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1, Introdução...................................................................... 4
2. Bases da cinemática do trauma............................ 6
3. Fatores que influenciam o prognóstico da vítima do trauma...............8
4. Trauma penetrante X trauma contuso................ 8
5. Acidentes de automóvel.......................................... 9
6. Acidentes de motocicleta......................................11
7. Atropelamentos.........................................................12
8. Quedas..........................................................................12
9. Explosões.....................................................................12
Referências Bibliográficas..........................................14
CINEMÁTICA DO TRAUMA 3
TRAUMA
MORTES
Atendimento inicial
Prevenção / Atendimento inicial
e intra-hospitalar
Conscientização rápido e eficiente
eficientes
“Todo corpo em
Variáveis analisadas movimento
ou em repouso
1ª Lei de tende a
Newton permanecer neste
estado, a não ser
CINEMÁTICA que uma força
DO TRAUMA externa haja sobre
o mesmo.”
5. ACIDENTES DE
AUTOMÓVEL
O acidente entre carros pode ocor-
rer de diferentes formas e cada uma
pode gerar diferentes lesões aos seus
passageiros. Entenda a seguir:
Figura 2. Movimento de chicote durante colisão traseira
Colisão frontal – neste caso, geral-
mente a vítima pode se mover para • Colisão lateral – neste caso, há três
cima e para a frente ou para baixo e mecanismos que podem gerar le-
para frente. Na primeira hipótese, po- sões: pelo impacto da própria ba-
dem ocorrer lesões na cabeça, pes- tida, pela porta (que pode aden-
coço, tórax, abdome, pelve e mem- trar o carro), pelo choque entre os
bros inferiores (MMII). Enquanto que passageiros. Geralmente a colisão
na segunda hipótese, são mais pro- lateral causa: lesão de cervical la-
váveis lesões em joelho, coluna ver- teral (ruptura de partes moles, lu-
tebral, fraturas de fêmur, tíbia, fíbula xação de vértebras), fratura de cla-
e pelve, além de lesões em abdome vícula, ruptura de fígado ou baço (a
(ruptura de intestino delgado), por depender do lado da colisão), lesão
cinto de segurança mal posicionado, de membro inferior (MI) ipsilateral
quando geralmente fica aquela marca ao choque.
característica do cinto na região.
• Capotamento – as lesões são di-
• Colisão traseira – a vítima é movi- versas e, geralmente, mais graves,
mentada para frente e para trás, uma vez que a energia é dispersa-
movimento que, sobre o pesco- da em várias direções, principal-
ço, é conhecido como “chicote” e mente quando há várias pessoas
causa ruptura de partes moles, lu- no carro e sem cinto de segurança.
xação de vértebras e outras lesões
cervicais; ademais, pode haver
contusão torácica – tanto de cora-
ção, quanto de pulmão; fratura de
MMII, mas esta não é tão comum
quanto na batida frontal.
CINEMÁTICA DO TRAUMA 9
Fraturas
Membros de MMII
Coluna
inferiores Pelve Abdome Tórax Pescoço Cabeça Joelho (fêmur, Abdome Pelve
vertebral tíbia,
(MMII)
fíbula)
ACIDENTES DE
Região cervical lateral Colisão lateral Colisão traseira Contusão torácica
AUTOMÓVEL
Ruptura de
baço ou fígado
Fraturas em MMII
(menos comuns)
Fratura de clavícula Capotamento
Membro inferior
ipsilateral
Múltiplas lesões
CINEMÁTICA DO TRAUMA 10
Traumatismo
Alta Fratura bilateral
cranioencefálico
morbimortalidade de fêmur
(TCE)
Pés presos
Ejeção
nos pedais
Colisão frontal
ACIDENTES DE
MOTOCICLETA
Colisão lateral
Esmagamento de
partes moles e
estruturas ósseas de
membros inferiores
(MMII)
Risco de amputação
CINEMÁTICA DO TRAUMA 11
Adultos Crianças
Atropelamentos
TRAUMA
Tipo de explosivo
Queda
CINEMÁTICA DO TRAUMA 13
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, BFM; PAROLIN, MKF; TEIXEIRA, EVJ. Trauma – Atendimento pré-hospitalar. 3ª
edição. Ed.: Atheneu, 2014.
CINEMÁTICA DO TRAUMA 14
SUMÁRIO
1. Introdução e epidemiologia do trauma............... 3
2. Atendimento inicial ao politraumatizado........... 4
3. Medidas auxiliares à avaliação primária..........16
4. Considerar transferência........................................17
5. Avaliação secundária..............................................17
6. Reavaliação ................................................................17
Referências Bibliográficas..........................................19
ATLS 3
Breve histórico
Em 1976, Dr. James K. Styner, cirur- Figura 1: ATLS, 10ª edição.
gião ortopédico e piloto amador, en-
volveu-se em um acidente de avião
durante um vôo na região de Ne- 1º período: Mortes imediatas;
braska - EUA. O acidente resultou Esse período compreende as mortes
na morte da sua esposa, deixando-o que acontecem na cena, ou seja, a
com seus quatro filhos, dos quais três forma de preveni-la é evitar o próprio
estavam gravemente feridos. Quan- acidente, compreendendo medidas
do a equipe de trauma chegou ao de políticas públicas e educação. A
local para realizar o atendimento, Dr. principal causa de morte é a apneia,
Styner percebeu que a equipe esta- seja decorrente de lesões cerebrais,
va despreparada e as condutas não medulares ou de grandes vasos.
obedeciam um padrão adequado. De
volta ao trabalho, Dr. Styner fundou o
ATLS. Em 1980, o curso foi aprova- 2º período: Mortes precoces (Hora
do pelo Comitê de Trauma do Colégio de ouro)
Americano de Cirurgiões e adotado São as mortes que ocorrem de mi-
como modelo de atendimento para nutos a horas após o trauma e onde
todo paciente politraumatizado. o médico preparado é capaz de in-
ATLS 4
SAIBA MAIS!
