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Aula 02

Estatudo e Ética dos Advogados p/ OAB 1ª Fase - com videoaulas

Professor: Daniel Mesquita


Estatuto e Ética Profissional p/ Exame de
Ordem 1ª Fase. Teoria e exercícios comentados
Prof. Daniel Mesquita Aula 02

AULA 02: Da Sociedade de advogados. Do


advogado empregado

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO À AULA 02. 2

2. DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS 2

2.1 NATUREZA JURÍDICA 2


2.2 PERSONALIDADE JURÍDICA 3
2.3 QUANTO AO NOME DA SOCIEDADE 7
2.4 DEMAIS CONSIDERAÇÕES 8

3. DO ADVOGADO EMPREGADO 19

3.1 VERBA SUCUMBENCIAL 24

4. RESUMO DA AULA 26

5. QUESTÕES COMENTADAS 30

6. REFERÊNCIAS 36

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1. Introdução à aula

Bem vindos a nossa aula 02!


Nessa nossa Aula 02, apresentaremos o estudo “Da Sociedade de
advogados. Do advogado empregado”.
Sem mais delongas, vamos à luta! Rumo à aprovação!

2. Da sociedade de advogados

A sociedade de advogados é formada de acordo com o Estatuto da


Advocacia e o regulamento geral da OAB, aplicando-se, no que couber à
sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia, o
Código de Ética e Disciplina.
Os advogados em sociedade não se confundem com aqueles
advogados que decidem dividir uma sala, mas cada um atua nas causas
que lhe são de interesse. Tal situação Não caracteriza sociedade de
advogados.
Sociedade de advogados é aquela formalmente constituída,
registrada, aprovada quanto aos seus atos constitutivos junto ao
conselho competente.
Vamos as principais características?

2.1 Natureza jurídica

A primeira coisa tratada na legislação é natureza jurídica: a


sociedade de advogados é uma sociedade civil de prestação de serviços
de advocacia OU sociedade unipessoal de advocacia, instituída pela
lei 13.247/16. Dessa forma, o escritório de advocacia não pode ter
natureza mercantil. Confira o que diz o artigo 15 do Estatuto:

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Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação


de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na
forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. (Redação dada
pela Lei nº 13.247, de 2016)

2.2 Personalidade Jurídica

A sociedade de Advogado é registrada no conselho seccional onde


pretenda exercer sua atividade com predominância. As filiais existirão em
Estado distinto da sede. Para que a filial comece a existir é necessário o
registro.
ATENÇÃO! O registro não é no cartório e nem em junta comercial!
Só o Conselho Seccional da OAB tem competência para tal registro.
A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal adquirem
personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos
constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial
tiver sede.
Feito o registro, o Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da
OAB informa que os Conselhos Seccionais devem alimentar, por via
eletrônica, o Cadastro Nacional das Sociedades de Advogados – CNSA.
Nesse cadastro, devem constar várias informações das sociedades,
dentre elas, a razão social, o número de registro perante a seccional, o
endereço completo, inclusive telefone e correio eletrônico, nome e
qualificação de todos os sócios e as modificações ocorridas em seu quadro
social. Se a sociedade mantiver filiais, os dados destas e os respectivos
números também deverão constar.
ABRINDO UM PARÊNTESE: O Regulamento Geral informa a
existência também de um Cadastro Nacional de Advogados. FECHE O
PARÊNTESE.
Em se tratando da sociedade unipessoal, esta pode resultar da
concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de

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advogados, independentemente das razões que motivaram tal


concentração. Art. 17,§7º (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016)
O advogado não pode exercer a atividade de advocacia juntamente
com uma atividade mercantil, como por exemplo: Escritório de Advocacia
e Contabilidade Joãozinho de Tal. Tampouco, como vimos na aula
passada, a atividade de advocacia não pode ser anunciada juntamente
com outra atividade.
Só pode ser sócio de advogados o advogado regularmente inscrito
na OAB. Nem o estagiário inscrito na OAB e nem o bacharel em direito
podem fazer parte da sociedade de advogados.
Agora, ABRA OS OLHOS!
A lei nos fala que não será admitido registro e nem poderão
funcionar as sociedades de advogados que (MUDANÇAS 2016):
a) Apresentem forma ou características de sociedade
empresária;
b) Adotem denominação de fantasia;
c) Realizem atividades estranhas à advocacia;
d) Incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de
advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente
proibida de advogar
Quanto ao item (d), saiba que, além de a sociedade não poder ser
registrada nem tampouco funcionar, o art. 4º do Regulamento Geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB informa que a prática de atos privativos
de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos na OAB,
constitui exercício ilegal da profissão.
Com relação ao item (c), há vedação direcionada também ao
advogado, pois o mesmo art. 4º, em seu parágrafo único, diz ser proibido
ao advogado prestar serviços de assessoria e consultoria jurídicas para
terceiros, em sociedades que não possam ser registradas na OAB.

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Isso que dizer que, se você foi contratado para ser advogado de uma
concessionária, você não poderá prestar serviços advocatícios para
terceiros dentro dessa concessionária.
Professor, escritório pode abrir filial?
Sim! Contudo, os advogados da sociedade que abrir uma filial em
outro Estado, obrigatoriamente, deverão requerer inscrições
suplementares (inclusive o titular da sociedade unipessoal). E isso
deve ser feito independentemente da atuação em 5 causas que
estudamos na aula passada.
E há número máximo de sócios em uma sociedade de advogados?
Não. Assim como o advogado, a sociedade tem um número de
inscrição. A OAB não impõe limite para o número de sócios em uma
sociedade.
E a procuração, professor, é dada à sociedade?
Não!
Quando o cliente contrata uma sociedade de advogados, está
contratando com a pessoa jurídica. Porém, a procuração não outorga
poderes à sociedade, ela deve ser outorgada individualmente.
Assim, nos termos do Estatuto da OAB, as procurações devem ser
outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que
façam parte.
Observe que, para atuar em juízo, são os advogados integrantes
daquela sociedade que atuam e não a pessoa jurídica em si.
Por fim, você não pode confundir o vínculo que por ventura alguns
advogados podem firmar, onde se reúnem tão somente para ratear as
despesas, mas não compartilham dos mesmos clientes, com uma
sociedade de advogados. Tal atividade não é proibida pela OAB, mas
também não é considerada uma sociedade de advogados. Veja a decisão
do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB:

