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RESUMO – TUTS - UC14

SP1: ESÔFAGO
▪ Ausência de serosa: disseminação local dos tumores
ADRIANA – ROSA
esofágicos
EDIMAR – VERDE ▪ CA de esôfago é GRAVE
EDUARDO – ROXO ▪ Carcinoma espinocelular/células escamosas: + no terço
FLÁVIO- LARANJA
médio do esôfago, sendo os principais fatores de risco o
FRANCISCO- VERMELHO
TABAGISMO e ETILISMO. síndrome de Plummer-Vinson ou
OTTO- AZUL Patterson Brown Kelly (anemia ferropriva - mucosa cresce
e faz membranas, disfagia em membranas esofágicas),
▪ Adenocarcinoma: presença de DRGE, sendo que 10% de
1. ATRESIA E FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA DRGE tem Barrett, destes 0,5% evolui para
▪ Associada a qualquer anomalia congênita (VATER, VACTERL- adenocarcinoma. Por isso, acomete + o esôfago distal.
vertebral, anorectal, cardiac, tracheoesophagel renal, Obesidade
radial limb, CHARGE) ➔ DRGE sem barret: faz endoscopia todo ano para ver se não
▪ Polidrâmnio: + comum no tipo C evolui para CA, e tratar nas fases iniciais
➔ Classificação anatômica de GROSS ▪ QUADRO CLÍNICO: na fase inicial é assintomático. Se
A. Atresia sem fístula traqueoesofágica: 2° + COMUM apresentar sintomas → é tardio. Paciente pode relatar:
B. Atresia com fístula traqueoesofágica proximal odinofagia, disfagia, inapetência, vômitos, perda de peso,
C. Atresia com fístula traqueoesofágica distal: + COMUM hematêmese.
D. Atresia com fístula traqueoesofágica proximal e distal ▪ DIAGNÓSTICO: endoscopia digestiva alta com biópsia
E. Fístula traqueoesofágica sem atresia: + raro (apresenta áreas de necrose, ulceração, sangramento).
F. Estenose congênita de esôfago ▪ Sinal da escada e sinal da maçã mordida - adenocarcinoma
▪ Uso de ultrassonografia, TC e Pet-Scan → para estadiamento
o A partir de T1b você tem que fazer esofagectomia.
o T1 a→ tratamento através de endoscopia
▪ TRATAMENTO: depende do estadiamento (classificação TNM)
que se baseia na profundidade. No esôfago, é fácil a
ocorrência de metástases, devido à anatomia, perto de
grandes vasos (ex..aorta) e linfonodos.
▪ Pode fazer radioterapia, quimioterapia, mucosectomia,
colocação de sonda nasogástrica, stent esofágico (tto
paliativo), esofactomia total.

3. ESOFAGITE EOSINOFÍLICA
▪ É difícil achar a causa!!!! Às vezes trata e resolve sem saber
exatamente o que causou.
▪ Exacerbação da resposta imune por Th2
▪ QUADRO CLÍNICO: disfagia, odinofagia, dor retroesternal,
▪ QUADRO CLÍNICO: salivação aerada, tosse, dispneia, pode ser acompanhada de dermatite tópica, rinite alérgica,
cianose, sofrimento respiratório. Está associado com a asma.
Classificação de Gross. ▪ DIAGNÓSTICO: endoscopia digestiva alta com biópsia +
➔ Salivação intensa: A, C e F. características clínicas
➔ Pneumonia: B, D e E. ➔ Na biópsia: 15-20 EOSINÓFILOS por campo no maior
➔ Sonda só não passa na A e C aumento, com pelo menos 5 amostras
➔ Se existe fistula traqueoesofágica: abdome está ➔ Testes cutâneos
distendido (há passagem de ar para o estômago), na ➔ Endoscopia: presença de anéis mucosos (padrão de
ausência está escavado. Não tem salivação excessiva, mas TRAQUEIA), pápulas esbranquiçadas, e erosões lineares.
tem engasgo. ▪ TRATAMENTO: corticóides, pode usar Fluticasona + IBP
▪ DIAGNÓSTICO: invertograma, ecografia fetal (presença de (Omeprazol 40 mg)
polidrâmnio), RX toracoabdominal (frente e perfil), e exames
complementares ecografia abdominal e ecocardiografia 4. ESOFAGITE TRAUMÁTICA (SODA CAÚSTICA)
(identificar anomalias congênitas) ▪ A esofagite traumática pode ser por ingestão de álcali (soda
▪ TRATAMENTO: manter vias aéreas permeáveis, observação, caustica) ou ácidos.
dá pra fazer dilatação longitudinal (só se as 2 pontas estiverem ▪ Por ÁLCALI é + GRAVE, dissolve os tecidos por necrose
próximas – espaço de uma vértebra), cirurgia (não é de liquefativa com morte celular imediata, seguida de processo
emergência, criança tem que ter 2,5 kg). de saponificação da gordura e proteínas celulares; ocorre
➔ TTO é individualizado trombose de pequenos vasos, isquemia local e perfuração.
➔ Gastrostomia (para liberar alimento) ▪ Ácido: a necrose (necrose coagulativa, evita que perfure) é
➔ Alimentação: enteral estômago e parenteral na veia superficial e produz uma escara protetora formada pelo epitélio
*Nao faz nutricao parenteral para nao estimular o estomago e coagulada, que impede a penetração mais profunda do ácido
ficar atrofiado. Se voce fica muito tempo fazendo nutricao na parede do esôfago- sendo menos graves no esôfago
parenteral, voce nao estimula estomago e pode ser que haja ▪ Entretanto estômago é + lesado pelos ácidos que pelos
irritaçao quando a criança começar a comer álcalis
➔ Importante garantir alimentação para chegar ao peso. ▪ Tem 3 fases: 1 (necrose aguda), 2 (ulceração e granulação) e
▪ COMPLICAÇÕES: é muito provável que tenha alterações 3 (cicatrização).
gastrointestinais e respiratórias, mesmo após a cirurgia ▪ Aumento de 1000 vezes para o RISCO DE CÂNCER
▪ Cirurgias de esôfago são bem mórbidas e sempre que EPIDERMOIDE (CEC)
possível devem ser evitadas ▪ Onde tem álcali? PILHAS (risco maior em crianças). O que
fazer se a criança engolir?
2. CARCINOMA ESPINOCELULAR e ADENOCARCINOMA
Criança chega e mãe relata que engoliu uma pilha → faz um Raio-X 6. ESOFAGITE POR HERPES
→ aparece, a maioria é metálico → se tiver no ESÔFAGO ou ▪ Pode ser primária ou por reativação de vírus latentes em
estômago → encaminha → é EMERGÊNCIA ENDOSCÓPICA, lesões orais ou genitais
precisa retirar, sobretudo, se estiver no ESÔFAGO → criança ▪ Pode ser causada por varicela zoster
MORRE, pois se houver perfuração → faz MEDIASTINITE. ▪ QUADRO CLÍNICO: odinofagia, disfagia, dor retroesternal,
▪ QUADRO CLÍNICO: dor oral e subesternal, hipersalivação, náuseas, vômitos, hematêmese
odinofagia e disfagia, hematêmese e vômito, dor nas costas e ➔ Prestar atenção nas VESÍCULAS presentes no nariz e na boca
abdominal (quando tem perfuração). ▪ DIAGNÓSTICO: endoscopia digestiva alta com biópsia das
➔ Sinais de alarme: Rouquidão, estridor e afonia→ indicam MARGENS das úlceras
queimadura das VAS, edema da epiglote, cordas vocais ➔ Lesão com pequenas vesículas → ulceradas com anel amarelo
ou de toda laringe, Disfagia tardia→ indica (como vulcão)
desenvolvimento de estenose do esôfago, Presença de ➔ BIOPSIA: na histologia → células GIGANTES e
plenitude epigástrica, perda de peso e vômitos→ sugere MULTINUCLEADAS, corpos de inclusão intranuclear tipo
obstrução antropilorica Conwdry, em VIDRO ESMERILHADO (fosco)
• Grau l: lesão limitada à mucosa, com hiperemia, edema e necrose ➔ FAZ SEMPRE BIOPSIA NA BORDA (HERPES) E CENTRO
superficial; a cicatrização ocorre sem formação de estenose ou (CITOMEGALOVÍRUS)
cicatriz ▪ TRATAMENTO: Aciclovir (400 mg 8/8h – por uma semana - via
• Grau ll: lesão profunda da mucosa, com formação de exsudato, oral) + IBP (Omeprazol 40 mg) + Analgésico. O ganciclovir é
necrose profunda e exposição da musculatura do esôfago endovenoso, uso + em hospitais.
• Grau lll: lesões de todas as camadas da parede do esôfago e
estomago, que pode levar a mediastinite, peritonite e lesão de 7. ESOFAGITE POR CITOMEGALOVÍRUS
órgãos vizinhos, como fígado, vesícula biliar, pâncreas e baço. As ▪ Transmissão por contato sexual ou com outros fluidos
perfurações ocorrem nas primeiras 24h corporais.
▪ DIAGNÓSTICO: exame físico (inspeção – da cavidade oral), ▪ QUADRO CLÍNICO: início gradual, com náuseas, vômitos,
sinais vitais, ausculta pulmonar ( MV, estertores, sibilância). febre, dor epigástrica. Disfagia, odinofagia e dor retroesternal
1) Rx de tórax sem contraste são menos comuns.
2) Laringoscopia ▪ DIAGNÓSTICO: endoscopia digestiva alta com biópsia,
3) Se as condições do pacientes estiverem boas, faz sobretudo, no CENTRO→ presença de úlcera gigante, maior
endoscopia (entre 12-24h após a ingestão) para identificar o que 2 cm. Na histologia, células com inclusões intranucleares,
grau de queimadura, pode ser usado um endoscópio com halo ao redor do núcleo – aparência de OLHO.
INFANTIL, sendo utilizado a classificação de ZAGAR. ▪ TRATAMENTO: Ganciclovir (5 mg/Kg IV a cada 12 h durante 2
▪ Cuidar depois de 72 horas, pois começa a descamar – semanas) + IBP (Omeprazol 40 mg) + Analgesia
risco de fazer iatrogenia.
▪ Exame radiográfico: útil posteriormente para avaliar a presença 8. ACALASIA E MEGAESÔFAGO ESOFÁGICO
de estenose ▪ “Ausência de relaxamento”, déficit de relaxamento do EEI,
➔ Não realizar: administração de água com leite, associado a aperistalse do corpo do esôfago. Sendo a principal
produzir calor, lavagem gástrica e vômito provocado. região danificada é o plexo mioentérico (Auerbach)
▪ TRATAMENTO: depende do grau. ▪ Esfincter pode estar com pressão maior ou igual, nem sempre
▪ Grau I: tratamento sintomático - Jejum, Hidratação, Analgésico está maior
(tramadol 50mg EV), Antiemetico (bromoprida 10mg EV), Alta ▪ Primeira parede hipertrofia depois fibrose
hospitalar no 2º ou 3º dia ▪ É mais comum a causa idiopática (primária), depois a
▪ Grau II: tratamento sintomático - IBP (omeprazol 40 mg 1x/dia), doença de Chagas (secundária)
Corticoide (prednisolona 10 mg 12/12h) . Começa ATB *Nos EUA (idiopática) e no de Chagas (Brasil) – Segundo OTTO.
▪ Grau III: cirurgia de urgência (esofagectomia/ ressecção dos ▪ Acalasia e megaesôfago são fatores de risco para CEC
órgãos acometidos), Drenagem das cavidades, ▪ QUADRO CLÍNICO: disfagia para sólidos e líquidos (faz uma
Antibioticoterapia de amplo espectro (ciprofloxacino 500mg coluna), regurgitação alimentar e de saliva, pirose, PERDA DE
12/12h) PESO LENTA, tosse crônica (especialmente noturna),
▪ Suporte psicológico halitose (megaesôfago)
▪ Fase crônica da lesão: 1 mês depois da lesão inicial ➔ Se paciente apresentar Megacólon + Megaesôfago: perguntar
onde morou? Onde estava antes? Se viajou para aéreas
5. ESOFAGITE POR CANDIDA endêmicas  suspeitar de CHAGAS
▪ Candida albicans é a + comum das esofagites infecciosas ▪ DIAGNÓSTICO: manometria (pra confirma o diagnostico –
▪ Comprometimento do esôfago superior padrão ouro), radiografia contrastada de esôfago e endoscopia
▪ Fatores predisponentes: uso de corticóide, doenças que ➔ Não tem bulha gástrica
causam imunossupressão – AIDS, neoplasias, diabetes ➔ Endoscopia: vê estenose e comida. Pode ser útil para excluir
mellitus. tumores (tem que fazer para diagnóstico diferencial – excluir
* Faz teste para HIV, caso o paciente ainda não tenha CEC – endoscopia profilática).
diagnóstico de HIV ➔ Rx contrastado com bário (para ver o tamanho e classificar):
▪ QUADRO CLÍNICO: + comum ODINOFAGIA, disfagia e lesões vê dilatação e hipertonia, imagem de estreitamento em “bico de
orais (pode estar associada a candidiase oral). Pode ter dor pássaro” na topografia do EEI. Utiliza a Classificação de
retroesternal, devido ao refluxo fisiológico (tem umas 50 por Rezende:
dia) – que agride a mucosa que já está inflamada. I - Forma anectásica: esôfago de calibre normal (até 4 cm), apenas
▪ DIAGNÓSTICO: endoscopia com biópsia (das bordas e centro) com pequena retenção de contraste, um minuto após a deglutição
 vê placas esbranquiçadas, pouco elevadas. II - Esôfago discinético: com pequeno aumento de calibre (entre 4-7
▪ TRATAMENTO: paciente normal – usa nistatina (tto tópico), cm) e franca retenção do contraste (megaesôfago leve).
pode ser usado os orais como Fluconazol (pedir para o III - Esôfago francamente dilatado (megaesôfago clássico, entre 7-
paciente fazer gargarejo antes de engolir) – se 10 cm), atividade motora reduzida e grande retenção de contraste.
imunocomprometido IV - Dolicomegaesôfago (dólico = alongado): maior que 10 cm ou
➔ Associa com IBP (Omeprazol 40 mg) para reduzir a acidez do tortuoso.
refluxo gastroesofágico * 4, 7, 10 - macete para guardar os números das dilatações
➔ Casos graves endovenoso *Para conferir essa medição: é importante saber a escala, tem
programas no computador que vêem direto.
➔ Manometria: não relaxamento do EEI em resposta a *O tto deve ser individualizado. Em pacientes jovens, prefere-se a
deglutição, aperistalse cardiomiotomia, em pacientes + idosos é melhor a dilatação da
▪ TRATAMENTO: segue a Classificação de Mascarenhas cárdia.
➢ Grau I:tto é clínico, alimentação adequada, uso de *Não é aconselhável repetir muitas vezes a dilatação da cárdia, pois
nitratos (isossorbidas), bloqueadores dos canais de cálcio faz fibrose, é difícil depois para operar.
(nifedipino) e toxina botulínica. *Gastrostomia: passa uma sonda no estômago, é usado para tratar
➢ Grau II: dilatação da cárdia (pode ser com balão desnutrição. Se quiser depois fazer uma esofagectomia, não dá
pneumático para romper as fibras musculares, demora 2 a para reconstruir com o estômago (pode ter um buraco da sonda,
3 anos) e toxina botulínica está sensível), é melhor, nesse caso, fazer com outro órgão, como
➢ Grau III:miotomia de Heller jejuno, duodeno.
➢ Grau IV:esfagectomia subtotal *Investigação cólon e coração.
SP2: ESTÔMAGO
1. ATRESIA DUODENAL 5. GASTRITE POR H. PYLORI
▪ RN prematura, trissomia do 21, pode haver polidrâmnio ▪ Virulência: CAG-A e VAC-A → determinada por flagelos,
▪ QUADRO CLÍNÍCO: vômitos bilosos (verde escuro) – depois uréase, adesinas, toxinas
da papila de Vater– maioria, icterícia prolongada. ▪ Predomina no ANTRO GÁSTRICO → depois evolui para corpo
*Paciente pode evacuar, pois as fezes não dependem apenas da e fundo
comida, também é composta por bactérias, restos celulares e ▪ Após aquisição da bactéria, o paciente desenvolve uma
descamação intestinal. pangastrite aguda superficial, que pode ser totalmente
▪ DIANÓSTICO: sinal da dupla bolha (distensão do estômago e assintomática ou se apresentar com dispepsia (dor epigástrica,
o duodeno) – Rx de abdome – patognomônico de náuseas e vômitos)
OBSTRUÇÃO DUODENAL Nos primeiros meses (agudo)  da produção de HCl→ crônico →
*Sinal da dupla bolha – também pode ser no pâncreas anular – vê depois hipercloridria (inibição da somatostatina)→hipocloridria
pâncreas envolta do duodeno (por atrofia)
▪ TRATAMENTO: cirúrgico (duodenoduodenostomia- isola a ▪ Tal quadro evolui com resolução espontânea dentro de alguns
atresia) – cirurgia difícil pela localização dias ou semanas, porém, na maioria das vezes, a bactéria não
*Passa sonda orogástrica – alimentação desaparece
* Todas as atresias intestinais → paciente tem muita rotação ▪ A partir daí, três evoluções são possíveis: (1) gastrite crônica
intestinal (volvo) → quando faz o volvo tem operar (emergência) leve; (2) gastrite antral crônica; (3) pangastrite crônica grave
(atrófica).
2. ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO ▪ A gastrite crônica leve representa o fenótipo mais comum,
▪ RN a termo, não é tão raro cursando de forma assintomática e sem repercussões clínicas
▪ QUADRO CLÍNÍCO: presença de oliva pilórica, vômito não no futuro.
biliosos em jato com conteúdo alimenta após a alimentação ▪ A gastrite antral crônica (15% dos casos), por outro lado, se
(de cor branca, com grumos de leite), ALCALOSE associa à HIPERcloridria e à úlcera péptica (principalmente
METABÓLICA (é um dos poucos casos) e será compensada duodenal). O mecanismo é o seguinte: o H. pylori danifica de
com uma acidose respiratória (com respiração superficial), forma seletiva as células D do antro, secretoras de
e hipocloridria (pelo vômito e perda na urina) desidratação, somatostatina, o que suprime o feedback negativo deste
desnutrição hormônio sobre as células G, secretoras de gastrina... Assim,
Hipocalemia (hipocalemia acontece no rim – redistribuição do ocorre hipergastrinemia, que estimula a secreção ácida do
potássio e entra para tentar reacidificar o sangue → bomba para corpo e fundo gástrico (os quais se encontram livres de doença
trocar o bicarbonato (potássio, bicarbonato e hidrogênio) → perde nesta forma de gastrite).
potássio para aumentar a absorção de hidrogênio – compensar a ▪ Na pangastrite grave (forma menos frequente) há destruição e
alcalose) → hipocalemia não é pelo vômito é pela bomba atrofia das glândulas oxínticas do corpo e fundo gástrico,
descompensada gerando HIPOcloridria. Tal fenótipo se associa às úlceras
▪ EXAME FÍSICO: palpação da oliva pilórica (hipertrofia do gástricas, à metaplasia intestinal (lesão precursora do
piloro) – palpação de uma massa cilíndrica e móvel localizada adenocarcinoma) e à hiperestimulação do tecido linfoide
entre a margem costal e o umbigo associado à mucosa, aumentando o risco de linfoma B de
▪ DIANÓSTICO: RX contrastado e simples (sinal da bulha baixo grau (linfoma MALT do estômago)
única) e ecografia (sinal do alvo – vê hipertrofia e as camadas ▪ Pangastrite: HIPOCLORIDRIA, atrofia da mucosa, metaplasia
musculares) intestinal, secreção gástrica reduzida e ↑ risco de
▪ TRATAMENTO: cirúrgico (piloromiotomiaextramucosa) – não é ADENOCARCINOMA.
procedimento de urgência ▪ Gastrite antral: tecido MALT – folículo linfóide (patognomônico)
*Passa sonda orogástrica - alimentação → fator de risco para LINFOMA MALT
▪ QUADRO CLÍNÍCO: só é assintomático na PANGASTRITE,
3. OUTRAS DOENÇAS CONGÊNITAS DO ESTÔMAGO E pode ter dor, pirose, náuseas, flatulências, sialorreia, halitose,
DUODENO cefaleia
▪ Atresia antral e pilórica, duplicação gástrica e duodenal, volvo ▪ Suspeitas de neoplasia maligna: sangramento
gástrico, perfuração gástrica espontânea do RN e microgastria. gastrointestinal, anemia, saciedade precoce, perda de peso
inexplicável (> 10% do corporal), disfagia progressiva,
4. GASTRITE odinofagia, vômito persistente → investigação com endoscopia
▪ Presença de infiltrado leucocitário inflamatório na mucosa ▪ DIANÓSTICO: EDA com biópsia + testa da urease(faz na hora
do estômago. que faz endoscopia)+ cultura. E testes respiratórios (não é
▪ Fase aguda: presença de NEUTRÓFILOS pedido sempre).
▪ Fase crônica: presença de LINFÓCITOS *Padrão ouro é a histologia
▪ Outras causas de gastrite: gastrite glanulomatosa (ex. ▪ TRATAMENTO: 7 ou 14 dias de antibioticoterapia (amoxicilina
sarcoidose, doença de Crohn), gastrite flegmolosa (+ pacientes + claritromicina) + Inibidor de bomba de prótons (Omeprazol)
desnutridos → mortalidade 20% e tto é cirúrgico), Doença de ▪ Após tratamento, realizar teste respiratório para verificar
Demenetrier (perda de proteínas) eficácia .
*Estômago em melancia →angiodisplasias→ sangramento crônico ▪ Indicação de tratamento para H. pylori:
o Doença ulcerosa, história de cirurgia ou câncer VOCÊ *Na Peritonite tem ABDOME EM TÁBUA (extravasamento do
TEM QUE TRATAR! ácido gástrico) e hipertimpanismo
o Quando tem hemorragia *Diagnóstico: faz rotina de abdome agudo – RX de tórax (PA) e
o Paciente com dor que acorda a noite abdome (AP).- ortostase e decúbito – pode apresentar íleo paralítico
o Perda de peso e PNEUMOPERITÔNIO (presença de gás no peritônio devido a
o Sinais de doenças neoplasias perfurações das vísceras – AR É PRETO). Vê entre o diafragma e
o Anemia fígado (está do lado direito).
o Refratariedade ao tratamento Quando perfurada – sempre é cirúrgico, lembrar de tratar a H.
o Presença de MALT pylori
Na hemorragia digestiva faz endoscopia (cauterização) e
6. GASTRITE AUTOIMUNE biópsia
▪ Fator de risco para ADENOCARCINOMA. Atrofia → tem ▪ Classificação de Johnson
substituição da mucosa → faz metaplasia intestinal o ESTOMAGO – CARDIA → HIPOCLORIDRIA 1
→adenocarcinoma o ESTOMAGO – ANTRO → HIPOCLORIDRIA 4
▪ Doença autossômica dominante, + corpo e fundo. o DUODENO → HIPERCLORIDRIA (CLOKING) 2
▪ Geralmente associada a outras doenças autoimunes: tireoidite o PILORO → HIPERCLORIDRIA 3
de Hashimoto e diabetes mellitus ➔ Tipo 1 e 4 (idoso), tipo 2 e 3 (paciente jovem)
▪ QUADRO CLÍNÍCO:é assintomática, mas pode ter sintomas da
anemia perniciosa (distúrbios hematológicos e neurológicos) 8.1. ÚLCERA DUODENAL
→ deficiência da vitamina B12. ▪ 20-40 anos – pacientes jovens
▪ DIANÓSTICO: EDA ▪ QUADRO CLÍNÍCO: MELHORA COM A ALIMENTAÇÃO, dor
*Pede hemograma – para anemia epigástrica, náusea, MELENA, sialorreia
▪ TRATAMENTO: só da anemia perniciosa ▪ DIANÓSTICO: EDA + biópsia
*Acido fólico + vitamina B12 + faz acompanhamento para rastrear ▪ TRATAMENTO: pode ser cirúrgico.
câncer gástrico.
8.2. ÚLCERA GÁSTRICA
7. GASTROPATIA POR MEDICAMENTOS (AINE) ▪ 40 anos – pacientes idosos
▪ Perguntar a dose de AINE ▪ QUADRO CLÍNÍCO: emagrecimento, PIORA COM A
▪ QUADRO CLÍNÍCO: dispepsia, erosões gastrointestinais, ALIMENTAÇÃO, náuseas, vômitos, DESPERTAR NOTURNO
anemia ferropriva (trata com sulfato ferroso e tenta achar a COM DOR, MELENA, doença passa a irradiar para o dorso
CAUSA), sangramento oculto nas fezes ▪ Paciente com úlcera gástrica também consegue apontar
▪ DIANÓSTICO: endoscopia (+ no antro) e sangue oculto nas onde há a úlcera
fezes (difícil de realizar, é pouco específico) ▪ Complicação: hemorragia
▪ TRATAMENTO: uso de medicamentos (qual?), IBP ▪ DIANÓSTICO: EDA + biópsia + teste para pesquisa de H.
pylori (teste da urease)
8. DOENÇA ÚLCEROSA PÉPTICA o Endoscopia – classificação de Forest (graus de
ANAMNESE DA DOR sangramento – determinam manejo)
▪ TRATAMENTO: IBP (40 mg) + terapia da erradicação do H.
pylori – Claritromicina + Amoxicilina por 14 dias.
▪ *Depende do tipo: faz cirurgia
▪ TTO de úlcera gástrica com hemorragia importante? FAZ IBP
em bolos, 80mL. 8mL por hora depois – para o
sangramento. Não parou de sangrar? Cirurgia –
gastrectomia e vagotomia.