Existem alguns protocolos para auxiliar o profissional de saúde a realizar a triagem
em situação com diversas vítimas. O protocolo START é um fluxo a se seguir para
realizar de maneira rápida e fácil no atendimento pré-hospitalar.
ATLS 6
PROTOCOLO START
Vermelho
> 30
>2 <2
Responde
Respira? Vermelho
ordens simples
Pequenas
lesões
Deambulam Verde
ATLS 7
Risco de obstrução
GCS<9
de VA
Figura 3: Jaw Thrust
Pneumotórax aberto
É aquele provocado por ferimento
aberto na parede torácica, que cor-
responde a mais de 2/3 do diâmetro
da traqueia. O paciente também se
Figura 5: Fonte: ATLS 10 apresenta com dispneia e dor torá-
cica, mas como o volume de ar costu-
ma ser menor, ao exame físico só en-
Assim, o grande volume de ar acu-
contramos timpanismo à percussão
mulado aumenta a pressão torácica,
e MV abolidos a ausculta.
o que reduz o retorno venoso e cau-
sa a estase de jugular. E, como tam-
bém acaba comprimindo o mediasti-
no para o lado contralateral, leva ao
desvio de traqueia.
Com isso, encontramos timpanismo
à percussão e abolição de murmúrios
vesiculares na ausculta.
Esse conjunto de fatores apresenta-
-se em um paciente com dispneia
intensa e dor torácica. E nossa con-
duta é simples: drenar o conteúdo ga-
soso. Figura 6: Fonte: ATLS 10
Hemotórax maciço
Só pela etimologia sabemos que se
Figura 7: Fonte: ATLS 10
trata de sangue na cavidade pleu-
ral. Considera-se maciço quando o
volume é maior que 1,5L. Asseme- Nós identificamos essa condição
lha-se ao pneumotórax hipertensivo, através do exame físico, pela Tríade
logo, o paciente também se mostra de Beck, que é composta por:
com dor torácica, dispneia, possí-
vel desvio de traqueia, macicez (e TRÍADE DE BECK
não timpanismo!) a percussão e abo-
lição dos MV, pelos motivos que já Hipotensão
falamos acima.
É importante ressaltar que a estase Estase de jugular
de jugular pode estar presente (por
conta do aumento da pressão toráci-
Abafamento de bulhas cardíacas
ca), no entanto pode não estar, afinal,
o paciente perdeu muito sangue. E,
justamente por essa perda, o pacien-
te apresenta sinais de choque. Mas por quê? Vamos lá: o coração
O tratamento também consiste em está comprimido, logo seu volume in-
drenagem torácica, porém, conside- terno está reduzido. Isso explica os 2
rando o choque associado, realiza-se primeiros sinais: com o volume redu-
reposição volêmica. zido, menos sangue é ejetado, e gera
hipotensão. Por outro lado, se menos
sangue consegue entrar no coração,
ATLS 12
Abafamento
de bulhas
Outros fatores que também nos aju- Ao identificar o choque, o que fazer?
dam a identificar um possível choque Obtém-se um acesso venoso peri-
são: férico uni/bilateral calibroso, para,
• Hipotensão a partir daí, iniciar reposição volêmi-
ca com 1L de Ringer Lactato ou SF
• Rebaixamento do nível de consci- 0,9% aquecidos e, então, reavaliar a
ência necessidade de continuar a reposição
• Débito urinário reduzido de acordo com a resposta do paciente.
OBS. Lembra daquilo que falamos,
OBS: devemos ter uma atenção es- que todo choque é hipovolêmico/he-
pecial com: morrágico até que se prove o contrá-
rio? Logo, sempre repomos volume.
• Idosos: possuem capacidade li-
Ainda que seja realizada a reposição
mitada de aumentar sua FC em
volêmica, em um paciente chocado,
resposta à perda sanguínea, logo
é mandatório investigar a fonte de
podem apresentar choque sem ta-
sangramento. Através de inspeção e/
quicardia.
ou exames de imagem, conseguimos
• Crianças: possuem uma reser- identificar se a hemorragia é externa
va fisiológica muito grande e cos- ou interna. Nos casos de hemorragia
tumam não apresentar sinais de externa, fazemos compressão dire-
choque; mas, quando descompen- ta e, caso a compressão direta seja
sam, acontece de forma rápida e ineficaz, pode-se avaliar a necessida-
catastrófica. de de realizar um torniquete.
• Atletas: também possuem meca- Em contrapartida, nos casos de he-
nismos de compensação seme- morragia interna (que normalmente
lhantes aos das crianças, e podem acomete tórax, abdome, pelve, retro-
inclusive apresentar bradicardia peritônio e ossos longos), os trata-
relativa. mentos variam.