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SOCIEDADE DE ADVOGADOS - AGRUPAMENTO DE FATO -


OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO NA OAB - Os advogados podem se
reunir num mesmo local, visando à divisão de despesas, para a prestação
de serviços jurídicos. Não podem, no entanto, se utilizar desse
agrupamento de fato para insinuarem a existência de uma Sociedade de
Advogados, que só pode ser reconhecida se registrada na OAB,
inviabilizando, como conseqüência, a utilização de nomes de sócios para
essa mesma sociedade (inteligência dos arts. 15/17 do EAOAB). Proc. E-
1.731/98 - v.u. em 17/12/98 do parecer e ementa do Rel. Dr. JOSÉ
GARCIA PINTO - Rev. Dr. FRANCISCO MARCELO ORTIZ FILHO -
Presidente Dr. ROBISON BARONI.

Questão da
OAB

1) (FGV - 2011 - IX - Exame de Ordem Unificado)Marcos, Letícia


e Cristina, advogados, resolvem formar sociedade, para atuar na área
cível, campo profissional da preferência de todos. No
entanto, não regularizam a sociedade perante a Ordem dos Advogados
do Brasil.
Observado tal relato, consoante as normas do Regulamento Geral
do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
A) A ausência de registro da sociedade de advogados na Ordem dos
Advogados do Brasil constitui mera irregularidade.
B) Os atos das sociedades de advogados devem ser restritos às
atividades de consultoria jurídica.
C) Os atos praticados pelos advogados que integram sociedades
irregulares são nulos de pleno direito.
D) A prática de atos privativos de advocacia por sociedade irregular
tipifica exercício irregular da profissão.
Preste atenção nesse artigo:

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Art. 4º A prática de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades


não inscritos na OAB, constitui exercício ilegal da profissão.
Parágrafo único. É defeso ao advogado prestar serviços de assessoria e consultoria
jurídicas para terceiros, em sociedades que não possam ser registradas na OAB

Cuidado com a palavra defeso, que significa proibido, a OAB gosta


de cobrá-la.
Como é proibido o exercício da advocacia em sociedades não
registradas, os atos praticados serão nulos.
Gabarito: Letra “c”.

2.3 Quanto ao nome da sociedade

O nome dos sócios sempre deverá constar do instrumento


procuratório.
Outra característica da sociedade de advogados é que o nome
sempre fará menção a atividade desenvolvida. Devendo ter pelo menos
o prenome ou o sobrenome de um dos sócios.
Em hipótese alguma, a sociedade pode ter nome fantasia, como por
exemplo: Escritório de advocacia causa ganha ou Advogados da Corte
atividade jurídica!
Fórmula do nome:

FINALIDADE DESENVOLVIDA + NOME DE UM DOS SÓCIOS

No caso do falecimento de um dos sócios, o nome do sócio falecido


pode ser mantido desde que haja previsão dentro do contrato
constitutivo. Se não houver disposição, o nome deve ser tirado.
No caso do sócio licenciado, o nome pode ser mantido, pois ele se
afasta temporariamente, mas não deixa de ser advogado.

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A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser


obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou
parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’.
Atenção! Não pode constar no nome do escritório as expressões
LTDA., Cia, S.A. Pode aparecer a expressão S.S., que designa sociedade
simples.
Ainda quanto ao nome, o Regulamento Geral informa que são
proibidas razões sociais iguais ou semelhantes, prevalecendo a razão
social da sociedade com inscrição mais antiga.
Perceba que a identificação da coincidência é feita por meio do
Cadastro Nacional das Sociedades de Advogados – CNSA. Por isso, as
razões sociais das sociedades de advogados não podem se confundir com
outras de quaisquer seccionais.
Constatando-se semelhança ou identidade de razões sociais, o
Conselho Federal da OAB solicitará, de ofício, a alteração da razão social
mais recente, caso a sociedade com registro mais recente não requeira a
alteração da sua razão social, acrescentando ou excluindo dados que a
distinga da sociedade precedentemente registrada.
Verificado conflito de interesses envolvendo sociedades em razão de
identidade ou semelhança de razões sociais, em Estados diversos, a
questão será apreciada pelo Conselho Federal da OAB, garantindo-se o
devido processo legal.

2.4 Demais considerações

Parece óbvio, mas não custa nada reforçar, uma mesma sociedade
de advogados não pode defender clientes com interesses opostos.
O Código de Ética e Disciplina da OAB reforça essa obrigatoriedade,
disciplinando que sobrevindo conflitos de interesse entre seus
constituintes, e não estando acordes os interessados, com a devida

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prudência e discrição, optará o advogado por um dos mandatos,


renunciando aos demais, resguardado o sigilo profissional.
E se outro cliente quiser litigar contra um ex-cliente ou ex-
empregador do advogado? O que o profissional deve fazer?
O advogado pode pegar a causa, mas deve resguardar o segredo
profissional e as informações reservadas ou privilegiadas que lhe tenham
sido confiadas pelo ex-cliente.
Sobre esses pontos, vale a leitura dos seguintes artigos Código de
Ética e Disciplina da OAB:

Art. 16. A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo
que a determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo
acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo previsto em lei
(EAOAB, art. 5º, § 3º).
§ 1º A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por danos
eventualmente causados ao cliente ou a terceiros.
§ 2º O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente
quanto a documento ou informação que lhe devesse fornecer para a
prática oportuna de ato processual do seu interesse.
Art. 17. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o
desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim
como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja
devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada
proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado.
Art. 18. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo
decurso de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo
instrumento.
Art. 19. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional,
ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não
podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses
opostos.
Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e
não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com
prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais,
resguardado sempre o sigilo profissional.

Imagine que você tenha esteja em seu escritório e no dia 25.07.2012


chega a seu escritório a senhora Maria de Lurdes requisitando os seus
serviços advocatícios em uma causa contra João da Silva.