9. ADENOCARCINOMA DE ESTÔMAGO
▪ 2° causa de óbito, só perde para o pulmão
▪ +Comum em asiáticos, o padrão difuso (é + genético e familiar,
tem relação com o tipo sanguíneo A).
▪ Fatores de risco: + inalação e ingestão de substâncias
carcinogênicas (comida industrializada), tabagismo,
gastrite atrófica por H. pylori, anemia perniciosa (gastrite
atrófica autoimune)
▪ Câncer gástrico precoce: adenocarcinoma restrito à mucosa
ou submucosa (independente do comprometimento linfonodal).
Tem BOM prognóstico.
▪ Câncer gástrico avançado: já passou a submucosa, atinge a
camada muscular.
▪ QUADRO CLÍNÍCO: pode ser assintomático, DOR
EPIGÁSTRICA, perda de peso, plenitude gástrica, perda de
apetite, náuseas e vômitos, fadiga, massa abdominal, ascite
maligna (+ em pacientes com linite plástica), hematêmese,
anemia
➔ Manifestações decorrentes de metástases: nódulo de
Virchow (supraclavicular – é patognomônico de CA gástrico),
tumor de prateleira de Brumer (fundo do saco de Douglas),
*São fatores de risco para câncer gástrico nódulo da Irmã Mary Joseph (periumbilical), Irish
*Complicações das úlceras: HEMORRAGIA, PERFURAÇÃO (axilar),Kruskenberg (ovário)
(não inclui sangramento → por isso NÃO CHOCA) E ➔ No exame físico: distensão abdominal e hepatomegalia em
OBSTRUÇÃO (pode ser por espasmo, edema e fibrose). casos de metástases e linfadenopatia
*Sangue → irrita a mucosa → paciente vomita ▪ DIANÓSTICO: EDA + Biópsia e TC (para estadiamento)
*Perfuração na parede anterior (causa peritonite) e perfuração na *Padrão ouro biópsia
parede posterior (causa dor nas costas e pancreatite).
➔ Classificação de Lauren: intestinal e difuso→ MICROSCOPIA • BORRMANN III:carcinoma ulcerado e infiltrante com
INTESTINAL:tumor bem diferenciado, com formação de estruturas margens rasas e pouco definidas: geralmente há infiltração
glandulares; manifestando-se como lesões expansivas, polipoides da submucosa, muscular própria e serosa. Esta é a
e ulceradas na endoscopia, mais comumente encontrado no apresentação mais comum do câncer gástrico. Sobrevida
estomago distal- sua disseminação é quase sempre hematogênica média em 5 anos de 20%
DIFUSO: tumor indiferenciado sem formações glandulares, • BORRMANN IV:carcinoma infiltrativo difuso: lesão difícil de
apresentando as famosas células em anel de sinete (acumulo de ser definida- ela se estende por todas as camadas do
estomago e em todas as direções. A extensão é bem mais
muco no citoplasma deslocando o núcleo para a periferia). É um
significativa do que a apreciada apenas pela inspeção e
tumor “infiltrativo” manifestando-se na endoscopia com ulceras
palpação. Quando há infiltração de todo o estomago, esse tipo
infiltradas ou linite plástica (infiltração difusa do órgão).
é chamado de Linitis plástica (linite plástica)
o Acomete mais o estomago proximal (cárdia) e tem ▪ TRATAMENTO: depende do estádio
prognostico pior que o subtipo intestinal (maior
▪ Estádio I – CA precoce: musectomia endoscópica
probabilidade de metástase precoces, inclusive por
▪ Estádio II, III e IVA: gastrectomia radical, tem RETIRAR OS
disseminação intraperitoneal). Sua disseminação se faz
LINFONODOS.
mais comumente por contiguidade (transmural) e pela via
linfogenica (metástase nodais) ▪ Estádio IVB: paliativo + quimioterapia
o Esses tumores infiltrativos frequentemente evocam uma *Se o paciente não conseguir se alimentar faz gastrostomia, se não
reação desmoplásica que endurece a parede gástrica for possível faz jejunostomia
o Quando existem grandes áreas de infiltração, um
achatamento difuso das rugas e uma parede espessada e 10. LINFOMA MALT
rígida, isso pode gerar uma aparência de cantil de couro ▪ Baixo grau de linfócitos B da zona marginal e linfoma não
chamada de linite plástica. Hodgkin
➔ Classificação de Borrmann: vê na endoscopia e suspeita ▪ Fatores de risco: H. pylori + gastrite antral crônica
quando tem bordas elevadas e convergindo → (presença de tecido MALT)
MACROSCOPIA ▪ Associado a translocação 11,18
• BORRMANN i: carcinoma polipoide ou “fungoide”: esta ▪ QUADRO CLÍNÍCO: dispepsia, dor epigástrica, hematêmese,
lesão é bem demarcada com áreas de tecido normal em toda a melena, perda de peso
sua volta. Sobrevida media em 5 anos de 40% ▪ DIANÓSTICO: EDA + biópsia
• BORRMANN II: Carcinoma ulcerado com margens bem ▪ TRATAMENTO: gastrectomia total seguida de radio e
demarcadase nenhuma infiltração: esta lesao é impossível quimioterapia
de ser diferenciada, somente pelo seu aspecto endoscópico, *Tratar H. PYLORI→antibioticoterapia (claritromicina + amoxicilina)
da úlcera gástrica benigna. Sobrevida media em 5 anos de + IBP (omeprazol)
35%
SP3: INTESTINO - DIARREIA
1. DOENÇA DE CROHN *Complicação: megacolón tóxico – internar (sonda corticóide,
▪ Acomete qualquer parte do tubo digestivo → boca até o ânus imunossupressor, ATB) – se não melhorar tto cirúrgico
→ LESÕES SALTEADAS ➔ Classificação de truelove e witts: avalia a gravidade da doença
▪ Alterações patológicas inflamatórias transmurais o Leve: menos de 3 evacuações por dia
▪ Fator de risco: tabagismo o Moderada : + de 4 evacuações por dia
▪ QUADRO CLÍNICO: doença PERIANAL (fístulas, fissuras e o Grave: + de 6 evacuações por dia
abcessos), diarreia crônica persistente, dor abdominal, febre, ➔ Classificação quanto à extensão das lesões:
anorexia, perda de peso, cólicas ++ Proctite→proctossigmoidite→ colite esquerda → colite extensa
*Complicação: deficiência de B12, anemia, perfuração, fístulas e →pancolite com ileíte de refluxo
fissuras perianais (para a pele), megacólon tóxico ▪ DIAGNÓSTICO: Colonoscopia com biópsia
*EXAME FÍSICO: o Colonoscopia: hiperemia, edema, inflamação inteira da
o Oral → boca → presença de úlceras mucosa, mucosa friável, erosões, ulcerações, exsudação
o Anal → fissuras perianais de muco, pus ou sangue
▪ DIAGNÓSTICO: Endoscopia com biópsia o Histopatológico: pseudopólipos, MICROABCESSO DE
o EDA → comprometimento salteado, com úlceras aftosas CRIPTA→criptite
→ PEDRAS EM CALÇAMENTO *Marcador sorológico: p-ANCA
o Histopatológico → granuloma não caseoso *Rx contrastada → perda das haustrações→ aspecto em “cano
*Pode realizar o enema opaco → imagem contrastado de chumbo”
*Marcadores sorológicos: anticorpos ASCA ▪ TRATAMENTO: existe possibilidade de CURA →
▪ TRATAMENTO: derivados do ácido 5-aminosalicílico (5-ASA), proctocolectomia total ou colectomia total com ileostomia
corticóides (Budesonida), imunomoduladores (doença crônica).
▪ NÃO tem cura → trata as fístulas perianais → paciente 3. DOENÇA CELÍACA
sempre assado → uso de hipogloss e pasta de água ▪ Doença autoimune de caráter permanente
▪ SÓ opera se tiver complicações ▪ Somente 10% recebe o diagnóstico, pois o paciente pode ser
assintomático
*Cuidado na cirurgia → como as lesão são salteadas → se fizer a
▪ Intolerância ao glúten do trigo, centeio, cevada e aveia →
ressecção na região onde tem Crohn→ NÃO cicatriza.
presença de gliadina (tóxica)
*Impacto na qualidade de vida → paciente está sempre com
▪ Pessoa induz dieta restritiva (por conta própria) → tem genes
diarreia, tem os cuidados perianais → não sai de casa, precisa
(HLA-DQ2 e HLA-DQ8) → propensão a desenvolver a
sempre de um banheiro próximo
doença celíaca ou condição de desnutrição
2. RETOCOLITE ULCERATIVA Diarreia crônica → perda de vilosidades → má absorção → ANEMIA
e DESNUTRIÇÃO
▪ Limitada ao cólon e reto → se estende à mucosa e submucosa
▪ QUADRO CLÍNICO: diarreia pode ter esteatorreia, mas pode
→ ASCEDENTE e UNIFORME
acontecer constipação, emagrecimento, fraqueza, cansaço,
▪ Fator protetor: tabagismo
anorexia, dor abdominal localizada, náuseas e vômitos.
▪ RCU dá +++ câncer
*Manifestações atípicas → osteopenia/osteoporose (carência de
▪ QUADRO CLÍNICO: diarreia + SANGUINOLENTA, cólicas
nutrientes) e dermatite herpética
(menos intensas), dor abdominal inferior, febre, crescente
*Perguntar sobre a dieta e quantidade de glúten que é ingerida
urgência para defecar
*Exame físico: desnutrição ps: Só trata com antimicrobianos se ela se tornar crônica ou
▪ DIAGNÓSTICO: hemograma (devido a anemia), sorologia prolongada (>14 dias) e se for muito intensa (desidratação
(IgAanti- transglutaminase tecidual), e EDA com biópsia grave e perda de peso). Só faz investigações (exames como
o Macroscopia: atrofia e aplainamento das dobras mucosas e parasitológico, coprocultura) se cronificar, se for severa,
vilosidades imunocomprometidos, >70 anos.
o Critérios de Marsh: alterações histológicas na biópsia de ps2: Se no PS, da pra pedir hemograma e eletrólitos no
intestino delgado – quantidade de linfócito, hiperplasia das paciente com mal estado geral
criptas e atrofia das vilosidades ▪ TEMPO: aguda (< 2 semanas), persistente (entre 2-4semanas)
0: arquitetura vilosa normal sem aumento de linfócitos intraepiteliais e crônica (>4 semanas)
I: arquitetura vilosa normal com aumento de linfócitos intraepiteliais ▪ ANATOMIA
II: aumento de linfócitos intraepiteliais e hiperplasia de criptas com o Alta → intestino delgado → episódios diarréicos são +
vilosidade normal volumosos, pequeno número de evacuações, dor
IIIa: aumento de linfócitos intraepiteliais e hiperplasia de criptas com periumbilical, esteatorreia, ausência de pus e muco,
atrofia vilosa parcial emagrecimento, anemia, deficiência vitamínica e desnutrição
IIIb: aumento de linfócitos intraepiteliais e hiperplasia de criptas com o Baixa → cólon → evacuações em pouca quantidade, muito
atrofia vilosa subtotal frequentes, tenesmo (desconforto ao evacuar), urgência fecal,
IIIc: aumento de linfócitos intraepiteliais e hiperplasia de criptas com irritação do reto, dor abdominal do tipo cólica, com muco, pus
atrofia vilosa total. ou sangue
*Diagnóstico definitivo → é a reversão do quadro após o início ▪ ETIOLOGIA: infecciosas (viral, bacteriana, protozoários,
de uma dieta sem glúten verminoses) ou não infecciosas
▪ TRATAMENTO: suspensão do glúten na dieta, medicamentos ➔ Verminose → tem diarreia e constipação → devido a
para a correção de carências nutricionais (ferro, cálcio, reinfecção → pede hemograma → tem EOSINOFILIA → que
vitaminas). se confunde com estados alérgicos
*Paciente não melhora em 6 meses → pode ser uma doença ▪ FISIOPATOLOGIA
refratária o Diarreia secretória → alguma toxina ou droga está estimulando
a secreção ou inibindo a absorção hidroeletrolítica pelo epitélio
4. INTOLERÂNCIA A LACTOSE intestinal → não melhora com o jejum → ex. laxativos,
▪ Intolerância congênita a lactose → ausência ou intensa infecciosa.
deficiência da atividade lactásica→ aparece após 1° ou 2° o Diarreia osmótica → presença de uma substância
ingestão de leite → distensa abdominal, vômitos, diarreia osmoticamente ativa e não-absorvível pelo epitélio intestinal →
líquida, explosiva de odor ácido → cessa com a suspensão do cessa com o estado de jejum, pH baixo (< 5,3), tem mucosa
leite irritada – assadura → ex. deficiência de lactase.
▪ Intolerância de início tardio → + adultos →da atividade *Usa manitol ou piposulfato
lactasica com a idade → pode fazer a reintrodução de forma o Síndrome diasbsortiva→ origem em uma doença do intestino
lenta, porque ainda tem a enzima delgado → falhas na absorção de nutrientes +
▪ QUADRO CLÍNICO: dor abdominal, distensão intestinal, ESTEATORREIA (paciente relata que as fezes bóiam, com
borborigmos, FLATULÊNCIAS (liberação de gases), diarreia bolhas de gordura boiando) + aliviada pelo jejum → ex. doença
*Maioria consegue tolera certa quantidade de lactose (12-18 g) de Crohn, celíaca
▪ DIAGNÓSTICO: hemograma, teste do hidrogênio no ar o Diarreia invasiva, inflamatória→ lesão direta da mucosa
expirado com lactose, teste de tolerância a lactose intestinal → fezes com muco, purulentas e sanguinolentas
▪ TRATAMENTO:  ou eliminação da lactose familiar
(DISENTERIA) que continuam durante o jejum → pode ser
*Uso da enzima lactase extraída de determinados fungos: Lact-aid,
infecciosa ou não infecciosa (ex. doença inflamatória intestinal)
