Maria Dolores lhe aparecera no dia 29 de março de 1964, bela e remoçada. As lágrimas
vieram-me aos olhos, de vê-la tão claramente junto a mim. Que emoção!