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Você poderia pegar a causa de Maria de Lurdes se, no dia anterior,


João da Silva compareceu ao seu escritório e você o orientou como
proceder em relação ao problema enfrentado com Maria de Lurdes?
Claro que não. Leia, COM ATENÇÃO, o seguinte dispositivo:

Art. 22. Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa contrária à validade


ou legitimidade de ato jurídico em cuja formação haja colaborado ou intervindo
de qualquer maneira; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ou o
da sociedade que integre quando houver conflito de interesses motivado por
intervenção anterior no trato de assunto que se prenda ao patrocínio
solicitado.

Tente guardar essas informações desde já, mas não se preocupe,


pois esses e outros pontos relacionados à ética serão abordados em aula
própria.
Outro ponto que você deve ter em mente com relação à sociedade
de advogados é que um sócio pode integrar mais de uma sociedade
de advogados desde que essas sociedades tenham lugares diversos das
sedes ou filiações.
Veja o dispositivo legal do Estatuto (redação de 2016):

Art. 15.
§ 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados,
constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar,
simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal
de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do
respectivo Conselho Seccional.

Por fim, não podemos encerrar esse tópico sem o estudo da


responsabilidade da sociedade de advogados.
A sociedade é responsável por danos que causarem a seus clientes
ou terceiros.
Contudo, muita ATENÇÃO: Se houver um prejuízo material e os bens
da sociedade não forem suficientes para ressarcir, os bens dos sócios

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serão atingidos de forma ilimitada (até o valor necessário para se


promover o ressarcimento efetivo dos prejuízos).
Veja o que diz o artigo 17 do Estatuto:

Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia


respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos
clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da
responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. (Redação dada pela Lei
nº 13.247, de 2016)

O Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, ao


detalhar esse dispositivo, observa que a responsabilidade subsidiária e
ilimitada do sócio só deve ser aplicada “nas hipóteses de dolo ou culpa
e por ação ou omissão”.
Leia, com muita atenção, o dispositivo:

Art. 40. Os advogados sócios e os associados respondem subsidiária e


ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, nas hipóteses
de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos da
advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam
incorrer.

Assim, marque correta tanto a alternativa que afirme,


genericamente, que a responsabilidade do advogado é subsidiária e
ilimitada, como a alternativa que afirme que essa responsabilidade só é
aplicada nas hipóteses de ato do advogado praticado com dolo ou culpa.
Vamos às primeiras questões da aula de hoje!

Questões da
OAB

2) (FGV – OAB –XI Exame- 2013)Os advogados Roberto e


Alfredo, integrantes da sociedade Roberto & Alfredo Advogados
Associados, há muito atuavam em causas trabalhistas em favor da

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sociedade empresária “X”. A certa altura, o advogado Armando ingressou


na sociedade de advogados. Armando, no entanto, já representava os
interesses de ex-empregado da sociedade empresária “X”. Em razão
disso, Armando não foi constituído para atuar nas causas do escritório
envolvendo a sociedade empresária “X”, continuando, assim, a atuar em
favor do ex-empregado. Por outro lado, Roberto e Alfredo não foram
constituídos para advogar pelo ex-empregado.
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Roberto, Alfredo e Armando agiram correta e eticamente, pois
dividiram os clientes, de forma que nenhum deles advogasse, ao mesmo
tempo, para clientes com interesses opostos.
B) Roberto, Alfredo e Armando não agiram corretamente, pois, em
causas trabalhistas, os advogados de partes com interesses opostos não
podem ter qualquer tipo de relação profissional ou pessoal.
C) Roberto, Alfredo e Armando não agiram correta e eticamente,
pois os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não
podem representar, em juízo, clientes com interesses opostos.
D) Roberto, Alfredo e Armando não poderiam ter constituído a
sociedade em questão, ainda que Armando deixasse de atuar na causa
em favor do ex-empregado.
O Estatuto da OAB regulamenta:

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de


advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos
clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da
responsabilidade disciplinar em que possam incorrer. (Redação dada pela
Lei nº 13.247, de 2016)

Gabarito: Letra “c”.

3) (FGV – 2012 –IX – Exame de Ordem Unificado)O advogado


João, regularmente contratado para defender os interesses de José em

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Juízo, realiza a defesa regular em primeiro grau, mas não apresenta


recurso de apelação contra sentença que julgou improcedente o pedido,
mesmo havendo sólida fundamentação para modificar o decidido. O
prejuízo causado ao cliente foi de R$ 10.000,00, parcialmente coberto
por seguro realizado pela sociedade de advogados integrada por João.
Consoante as regras estatutárias, os prejuízos causados ao cliente
acarretam a responsabilidade pessoal do sócio advogado de forma
A) limitada à responsabilidade decorrente de contrato de seguro.
B) ilimitada, mas subsidiária em relação à sociedade.
C) limitada e principal, sendo a da sociedade subsidiária.
D) ilimitada e vinculada ao resultado do processo disciplinar
instaurado.
O Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, ao
detalhar esse dispositivo, observa que a responsabilidade subsidiária e
ilimitada do sócio só deve ser aplicada “nas hipóteses de dolo ou culpa
e por ação ou omissão”.
Gabarito: Letra “b”

4) (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Os


advogados Pedro e João desejam estabelecer sociedade de advogados
com o fito de regularizar o controle dos seus fluxos de honorários e
otimizar despesas. Estabelecem contrato e requerem o seu registro no
órgão competente. À luz da legislação aplicável aos advogados, é correto
afirmar que
a) é possível a participação de advogados em sociedades sediadas
em áreas territoriais de seccionais diversas.
b) o Código de Ética não se aplica individualmente aos
profissionais que compõem sociedade de advogados.
c) podem existir sociedades mistas de advogados e contadores.
d) a procuração é sempre coletiva quando atuante sociedade de
advogados.

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O sócio pode integrar mais de uma sociedade de advogados desde


que essas sociedades tenham lugares diversos das sedes ou filiais. Letra
“a” certa.
O item “b” trata de ética, que será vista em aula própria. Saiba,
desde já, os seguintes dispositivos do Estatuto da OAB:

Art. 15 (...)
§ 2º Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de
advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que couber.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres
consignados no Código de Ética e Disciplina.

Letra “b” errada.