Lactrase e Lactace
o Diarreia funcional →hipermotilidade intestinal → síndrome do
5. COLITE PSEUDOMEMBRANOSA
intestino irritável, diarreia diabética
▪ É causado pelas toxinas (A- enterotoxina e B-citotoxina) do
*Os mecanismos da diarreia podem atuar de maneira conjunta,
Clostridium difficile (bacilo gram +, formador de esporos,
simultânea
anaeróbico obrigatório), um comensal normal do intestino e
▪ Sinais de alerta: sinais de desidratação, alteração do estado
ocorre, geralmente, após um curso de tratamento
mental, febre, sangue visível nas fezes, vômitos persistentes,
amtimicrobiano (antibióticos) de amplo espectro
diarreia abundante com evacuações frequentes.
▪ Quase TODOS os antibióticos podem desenvolver a colite →
▪ Tratamento: depende do grau de desidratação → plano (A, B e
as mais usadas → + propensas:
C)
o Clindamicina, ampicilina, amoxaciclina, cefalosporinas,
o Terapia de reidratação oral → sache OU pede para o
quinolonas, sulfonamidas
paciente dilui isotônico (gatorade) com 1L de água
▪ QUADRO CLÍNICO: febre, dor abdominal, cólicas,
o Probióticos
desidratação, DIARREIA AQUOSA com muco (10 a 20
*Floratin→ para restabelecer a flora intestinal
evacuações por dia)
*Suspeitar quando aparece sintomas característicos dentro de um o Usa ATB após 10 dias de diarreia e não melhora →
período de 6 semanas após a exposição a um agente quinolona (usa se for viajar → diarreia do viajante),
antibioticoterápico metronidazol e bactrin (sulfa+ trimetro)
▪ DIAGNÓSTICO: hemograma, pesquisa de toxinas nas fezes, o Recomendações com alimentação → refeições frequentes
colonoscopia com biópsia e levianas distribuídas ao longo do dia. Os lactentes devem
o Elevações da mucosa → PSEUDOMEMBRANAS, ser colocados no peito ou deve ser oferecida a mamadeira
arredondadas, amareladas com  frequência
▪ TRATAMENTO: suspensão do antibiótico atual, substituição *Em crianças trata a constipação com água de aveia, e diarreia com
por metronidazol (combater o C. difficile), probioticoterapia, canja.
terapia de reidratação oral. ➔ Na intoxicação alimentar → só precisa ingerir a toxina (+
*Em casos + graves, e com recidivas → dá pra fazer o transplante comum a S. aureus) → tem 1 a 2 episódios de diarreia →
fecal. depois passa → isso não significa que o alimento está
contaminado
6. DIARREIAS: é o  no número de evacuações (+ de 3
vezes ao dia) e  da massa fecal (>200 g/dia) com fezes 6.1. DIARREIA VIRAL  ROTAVÍRUS
aquosas ou de pouca consistência
▪ Causa + comum de DIARREIA GRAVE na infância → + *ATB só para casos graves→ ampicilina, amoxicilina
vulneráveis → 6 a 24 meses
▪ QUADRO CLÍNICO: dor abdominal, vômito e diarreia 6.5. DIARREIA BACTERIANA  CÓLERA
aquosa→ DESIDRATAÇÃO ▪ Transmissão por água contaminada, alimentos e fruto do mar
▪ TRATAMENTO: é autolimitada → terapia de reposição oral, ▪ QUADRO CLÍNICO: casos graves → diarreia aquosa e
realimentação precoce vômitos, fezes volumosas se assemelham água de arroz,
➔ Prevenção → VACINA com odor de peixe → DESIDRATAÇÃO
▪ Alcalose respiratória para compensar acidose metabólica
6.2. DIARREIA BACTERIANA  E. COLI ▪ TRATAMENTO: terapia de reposição oral
▪ Colonizam o trato GI saudável → maioria NÃO é patogênica *ATB só para casos graves→doxiciclina ou azitromicina, tetracicilina
▪ Diarreia por bactéria + comum no Brasil → tem várias cepas →
+ importância clínica → E coli O157:H7 – E. coli Entero- 6.6. DIARREIA PROTOZÓARIO  GIARDIASE
hemorragica → apresenta diarreia sanguinolenta, pode ter ▪ Contaminação por meio da ingestão de cistos da Giardia
febre→ síndrome hemolítica-urêmica (SHU) lamblia durante a natação em água contaminada
▪ É uma das causas da diarreia do viajante → E. ▪ QUADRO CLÍNICO: diarreia aguda ou crônica, má absorção,
colienterotoxigênica: diarreia aquosa e profunda, SEM perda de peso e FEZES EXPLOSIVAS, esteatorreia
FEBRE, encontra também O157H7 ▪ DIAGNÓSTICO: detecção imunofluorescente de cistos nas
▪ E. coli enterovasiva/enteropatogênica: aumento na produção amostras de fezes
de muco – FEBRE ELEVADA, diarreia sem sangue ▪ TRATAMENTO: terapia de reidratação oral, pode ser usado
▪ QUADRO CLÍNICO: febre, diarreia pode ou não ser metronidazol
sanguinolenta, tenesmo, dor abdominal.
▪ TRATAMENTO: terapia de reidratação oral, realimentação 6.7. DIARREIA PROTOZOÁRIO  AMEBIASE
precoce
▪ Transmissão fecal-oral
▪ QUADRO CLÍNICO: dor abdominal, diarreia sanguinolenta ou
6.3. DIARREIA BACTERIANA  SHIGELLA perda de peso, pode levar a disenteria
▪ São + proeminentes no intestino grosso (cólon esquerdo), mas ➔ Complicações: colite necrosante aguda, megacólon e produz
o íleo também está envolvido ABSCESSOS no fígado
▪ Transmissão por água e alimentos contaminados ▪ TRATAMENTO: terapia de reidratação oral, pode ser usado
▪ QUADRO CLÍNICO: diarreia, febre, dor abdominal, tenesmo, metronidazol
cólica abdominal, SANGUE e MUCO (principal causa de
disenteria) estão presentes no 2° dia da doença. 6.8. DIARREIA PROTOZORIO  CRIPTOSPORIDIUM
▪ DIAGNÓSTICO: cultura das fezes
▪ Causa diarreia do viajante e a diarreia persistente
▪ TRATAMENTO: terapia de reidratação oral, ATB
▪ Aumento com o aumento na prevalência do vírus da
(sulfametoxazol+trimetoprima) → casos graves
HIV/AIDS, transplantes e necessidade de
imunossupressão, doença autoimune e com o
6.4. DIARREIA BACTERIANA  SALMONELA envelhecimento da população.
▪ Galinha → tem ooforite→ infecção no ovário → ovos estão ▪ Oocistos são resistentes ao cloro → podem persistir na água
contaminados tratada
▪ QUADRO CLÍNICO: fezes moles e diarreia profusa, febre ▪ QUADRO CLÍNICO: diarreia aquosa não sanguinolenta, tem
➔ Complicações extraintestinais→ disseminação hematogênica→ alterações das células epiteliais, atrofia das vilosidades e perda
meningite e osteomielite (crianças com anemia falciforme) de enzimas digestivas
▪ DIAGNÓSTICO: cultura das fezes ▪ DIAGNÓSTICO: oocistos na fezes
▪ TRATAMENTO: maioria é autolimitada → terapia de reposição ▪ TRATAMENTO: terapia de reidratação oral.
oral
SP4: FÍGADO
1. ICTERÍCIA ▪ PSEUDOICTERÍCIA → ingestão excessiva de alimentos ricos
▪ ICTERÍCIA PRÉ-HEPÁTICA →excesso de oferta de heme- em betacarotenos
proteínas, hemólises, reabsorção de grandes hematomas, o NÃO causa pigmentação na esclera → coloração é +
anemia falciforme intensa nas palmas de mãos e solas de pés
o  da bilirrubina indireta (não conjugada) → NÃO
apresenta colúria e acolia fecal ABORDAGEM DO PACIENTE COM ICTERÍCIA
o  da bilirrubina é pouco expressivo (até 5mg/dL) com ou ▪ ANAMNESE
sem icterícia clínica  Ocupação
▪ ICTERÍCIA INTRA-HEPÁTICA → pode ser por alterações no  Sintomas associados
processo de conjugação no interior dos hepatócitos até a  Perda de peso
excreção da bilirrubina já conjugada  História pregressa de doenças hepáticas
o da bilirrubina direta e/ou indireta  História de cirurgias abdominais
o Causas: hepatite autoimune, infecções, álcool e drogas  Uso de substâncias tóxicas: álcool e medicamentos
▪ ICTERÍCIA PÓS-HEPÁTICA → ocorrem após a bilirrubina já  Atividade sexual
ter sido conjugada no fígado.  Alimentos contaminados
o  da bilirrubina direta (conjugada) → cursa com  Exposição a sangue e a derivados → perguntar se já
COLÚRIA e ACOLIA fecal realizou transfusão sanguínea (década de 90 para trás) →
o Processos obstrutivos da árvore biliar →colelitíase (cálculos comum ter hepatite C → em média demora 30 anos para
na vesícula), estenoses pós-cirúrgicas, colecistite,
fazer cirrose → estamos no final de um pico
coledocolitíase, colangite, tumores da junção biliopancreática
 Viagens → leptospirose, febre amarela, malária
➔ Principal causa de hiperbilirrubinemia direta é a obstrução
▪ EXAME FÍSICO
de vias biliares, a 2ª causa são as hepatites
➔ Principal causa de hiperbilirrubinemia indireta é a  Avaliar coloração das mucosas no recesso conjuntival
hemólise inferior, no palato e na região sublingual
 Cor pode variar do amarelo-esverdeado ao amarelo- ▪ Atividade da UGTA1 reduzida < que 10% do normal
alaranjado ▪ QUADRO CLÍNICO: pele extraordinariamente amarela, tem
 Hepatimetria quadro tardio RARO de kernicterus com jejum
▪ EXAMES COMPLEMENTARES: Hemograma + hepatograma ▪ DIAGNÓSTICO: dosagem de bilirrubina sérica total → 6-25
 Avaliação da bilirrubina (geralmente <20, não conjugada)
 Enzimas hepáticas → integridade dos hepatócitos → ALT ▪ TRATAMENTO: fenobarbital
E AST → valor máximo é 40
*Na inflamação aguda do fígado → muito → quanto  a 3.4. SÍNDROME DE DUBIN-JOHSON→ HIPERBILIRRUBINE-
destruição dos hepatócitos → se encontra na corrente MIA CONJUGADA (DIRETA)
sanguinea→ exemplo → nas hepatites podem fazer até 4000 U/L ▪ Prejuízo da excreção biliar de glicoronídeos de bilirrubina em
função de mutação na proteína associada à resistência a
*Inflamação na vesícula → volta pro fígado → aumenta em 3x →
múltiplos medicamentos 2 (MRP2) canalicular
120 U/L
▪ QUADRO CLÍNICO: maioria dos pacientes é assintomática →
 Função dos hepatócitos → albumina, tempo de
mas pode ter uma icterícia crônica ou recorrente de
protrombina
intensidade flutuante, com hepatoesplenomegalia
 Função excretora biliar→fosfatase alcalina e gama-GT
*Fígado exibe um pigmentação escura devida a grânulos
 Testes sorológicos para hepatites virais
pigmentados grosseiros no citoplasma dos hepatócitos
 Exames de imagem → US, TC ou CPRM
▪ DIAGNÓSTICO: dosagem de bilirrubina sérica total →
 Biópsia hepática
tipicamente 2-5, cerca de 60% de reação direta
▪ TRATAMENTO: evitar estrógenos, não há necessidade de
2. ICTERÍCIA FISIOLÓGICA
terapias adicionais
▪ Quadro benigno, autolimitado
▪ Maquinário hepático para a conjugação e excreção da
3.5. SÍNDROME DE ROTOR→ HIPERBILIRRUBINEMIA
bilirrubina não amadureceu completamente →
CONJUGADA (DIRETA)
hiperbilirrubinemia não conjugada leve e transitória
▪ Secreção ou armazenamento hepático prejudicado de
▪ QUADRO CLÍNICO: início com 48 h e pico no 3° dia,
bilirrubina conjugada → defeito molecular desconhecido
desaparecendo ao final da primeira semana
▪ QUADRO CLÍNICO: icterícia, mas tem uma vida normal. Faz
*Icterícia
análise de coproporfirina na urina e desaparecimento de BSP
▪ DIAGNÓSTICO: dosagem de bilirrubinas → zona de Kramer
▪ DIAGNÓSTICO: dosagem de bilirrubina sérica total → 3-7,
o Atinge um pico de 5-6 mg/dL
cerca de 60% de reação direta
o Pode atingir 12 mg/dL→ ligado a fatores de risco →
▪ TRATAMENTO: não há necessidade de tratamento específico
PREMATURO, filhos de mãe diabética, raça oriental,
eliminação tardia do mecônio, história familiar de irmão
4. HEPATITES→ doença neuroinflamatória do fígado
que teve icterícia fisiológica
História natural das hepatites AGUDAS
▪ TRATAMENTO: a maioria não trata, mas depende de cada
 Incubação → contato com o agente infeccioso
caso → se + grave → indica-se fototerapia →
 Prodrômico→ sintomas inespecíficos → febre, astenia, dores
exsanguineotransfusão
musculares, cefaleia, náuseas, vômitos → duram de 4 a 7
dias
3. SÍNDROMES CONGÊNITAS→ importante tranquilizar o
 Estado → formas clássicas →colúria, icterícia, hipo ou
paciente → é diagnóstico de exclusão
acolia fecal, com ou sem prurido, mas pode ser anictérica,
3.1. SÍNDROME DE GILBERT→ HIPERBILIRRUBINEMIA
com infecção subclínica
NÃO CONJUGADA (INDIRETA)
▪ Relativamente COMUM→ até 12% da população  Convalescença → recuperação clínica do paciente, que
▪ Atividade de UDPGT/UGT1A1bilirrubina está  para 10-33% tende a ser normalizar em um período máximo de 6
do normal meses
▪ QUADRO CLÍNICO: hiperbilrrubinemia leve, flutuantes → NA HEPATITE HÁ ↑ DA BILIRRUBINA DIRETA (faz padrão
colestático): hepatite é uma lesão celular que a afeta a
agudo → é desencadeado como o ESTRESSE, exercício
captação, conjugação e excreção; mas afeta mais a fase de
extenuante ou jejum excreção, por isso ↑ mais a BD do que a BI (mas ambas estão ↑;
▪ DIAGNÓSTICO: dosagem de bilirrubina sérica total → menor mas a BD bem mais)
que 4 na ausência de jejum ou hemólise, a maioria não
conjugada
▪ TRATAMENTO: se necessário usa fenobarbital