ATLS 14
Pressão de pulso ↔ ↓ ↓ ↓
Freq. Respiratória
↔ ↔ ↔/↑ ↑
(ipm)
Glasgow ↔ ↔ ↓ ↓
Necessidade de
Monitorar Possível Sim Transfusão maciça
hemoderivados
Essa tabela do ATLS nos mostra a • Classe III e IV, com perda sanguí-
perda estimada de sangue baseada nea maior que 1500ml, são mar-
na condição inicial do doente, e o que cadas pela hipotensão, e, portan-
devemos tirar dela é que a diurese to, são candidatos à transfusão e
constitui o parâmetro principal para a uso precoce de ácido tranexâmico.
reposição volêmica adequada- daí a Contudo, a prioridade é sempre in-
necessidade de fazer uma sondagem terromper o sangramento, por ci-
vesical. rurgia ou embolização,
• Classes I e II, não complicadas
(perda sanguínea de no máximo Disfunção neurológica
1500ml), costumam estabilizar
apenas com infusão de cristaloide., Aqui avaliamos o sistema nervoso do
sendo que o de escolha é o Rin- paciente, o que inclui:
ger Lactato aquecido a 39º- pode • Reatividade das pupilas → bilate-
usar SF, mas atentar-se à acidose ral; estão isofotorreagentes?
hiperclorêmica, principalmente se
• Pesquisar sinais de lateralização
disfunção renal associada.
→ bi hemi/para/tetraplegia?
ATLS 15
Abertura ocular
Olhos abertos previamente à estimulação Espontânea 4
Abertura ocular após ordem em tom de
Ao som 3
voz normal ou em voz alta
Abertura ocular após estimulação da
À pressão 2
extremidade dos dedos
Ausência persistente de abertura ocular,
Ausente 1
sem fatores de interferência
Olhos fechados devido a fator local Não testável NT
Resposta Verbal
Resposta adequada relativamente ao
Orientada 5
nome, local e data
Resposta não orientada mas comunica-
Confusa 4
ção coerente
Palavras isoladas inteligíveis Palavras 3
Apenas gemidos Sons 2
Ausência de resposta audível, sem fatores
Ausente 1
de interferência
Fator que interfere com a comunicação Não testável NT
Melhor resposta motora
Cumprimento de ordens com duas ações Às ordens 6
Elevação da mão acima do nível da claví-
Localizadora 5
cula ao estímulo na cabeça ou pescoço
Flexão rápida do membro superior ao
nível do cotovelo, padrão predominante Flexão normal 4
não anormal
Flexão do membro superior ao nível do
Flexão anormal 3
cotovelo, padrão claramente anormal
Extensão do membro superior ao nível do
Extensão 2
cotovelo
Ausência de movimentos dos membros
superiores/inferires sem fatores de inter- Ausente 1
ferência
Fator que limita resposta motora Não testável NT
Tabela 2: Escala de Coma de Glasgow
ATLS 16
Alergias
SE LIGA! Também podemos incluir aqui
o USG Fast e o LPD, caso haja indicação
Medicamentos em uso
de pesquisa de sangramento oculto in- Passado médico/ prenhez
tra-abdominal e estejam disponíveis.
Líquidos e alimentos ingeridos recen-
temente
4. CONSIDERAR Ambiente e eventos do trauma (nes-
TRANSFERÊNCIA sa parte é importante colher informa-
Uma vez acabado o atendimento ini- ção do mecanismo envolvido).
cial, já colhemos a história e cabe a nós OBS. Lembrar que, no trauma, coloca-
decidir se ele merece transferência -se “dedos e sondas em todos os orifí-
para um serviço mais especializado- cios”, logo, não podemos esquecer de
lembrando que NUNCA devemos realizar o toque vaginal e/ou retal.
transferir um paciente instável. No
entanto, havendo necessidade, essa
transferência não deve ser atrasada Medidas auxiliares ao
(exceto quando estão realizando me- exame secundário
didas de ressuscitação para estabili-
Aqui estamos falando de exames
zar o paciente ou para garantir uma
diagnósticos mais especializados,
transferência segura).
com o objetivo de identificar lesões
especificas, como TC, ecocardiogra-
5. AVALIAÇÃO ma ou broncoscopia, por exemplo.
SECUNDÁRIA
Terminado o ABCDE, agora vamos 6. REAVALIAÇÃO
para a avaliação secundária, que con-
Quando chegamos aqui é porque já
siste em examinar o paciente de for-
terminamos o atendimento, mas de-
ma integral, o que significa realizar o
vemos lembrar que esse paciente
exame físico de todos os sistemas e
deve ser reavaliado constantemen-
fazer a anamnese do trauma, que in-
te, para garantir que nenhuma lesão
clui a história AMPLA:
passe despercebida (essencial a ma-
nutenção continuada dos dados vitais
e diurese horária!).
ATLS 18
Fratura de laringe
Fratura de traqueia
Corpo estranho
Secreção
Perviedade das vias aéreas Procurar sinais de obstrução
Inspeção do tórax
Pneumotórax hipertensivo
Palpação do tórax
Buscar lesões Pneumotórax aberto
B Ausculta pulmonar e cardíaca
com risco
imediato à vida
Hemotórax Maciço
Tamponamento cardíaco
Lesão de árvore traqueobrônquica
Percussão do tórax
Sinais de lateralização
Expor completamente
E Avaliação do dorso
Prevenir hipotermia
ATLS 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Pasha, S. M. How one plane crash changed the way we work. The Netherlands Journal of
Medicine. 2017.