A lei nos fala que não será admitido registro e nem poderão funcionar
as sociedades de advogados que:
a) Apresentem forma ou características mercantis;
b) Adotem denominação de fantasia;
c) Realizem atividades estranhas à advocacia;
d) Incluam sócio não inscrito como advogado ou
totalmente proibido de advogar.
Letra “c” errada.
A procuração outorgada a advogado que compõe sociedade de
advogados pode ser individual, ou seja, indicar apenas um dos sócios da
sociedade, indicando que ele integra aquela sociedade de advogados.
Letra “d” errada.

5) (FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Michel,


Philippe e Lígia, bacharéis em Direito recém-formados e colegas de
bancos universitários, comprometem-se a empreender a atividade
advocatícia de forma conjunta logo após a aprovação no Exame de

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Ordem. Para gáudio dos bacharéis, todos são aprovados no certame e


obtém sua inscrição no Quadro de Advogados da OAB.
Assim, alugam sala compatível em local próximo ao prédio do Fórum
do município onde pretendem exercer sua nobre função. De início, as
causas são individuais, por indicação de amigos e parentes. Logo, no
entanto, diante do sucesso profissional alcançado, são contactados por
sociedades empresárias ansiosas pela prestação de serviços profissionais
advocatícios de qualidade. Uma exigência, no entanto, é realizada: a
prestação deve ocorrer por meio de sociedade de advogados.
No concernente ao tema, à luz das normas aplicáveis
a) a sociedade de advogados é de natureza empresarial.
b) os advogados sócios da sociedade de advogados respondem
limitadamente por danos causados aos clientes.
c) o registro da sociedade de advogados é realizado no Conselho
Seccional da OAB onde a mesma mantiver sede.
d) não é possível associação com advogados, sem vínculo de
emprego, para participação nos resultados.
A natureza jurídica da sociedade de advogados é uma sociedade
civil de prestação de serviços de advocacia, jamais será empresarial.
Letra “a” errada.
Vimos no art. 17 do Estatuto:

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de


advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados
aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo
da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.

Letra “b” errada.


A sociedade de Advogado é registrada no conselho seccional onde
pretenda exercer sua atividade com predominância, ou seja, onde
mantiver a sede. Letra “c” correta.
Para responder a letra “d”, confira o que diz o regulamento da OAB:

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Art. 39. A sociedade de advogados PODE associar-se com advogados, sem


vínculo de emprego, para participação nos resultados.

Gabarito: Letra “c”.

6) (FGV – 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado) No


concernente à Sociedade de Advogados, é correto afirmar, à luz do
Estatuto e do Código de Ética e Disciplina da OAB, que
a) pode se organizar de forma mercantil, com registro na Junta
Comercial.
b)está vinculada às regras de ética e disciplina dos advogados.
c)seus sócios estão imunes ao controle disciplinar da OAB.
d)seus componentes podem, isoladamente, representar clientes com
interesses conflitantes.
Lembre-se! A sociedade de advogados é uma sociedade civil de
prestação de serviços de advocacia, dessa forma, não pode ter natureza
mercantil. Letra “a” errada.
A sociedade de advogados é formada de acordo com o Estatuto da
Advocacia e o regulamento geral da OAB, aplicando-se, no que couber à
sociedade de advogados, o Código de Ética e Disciplina. Letra “b” certa.
Vimos na última aula os direitos dos advogados, e estudamos o
seguinte artigo:

Art. 7º § 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo


injúria, difamação ou desacatopuníveis qualquer manifestação de sua
parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo
das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.

Tenha em mente que o advogado tem imunidade profissional, o que


não impede que a OAB aplique sanções disciplinares, da mesma forma
ocorre com a sociedade de advogados. Letra “c” errada.
Uma mesma sociedade de advogados não pode defender clientes
com interesses opostos. Letra “d” errada.

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Gabarito: Letra “b”.

7) (FGV - OAB – 2014 – Exame XV) Os advogados X de Souza,


Y dos Santos e requereram o registro de sociedade de advogados
denominada Souza, Santos e Andrade Sociedade de Advogados. Tempos
depois, X de Souza vem a falecer, mas os demais sócios decidem manter
na sociedade o nome do advogado falecido. Sobre a hipótese, assinale a
afirmativa correta.
A) É possível manter o nome do sócio falecido, desde que prevista
tal possibilidade no ato constitutivo da sociedade.
B) É possível manter o nome do sócio falecido, independentemente
de previsão no ato constitutivo da sociedade.
C) É absolutamente vedada a manutenção do nome do sócio falecido
na razão social da sociedade.
D) É possível manter, pelo prazo máximo de seis meses, o nome do
sócio falecido.

Letra A - Correta. O art. 16 § 1º do EAOAB autoriza a permanência


do nome o sócio falecido, caso, na razão social da sociedade se houver
expressa previsão contratual.
Letra B – Alternativa errada, uma vez que contraria a exigência do
§ 1º do artigo 16 do EAOAB.
Letra C - Errada. Pois a manutenção do nome, vai depender do que
foi contratado no ato da constituição da sociedade.
Letra D – Alternativa Errada. A autorização para a permanência do
sócio falecido deve estar no contrato constitutivo da sociedade, não
havendo prazo estabelecido.
Gabarito – Letra A.

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8) (FGV – OAB – 2013 - EXAME XII) O escritório Hércules


Advogados Associados foi fundado no início do século XX, tendo
destacada atuação em várias áreas do Direito. O sócio-fundador faleceu
no limiar do século XXI e os sócios remanescentes manifestaram o desejo
de manter o nome do advogado falecido na razão social da sociedade. A
partir da hipótese sugerida, nos termos do Regulamento Geral da Ordem
dos Advogados do Brasil, assinale a afirmativa correta.
A) Falecendo o advogado sócio, determina-se a sua exclusão dos
registros da sociedade incluindo a razão social do escritório.
B) Permite-se a manutenção do sócio-fundador nos registros do
escritório, mediante autorização especial do plenário da Seccional.
C) Havendo previsão no ato constitutivo da sociedade de advogados,
pode permanecer o nome do sócio falecido na razão social.
D) Existindo acordo entre o escritório de advocacia, os clientes e a
Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, é permitida a manutenção
do nome do sócio falecido.
Conforme já estudado, para que os sócios remanescentes
manifestem o desejo de manter o nome do advogado falecido na razão
social da sociedade, é necessário que no ato da constituição da sociedade
esta previsão.
Gabarito – Letra C.