3.2. SÍNDROME DE CRIGLER NAJAR I→ HIPERBILIRRU-


BINEMIA NÃO CONJUGADA (INDIRETA)
▪ Muito rara → fatal no RN
▪ UGT1A1 hepática → está completamente ausente → bilirrubina
não conjugada regurgita de volta para a circulação → se liga a
albumina → risco de ter lesão neurológica → sem transplante
de fígado → causa morte secundária a Kernicterus dentro de
18 meses após o nascimento
▪ QUADRO CLÍNICO: bilirrubina não conjugada → atinge níveis
→ icterícia severa (pele extraordinariamente amarela) e
kernicturus, lesão neurológica
4.1. HEPATITE A
▪ DIAGNÓSTICO: dosagem de bilirrubina sérica total → 18- 45
▪ Vírus RNA, transmitido via oral-fecal
(geralmente >20 não conjugada)
▪ Causa APENAS a forma de hepatite AGUDA
▪ TRATAMENTO: fototerapia → TRANSPLANTE DE FÍGADO
▪ Período de incubação de 4 semanas
▪ QUADRO CLÍNICO: maioria é assintomática ou apresenta
3.3. SÍNDROME DE CRIGLER NAJAR II→ HIPERBILIRRUBI-
sintomas inespecíficos, icterícia (40 a 70% dos casos)
NEMIA NÃO CONJUGADA (INDIRETA)
▪ Incomum
*Raramente causa hepatite fulminante → insuficiência hepática ▪ TRATAMENTO: hepatite tem que tratar → cura
AGUDA fulminante → TRANSPLANTE → indicação para topo de espontaneamente → mas 20% tem intercorrência. Usa
lista → paciente não consegue regenerar (não dá tempo) alfapeguinterferona, tenofovir, entecavir
*Encefalopatia → consequência da insuficiência hepática → ➔ Prevenção: vacinação e profilaxia pós-exposição
necrose, fibrose, colágeno, cirrose → pode ser agudo ou crônico
▪ DIAGNÓSTICO: detecção de anticorpos 4.3. HEPATITE C
o Anti-HAVIgM: indica infecção aguda ▪ Descritos 7 genótipos: o 1 (+ COMUM e grave), o 3 (tem cura)
o Anti-HAVIgG: indica infecção pregressa → tem imunidade e 4 (+ leve). É extremamente mutagênico
▪ TRATAMENTO: NÃO existe nenhum tratamento específico → ▪ Transmissões + importantes: equipamentos para uso de
drogas ilícitas, tatuagens, piercing, objetos de uso pessoal,
medidas de suporte gerais → repouso e dieta
transfusão sanguínea (antes da década de 90)
➔ Prevenção: medidas sanitárias e vacinação
▪ QUADRO CLÍNICO: pode ser assintomática e anictérica, com
sintomas inespecíficos (astenia, anorexia, mal-estar e dor
4.2. HEPATITE B
abdominal)
▪ Vírus DNA viral, transmissão perinatal (vertical), contato sexual
(horizontal) Hepatite aguda  80% se torna hepatite crônica  20%
▪ Período de incubação de 4 a 26 semanas desenvolvem cirrose  carcinoma hepatocelular (não evolui direto
▪ Fator de risco: hepatite B é precursor para carcinoma para CHC)
hepatocelular (CHC) e aparecimento de cirrose. ▪ DIAGNÓSTICO: elevações episódicas das aminotransferases
*Pode evoluir direto para CHC séricas → caráter FLUTUANTE
▪ QUADRO CLÍNICO: anorexia, febre, icterícia e dor no o Anti-HCV: método ELISA (sorologia convencional) ou pelo
quadrante superior direito, hepatite fulminante (raro). Pode TESTE RÁPIDO
produzir o RNA do HCV: PCR
o Hepatite aguda com recuperação e eliminação do vírus o Carga viral → nos pacientes com HIV e para ver se o
o Hepatite crônica não progressiva tratamento está efetivo
o Doença crônica progressiva terminando em cirrose o Biópsia: vê grau de fibrose
o Hepatite fulminante com necrose hepática maciça ▪ TRATAMENTO: lista de medicamentos no manual de hepatites
o Estado de portador assintomático → o + usado era ribavirina
▪ DIAGNÓSTICO: teste rápido (detecta apenas o HBsAg- ➔ NÃO tem vacina
antígeno AUSTRÁLIA), dosagem sérica de ALT (TGP) e AST
(TGO) 4.4. HEPATITE MEDICAMENTOSA
o Teste rápido positivo → pedir marcadores ▪ Tardio → 90 dias
o Anti-HBS positivo → indica vacinação ▪ Pode ser dose-dependente ou idiossincrásica
o TIPO I: dose-dependente → paracetamol – uso > 4 g,
AINE em cirróticos
o TIPO II: idionssincrásica→ é independente da dose
administrada e atinge apenas indivíduos suscetíveis
▪ QUADRO CLÍNICO: febre, icterícia, insuficiência hepática
aguda grave ou fulminantes
▪ DIAGNÓSTICO: uso de medicamentos + exclusão de outras
etiologias
▪ TRATAMENTO: depende do medicamento utilizado
(paracetamol → usa N-acetilcisteína), ou corticoesteroides