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 9ª ed. Chicago -IL:
2012.
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 10ª ed. Chicago -IL:
2018.
ATLS 20
SUMÁRIO
1. Trauma Torácico.......................................................... 3
2. Avaliação primária...................................................... 3
3. Avaliação secundária..............................................15
Referências Bibliográficas .........................................22
TRAUMA TORÁCICO 3
Por conta desse grande comprome- Uma vez identificado, nossa conduta
timento, o pneumotórax hipertensivo será O pneumotórax hipertensivo re-
deve ser manejado de forma rápida e, quer descompressão imediata e pode
para isso, o primeiro passo será iden- ser gerenciado inicialmente por uma
tificá-lo. Como? Através da clínica e, Punção de Alívio no espaço pleural.
no máximo, uma Ultrassonografia Devido à espessura variável do tórax
(USG) Fast. Visto isso, os sintomas parede, torção do cateter e outros pro-
costumam ser: cedimentos técnicos ou complicações
anatômicas, a descompressão da
agulha pode não ser bem sucedido.
SINAIS E SINTOMAS DE
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO Nesse caso, a “Toracostomia por
Dor Torácica Desvio de traqueia dedo” (do inglês, Finger Decompres-
Taquipneia MV abolido sion) é uma abordagem alternativa,
Dispneia Tórax elevado (s/ resp.) que quando bem sucedida converte
Desconforto respirató- Estase de jugular um pneumotórax hipertensivo em um
rio pneumotórax simples.
Hipotensão Cianose (tardio)
Tratamento Definitivo
Toracostomia com drenagem em selo d’água
Dessa forma, vai haver uma com- Então, vamos lá para o manejo! O pri-
pressão do pulmão (e consequente meiro passo é fechar a lesão que está
prejuízo para a respiração), mas como permitindo a entrada de ar, no entan-
o ar vai conseguir entrar e sair, acaba to, a gente tem que lembrar que tam-
não acontecendo um acúmulo muito bém é ela que permite a sua saída.
grande, que é o que justifica não en- Dessa forma, nossa conduta inicial
contrarmos aqui o desvio do medias- deve ser realizar o chamado Curativo
tino e a congestão venosa, por exem- de 3 pontas: colocar um material es-
plo. Mas, então, quais são os sinais téril sobre a lesão e fixá-lo em apenas
dessa condição? 3 dos seus lados, deixando um livre.
Por que isso? Porque dessa forma,
durante a inspiração o material é su-
SINAIS E SINTOMAS DO
gado e oclui a entrada do ar, porém,
PNEUMOTÓRAX ABERTO
na fase de expiração, o ar empurra
Dor torácica o material para fora e consegue sair
pelo lado não fixado do curativo.
Taquipneia
Dispneia
MV abolido
TRAUMA TORÁCICO 8
Tratamento Inicial
Curativo de 3 pontas
Tratamento Definitivo
Toracostomia com drenagem em selo d’água
Fechamento da Ferida
TRAUMA TORÁCICO 9
Mas aí você pode estar se pergun- A primeira coisa que precisamos ter
tando uma coisa: como é que vamos em mente é que o volume de sangue
saber que lá no espaço pleural tem que vaza para a cavidade pleural difi-
mais de 1,5L de sangue? Bem…real- cilmente será parecido com o volume
mente não teremos como saber isso de ar em um pneumotórax hiperten-
para podermos definir se é ou não um sivo, por exemplo. Ou seja, na maioria
hemotórax maciço, então na prática das vezes não haverá um desvio de
o que a gente faz é suspeitar e tra- mediastino significativo a ponto de
tar essa condição quando o pacien- provocar desvio de traqueia e muito
te apresentar sinais de hemotórax e menos estase de jugular.
sinais de choque - afinal de contas, o
paciente está perdendo sangue! SE LIGA! por conta da perda de sangue,
Então vamos entender um pouco a presença de estase de jugular é muito
difícil e ela, inclusive, costuma estar co-
mais dessa condição na letra C!
lapsada. Mas caso haja um hemotórax
com esse achado, fique atento pois o
paciente pode ter um pneumotórax hi-
Circulação pertensivo associado!
Hemotórax Maciço
Até já entendemos do que se trata o Então só para deixar claro: esses dois
hemotórax maciço, então agora va- sinais podem aparecer, mas não é o
mos aprender a reconhecê-lo. comum. Mas o que é clássico, então?
TRAUMA TORÁCICO 10
HEMOTÓRAX MACIÇO
Ausculta
Expandido e Tratamento
Tórax Móvel
imóvel Toracocentese com drenagem em selo d’água
Tamponamento Cardíaco
Chegado até aqui, então, nos resta
agora aprender a manejar essa con- O mecanismo por trás do tampona-
dição. Logo de cara a gente já pen- mento cardíaco é bem parecido com
sa: Drenagem Torácica! Sim…vai do hemotórax e do pneumotórax: ba-
ser preciso descomprimir o tórax do sicamente vai haver um acúmulo de
paciente. No entanto, não podemos fluido dentro do saco pericárdico e
perder de vista que o hemotórax ma- isso vai comprimir o coração, compro-
ciço envolver uma perda significativa metendo o seu enchimento e, por ta-
de sangue e por isso que o indicado é bela, o débito cardíaco (ou seja: cho-
realizar reposição volêmica SIMUL- que restritivo).