9) (FGV – 2012 -OAB - Exame de Ordem Unificado) Lara é sócia


de determinada sociedade de advogados com sede no Rio de Janeiro e
filial em São Paulo. Foi convidada a integrar, cumulativamente e também
como sócia, os quadros de outra sociedade de advogados, esta com sede
em São Paulo e sem filiais. Aceitou o convite e rapidamente providenciou
sua inscrição suplementar na OAB/SP, tendo em vista que passaria a
exercer habitualmente a profissão nesse estado.

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a) Lara agiu corretamente, pois, considerando-se que passaria a


atuar em mais do que cinco causas por ano em São Paulo, era necessário
que promovesse sua inscrição suplementar nesse estado.
b) Lara não agiu corretamente, pois é vedado ao advogado integrar
mais de uma sociedade de advogados com sede ou filial na mesma área
territorial do respectivo Conselho Seccional.
c) Lara não agiu corretamente, pois é vedado ao advogado integrar
mais de uma sociedade de advogados dentro do território nacional.
d) Lara agiu corretamente e sequer era necessário que promovesse
sua inscrição suplementar, pois passaria a exercer a profissão em São
Paulo na qualidade de sócia e não de advogada empregada da sociedade
em questão.
Pessoal, nem sede e nem filial! Lembre-se que o sócio pode integrar
mais de uma sociedade de advogados desde que essas sociedades
tenham lugares diversos das sede ou filiais. Lara já integrava uma
sociedade em São Paulo, não poderia integrar outra na mesma
localidade.
Gabarito: Letra “b”.

3. Do Advogado Empregado

Caro aluno, anime-se! Você já passou da metade da aula e a sua


prova se aproxima. Não perca tempo, venha com tudo para o Exame de
Ordem!
Os advogados associados são aqueles que têm participação nos
resultados da sociedade. Eles possuem um vínculo de emprego, regido
pela CLT, e têm uma relação de patrocínio.
Repare bem: o advogado associado tem vínculo de emprego
com a sociedade de advogados.

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Falando em CLT, vejamos a definição de empregado dada por essa


Consolidação:

Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços


de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário.

Mesmo sendo empregado em uma sociedade de advogados ou em


uma empresa privada, o advogado mantém a isenção e a
independência técnica. Isso quer dizer que é o advogado empregado
que se auto-determinará, de acordo com o seu entendimento pessoal
sobre o tema e os seus conhecimentos jurídicos. O fato de haver
subordinação com relação ao seu empregador, não quer dizer que este
determinará qual é a tese que deverá ser apresentada em uma petição
ou o posicionamento jurídico que será adotado em um parecer, por
exemplo.
Outra informação quanto ao advogado empregado que você deve
saber – POIS JÁ CAIU MUITAS VEZES NO EXAME DE ORDEM – é a de que
o advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços
profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da
relação de emprego.
Assim, se você for contratado como advogado de um Shopping
Center, você não estará obrigado a fazer a separação judicial do dono do
shopping, pois essa ação é de interesse pessoal dele e não decorre da
relação de emprego, que é prestar consultoria e defender em juízo o
Shopping Center.
Professor, tenho uma dúvida: eu vi que o Estatuto da OAB, em seu
art. 44, II, confere à OAB a competência de promover, com exclusividade,
a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em
toda a República Federativa do Brasil. Então, se é a OAB quem promove
a defesa do advogado de forma exclusiva, existe sindicato de
advogado?

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Existe sim!
O Regulamento Geral do Estatuto afirma que a exclusividade da
representação dos advogados pela OAB, prevista no art. 44, II, do
Estatuto, não afasta a competência própria dos sindicatos e associações
sindicais de advogados, quanto à defesa dos direitos peculiares da
relação de trabalho do profissional empregado.
Perceba: o sindicato dos advogados empregados cuida dos direitos
decorrentes da relação de trabalho desse advogado.
Além disso, o mesmo Regulamento Geral prevê que compete aos
Sindicatos dos Advogados e, na sua falta, à Federação e à Confederação
de Advogados representar os advogados empregados nas convenções
coletivas celebradas com as entidades sindicais representativas dos
empregadores, nos acordos coletivos celebrados com a empresa
empregadora e nos dissídios coletivos perante a Justiça do Trabalho,
aplicáveis às relações de trabalho (art. 11).
Assim, temos:

Entidade Competência Limites da competência

OAB geral competência de promover,


com exclusividade, a
representação, a defesa, a
seleção e a disciplina dos
advogados em toda a
República Federativa do
Brasil.

Sindicato de direitos trabalhistas - direitos do advogado


advogado decorrentes da relação de
Federação trabalho;
Confederação - convenções coletivas
de Advogados celebradas com as entidades

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sindicais representativas dos


empregadores,
- acordos coletivos
celebrados com a empresa
empregadora
- dissídios coletivos perante
a Justiça do Trabalho,
aplicáveis às relações de
trabalho

Vamos aos direitos trabalhistas específicos do advogado.


SANGUE NOS OLHOS NESSE MOMENTO!
A jornada de trabalho é o período de trabalho, o tempo em que o
advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-
lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e
alimentação.
A jornada de trabalho divide-se da seguinte forma:
 8h diárias e 40h semanais, no caso de dedicação exclusiva;
 4h diárias e 20h semanais, sem dedicação exclusiva.

Assim diz o art. 20 do Estatuto:

Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da


profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a
de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de
dedicação exclusiva.

Professor, como vou saber se é caso de dedicação exclusiva?