4.5. HEPATITE IMUNE


▪ Causa desconhecida → presença de autoanticorpos,  níveis
HEPATITES: FAZ PADRÃO COLESTÁTICO = ↑ BD de imunoglobulinas séricas e frequente associação a doenças
HBsAg: indica infecção (contato com o vírus) aguda e crônica; tem autoimunes
no sangue ▪ 2 picos: 15-25 anos e 45-60 anos
Anti-HBs: cura; tem no sangue ▪ Tem 2 tipos
HBcAg: indica infecção, mas só expressado no fígado; só se obtém o Tipo I: ANA, SMA, AAA, anti-SLA/LP
na biópsia hepática o Tipo II; ALKM-1, ACL-1
Anti-HBc IgG: indica infecção crônica/antiga; cicatriz sorológica; ▪ Na histopatologia→ agrupamentos de plasmócitos→
tem no sangue inflamação hepatocelular e grau de fibrose subjacente
Anti-HBc IgM: indica infecção em fase aguda; tem no sangue ▪ QUADRO CLÍNICO: fadiga, desconforto no QSD, prurido,
HBeAg: indica maior replicação viral; tem no sangue polimialgia
Anti-HBe: melhora do quadro da doença ▪ DIAGNÓSTICO: gamaglobulinas,  de AST/TGO e ALT/TGP
▪ TRATAMENTO: corticóide (prednisona) baixa dose em doença
aguda → evitar uso crônico pela imunossupressão renal

4.6. HEPATITE ALCÓOLICA


Etanol  hipóxia  impede mitocôndrias de fazer degradação
esteatose hepatite alcoólica  cirrose hepática
▪ História de abuso crônico de álcool: média de ingestão
superior a 40g/dia →1 L de cerveja OU 1 e 2 doses de
destilados
o 10-12 g → 1 lata de cerveja
▪ QUADRO CLÍNICO: precedida por episódios copiosos de
álcool. Icterícia de início súbito, febre, taquicardia, anorexia,
náuseas, vômitos, ascite e hepatomegalia dolorosa.
▪ DIAGNÓSTICO:  de aminotransferases, AST/ALT > 2 → + ➔ Transplante hepático: não são a 1° escolha, precisa de 6
TGO que TGP, biópsia hepática (corpos Mallory-Denk), meses de abstinência, acompanhamento com psicólogos
ecografia hepática (excluir outras causas) *Um transplante custa 250.000 a 500.00 para o Estado.
▪ TRATAMENTO:  nutrição, suporte, suspensão de álcool, uso
de prednisolona
SP5: ICTERÍCIA OBSTRUTIVA
A secreção ductular é estimulada pela secretina, colecistocinina e gastrina e o volume total de bile varia de 500 a 800 mL/dia.
Em todos os casos de colestase pede USG (1° escolha)

OBSTRUÇÃO BILIAR (parcial ou total) → da pressão intraductal e intracanalicular no parênquima hepático → dilatação a montante da via biliar
→ lentificação da bile → estase e decantação → cálculos de vias biliares (primários- + disformes e secundários da vesícula - + redondos)
*Bilirrubinas direta e total, a fosfatase alcalina, ácidos biliares e a gamaglutamiltransferase estão aumentados no plasma, e o
urobilinogênio urinário e fecal estão diminuídos ou ausentes. Os sais biliares, impossibilitados de serem secretados na bile, são
excretados na urina, por transporte ativo e por difusão passiva de conjugados sulfatados

1. ESTENOSE DE VIAS BILIARES ▪ Doença colestática crônica de etiologia indeterminada


1.1. ATRESIA CONGÊNITA (associada ao sistema imune). Doença rara
▪ Tem inicio habitualmente entre 15 a 21 dias de vida→ tem ▪ Os colangiócitos são ativados e expressam moléculas de
AUMENTO da BD adesão, citocinas e receptores inflamam e pró-
▪ Associada à síndrome de poliesplenia fibrogênicos e fatores de crescimento que estimulam a
▪ QUADRO CLÍNICO: fezes coradas até os 15 dias de vida produção de matriz extracelular e proliferação de
→hipocolia→acolia. Icterícia, colúria, prurido, desenvolvimento miofibroblastos-periductais. É difusa
de cirrose. ▪ Fibrose obliterativa progressiva dos ductos biliares intra-
* Sinal de alerta: acolia fecal persistente hepáticas → lesão em casca de cebola → cirrose
*Cirrose biliar secundária (por estase, pode ser por causa da litíase, ▪ Associada doenças inflamatórias intestinais e autoimunes:
estenose) →complicação Crohn e retocolite ulcerativa (+comum – marcador P-ANCA)
▪ DIAGNÓSTICO: ultrassom (sinal do cordão). ↑BD, ↑FA, ▪ QUADRO CLÍNICO: maioria é assintomática, sintomas
↑GAMA-GT inespecíficos → fadiga, prurido, icterícia, dor abdominal,
▪ TODA criança com icterícia que permaneça além dos 14 deficiência de vitaminas lipossolúveis (KADE, pois na
dias, deve ser investigada para ser afastada a colestase tem  da absorção de gordura) hepatomegalia,
possibilidade de colestase de causa cirúrgica perda de peso → doença avançada;
▪ Há alterações no tempo de coagulação ▪ Complicações: cirrose biliar secundária, colangiocarcinoma
▪ TRATAMENTO:intervenção cirúrgica →portoenterostomia→ (inviabiliza o transplante hepático)
transplante de fígado ▪ DIAGNÓSTICO: Paciente chega → tem ↑BD, ↑FA, ↑GAMA-GT
e TGO e TGP levemente alterado (elevação de enzimas
1.2. ATRESIA PÓS-OPERATÓRIA→ é iatrogênica hepáticas)→ fazer acompanhamento → voltar em 3 meses.
▪ Colecistectomia NÃO é + só por videolaparoscópica: equipe + ▪ Dá pra pedir CPRE →colangiografia→ estenose-dilatação
treinada, tem ↓ a incidência (padrão de colar de contas)
▪ Pode ocorrer nas hepatectomias, transplante hepático (pela ▪ Colangioressonância: mas não é a realidade de muitos
manipulação pode haver fibrose) hospitais
▪ QUADRO CLÍNICO: icterícia obstrutiva, + comum no 2° e 3° ▪ Biópsia hepática: colangite obliterante com fibrose periductal
dia de pós-operatório (em anel de cebola)
▪ Há drenagem abundante e persistente de bile pelo dreno ▪ Pesquisar CA de vesícula: USG anual com biópsia
(se tiver dreno) ▪ TRATAMENTO: controlar os sintomas e as complicações
▪ Normalmente há peritonite ou ascite, porque não há dreno da colestase.
▪ DIAGNÓSTICO: US, colangioressonância (ver a via biliar), ▪ Prurido (uso de colestiramina), reposição de vitaminas
CPRE (visualiza a papila duodenal → injeta contraste → vê lipossolúveis (vitamina D), ácido ursodesoxicólico (melhora dos
estenose das vias biliares → coloca stent para dilatar a via parâmetros laboratoriais – FA, aminotransferases)
biliar OU faz caminho alternativo →anastomose biliodigestiva ▪ Transplante hepático: única terapia curativa para CEP
com o colédoco com jejuno ou duodeno →↑ velocidade – não
faz cálculos) 2. COLEDOCOLITÍASE
*Como faz a Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada ▪ Presença de cálculos no interior dos ductos biliares da árvore
(CPRE)? →usada para estudar os ductos da vesícula biliar, biliar
pâncreas e fígado. Passa um endoscópio (paciente sedado ou com o Primária: cálculos se formam na própria via biliar principal
anestésico) através da boca, passando pelo esôfago e estômago devido a estase e infecção biliar. São moles e de cor
chegando até o duodeno (1ª parte do intestino delgado), na papila escura (pigmentos acastanhados), aspecto similar a lama
duodenal. É passado um cateter, através do endoscópio para dentro *Cálculo recorrente: cálculos primários que sempre aparecem
dos ductos →injetado um material de contraste (corante) dentro dos o Secundária: passagem de um cálculo da vesícula biliar do
ductos biliar e pancreático e irá tirar raios-X. ducto cístico para o colédoco. + de 90% dos casos. São
*Dependendo do diagnóstico e da situação clínica, poderão ser amarelos (colesterol) ou pigmentados de preto.
realizados procedimentos adicionais visando tratamento, como a *Cálculo residual: aparecimento até 2 anos após colecistectomia
papilotomia (secção longitudinal da papila e seus pequenos (retirada da vesícula), cálculo não é primário, é secundário (é da
músculos, visando ampliar o orifício de drenagem), retirada de vesícula).
cálculos com balão extrator ou cesta, dilatação de estreitamentos ▪ QUADRO CLÍNICO: dor contínua de forte intensidade, no
(estenoses) com balões ou sondas dilatadoras e drenagem biliar ou hipocôndrio direito, 30min- 2horas, com náuseas, vômitos,
pancreática com emprego de próteses. icterícia (colúria e acolia fecal). Tem surtos transitórios de
▪ ↑BD, ↑FA, ↑GAMA-GT Síndrome Colestática, ICTERÍCIA que pode ser FLUTUANTE
▪ TRATAMENTO: cirúrgico → faz derivações (devido a obstrução e desobstrução do cálculo)
(coledocoduodenostomia ou coledocojejunostomia) * Cólica biliar → calculo que está na via biliar, que se
movimentando obstruiu (vai e volta). Dura até 5 horas. Depois
1.3. COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA melhora.
▪ DIAGNÓSTICO: ↑BD, ↑FA, ↑GAMA-GT. Pede US (dilatação US → difícil encontrar médico que faça ou endoscópica
das vias biliares), CPRE, colangiorresonância (entra na papila)
o Risco do paciente ter cálculo biliar → muito baixo risco o Nesses casos → primeiro faz a drenagem → depois faz a
(não tem nenhum dos sintomas) → baixo risco (colédoco retirada da pedra ou faz derivações
dilatado)→ médio risco → alto risco o Cirurgia aberta ou por vídeo
▪ - Muito baixo risco: colecistectomia laparoscópica o Colecistectomia + passagem de dreno
▪ - Baixo risco: colecistectomia laparoscópica com colangiografia o Pêntade: cirurgia emergencial.
transoperatória (durante o procedimento, é introduzido um o Tríade: primeiro estabiliza e a cirurgia se torna eletiva.
cateter no ducto cístico para estudo radiológico da via biliar). Não opera de início, só se o paciente estiver grave.
▪ - Médio risco: colangiorressonância
▪ - Alto risco: US ou por colangiorressonância, procede-se ao 4. NEOPLASIAS
exame padrão-ouro: a Colangiografia Retrógrada Endoscópica 4.1. ADENOCARCINOMA DE CABEÇA DE PÂNCREAS
(CPRE). A CPRE é diagnóstica e terapêutica ▪ + em Idosos, fator de risco é o tabagismo
▪ Maioria dos carcinomas DUCTAIS são
ADENOCARCINOMAS: 60% da cabeça do pâncreas, 15% no
corpo e 5% na cauda
o Crescimento de 2 a 3 cm já faz icterícia obstrutiva
o Adenocarcinoma de cabeça de pâncreas → é melhor do
que o corpo e a cauda → porque faz icterícia → dá para
diagnosticar
▪ Altamente invasivo, gera uma resposta desmoplasica,
proliferação de tecido fibroso.
▪ Tendência para invasão perineural (acomete nervos, por isso
*Bactéria ascende do intestino → faz colecistite alitisiaca é DOLOROSA) e linfática
*Na gravidez → espera o 1° trimestre → depois faz CPRE (para ▪ QUADRO CLÍNICO: dor, com icterícia obstrutiva, perda de
retirar o cálculo) peso, anorexia, fraqueza, sensação de mal-estar, tromboflebite
▪ TRATAMENTO: tem que retirar o cálculo e possível causador migratória, VESÍCULA PODE ESTAR PALPÁVEL
(vesícula) (COURVOISIER-TERRIER)
*IDEAL: Faz CPRE (para achar o cálculo) →colescistectomia de via * Tumores operáveis, 25% tem a vesícula biliar palpável (sinal e
biliar (retira a vesícula) → retira o cálculo → depois da endoscopia Courvosier → icterícia progressiva – enche a vesícula) + icterícia =
→ cirurgia aberta → vê se vai ou não fazer derivações → CA de pâncreas
anastomose biliodigestiva (cóledo- com jejuno ou duodeno, ou *Metastase para fígado, pulmão e peritônio.
papilotomia) ▪ DIAGNÓSTICO: tomografia computadorizada helicoidal
*Se não tiver CPRE: faz colangiografia periexploratória trifásica (prediz se a lesão é irressecável ou não) e US
*Pode até deixar um dreno, principalmente quando há procura endoscópica com biópsia aspirativa por meio da agulha fina
de obstrução e não há nada ▪ TRATAMENTO: ressecção cirúrgica (Whipple): tem que tirar
*No SUS → faz cirurgia aberta → faz derivação (sendo definido pelo em bloco quando os tumores são nas regiões de confluência
tamanho da via biliar) (papila de Vater); tira pâncreas, duodeno, vesícula e vias
biliares pela vascularização; hoje tenta poupar o duodeno e o
3. COLANGITE baço, mas eles podem ser tirados também
▪ Causa + comum é devido a coledocolitíase. Pode ser por * Marcador CA 19-9 → pede para acompanhar, não faz para
CPRE (entra pelo intestino, joga contraste e pode jogar diagnóstico → se subir provável indicativo de metástase
bactérias junto) Estadiamento TNM:
▪ Requer a presença de bactérias na via biliar e uma obstrução • Ressecáveis: Tis= CA in situ;
(parcial ou completa) do ducto biliar ➢ Estágio I (T1 ou T2- confinado ao pâncreas);
▪ 3 origens das bactérias: excreção de bactérias na bile após a ➢ Estágio II- T3 (ultrapassa o pâncreas, invadindo duodeno
absorção pela veia porta, contaminação por via hematogênica ou via biliar extrapancreática; pode envolver veia porta e
e infecção ascedente mesentérica) ou N1 (invasão dos linfonodos regionais);
▪ Desenvolvimento em 3 estágios: resposta inflamatória → fase • Irressecáveis:
catarral → fase supurativa ➢ Estágio III (T4- envolvimento circunferencial da artéria
▪ QUADRO CLÍNICO: TRIADE DE CHARCOT: dor abdominal mesentérica ou plexo celíaco);
tipo biliar, icterícia e FEBRE (é o que diferencia das outras ➢ Estágio IV (metástase a distancia).
doenças) com calafrios intermitentes A partir de qual é irressecável? T4! No T3 você tem que avaliar
➔ Sepse + pêntade de Reynold: tríade de charcot + alterações o M, principalmente.
do SNC (confusão, letargia e delírio) + choque – hipotensão
→ choque distributivo 4.2. CARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR
▪ DIAGNÓSTICO: é CLÍNICO. Pede US para descobrir a ▪ Fator de risco + importante é a colelitíase → TEM QUE
causa, mas pode começar a tratar pela tríade/pêntade OPERAR, principalmente para aqueles >2,5cm → pode dar
▪ Pede hemograma (leucocitose), ↑BD, ↑FA, ↑GAMA-GT, US pancreatite biliar, colecistite, coledocolitíase, e
(dilatação da via biliar), hemocultura (até pode fazer, mas não CARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR
é o melhor exame para pedir inicialmente) ▪ Outros fatores associados: vesícula calcificada (em
*Colangio-RM: melhor exame para as vias biliares, mas é caro, não PORCELANA – deve retirar a vesícula), adenoma (pólipo
pede pra todo mundo! benigno, considerado lesão pré-neoplásica) e pólipo de
▪ TRATAMENTO: tem que tratar se não desenvolve para vesícula (cogumelo – sendo que >10mm→ opera)
SEPSE. ▪ Acomete + fundo e colo, é raro
o Antibioticoterapia: Cefalosporina de 3° geração + ▪ QUADRO CLÍNICO: maioria assintomático, com sintomas
metronidazol inespecíficos: dor abdominal, icterícia, anorexia, náuseas e
o Nos casos + graves (colangite supurativa) → antibiótico + vômitos
drenagem biliar (com tubo kelly): via transparieto-hepatica ▪ DIAGNÓSTICO: US de vias biliares (exame de 1° escolha para
(através do parênquima hepático → guiado por tomo ou pacientes com dor no quadrante superior direito do abdome),
TC e Colangio-RM
o Solicitar biópsia de vesícula ▪ TRATAMENTO: intra-hepático (faz ressecção), nos extra-
▪ TRATAMENTO: ressecção cirúrgica + radio e quimio hepáticos distais →pancreatoduodenectomia (Whipple)
o Prognóstico ruim
4.3. COLANGIOCARCINOMA o Casos avançados → tratamento paliativo → faz stent por
▪ Idosos – 70 anos CPRE ou derivação transparieto-hepática ou cirurgia (para
▪ Predominância no sexo masculino (ao contrário do CA de tratar a icterícia)
vesícula). Diferença do câncer de vesícula.
▪ Tumor raro no geral, mas é o 2° tumor hepático + comum 4.4. CARCINOMA DE AMPOLA DE VATER
▪ Podem ser intra e extra-hepáticos (maioria) ▪ Adenomas → lesões ampulares protusas→ adenocarcinomas
▪ Principais fatores de risco: litíase intra-hepática, hepatite B e C, ▪  no sexo masculino, + idosos
colangite esclerosante primária, infecções prévias, doenças ▪ QUADRO CLÍNICO: pode confundir com COLEDOCOLITÍASE
fibropolicísticas devido ao caráter FLUTUANTE DA ICTERICA (sofre necrose,
➔ Tumor de Klatskin: quando acomete a confluência dos ductos “libera” a passagem da bile), dor abdominal, perda de peso,
hepáticos esquerdo e direito → vesícula biliar não distendida e MELENA (pois necrose pode ter sangramento), vesícula
contraída (não palpa a vesícula) palpável e distendida (courvoisier- terrier – achado no
▪ QUADRO CLÍNICO: icterícia, prurido, acolia fecal, colúria, exame físico)
perda de peso, febre (colangite), dor no quadrante superior ▪ Alguns pctes tem períodos de atenuação da icterícia
direito (carater flutuante da icterícia), no momento em que o
▪ DIAGNÓSTICO: CPRE, TC e colangio RNM tumor sangra para o duodeno – por isso a atenuação da
• TC só detecta com eficácia o colangiocarcinoma intra- icterícia pode vim acompanhada de melena, pois a necrose
hepático. envolve sangramento que é drenado para o duodeno.
Assim,é comum haver anemia ferropriva
• Vias biliares → melhor vista através da ressonância. Faz
▪ DIAGNÓSTICO: suspeita com colangio-RM, faz endoscopia de
TC para fazer o estadiamento
visão lateral com bióspia e escovados.
▪ TRATAMENTO:ressecção(pancreatoduodenectomia- Whipple)
SP6: CIRROSE