TANEAMENTE - usando primeiro
cristalóides e, logo depois, transfusão
sanguínea.
VOCÊ SABIA?
A Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) é um ritmo cardíaco identificado através do ECG
que, como o nome já deixa bem claro, se caracteriza pela detecção de atividade elétrica no
coração, embora não seja identificado pulso.
Essa condição costuma ocorrer em quadros de tamponamento cardíaco, pneumotórax hi-
pertensivo, hipovolemia severa e também em rupturas cardíacas.
TRAUMA TORÁCICO 12
Tendo visto, então, temos que o flu- Havendo lesão cardíaca, a conduta
xograma da abordagem desses pa- deve ser reparar o coração, o que já é
cientes se inicia com a RCP fechada suficiente para acabar com a parada.
associada ao ABCD pregado pelo Porém, pode acontecer do paciente
ACLS. continuar em PCR e aí nossa última
Se isso já for bem sucedido e fizer o tentativa é realizar massagem cardí-
paciente voltar à circulação normal, a aca interna e/ou aplicar choque elétri-
gente segue o atendimento normal. co internamente. Se mesmo assim o
Caso contrário, está indicado a reali- paciente não voltar em até 30min de
zação de descompressão torácica ressuscitação, devemos considerá-lo
bilateral. morto.
Isso pode ou não resolver a parada Por outro lado, se a questão toda
do paciente. Caso resolva, devemos for uma hipovolemia severa, nos-
realizar Drenagem Torácica e seguir sa abordagem envolverá o clampea-
o atendimento normal. No entanto, se mento de vasos envolvidos e a repo-
não resolver, o indicado é seguir para sição através do acesso venoso.
uma abordagem cirúrgica, com a re- Caso o paciente continue em parada:
alização de uma Toracotomia (Ante- massagem interna e/ou choque elé-
roposterior ou de Clamshell) com Pe- trico internamente. Se ele não voltar
ricardiotomia. em até 30min, deve ser considerado
Dessa forma, poderemos determinar morto.
se a causa da parada foi uma lesão
cardíaca ou uma hipovolemia severa
e aí, a depender
do que definir-
mos, seguiremos
por vias diferen-
tes.
TRAUMA TORÁCICO 14
RCP Fechada
(via aérea, massagem cardíaca externa, IOT, oxigênio 100%,
acesso venoso, fluidos, Epinefrina)
PCR RCE
Descompressão
Manejo normal
bilateral de tórax
PCR
Manejo normal
Morte depois
Continuar
de 30 min de
reposição pelo PCR
ressuscitação e
acesso venoso
T> 33°C
TRAUMA TORÁCICO 15
Brônquio-fonte
Brônquio-fonte E baixo
D elevado
Por fim, o tratamento dessa condição Toda a força envolvida nesse meca-
é o reparo direto do tecido muscular. nismo acaba provocando lesões li-
neares na musculatura esofágica,
permitindo que o conteúdo caia no
Ruptura Esofágica por Trauma mediastino e/ou no espaço pleural,
Contuso causando, respectivamente, medias-
O trauma mais comum a acometer tinite e empiema.
o esôfago é o penetrante. Contudo, O diagnóstico é suspeitado quando
mesmo sendo raro, o contuso tam- se encontra ar no mediastino e pode
bém pode acontecer e ele é poten- ser confirmado por meio de uma ra-
cialmente fatal se não for reconheci- diografia contrastada.
do. Normalmente esse tipo de lesão
Já o tratamento, por sua vez, consiste
ocorre quando o paciente sofre uma
na drenagem do conteúdo perdido e
expulsão forçada do conteúdo gástri-
no reparo direto da lesão.
co pelo esôfago.
TRAUMA TORÁCICO 21
Desvio de Traqueia
Estase de Jugular
Drenagem de Tórax Definitivo
Hipotensão Sintomas Tratamento
Punção de alívio Imediato
Dispneia
Sintomas Sintomas
HEMOTÓRAX
TÓRAX INSTÁVEL
MACIÇO
Tratamento TRAUMA Tratamento
TORÁCICO
Hemotransfusão Analgesia
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 9ª ed. Chicago - IL:
2012.
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 10ª ed. Chicago -
IL: 2018
TRAUMA TORÁCICO 23
SUMÁRIO
1. Introdução...................................................................... 3
2. Mecanismo do trauma.............................................. 5
3. Avaliação no trauma abdominal.........................18
4. Diagnósticos específicos.......................................19
Referências bibliográficas..........................................24
TRAUMA ABDOMINAL 3
Ligamentos
Linha axilar
Arcos costais inguinais e sínfise
anterior
púbica
Linha transmamilar
Abdome anterior
Linha
infraescapular
Transição
Arcos costais Cavidade pélvica Ossos pélvicos
toracoabdominal ANATOMIA
PÉLVICO-
ABDOMINAL
Pontas das
Linha axilar anterior
escápulas
Crista ilíaca
Trauma penetrante
NA PRÁTICA!
Paciente LMO, 28 anos. Encontrado in- O trauma penetrante é causado
consciente, preso nas ferragens do car- quando há corte e laceração da pele
ro após colisão frontal com poste. Após e tecidos subjacentes. Ferimentos por
estabilização inicial no hospital, foi rea-
lizado tomografia computadorizada que arma branca e projéteis de arma de
evidenciou edema cerebral importantes, fogo (PAF) são exemplos principais.
com lesão axonal difusa e he-
morragia subaracnoidea.