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O Regulamento Geral alerta que, considera-se de dedicação


exclusiva o regime de trabalho que for expressamente previsto em
contrato individual de trabalho.
Vamos agora tratar da hora extraordinária.
Qualquer hora que o advogado trabalhe a mais será contabilizada
como hora extra, devendo ser paga, segundo a OAB, no equivalente a
100% da hora trabalhada, podendo esse valor, por acordo, ser
aumentado, mas nunca reduzido.
Com relação à hora noturna, período das 20 horas às 5 horas da
manhã, o advogado terá direito a adicional de 25%.
O Estatuto da OAB informa, ainda, que o salário mínimo
profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo se
ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho (art. 19).
Lembre-se sempre que as obrigações do advogado empregado
limitam-se ao contrato de trabalho.
Diante da importância do tema advogado empregado, apresentamos
o seguinte quadro com o resumo dos direitos garantidos pelo Estatuto ao
advogado empregado:

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 Isenção técnica perante os empregadores;


 Não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse
pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego;
 Salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença
normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
 Limite da duração da jornada, que varia de quatro horas contínuas a vinte
horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de
dedicação exclusiva, que pode passar para 8 horas diárias e 40 horas
semanais.
 Hora extra: 100%
 Adicional noturno: 25%
 Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este
representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados
empregados.

Pela importância desse último direito, vamos estudá-lo em um tópico


próprio.

3.1 Verba sucumbencial

O art.21 do Estatuto da OAB diz:

Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este
representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados
empregados.
Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado
empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a
empregadora, na forma estabelecida em acordo.

Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou


sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo

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para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o


precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor.
Com relação aos advogados empregados, os honorários de
sucumbência, por decorrerem precipuamente do exercício da advocacia
e só acidentalmente da relação de emprego, não poderão ser
considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários, por não fazer
parte do salário ou da remuneração.
Se esses advogados empregados pertencerem a uma empregadora
que não seja sociedade de advogados, o art. 14, § único, do
Regulamento Geral da OAB, dispõe que os honorários de sucumbência
desses advogados constituem fundo comum, cuja destinação é decidida
pelos profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por seus
representantes.
Se esses advogados fizerem parte de uma sociedade de
advogados, os honorários de sucumbência, percebidos por advogado
empregado de sociedade de advogados serão divididos entre o
advogado empregado e a empregadora, desde que não exista
estipulação contratual em contrário.

Questões da
OAB

10) (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Mévio é


advogado empregado de empresa de grande porte atuando como diretor
jurídico e tendo vários colegas vinculados à sua direção. Instado por um
dos diretores, escala um dos seus advogados para atuar em processo
judicial litigioso, no interesse de uma das filhas do referido diretor. À luz
das normas estatutárias, é correto afirmar que
a) a defesa dos interesses dos familiares dos dirigentes da empresa
está ínsita na atuação profissional do advogado empregado.
b) a atuação do advogado empregado nesses casos pode ocorrer
voluntariamente, sem relação com o seu emprego.

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c) a relação de emprego retira do advogado sua independência


profissional, pois deve defender os interesses do patrão.
d) em casos de dedicação exclusiva, a jornada de trabalho máxima
do advogado será de quatro horas diárias e de vinte horas semanais.
Vimos no nosso quadro que o advogado não está obrigado à
prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos
empregadores, fora da relação de emprego. Letra “a” errada.
É claro que se o advogado quiser atuar nos casos de interesse
pessoal do empregador ele pode, porém não está obrigado a fazê-lo.
Letra “b” certa.
Eu afirmei que mesmo sendo empregado, o advogado mantém a
isenção e independência técnica. Não se esqueça jamais essa
informação! Letra “c” errada.
O advogado empregado tem uma jornada de trabalho, podendo ser
de 8h diárias e 40h semanais, no caso de dedicação exclusiva, e não
de 4h e 20h semanais. Letra “d” errada.
Gabarito: Letra “c”.

4. Resumo da aula

Vamos aos principais pontos abordados nessa nossa aula. Use o


resumo da aula na semana que anteceder a sua prova, para que o estudo
venha a sua mente quando estiver marcando o gabarito de seu Exame
de Ordem.
A sociedade de advogados é formada de acordo com o Estatuto da
Advocacia e o regulamento geral da OAB, aplicando-se, no que couber, à
sociedade de advogados o Código de Ética e Disciplina.
Sociedade de advogados é aquela formalmente constituída,
registrada, aprovada quanto aos seus atos constitutivos junto ao
conselho competente.

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Natureza jurídica: a sociedade de advogados é uma sociedade civil


de prestação de serviços de advocacia, dessa forma não pode ter
natureza mercantil. Confira o que diz o artigo 15 do Estatuto:

Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de


prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de
advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.

A sociedade de Advogado é registrada no conselho seccional


onde pretenda exercer sua atividade com predominância. As filiais
existirão em Estado distinto da sede, para que a filial comece a existir é
necessário o registro. Não é no cartório e nem em junta comercial! Só o
Conselho Seccional da OAB tem competência para tal registro.
O advogado não pode exercer a atividade de advocacia juntamente
com uma atividade mercantil, como por exemplo: Escritório de Advocacia
e Contabilidade Joãozinho de Tal.
Só pode ser sócio de advogados o advogado regularmente inscrito
na OAB. Nem Estagiário inscrito na OAB e nem o bacharel em direito
podem fazer parte da sociedade de advogado.
A lei nos fala que não será admitido registro e nem poderão funcionar
as sociedades de advogados que:
a) Apresentem forma ou características mercantis;
b) Adotem denominação de fantasia;
c) Realizem atividades estranhas à advocacia;
d) Incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente
proibido de advogar.
Assim como o advogado, a sociedade tem um número de inscrição.
A OAB não impõe limite para o número de sócios na sociedade.
Quando o cliente contrata uma sociedade de advogados, está
contratando com a pessoa jurídica. Porém, a procuração não outorga
poderes à sociedade, ela deve ser outorgada individualmente.