*Esquistossomose não faz ascite, mas na fase tardia a doença faz cirrose, daí tem ascite (pela cirrose)

1. CIRROSE – acomete todo o órgão


▪ Causas: álcool (+ comum), hepatite C, doença de Wilson
(deposição de cobre –ceruleosplamineo – é azul), obstruções
extra e intra-hepáticas (colestase crônica), medicamentosa,
síndrome de Budd-chiari (obstrução das veias supra-hepáticas)
▪ Considera que a cirrose é criptogênica (etiologia
desconhecida) qndo todas as causas de cirrose forem
afastadas
▪ Esteatose (reversível)  fibrose (irreversível) - cirrose
Lesão → ativação de células → liberação de citocinas e
quimiocinas→ deposição de colágeno → deposição no espaço de
Disse
▪ QUADRO CLÍNICO: assintomática, presença de sintomas
inespecíficos: fadiga, anorexia, perda de peso
▪ Compensada: estágio I e II – varizes e ascite...
▪ Descompensada: encefalopatia, icterícia...
▪ DIAGNÓSTICO: EF - Inspeção (varizes – cabeça de medusa),
▪ Contração de Dupuytren
Palpação– hepato e esplenomegalia → hipertensão portal →
▪ Asterixe (FLAPPING), odor hepático
fibrose (descompensada).
▪ Complicações da cirrose: varizes, ascite, peritonite bacteriana
▪ O QUE PEDIR NA FASE INICIAL? Exames laboratoriais, US e
espontânea, encefalopatia, hipertensão portal, síndrome
biópsia percutânea
hepatorrenal
▪ Laboratoriais: hemograma, transaminases (AST e ALT),
▪ Pode fazer hérnia periumbilical ou outros tipos de hérnias
coagulograma, proteínas totais e frações, creatinina, dosagem
por conta da distensão abdominal.
de amônia, bilirrubinas, gasometria (para o flapping)
▪ Manchas brancas azuladas → unhas brancas e
o Resultados: plaquetopenia, distúrbios de vitamina K,
quebradiças devido à hipoalbuminemia.
alargamento de TP, anemia, hiperbilirrubinemia (mau
▪ Flap → você faz a hiperextensão e ele volta
prognóstico), hiponatremia
▪ Baço aumentado
o AST> ALT
AUMENTO da gama GT e fosfatase alcalina, sendo a ultima uma ➔ VARIZES ESOFÁGICAS
das ultimas a se normalizar. ▪ EDA: melhor método para Dx, também é terapêutico
TGO e TGP normais não excluem. Não há nada de especifico ▪ Profilaxia: propanolol 20 mg 2x ao dia
nos exames. ▪ Paciente nunca sangrou nada e tem varizes pequenas: você
Se você suspeita de cirrose você deve ir atrás das causas: não precisa cauterizar, faz propranolol e endoscopia de 2 em 2
alcoolica, viral e esquistossomose em áreas endêmicas a 3 em 3 anos.
▪ Imagem: TC e US ▪ Paciente começou a sangrar: reposição volêmica + proteção de
o US: hipotrofia do lobo direito e  dos lobos esquerdo e vias áreas + vasoconstrição esplâncnica. Você pode fazer a
caudado, nódulos no parênquima – pedir TC ligadura, se não der certo você pode inflar o balonete (coloca
*Nódulo maligno + comum no fígado: metástase pelo nariz e você coloca no estomago para que ele não volte,
*Nódulo benigno + comum no fígado: hemangioma que só trata na você infla o balão para conter o sangramento). Infla de 30 a 45
borda e superfície, por risco de romper e sangrar mmHg no esôfago – é uma sonda que você coloca pelo nariz,
▪ Biópsia hepática: serve para diagnóstico: arquitetura dai você infla o balão gástrico e puxa, dai você infla o do
distorcida, fibrose septal em ponta, ausência dos tratos portais esôfago. Tomar cuidado com o quanto você usa. Isquemia de
e relação vascular anormal entre a veia porta e a veia parede é uma complicação. Isquemia do nariz também é uma
centrolobular, nódulo (macro ou micro). O achado de nódulos complicação
hepáticos confirma a presença de cirrose,
▪ TRATAMENTO: só tratas as complicações. TTO definitivo é 2.2.ASCITE
transplante de fígado ▪ Líquido na cavidade peritoneal (com sódio, albumina)
▪ Tem hipertensão sinusal, 1° sinal de descompensação
2. COMPLICAÇÕES DA CIRROSE ▪ QUADRO CLÍNICO:  circunferência abdominal, dispneia
2.1. HIPERTENSÃO PORTAL (quando tem insuficiência respiratória)
▪ Quase sempre resulta de uma obstrução sanguínea no sistema * Albumina na ascite é baixa → não é decorrente da
porta: pré, intra e pós-hepática osmolaridade e nem da albumina. A causa é pressórica
▪ Acima de 10 mmHg é hipertensão ▪ DIAGNÓSTICO: macicez móvel e piparote positivo.
▪ Gradiente de pressão venosa hepática → define o conceito ▪ Acima de 500 mL o piparote pode ser positivo, acima de 1
de fibrose. a 2 L o próprio paciente percebe
▪ É hipertensão portal se tiver as varizes esofágicas, mas se o Quando tem insuficiência respiratória: faz paracentese na
não tiver isso, não exclui o Dx de cirrose fossa ilíaca (não retirar tudo – produz mais)
▪ QUADRO CLÍNICO: varizes esofágicas, hemorróidas, cabeça ▪ Paciente que tem ascite e você não tem diagnóstico, tem
de medusa→ formação de shunts portossistêmicos, ascite, que fazer paracentese. E é você que pode fazer, não
esplenomegalia congestiva e encefalopatia hepática precisa chamar um gastro. Punciona com abocath –
* Paciente faz plaquetopenia pelo sequestro esplênico → muito intruduz seringa maior para fazer aspiração.
sangue no baço → plaquetas são mais destruídas o O Líquido drenado é levado para análise: faz exames e
*Faz Doppler, angiotomo e angioressonância cultura para excluir outras causas
*Varizes esofágicas: sangramento + no terço distal. Faz ▪ Avaliação de rotina: contagem celular e diferencial;
acompanhamento com vigilância endoscópica a cada 2 a 3 anos. Geralmente: rotina de liquido ascético. Antibiograma +
Faz reposição com cristalóides, na emergência faz colocação de cultura e bacterioscopia: sempre!
balão. Como profilaxia usa propanolol e ligadura endoscópica o Se não fizer paracentese, obtém o líquido por punção
o Ascite > 6-7L – é indicação de transplante
SHUNTS PORTOSSISTÊMICAS ANATÔMICOS o Cálculo de GASA: concentração de albumina no soro –
Varizes esofágicas: gástrica esquerda concentração de albumina no líquido ascítico
Hemorroidas: mesentéria inferior ▪ Pode ser classificada em ascite relacionada ou não a
Cabeça de medusa: veia umbilical hipertensão portal, de acordo com o valor do gradiente
TTO: TIPS (cirúrgico) soro-ascite de albumina (GASA) >=1,1g/dL esse é o
indicativo de hipertensão portal subjacente.
▪ GASA > 1,1 tem etiologia de cirrose
▪ GASA < 1,1 tem etiologia de infecção
▪ TRATAMENTO: restrição de sódio (2g dia), uso de diuréticos
antes da drenagem (espironolactona – objetivo é perder de 500
a 1000 mL por dia de urina – indicada desde que não haja
disfunção renal)
o DRENAGEM LENTA e REPOSIÇÃO DE ALBUMINA
▪ TTO definitivo para pacientes com cirrose hepática que
desenvolve ascite é realização de transplante hepático →
cerca de 10% evolui para ascite refratária e não toleram
uso de diurético

2.3. PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA


▪ 90% é causada por AERÓBIOS: E. coli, Klebsiella e
Enterobacter
▪ Quando tem uma 2° vez: tem 70% de mortalidade
Hipertensão portal permite → migração de bactérias intestinais →
por meio de linfonodos →espalha pelo peritônio
*Intestino é muito sensível, então até o paciente que sofre um
trauma pode ter translocação bacteriana, ou seja, pode ser por
hiperfluxo sanguíneo
▪ DIAGNÓSTICO: US com Doppler, EDA (varizes esofágicas), ▪ QUADRO CLÍNICO: FEBRE, dor abdominal, alteração de
Angio-TC ou Angio-RNM, cateter (>5mmHg de pressão) estado mental (encefalopatia), ASCITE (crescente e
▪ TRATAMENTO: TIPS (cateteriza uma veia da porta e faz um progressivo)
shunt, sendo guiado por eco) *Mesmo que a ascite não seja visível, é essencial que a mesma
esteja presente
▪ DIAGNÓSTICO: Na parecentese faz fita reagente → presença vasoconstritor (sistema nervoso simpático, renina-angiotensina-
de LEUCÓCITOS no líquido ascítico. aldosterona, ADH) → vasoconstrição renal → síndrome
o Infecção do LA com cultura positiva monomicrobiana e com a hepatorrenal
presença de + 250 PMN/mm3 (é diagnóstico, pelo menos *O problema é o rim não ter fluxo adequado, mesmo
até a cultura sair), na ausência de fonte intra-abdominal de mecanismo da ascite
infecção ou inflamação. ▪ QUADRO CLÍNICO: paciente se queixa de oligúria e/ou
o Fazer paracentese a cada 48 horas e recontagem de edema periférico
PNM, tem que ter reduzido 50% na contagem. Administra ▪ SHR tipo I: falência renal aguda e rapidamente progressiva
albumina 1,5 g/Kg no 1°dia e 1g/Kg no 3° dia. com valores médios de creatinina superiores a 4 mg/dL e
o Hemograma: anemia define-se como um aumento de 100% do valor basal da
o Raio-X de tórax: descartar infecção pulmonar creatinina, superando valores acima de 2,5 mg/dL em menos
▪ TRATAMENTO: Antibioticoterapia: cefalosporinas de 3° de 2 semanas
geração (cefotaxima – faz intravenosa 1g/kg) e reposição de o Fator precipitante: peritonite bacteriana espontânea,
albumina para ascite e evitar síndrome hepatorrenal hepatites alcoólicas, hepatites fulminantes, hepatites
▪ Recidiva é muito alta. agudas sobrepostas a cirrose, hemorragia digestiva alta e
▪ Profilaxia: pra proteína total < 1 g/dl. →Norfloxacino procedimentos cirúrgicos
400mg. ▪ SHR tipo II: deterioração moderada e sustentada da função
▪ Pode ser anaeróbio, mas é menos comum, menos que 1%. renal, com valores médios de creatinina de 2 mg/dL
o Característica clínica: ascite refratária, decorrente da falta
2.4. ENCEFALOPATIA de resposta de diuréticos
Liberação de toxinas (amônia) pelo intestino → na cirrose, o fígado o A sobrevida é de 6-8 meses sem tto, mas com tto 
está comprometido → não consegue filtrar nem metabolizar → pode ▪ Fatores precipitantes: infecções
passar pelos SHUNTS PORTOSSISTÊMICOS → cérebro → ▪ DIAGNÓSTICO: creatinina > 1,5 mg/dL, mas o diagnóstico é
degeneração de astrócitos e alterações nas vias (GABA) – quadro por exclusão
crônico→ síndrome neuropsiquiátrica ▪ TRATAMENTO: vasoconstritores (terlipressina), albumina
* Fatores importantes para a gênese da doença: grave perda de o TIPS, Diálise, Transplante hepático
função hepatocelular e desvio do sangue da circulação portal
para a circulação sistêmica ao redor do fígado cronicamente 3. CHILD (prognóstico) e ESCORE DE MELD (transplante
lesionado em adulto)
*Distúrbios de potássio (hipopotassemia principalmente ou
hiperpotassemia) → fazem de quadro que é o íleoparalítico
→constipação → proliferação de bactérias → aumento da
quantidade de amônia → encefalopatia – corrige para tratar
▪ QUADRO CLÍNICO: classificação de WEST HAVEN: avalia a
intensidade: 0 (ausente), 1 (leve), 2 (moderado), 3 (grave), 4
(coma)
o Flapping - asterix (como realiza? Faz dorsiflexão e ele
começa a abanar a mão, volta) e hálito hepático
o Edema cerebral
▪ DIAGNÓSTICO: história clínica + exames
o Dosagem de amônica: hiperamoniemia – mas nem sempre é
confiável
o Eletroencefalograma
o RNM com espectroscopia: mas não é realidade