SAIBA MAIS!
Projéteis de arma de fogo vão aumentando o nível de lesão à medida que penetram o tecido.
Parece contraintuitivo, afinal ele está “diminuindo sua velocidade até se alojar em algum te-
cido”, mas o efeito da cavitação e a possível fragmentação do projétil devem ser levados em
consideração.
Em lesões por arma branca, as es- por diferentes mecanismos, tanto por
truturas mais atingidas são o fígado fragmentos que penetram a vítima
(40%), intestino delgado (30%), o como por lesões contusas resultantes
diafragma (20%) e o cólon (15%). do impacto ou da ejeção. Ainda po-
Já ferimentos por PAF mais frequen- dem apresentar lesões pulmonares
temente atingem o intestino delga- ou de vísceras ocas devido à onda de
do (50%), o cólon (40%), o fígado choque. Por esses motivos, pacientes
(30%) e vasos abdominais (25%). vítimas de explosão devem manter o
Já as explosões podem causar trauma médico alerta para traumas contusos
e penetrantes.
SAIBA MAIS!
Em 6 de setembro de 2018, o então candidato às
eleições presidenciais, Jair Bolsonaro, fazia cam-
panha eleitoral em Juiz de Fora (MG) quando so-
freu um golpe à facada na região do abdome. Você
com certeza deve se lembrar disso.
O então candidato foi levado para a Santa Casa
da Misericórdia de Juiz de Fora, onde foi realiza-
da uma laparotomia, chegando a entrar em cho-
que hipovolêmico e sendo necessária internação
na UTI - tendo havido uma perda de 2,5 litros de
sangue. Inicialmente, suspeitava-se de lesão he-
pática; posteriormente, no entanto, constatou-se
lesão no cólon transverso. Foi ainda necessária
uma colostomia temporária, para que o intestino
pudesse cicatrizar e evitar possíveis infecções.
Acidente de
trânsito
Condições do
Sinais vitais
paciente
HISTÓRIA
Comorbidades Lesões aparentes
Queda
Eviscerações
Contusão
Ruídos hidroaéreos
Abrasões
Laceração
Ausculta
Feridas penetrantes
Corpos estranhos
Edema
Homens: palpar
Hematoma próstata
Deformidade rotacional
Discrepância de
comprimento entre MMII
TRAUMA ABDOMINAL 13
Fígado
Intestino
delgado
Baço
ESTRUTURAS PAF
Fígado Trauma fechado MAIS Trauma
ENVOLVIDAS penetrante
Arma branca
Intestino
delgado
Intestino
delgado
Cólon
Diafragma
Vasos
abdominais
TRAUMA ABDOMINAL 17
LPD FAST TC
Diagnóstico precoce
Diagnóstico precoce
Não invasivo O mais específico para definir a
Realização rápida
Realização rápida lesão
Vantagens Sensibilidade = 98%
Pode ser repetido Sensibilidade 92-98%
Detecta lesão intestinal
Sensibilidade: 86-97% Não é invasivo
Dispensa transporte
xwDispensa transporte
Operador-dependente
Alto custo
Invasivo Gases intestinais e enfise-
Realização demorada
Pouco específico ma subcutâneo atrapalha
Pode não identificar lesões do dia-
Desvantagens Não diagnostica lesões imagens
fragma, intestino e algumas lesões
no diafragma e peritô- Pode não diagnosticar le-
pancreáticas
neo sões do diafragma, intesti-
Necessário transporte
no e pâncreas
Trauma fechado estável
Trauma fechado instável
Indicações Trauma fechado instável Traumas penetrantes de dorso e
Trauma penetrante
flanco
Aberto FECHADO
LPD se não
Laparotomia TC Laparotomia
disponíveis
Dispensa RX RX
Tórax se acima do
Abdominal umbigo ou
toracoabdominal
TRAUMA ABDOMINAL 18
para todos estes doentes, exame físi- Em casos raros, lesões retroperito-
co seriado, LPD e TC com duplo ou neais são deixadas passar por exa-
triplo contraste são opções menos me físico seriado e TC. Por isso, após
invasivas. Naqueles com ferimen- 24h de observação, deve-se fazer
to posterior à linha axilar anterior, um acompanhamento ambulatorial
que começam assintomático e cur- precoce.
sam com sintomas, o exame físico Se houver evidência de que o doente
seriado é muito preciso em identificar vai ser transferido para outra unidade,
lesões retro e intraperitoneais. exames demorados – incluindo a TC –
não devem ser realizados.
Aumento progressivo
da amilase sérica
Uretra anterior =
Suspeitar em trauma Duodenais Genitourinárias
pode ser isolado
toracoabdominal
LESÕES
ESPECÍFICAS
Lesões de Sinal do cinto de segurança
Hemidiafragma E Diafragmáticas
vísceras ocas ou Fratura de Chance
Reanimação
Instabilidade
indica laparotomia
de urgência
Controle da hemorragia -
estabilização
Embolização radiográfica
TRAUMA ABDOMINAL 23
Intestino delgado
Transição toracoabdominal
Trauma fechado
Abdome anterior
PAF
Dorso
Anatomia
Penetrante Arma branca
Pelve abdominopélvica
TRAUMA
ABDOMINAL
TC Vasos abdominais
Principais exames Exame físico
Laparotomia
Inspeção -> Ausculta -> Diafragma
Percussão -> Palpação
FAST
História
LPD Intestino delgado
Homens: palpar próstata
RX
Mecanismo Atentar para Cólon
do trauma fratura pélvica
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Advanced Trauma Life Support – ATLS. 9ª edição, 2012.