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Observe que para atuar em juízo, são os advogados integrantes daquela


sociedade que atuam e não a pessoa jurídica em si.
O nome dos sócios sempre deverá constar do instrumento
procuratório, mesmo que o sócio nunca atue na filial.
Outra característica da sociedade de advogados é que o nome
sempre fará menção a atividade desenvolvida, devendo ter, ainda, pelo
menos o nome de um dos sócios.
Fórmula do nome:

FINALIDADE DESENVOLVIDA + NOME DE UM DOS SÓCIOS

No caso do falecimento de um dos sócios, o nome do sócio falecido


pode ser mantido desde que haja previsão dentro do contrato
constitutivo. Se não houver disposição, o nome deve ser tirado.
Atenção! Não pode constar no nome do escritório as expressões
LTDA., Cia, S.A. Pode aparecer a expressão S.S. de sociedade simples.
Parece óbvio, mas não custa nada reforçar, uma mesma sociedade
de advogados não pode defender clientes com interesses opostos.
E ainda um sócio pode integrar mais de uma sociedade de advogados
desde que essas sociedades tenham lugares diversos das sedes ou filiais.
A sociedade é responsável por danos que causarem a seus clientes
ou a terceiros. Tanto que se houver um prejuízo material, se os bens da
sociedade não forem suficientes para ressarcir, os bens dos sócios serão
atingidos.
Quanto ao advogado empregado:
Os advogados associados são aqueles que têm participação nos
resultados da sociedade. Eles possuem um vínculo de emprego, regidos
pela CLT e têm uma relação de patrocínio.
Apresentamos o seguinte quadro com o resumo dos direitos
garantidos pelo Estatuto ao advogado empregado:

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 Isenção técnica perante os empregadores;


 Não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse
pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego;
 Salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença
normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
 Limite da duração da jornada, que varia de quatro horas contínuas a vinte
horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de
dedicação exclusiva, que pode passar para 8 horas diárias e 40 horas
semanais.
 Hora extra: 100%
 Adicional noturno: 25%
 Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este
representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados
empregados.

Os honorários de sucumbência, por decorrerem precipuamente do


exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de emprego, não
poderão ser considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários, por
não fazer partedo salário ou daremuneração.
Com relação aos advogados empregados, os honorários de
sucumbência, por decorrerem precipuamente do exercício da advocacia
e só acidentalmente da relação de emprego, não poderão ser
considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários, por não fazer
parte do salário ou da remuneração.
Se esses advogados empregados pertencerem a uma empregadora
que não seja sociedade de advogados, o art. 14, § único, do
Regulamento Geral da OAB, dispõe que os honorários de sucumbência
desses advogados constituem fundo comum, cuja destinação é decidida
pelos profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por seus
representantes.
Se esses advogados fizerem parte de uma sociedade de
advogados, os honorários de sucumbência, percebidos por advogado

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empregado de sociedade de advogados serão divididos entre o


advogado empregado e a empregadora, desde que não exista
estipulação contratual em contrário.
Chegamos ao fim da nossa aula 02. Espero que você tenha gostado!
Vamos agora às questões comentadas ao longo da aula.

5. Questões comentadas

1) FGV - 2011 - IX - Exame de Ordem Unificado)Marcos, Letícia


e Cristina, advogados, resolvem formar sociedade, para atuar na área
cível, campo profissional da preferência de todos. No
entanto, não regularizam a sociedade perante a Ordem dos Advogados
do Brasil.
Observado tal relato, consoante as normas do Regulamento Geral
do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
A) A ausência de registro da sociedade de advogados na Ordem dos
Advogados do Brasil constitui mera irregularidade.
B) Os atos das sociedades de advogados devem ser restritos às
atividades de consultoria jurídica.
C) Os atos praticados pelos advogados que integram sociedades
irregulares são nulos de pleno direito.
D) A prática de atos privativos de advocacia por sociedade irregular
tipifica exercício irregular da profissão.
2) (FGV – OAB –XI Exame- 2013)Os advogados Roberto e
Alfredo, integrantes da sociedade Roberto & Alfredo Advogados
Associados, há muito atuavam em causas trabalhistas em favor da
sociedade empresária “X”. A certa altura, o advogado Armando ingressou
na sociedade de advogados. Armando, no entanto, já representava os
interesses de ex-empregado da sociedade empresária “X”. Em razão
disso, Armando não foi constituído para atuar nas causas do escritório
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envolvendo a sociedade empresária “X”, continuando, assim, a atuar em


favor do ex-empregado. Por outro lado, Roberto e Alfredo não foram
constituídos para advogar pelo ex-empregado.
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Roberto, Alfredo e Armando agiram correta e eticamente, pois
dividiram os clientes, de forma que nenhum deles advogasse, ao mesmo
tempo, para clientes com interesses opostos.
B) Roberto, Alfredo e Armando não agiram corretamente, pois, em
causas trabalhistas, os advogados de partes com interesses opostos não
podem ter qualquer tipo de relação profissional ou pessoal.
C) Roberto, Alfredo e Armando não agiram correta e eticamente,
pois os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não
podem representar, em juízo, clientes com interesses opostos.
D) Roberto, Alfredo e Armando não poderiam ter constituído a
sociedade em questão, ainda que Armando deixasse de atuar na causa
em favor do ex-empregado.

3) (FGV – 2012 –IX – Exame de Ordem Unificado)O advogado


João, regularmente contratado para defender os interesses de José em
Juízo, realiza a defesa regular em primeiro grau, mas não apresenta
recurso de apelação contra sentença que julgou improcedente o pedido,
mesmo havendo sólida fundamentação para modificar o decidido. O
prejuízo causado ao cliente foi de R$ 10.000,00, parcialmente coberto
por seguro realizado pela sociedade de advogados integrada por João.
Consoante as regras estatutárias, os prejuízos causados ao cliente
acarretam a responsabilidade pessoal do sócio advogado de forma
A) limitada à responsabilidade decorrente de contrato de seguro.
B) ilimitada, mas subsidiária em relação à sociedade.
C) limitada e principal, sendo a da sociedade subsidiária.
D) ilimitada e vinculada ao resultado do processo disciplinar
instaurado.

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4) (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Os


advogados Pedro e João desejam estabelecer sociedade de advogados
com o fito de regularizar o controle dos seus fluxos de honorários e
otimizar despesas. Estabelecem contrato e requerem o seu registro no
órgão competente. À luz da legislação aplicável aos advogados, é correto
afirmar que
a) é possível a participação de advogados em sociedades sediadas
em áreas territoriais de seccionais diversas.
b) o Código de Ética não se aplica individualmente aos
profissionais que compõem sociedade de advogados.
c) podem existir sociedades mistas de advogados e contadores.
d) a procuração é sempre coletiva quando atuante sociedade de
advogados.