▪ TRATAMENTO: cuidados de suporte + reversão dos


fatores precipitantes (buscar causas precipitantes →
entender pq descompensou) + lactulose
▪ LACTULOSE (acelerar o trânsito intestinal, menor absorção de
amônia), ALTERAÇÃO DA DIETA, antibióticos (neomicina e o
metronidazol, → flora bacteriana, e formação de amônias),
probióticos.
▪ Faz flumazenil – para melhorar neurotransmissão
▪ Aspartato de ornitina

2.5. SÍNDROME HEPATO-RENAL ▪ Marcador de prioridade para pacientes na lista de


▪ da mortalidade, mau prognóstico, pode ser reversível transplante hepático. MELD: escala padrão pra definir se
Cirrose → hipertensão portal → vasodilatação arterial esplâncnica paciente vai ou não pra frente.
→ da resistência vascular sistêmica e  do débito cardíaco→ ▪ Leva em consideração a gravidade, tempo, o sistema ABO
do fluxo sanguíneo renal efetivo → ativação do sistema
SP7: CONSTIPAÇÃO e OBSTRUÇÃO
1. CONSTIPAÇÃO
▪ Dificuldade persistente de evacuar ou uma sensação de evacuação incompleta e/ou movimentos intestinais infrequentes, em ausência de
sintomas de alarme.
▪ Condições que aumentam o risco de constipação: envelhecimento, dieta restritiva, depressão, uso de medicamentos, GESTAÇÃO (orientar
alimentação, é comum a presença de fissura anal) e PÓS-OPERATÓRIO (íleo paralítico, uso de medicamentos – opioides e posição do
paciente)
o Medicamentos: anticolinérgicos, antidepressivos, anti-histamínicos, anticonvulsivantes, diuréticos, levodopa, opioides, anti-inflamatórios,
simpatomiméticos, psicotrópicos
o Perguntar para idosos se faz uso crônico de laxantes (mini-lax supositório)
o Hábitos: Dieta rica em fibras, aumentar ingestão de água, atividade física, reflexo gastrocólico (habituar o intestino), cuidar
com medicamentos que está tomando, em último caso laxativos.
o Ingestão ideal de 30g de fibras para mulheres e 45g para homens. E 2L de água no mínimo.
o TTO: pode ser usado água de aveia
▪ Pode ser de trânsito normal, trânsito lento ou disfunção do assoalho pélvico (anismo ou dissinergia do assoalho pélvico)

CONSTIPAÇÃO → faz estase, isquemia ( da circulação) e distensão abdominal (dor)→hiperproliferação de bactérias → inflamação →
edema da parede → hipovolemia e sepse
2. OBSTRUÇÃO o Vômitos amarelo-esverdeados ou com restos alimentares
▪ Obstrução alta: intestino delgado precoces: obstrução ileal alta
o Principais causas: 1º) Bridas / 2º) Neoplasias (pp. o Obstrução mecânica completa: constipação e parada na
Carcinomatose peritoneal metastática) / 3º) Hérnias eliminação de gases
estranguladas(internas ou na parede abdominal) o Obstrução parcial: diarreia paradoxal (devido a estase do bolo
o Em casos agudos: pode haver hiperperistalse distal a alimentar e hiperproliferação de bactérias)
obstrução → diarreia de Harrington ▪ Exame físico:
▪ Obstrução baixa: intestino grosso o AUSCULTA por 2 minutos para ver se não tem RHA
o Pode ter válvula íleo-cecal competente ou incompetente. o Toque retal: presença de fezes, características das fezes,
o Principais causas: 1º) Neoplasias (pp. Tumor colorretal) / presença de sangue, tumor, fecaloma
2º) Volvo / 3º) Doença Diverticular (complicação rara da o Dá para testar esfíncter perineal
doença) / Outras: Fecaloma (por megacolon). o SINAL DE GERSUNY: sinal de fecaloma, sente descolar.
▪ Obstrução mecânica → + no lado esquerdo, no cólon sigmoide ▪ Exames complementares
→ alça fechada o Laboratoriais: hemograma, creatinina (ver função renal),
▪ Obstrução em alça fechada:+ comum com alça ileocecal eletrólitos (sódio e potássio), glicemia
competente o Rotina radiológica de abdome agudo: PA de tórax, AP de
o Alça aberta (+comum na alta)→CHOQUE HIPOVOLÊMICO abdome (decúbito e em ortostase) e perfil de reto
o Alça fechada (+ comum na baixa) → CHOQUE SÉPTICO ▪ Vê empilhamento de moedas, distensão de alças
▪ Causas de obstrução intestinal: síndrome da A. mesentérica do intestino delgado → faz nível hidroaéreo
superior (tem isquemia → lesa 1° o nervo), íleo biliar (causado (ortostase e deitado) → presença de íleo paralítico
por um cálculo biliar grande que faz uma fístula; caminha até o (fase avançada)
íleo terminal na válvula íleo-cecal e impacta na válvula), ▪ A obstrução completa é sugerida quando não há
bezoares (qualquer conteúdo não digerido), bolo de áscaris eliminação de gases ou fezes pelo reto
lumbricoides (+ em criança, faz ingesta de óleo mineral e ▪ Ar no reto – obstrução parcial
tratamento para verminose) ▪ Pneumoperitônio→ perfuração
▪ Principal causa é brida o Imagem: US, TC
▪ Aumento da tensão na parede -> parede fica delgada -> o Endoscópicos: RETOSSIGMOIDOSCOPIA (é para TTO e DX)
diminui retorno venoso -> comprime artérias -> isquemia -> e Colonoscopia
necrose -> perfuração -> peritonite -> sepse. ▪ Tratamento de fecaloma: faz solução de Murphy → coloca na
sonda retal → deixa pingando → isso hidrata o fecaloma→
ABORDAGEM DO PACIENTE COM OBSTRUÇÃO retira por toque retal (manual)
Identificação de abdome agudo obstruído: RHA aumentado,
distensão abdominal, percussão timpânica, massa abdominal 3. CAUSAS PEDIÁTRICAS
palpável, QP: não vai ao banheiro e não elimina flatus, pode ter 3.1. ÂNUS IMPERFURADO– atresia anal
vômitos fecaloides ou biliosos ▪ Falta de perfuração da membrana anal no final da oitava
▪ Anamnese: dor abdominal em cólica, maior distensão semana ou por falta de suprimento sanguíneo na vida
abdominal, vômitos, para ou diminuição da eliminação de flato intrauterina
e fezes ▪ Associado a TRISSOMIA DO 21(síndrome de Down)
o Vômitos fecaloides (com marrom- alaranjada, com odor fétido): ▪ Pode ser lesão baixa (reto desceu por meio do complexo
+ obstrução baixa associada a incompetência da válvula esfincteriano) ou alta (reto não desceu), com ou sem fístulas
ileocecal ▪ QUADRO CLÍNICO:distensão abdominal, cólicas, vômitos,
mal-estar e febre
o RECEM-NASCIDO: AUSÊNCIA de eliminação de ▪ DIAGNÓSTICO: radiografias abdominais (imagem de grão de
MECÔNIO nas primeiras 24 horas de vida café no cólon sigmóide), TC
o MECÔNIO NA URINA: lesão alta ▪ TRATAMENTO:endoscópico sigmoidoscópico, colostomia
▪ TRATAMENTO:faz colostomia → depois reconstrução ▪ Distorção → se a alça está estável e sem sinais de necrose
▪ Sigmoidectomia + anastomose primária
3.2. INTUSSUSCEPÇÃO – alça fechada ▪ Cirurgia de Hartman: ressecção + colostomia proximal e
▪ Ocorre quando uma parte do trato alimentar se introduz não faz anastomose primária (deixa a colostomia até
(invagina) em um segmento adjacente estabilização do paciente para depois anostomosar)
▪ 2° causa + comum de caso cirúrgico na pediatria, só fica o Colostomia é mais segura que a anastomose primária
atrás do apendicite → corre o risco de complicar se fizer só a anastomose
▪ + meninos
▪ Fatores de risco → hiperplasia linfoide nodular de Peyer, 4.2. MEGACÓLON CHAGÁSICO
divertículo de Meckel ▪ + No sigmóide, dilatado e alongado, →dolocossigmoide (dobra
▪ QUADRO CLÍNICO: dor abdominal, vômitos, fezes contendo sobre ele mesmo)
sangue vermelho e muco (devido a isquemia e infarto) → ▪ Processo degenerativo do Plexo de Auerbach→ intestino
FEZES DE GELEIA DE GROSELHA/MORANGO grosso distal responde com hipertrofia (dilatação) das camadas
▪ DIAGNÓSTICO:toque retal (presença de muco sanguinolento musculares o que leva a estase e dilatação cólica
no dedo) ▪ QUADRO CLÍNICO: constipação, cólicas, megaesôfago e
o US: sinal da rosquinha ou do alvo miocardiopatia chagásica
o Rx abdominal simples ▪ DIAGNÓSTICO:toque retal, sinal de Gersuny (fecaloma),
o Enema contrastada: sinal da mola espiralada – mas tem radiografia simples, enema baritado, TC e ELISA (para o T.
risco de perfuração cruzi)
▪ TRATAMENTO:redução cirúrgica manual ou ressecção da ▪ TRATAMENTO:cirúrgico - retossigmoidectomia
intussuscepção e anastomose
*O próprio enema opaco é terapêutico 5. NEOPLASIAS
5.1. ADENOCARCINOMA DE COLORRETAL
3.3. MEGACOLÓN CONGÊNITO: inervação anormal do intestino ▪ + No retossigmoide, colon ascedente e ceco, menos no
▪ Ausência de células ganglionares na parede intestinal transverso e descendente
(ausência do plexo de Meissner e Auerbach), + no ▪ Idosos, tabagistas, obesos, alta ingestão de carboidratos
retosigmoide refinados, gordura, defumados e nitrosamidas.
▪ SÍNDROME DE DOWN e outros defeitos congênitos ▪ História familiar de cacolorretal, pólipo adenomatose, poliposes
▪ QUADRO CLÍNICO: retardo na liberação de mecônio, hereditárias, PAF (chance de 100% de desenvolver Ca),
distensão abdominal, história de constipação crônica (naqueles síndrome de Lynch
que liberam o mecônio), FEZES EXPLOSIVA (pressão) ▪ AINE e aspirina- possível efeito protetor
▪ DIAGNÓSTICO:toque retal, biópsia retal (vê aganglionose),
Tecido normal →APC → KRAS → DCC → P53 → Outras
radiografia e enemabaritado, manometria anorretal
▪ TOQUE RETAL: vai ter saída explosiva de fezes líquidas; alterações → carcinoma
quando fazemos toque por causa da pressão; alívio ▪ QUADRO CLÍNICO: dor abdominal, sangue (oculto ou
imediato da distensão. O alívio pode ser obtido por sonda exteriorizado), alteração do hábito intestinal (constipação ou
▪ Biópsia retal – confirma o diagnóstico – ausência de diarreia), emagrecimento, massa palpável, fadiga e fraqueza
células ganglionares (anemia)
▪ TRATAMENTO: tto inicial – descompressão e cirurgia de o CA de cólon esquerdo (descendente e sigmóide):
Mondragon alteração do hábito intestinal – diarreia/constipação,
o Ressecção do segmento agangliônico e abaixamento ou redução do calibre das fezes, hematoquezia - + comum
construção de um neorreto. o CA de cólon direito (ascendente e ceco): sangue oculto
nas fezes (melena) e anemia ferropriva, perda ponderal e
4. CAUSAS EM ADULTOS febre indeterminada
4.1. VOLVO INTESTINAL – obstrução em alça fechada o CA retal: hematoquezia, fezes em fitas, constipação,
▪ Torção completa da alça intestinal → comprometimento luminal tenesmo e eliminação de muco
e vascular o Metástases: útero, FÍGADO (sistema porta) e pulmão,
▪ + Em idosos, gravidez e jovens que não desenvolveram o bexiga e delgado
mesentério normalmente (pode ser no ceco), em crianças pode ▪ RASTREAMENTO: a partir dos 50 anos → colonoscopia a
ser por uma rotação horário do ducto onfalomesentérico, cada 10 anos
acomete o duodeno (sinal de saca rolha) o Com história familiar: começa aos 40 anos e deve ser
▪ É + no colón SIGMOIDE (não está preso ao mesentério → repetido a cada 5 anos
pode sofrer torção) e intestino delgado o CA colorretal é menos agressivo → mesmo com
▪ QUADRO CLÍNICO:distensão abdominal, náuseas, vômitos metástase hepática a ressecção é indicada pois tem
com dor abdominal chance de cura!!
▪ DIAGNÓSTICO: colonoscopia com biópsia, pode ser usado o
CEA (marcador).
o US, TC e RNM: para estadiamento→ classificação de
Dukes
▪ TRATAMENTO:ressecção cirúrgica