MOORE C., COPEL J., “Point-of-care Ultrasonography”, N Engl J Med 364;8. 2011.
Vladimir Platonov. Agência Brasil, disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noti-
cia/2018-09/medica-diz-que-bolsonaro-perdeu-25-litros-de-sangue-apos-facada. Aces-
so em 18 fev 2020.
“6 de setembro de 2018: um dia para entrar na história”, revista Veja. Disponível em: https://
veja.abril.com.br/politica/facada-bolsonaro-um-ano/. Acesso em 18 dez 2020.
TRAUMA ABDOMINAL 25
SUMÁRIO
1. Introdução...................................................................... 3
2. Fisiopatologia............................................................... 3
3. Classificação................................................................. 6
4. Morfologia...................................................................... 8
5. Atendimento...............................................................10
6. Manejo..........................................................................14
7. Terapia...........................................................................20
8. Morte encefálica........................................................23
Referências bibliográficas..........................................26
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO 3
SAIBA MAIS!
Uma pausa só para lembrarmos que a pressão de perfusão cerebral (PPC) pode ser encon-
trada usando a seguinte fórmula: PPC = PAM - PIC
Sendo que a PAM se autorregula entre 50 e 150mmHg para manter o FSC constante.
SAIBA MAIS!
Na 10ª edição do ATLS algumas mudanças foram propostas na Escala de Coma de Glas-
gow, entre elas temos:
REATIVIDADE PUPILAR
Na antiga versão da escala, os únicos critérios avaliados eram: abertura ocular, resposta
verbal e resposta motora.
Agora, na nova versão, foi incluída a Reatividade Pupilar, ou seja, a reatividade da pupila à
luz. Ao contrário dos outros critérios, este é pontuado de forma decrescente: o pior resulta-
do apresenta a maior pontuação. Assim, teremos a seguinte atribuição:
2 pontos – Nenhuma reatividade em ambas as pupilas;
1 ponto – Sem reação em apenas uma das pupilas;
0 pontos – Caso as duas pupilas estejam funcionando normalmente.
Caso todos os critérios estejam normais, teremos um escore de 15 (afinal, as pupilas nor-
mais significam 0 pontos a menos!). Entretanto, caso o paciente apresente a menor pontu-
ação em todos os critérios, teremos o escore final de 1!
CRITÉRIO NÃO-TESTÁVEL
Sabemos que nem todos os pacientes são susceptíveis a serem avaliados da forma como a
antiga Escala de Glasgow propõe. Por exemplo: pacientes amputados não necessariamen-
te terão uma avaliação fidedigna da resposta motora; pacientes que apresentam surdez
podem não ser responsivos a comandos verbais; pacientes com algum quadro de afasia
não necessariamente conseguirão emitir respostas verbais adequadas.
Considerando essas necessidades tão individuais, além das pontuações nos critérios pre-
viamente estabelecidos, podemos agora marcá-los como “NÃO TESTÁVEL” (NT).
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO 8
4. MORFOLOGIA
Fraturas
A primeira coisa precisamos ter em
Figura 4. Sinais de fratura de base do crânio
mente é que para ocorrer uma fratura
de crânio no paciente, a energia en-
volvida no trauma foi muito grande! Obs. fraturas de base de crânio que
As principais fraturas são as de calo- atravessam canais carotídeos podem
lesar vasos importantes e por isso está
ta e as de base de crânio.
indicado a realização de uma Angio TC.
O diagnóstico dessa condição costu-
ma ser dado por meio de uma TC de
crânio, no entanto, a própria inspeção Lesões intracranianas
da cabeça do paciente já pode nos di- Já com relação às lesões intracrania-
zer muita coisa. No caso de uma fra- nas, temos que elas podem ser difu-
tura de calota, por exemplo, pode ser sas ou focais.
possível identificar uma depressão na
cabeça. Já a fratura de base costuma
ter sinais mais específicos: Lesão Difusa
As lesões difusas costumam estar
associadas a acidentes de alto im-
pacto ou de desaceleração, sendo
normalmente causado por hipóxia ou
isquemia.
Os pacientes, por sua vez, costumam
apresentar déficit neurológico não
focal e perda de consciência. No en-
tanto, o diagnóstico é dado por meio
da TC de crânio, na qual é possível
identificar sinais sugestivos como in-
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO 9
chaço, perda da distinção entre cinza a dura para o lado oposto da estru-
e branco e hemorragias pontilhadas tura óssea do crânio e é justamente
entre as substâncias cinzenta e bran- esse mecanismo que faz com que o
ca (essa última conhecida como lesão hematoma epidural se apresente na
axonal difusa, LAD, que é um indica- TC com um aspecto biconvexo, como
tivo de lesão severa e, normalmente, conseguimos ver imagem a seguir:
com prognóstico ruim).
Lesão Focal
Já quando falamos em lesões focais,
estamos nos referindo, basicamente,
aos vários hematomas que podem
ocorrer.
Hematoma Epidural
O hematoma epidural é um tipo rela-
tivamente raro, estando presente em Figura 5. Hematoma Epidural
apenas 0,5% dos pacientes com TCE
(chegando até 9% nos casos de pa-
Hematoma Subdural
cientes com TCE associado a coma).