5) (FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Michel,


Philippe e Lígia, bacharéis em Direito recém-formados e colegas de
bancos universitários, comprometem-se a empreender a atividade
advocatícia de forma conjunta logo após a aprovação no Exame de
Ordem. Para gáudio dos bacharéis, todos são aprovados no certame e
obtém sua inscrição no Quadro de Advogados da OAB.
Assim, alugam sala compatível em local próximo ao prédio do Fórum
do município onde pretendem exercer sua nobre função. De início, as
causas são individuais, por indicação de amigos e parentes. Logo, no
entanto, diante do sucesso profissional alcançado, são contactados por
sociedades empresárias ansiosas pela prestação de serviços profissionais
advocatícios de qualidade. Uma exigência, no entanto, é realizada: a
prestação deve ocorrer por meio de sociedade de advogados.
No concernente ao tema, à luz das normas aplicáveis
a) a sociedade de advogados é de natureza empresarial.

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b) os advogados sócios da sociedade de advogados respondem


limitadamente por danos causados aos clientes.
c) o registro da sociedade de advogados é realizado no Conselho
Seccional da OAB onde a mesma mantiver sede.
d) não é possível associação com advogados, sem vínculo de
emprego, para participação nos resultados.

6) (FGV – 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado) No


concernente à Sociedade de Advogados, é correto afirmar, à luz do
Estatuto e do Código de Ética e Disciplina da OAB, que
a) pode se organizar de forma mercantil, com registro na Junta
Comercial.
b)está vinculada às regras de ética e disciplina dos advogados.
c)seus sócios estão imunes ao controle disciplinar da OAB.
d)seus componentes podem, isoladamente, representar clientes com
interesses conflitantes.

7) (FGV - OAB – 2014 – Exame XV) Os advogados X de Souza,


Y dos Santos e requereram o registro de sociedade de advogados
denominada Souza, Santos e Andrade Sociedade de Advogados. Tempos
depois, X de Souza vem a falecer, mas os demais sócios decidem manter
na sociedade o nome do advogado falecido. Sobre a hipótese, assinale a
afirmativa correta.
A) É possível manter o nome do sócio falecido, desde que prevista
tal possibilidade no ato constitutivo da sociedade.
B) É possível manter o nome do sócio falecido, independentemente
de previsão no ato constitutivo da sociedade.
C) É absolutamente vedada a manutenção do nome do sócio falecido
na razão social da sociedade.
D) É possível manter, pelo prazo máximo de seis meses, o nome do
sócio falecido.

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8) (FGV – OAB – 2013 - EXAME XII) O escritório Hércules


Advogados Associados foi fundado no início do século XX, tendo
destacada atuação em várias áreas do Direito. O sócio-fundador faleceu
no limiar do século XXI e os sócios remanescentes manifestaram o desejo
de manter o nome do advogado falecido na razão social da sociedade. A
partir da hipótese sugerida, nos termos do Regulamento Geral da Ordem
dos Advogados do Brasil, assinale a afirmativa correta.
A) Falecendo o advogado sócio, determina-se a sua exclusão dos
registros da sociedade incluindo a razão social do escritório.
B) Permite-se a manutenção do sócio-fundador nos registros do
escritório, mediante autorização especial do plenário da Seccional.
C) Havendo previsão no ato constitutivo da sociedade de advogados,
pode permanecer o nome do sócio falecido na razão social.
D) Existindo acordo entre o escritório de advocacia, os clientes e a
Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, é permitida a manutenção
do nome do sócio falecido.

9) (FGV – 2012 -OAB - Exame de Ordem Unificado) Lara é sócia


de determinada sociedade de advogados com sede no Rio de Janeiro e
filial em São Paulo. Foi convidada a integrar, cumulativamente e também
como sócia, os quadros de outra sociedade de advogados, esta com sede
em São Paulo e sem filiais. Aceitou o convite e rapidamente providenciou
sua inscrição suplementar na OAB/SP, tendo em vista que passaria a
exercer habitualmente a profissão nesse estado.

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a) Lara agiu corretamente, pois, considerando-se que passaria a


atuar em mais do que cinco causas por ano em São Paulo, era necessário
que promovesse sua inscrição suplementar nesse estado.
b) Lara não agiu corretamente, pois é vedado ao advogado integrar
mais de uma sociedade de advogados com sede ou filial na mesma área
territorial do respectivo Conselho Seccional.
c) Lara não agiu corretamente, pois é vedado ao advogado integrar
mais de uma sociedade de advogados dentro do território nacional.
d) Lara agiu corretamente e sequer era necessário que promovesse
sua inscrição suplementar, pois passaria a exercer a profissão em São
Paulo na qualidade de sócia e não de advogada empregada da sociedade
em questão.

10) (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Mévio é


advogado empregado de empresa de grande porte atuando como diretor
jurídico e tendo vários colegas vinculados à sua direção. Instado por um
dos diretores, escala um dos seus advogados para atuar em processo
judicial litigioso, no interesse de uma das filhas do referido diretor. À luz
das normas estatutárias, é correto afirmar que
a) a defesa dos interesses dos familiares dos dirigentes da empresa
está ínsita na atuação profissional do advogado empregado.
b) a atuação do advogado empregado nesses casos pode ocorrer
voluntariamente, sem relação com o seu emprego.
c) a relação de emprego retira do advogado sua independência
profissional, pois deve defender os interesses do patrão.
d) em casos de dedicação exclusiva, a jornada de trabalho máxima
do advogado será de quatro horas diárias e de vinte horas semanais.

Gabarito:
1) B
2) C

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3) B
4) C
5) C
6) B
7) A
8) C
9) B
10) C

6. Referências

BRASIL. Código de Ética da OAB. Conselho Federal da Ordem dos


Advogados do Brasil, Brasília, DF, 13 fev. 1995.
BRASIL. Lei n.8.906 de 04 de Julho de 1994. Dispõe sobre o
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 05 jul. 1994.
BRASIL.Regulamento Geraldo Estatuto da Advocacia e da OAB.
Dispõe sobre o Regulamento Geral previsto na Lei nº 8.906, de 04 de
julho de 1994. Sala das Sessões, Brasília, DF 16 de out. e 6 de nov. de
1994.
MARIN, Marco Aurélio. Como se preparar para o exame da Ordem,
1ªfase: ética profissional, 9ª Edição, São Paulo, 2012, Método.

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