E apesar de ele poder ser causado Já o hematoma subdural, por sua vez,
pela ruptura de algum seio venoso, o é mais comum: ele está presente em
mais comum é ele advir de um san- cerca de 30% dos pacientes com TCE
gramento arterial devido a lesão da grave. E o seu mecanismo também é
Artéria Meníngea Média. diferente.
Visto isso, temos que os pacientes Aqui, a principal causa é a ruptura
com hematoma epidural costumam de pequenos vasos superficiais ou
apresentar um intervalo lúcido entre vasos ponte do córtex cerebral, de
o momento da lesão e o da descom- modo que não mais ocorre o desloca-
pensação neurológica. Enquanto que, mento da dura e aí o sangue se acu-
por outro lado, - lembrando lá da ana- mula no espaço subaracnoide. Por
tomia (na qual a A. Meníngea Média conta disso, na TC, ele se apresen-
passa por dentro da dura-máter) - a ta com aspecto côncavo-convexo
gente consegue entender que esse (meio que acompanhando o contorno
sangramento vai acabar empurrando do cérebro).
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO 10
5. ATENDIMENTO
Figura 6. Hematoma Subdural
Avaliação Primária
Via Aérea e Ventilação
Obs. é pouco provável que um pacien- ou potencial da via aérea (trauma ma-
te consciente e com bom resultado no
ABCD. Rápido apresente alguma obs-
xilofacial, lesões por inalação, hemato-
trução de VA, mas é prudente que todos ma retrofaríngeo),apneia, entre outras
tenham suas vias verificadas. situações..
SAIBA MAIS!
O nervo óculo motor (III nervo craniano ) passa ao longo da margem da tenda do cerebelo,
podendo ser comprimido contra ela durante uma herniação do lobo temporal. Fibras pa-
rassimpáticas, que são constritoras das pupilas, repousam sobre a superfície do III nervo
craniano. A compressão dessas fibras durante a herniação causa dilatação pupilar devida à
atividade simpática sem oposição, frequentemente chamada de pupila dilatada.
Atente-se também a procura de outras le- pido possível - desde que o paciente
sões graves e em manter a normotermia. esteja hemodinamicamente estável.
Basicamente, a TC sempre é indica-
Anestesia, Analgesia e Sedação da para TCE grave ou moderado. Nos
leves podemos pedir, mas deve-se
A adoção de qualquer uma dessas ponderar, ela deve ser realizada em
medidas deve ser cuidadosamente todos os doentes com suspeita de
pensada quando o paciente estiver lesão cerebral que apresentem sus-
com suspeita de TCE, já que, como peita clínica de fratura exposta de
acabamos de ver, essas drogas po- crânio, nos que apresentem qualquer
dem acabar retardando o reconheci- sinal de fratura de base de crânio, na-
mento de uma lesão cerebral, além de queles que apresentem mais do que
poder causar prejuízos para a respira- dois episódios de vômito, ou nos que
ção do paciente. apresentem idade superior a 65 anos.
Assim, o indicado é, se necessário, A TC também deve ser considera-
usar drogas de efeito curto e que po- da se o doente apresentou perda da
dem ser facilmente revertidos. consciência por mais de cinco minu-
DROGA ANTAGONISTA tos, amnésia retrógrada por mais de
Narcóticos Naloxona 30 minutos, um mecanismo de trau-
Benzodiazepínicos Flumazenil ma importante, cefaleia grave, ou dé-
Tabela 2. Drogas e antagonistas ficit neurológico focal que pode ser
atribuído ao cérebro.
Avaliação Secundária Sendo importante salientar que a reali-
zação da TC não deve retardar a trans-
Uma vez passada toda a avaliação ferência do doente, quando indicada.
primária, a secundária fica tem por ob-
RISCO MODERADO
jetivo: reavaliar o paciente em busca ALTO RISCO PARA
PARA LESÃO
de deteriorização neurológica. Para NEUROCIRURGIA
CEREBRAL
tal, entram aqui a realização da GCS GCS < 15 por 2h pós- Inconsciência por mais
e a busca tanto por sinais de laterali- -trauma de 5 min
zação, quanto pela reação das pupilas. Suspeita de fratura ex- Amnésia retrógada por
posta c/ afundamento mais de 30 min
Mecanismo perigoso de
> 2 episódios de vômito
Diagnóstico trauma
Sinal de fratura de base
A principal forma de estabelecer o
Idade maior ou igual a
diagnóstico de um TCE é através da 65 anos
realização da Tomografia Compu- Uso de anticoagulante
tadorizada (TC) de crânio o mais rá-
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO 14
Colher história
Nível de consciência, mecanismo e hora do trauma,
amnésia (retrógrada/anterógrada), cefaleia (intensidade?)
Avaliação e Tratamento
ABCDE
Avaliações primária e secundária
História Ampla
Intubação Orotraqueal
Admissão/Transferência para hospital
com neurocirurgião
Administração de agentes terapêuticos
Reavaliação neurológica
Glasgow
Reação pupilar a luz
Exame neurológico focal
TC DE CRÂNIO
Grave: ≤8 Doutrina de
Monro-Kellie
Moderada: 9-12
Glasgow
Fisiopatologia
D
TODOS os TCE
ABCDE Trauma TC de crânio
moderados e graves
TCE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 9ª ed. Chicago -
IL: 2012.
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 10ª ed. Chicago
- IL: 2018
TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO 27