5.2. CÂNCER DE CANAL ANAL


▪ Doença de Bowen (carcinoma de células escamosas
intraepiteliais), Doença de Paget (adenocarcinoma
intraepitelial), melanoma amelanótico
▪ São raros, carcinoma de células escamosas → associado a
infecção por HPV (16,18,31, 45)
▪ Carinoma in situ (intraepiteliais) → CEC → em 1-2% das
hemorróidas → por isso se faz biópsia
▪ QUADRO CLÍNICO: prurido, sangramento, tumoração, ▪ TRATAMENTO: é COMBINADA → radioterapia +
alterações cutâneas, dor anal, fístulas, linfonodos inguinais quimioterapia - protocolo de Nigro.
aumentados e perda de peso, hemorroida
SP8: NEOPLASIAS DO FÍGADO
CASO 1: paciente fez uma ultrassonografia, e como achado, ▪ TRATAMENTO:em pacientes de baixo risco pode fazer
nota-se a presença de um nódulo único no fígado. A partir do acompanhamento, os anticoncepcionais orais devem ser
caso descrito, inicie sua conduta: descontinuados, pacientes devem evitar gravidez
▪ Solicitar exames laboratoriais como prova da função hepática e o Se a mulher pensar em engravidar, melhor ressecção
marcadores tumorais (alfa-feto –figado – e CEA – colorretal) do que o risco de ruptura.
o Massa única no fígado pode ser metástase, hemangioma e o Ressecção cirúrgica: pelo risco de hemorragia e
carcinoma (se tiver fator de risco) transformação maligna
▪ Pede tomografia para elucidar o diagnóstico o Se sangrar, pode embolizar – somente se o paciente
▪ Como resultado: metástase no fígado. Importante saber está estável, é por arteriografia.
quantas e de onde veio?
▪ Conduta: faz ressecção se não tiver doenças extra-hepáticas, 1.3. HEMANGIOMA CAVERNOSO
metástase única ▪ +Mulheres multíparas, etiologia é discutível, acredita-se na
▪ Se não der para fazer ressecção (a maioria dos casos) – faz participação hormonal, pois cresce na gestação
QUIMIOTERAPIA ▪ É uma má-formação vascular, sem cápsula, na maioria, é um
*Fígado NÃO faz radioterapia enovelado de veias
▪ QUADRO CLÍNICO: dor e desconforto abdominal, trombose de
1. LESÕES HEPÁTICAS BENIGNAS hemangioma gigante (quando trombosa→ comprime estruturas
1.1. HIPERPLASIA NODULAR FOCAL adjacentes), associado a síndrome de Kasabach-Merrit
▪ 20 a 50 anos, é uma reação benigna a uma malformação o Problema na ruptura → liberação de fatores de
arterial congênita dentro do fígado crescimento para outros locais
▪ Há uma cicatriz estrelada central contém grandes vasos, em o Onde tem problema se sangrar? Perto da cápsula (na
geral arteriais PERIFERIA) → se rompe → faz PERITONITE
▪ QUADRO CLÍNICO: maioria assintomática, pode apresentar ▪ DIAGNÓSTICO: US (imagens HIPERECOICAS), TC (colocar
desconforto ou massa abdominal na janela da TOMO)
▪ DIAGNÓSTICO: US, TC (imagem em roda de carruagem, *Lesão em favo de mel
carreta ou estrela)
▪ Não maligniza, porém é difícil de diferenciar do adenoma
radiograficamente

o NÃO FAZER BIÓPSIA: risco de ruptura e sangramento


▪ TRATAMENTO: observação ou ressecção

1.4. CISTOS HIDÁTICOS


▪ Equinococose, transmitido do cachorro (se contamina pelas
fezes do carneiro) → para o humano
▪ TRATAMENTO:observação, ressecção cirúrgica para lesões ▪ + Comum é causado pelo E. granulosis
indeterminada ou sintomáticas ▪ QUADRO CLÍNICO:dor abdominal, dispepsia, vômito,
hepatomegalia
1.2. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS ▪ Até metade dos cistos podem romper no fígado
▪ QUADRO CLÍNICO:+ mulheres, forte associação com ▪ DIAGNÓSTICO: US (aparência de roseta- sinal da neve,
anticoncepcional, esteróides androgênicos presença de calcificações), TC, ELISA (mesmo dando
o Dor ou desconforto intermitente no abdome superior, negativo, isso não exclui o Dx).
propensão a ruptura, com hemorragia intra-hepática, *Sinal de Neve: deita o paciente e observa como deslocam e
hemoperitônio, choque. Raramente podem se transformar caem os escólex
em carcinoma (malignizar) o Cisto pode ser septado e multiloculado (presença dos
▪ DIAGNÓSTICO: US, TC, é bom fazer biópsia por causa da cistos-filhos)
malignização. o Dentro do líquido tem: líquido e larva. Libera
mediadores químicos na corrente sanguínea, podendo
causar até choque anafilático.
▪ TRATAMENTO: tto para equinococose – albendazol ou
mebendazol (é pré-cirúrgico) + tto para o cisto –cirúrgico
▪ O tratamento cirúrgico pode ser curativo, se todo o cisto
for removido. →drenar liquido primeiro e difícil ressecar →
descomprimir e lava com nitrato de prata depois de
esvaziar conteúdo (escolicida)

1.5. CISTOS SIMPLES NÃO PATOGÊNICOS


▪ Associada a malformações congênitas e hiperplasia
▪ QUADRO CLÍNICO: maioria assintomático, complicação é o
sangramento e abscesso
▪ DIAGNÓSTICO:US e TC
o É unilocular, uniseptado e lisa na parede
o Presença de cisto único e simples, se for septado e ▪ Está associado a cirrose hepática, alcoolismo, hepatite crônica
multilobulado→ suspeitar de cisto hidático e (Hepatite C tem + chance de virar CHC, mas hepatite B tem
neoplasias e fazer biópsia +CHC), toxinas exógenas, aflatoxina, esteróides anabolizantes,
o Só faz punção quando não tem certeza. contraceptivos orais, pesticidas, cloreto de vinil, ocupacional,
o Diagnóstico diferencial de abscesso e cisto hidático tirosinemia
▪ TRATAMENTO: tto não cirúrgico (aspiração e injeção de ▪ Uma variante distinta do CHC é o carcinoma fibrolamelar.
agente esclerosante) OU cirúrgico (laparotomia ou Ocorre em adultos jovens (20 a 40 anos de idade), geralmente
laparoscopia) não apresentam doenças hepáticas crônicas subjacentes, não
▪ O tratamento preferido para os casos sintomáticos é produz AFP e, por isso, o prognóstico é melhor que no CHC
aspiração percutânea guiada por ultrassonografia ou convencional
tomografia computadorizada seguida pela escleroterapia ▪ QUADRO CLÍNICO: dor em QSD + aumento do volume
com álcool. → volta!!!! abdominal + perda de peso
o Apresenta quadro de insuficiência hepática
▪ Drenagem e retira uma parte da parede e fazer
o Faz metástase para pulmão e osso
fenestrações e coloca omento no local dele
▪ DIAGNÓSTICO: dosagem de alfafetoproteína sérica (AFP) e
▪ Vários cistos: profundo→drena para o superficial → US
drena e coloca no omento o Tomografia helicoidal trifásica – faz estadiamento
▪ Destelhamento o Biópsia - evita a biópsia – pode fazer disseminação de
tumores pelo fígado
1.6. ABSCESSOS BACTERIANOS o Faz rastreamento em pacientes selecionados e cirróticos: a
▪ 3 tipos de abscesso hepáticos: piogênico (causado + por cada 6 meses uma US
bactérias, + comum), amebiano (E. histolytica) e fungico
▪ +Gram negativos – E. coli
▪ Quase sempre é secundária. As vias básicas → sistema ductal
biliar, artéria hepática, veia porta, extensão direta por
contiguidade, lesões hepáticas traumáticas e criptogênica,
gazes na vesícula (aparece na tomo)
▪ Bactéria chega pela via hematogênica – sempre procurar
um foco primário onde aquilo se desenvolveu.
*Pode ser causada por colangite
▪ QUADRO CLÍNICO: febre, dor em hipocôndrio direito, calafrios
e sudorese noturna, náuseas e vômitos, hepatomegalia,
esplenomegalia, sangramento TGI, icterícia
o Complicações: comprometimento pleuropulmonar (sistema
respiratório), ascite, disseminação da sepse, choque ▪ TRATAMENTO: resseca,quimioemboliza ou transplante →
séptico, óbito. depende das condições do paciente e quantidade e tamanho
▪ DIAGNÓSTICO: hemograma (leucocitose, anemia, DESVIO A dos nódulos
ESQUERDA), testes de função hepática (aumento de FA)
o RX de tórax e abdome, US 2.2. ANGIOSSARCOMA – HEMANGIOSSARCOMA -TUMOR DE
o TC – consegue ver o gás no abscesso piogênico de CÉLULAS DE KUPFFER
bactérias anaeróbicas, pois produzem gás ▪ Tumor raro, associado a cloreto de vinila (PVC), arsenicais
o Pedir hemocultura sempre inorgânicos, pesticidas, esteróides anabolizantes e Thorotraste.
▪ TRATAMENTO: ATB (ceftriaxona + metronidazol – 2 a 3 Pode dar em crianças, mas NÃO tem relação com esses
semanas, não espera a cultura para tratar) e drenagem de agentes
abscesso (via percutânea ou cirúrgica) ▪ Não associado a cirrose
▪ QUADRO CLÍNICO: dor abdominal, hepatomegalia,
▪ Melhor antibiótico para qualquer abcesso: bisturiciclina →
emagrecimento, esplenomegalia, sopro vascular
todo abcesso tem que ser drenado
▪ Faz metástase para pulmão e baço
▪ O que drena é o que dá melhor diagnóstico
▪ DIAGNÓSTICO: US, TC, RX de abdome (nos casos de
▪ Abcesso hepático não tem como lavar todos os dias →
Thorotraste)
drena e da ATB
▪ AFP normal
▪ Se tem vários abcessos → ATB e prognóstico péssimo
▪ TRATAMENTO: ressecção (mas raramente o tumor é
(mortalidade altíssima) , faz transplante se tiver MELD alto
ressecável)
▪ Abcesso de pele: abre, drena e lava todos os dias → não
precisa de ATB
2.3. HEPATOBLASTOMA
▪ Ar na necrose quer dizer que infeccionou
▪ Tumor maligno hepático primitivo + COMUM EM CRIANÇAS
(menores de 3 anos de idade)
➔ Abscesso amebiano: + no lobo direito, único, quadro clínico
▪ QUADRO CLÍNICO: anorexia, perda de peso, dor abdominal,
de diarreia, dor no QSD, FEBRE, hepatomegalia dolorosa e
puberdade precoce (por conta da secreção do B-HCG)
icterícia.
▪ DIAGNÓSTICO: marcador alfafeto-proteína (muito elevado),
➔ Diagnóstico: aumento de FA, anemia, US e TC.
US, TC, biópsia deve ser evitada (tumor é hipervascularizado)
Pedir investigação para Entamoeba – sorologia ou exames de fezes
▪ TRATAMENTO: ressecção + quimioterapia (doxorrubicina e
Aspiração e fazer cultura com a drenagem do abscesso amebiano:
cisplastina)
 dos eosinófilos, hemograma com leucocitose
▪ Cirurgia é de alto risco e prognóstico é ruim
➔ TTO com metronidazol e aspiração
➔ Na biópsia: o pus tem aparência de MOLHO DE ANCHOVAS

*Diferença entra empiema X abscesso:


o Empiema: pus em cavidade que já existe (pleural,
peritoneal). Se não há cavidade é abcesso Metastases locorregionais: vesícula, pâncreas, cólon e reto

2. LESÕES HEPÁTICAS MALIGNAS 3. HEMOCROMATOSE


2.1. CARCINOMA HEPATOCELULAR
▪ Acúmulo excessivo de ferro corporal, cuja maioria é depositada ▪ Regra dos três A: astenia crônica e motivada,
em órgãos parenquimatosos, como fígado, pâncreas, coração aminotransferases ( 10 x), artralgia
nas articulações e órgão endócrinos ▪ DIAGNÓSTICO: níveis elevados de ferro sérico e ferritina,
▪ Aumenta captação de ferro e reduz a eliminação, e satura biópsia hepática (corante – Azul de Prússia)
os transportadores (transferrina). Fica depositado através o Ferro sérico/TIBC X100
da hemossiderina (intraplasmático) e ferritina (ferro livre). ▪ TRATAMENTO: sangria, desferoxamina (quelante de ferro)
▪ Pode ser primária (HEREDITÁRIA – mutação no HFE) ou
secundárias (siderose) 4. DOENÇA DE WILSON
▪ Risco de hepatocarcinoma e pode causar cirrose ▪ Distúrbio autossômico recessivo causado por mutação do gene
▪ Pode doar sangue → quem recebe o sangue não está com ATP7B o que resulta em prejuízo de excreção de cobre na bile
defeito na saturação de ferro, logo, eliminará o excesso e incapacidade de incorporar cobre à ceruloplasmina
▪ Presença de cirrose que modifica o prognóstico → se não ▪ QUADRO CLÍNICO:doença hepática aguda ou crônica, causa
tem cirrose e tratada adequadamente a expectativa de vida de CIRROSE, manifestações neuropsiquiátricas (tremor,
é normal. Se já tem cirrose o prognóstico de vida é alterações comportamentais), ANEIS DE KAYSER-
diminuído. FLEISCHER (depósitos verdes a castanhos de cobre na
▪ QUADRO CLÍNICO: hepatomegalia, dor abdominal, membrana Desçemet, no limbo da córnea)
pigmentação cutânea, disfunção cardíaca, hipogonadismo ▪ DIAGNÓSTICO: da ceruloplasmina sérica,  do teor de
(amenorréia em mulheres, impotência e perda da libido em cobre hepático e  na excreção urinária de cobre.
homens), diabetes melito, artrite atípica ▪ TRATAMENTO:quelante (D-penicilamina ou Trientina), terapia
▪ Descrição clássica de Sheldon: DM + hepatomegalia + a base de zinco, e transplante de fígado (hepatite fulminante ou
hiperpigmentação pele (nem sempre ocorre) cirrose)
SP9: PÂNCREAS E VESÍCULA BILIAR
1. COLELITIASE finalmente, infecção bacteriana secundária que pode
▪ Principal manifestação → NENHUMA, ASSINTOMÁTICO. evoluir para empiema e gangrena
QUANDO TEM, TEM CÓLICA BILIAR. o Acalculosa (10% dos pacientes por colecistite): sepse,
▪ Se for síndrome de Mirizzi, pode fazer icterícia imunossupressão, trauma de grande porte e queimaduras,
(compressão do ducto colédoco por um cálculo na infecções
vesícula → o ducto cístico pode ser muito curto) ▪ Colecistite “aguda” enfisematosa: + idosos, dor na vesícula,
▪ A perfuração de uma pedra para dentro do colédoco reconhecida por gás na vesícula biliar (invasão de bactérias
produz uma fístula biliar → outra forma de Mirizzi anaeróbicas, Clostridios)
Colecistite → entra no ducto cístico, instala, obstrui a ▪ QUADRO CLÍNICO: dor no QSD, persiste por mais de 6 horas,
vesícula. Dor constante. TRAVADO irradia para o dorso, referência de dor em região subescapular
▪ Fator de risco: 4F-female, fourty, fertility, fat – mulher, 40 anos, direita (irradiada pelos nervos esplâncnicos), anorexia,
fértil e obesidade, família náuseas, vômitos.
o Outros fatores: rápida perda de peso, medicações *Dor intensa e constante (não passa)
(estrógeno e progesterona), nutrição parenteral total, o Complicações: colangite, pancreatite.
cirurgia bariátrica ▪ DIAGNÓSTICO:sinal de Murphy positivo – pede para o
▪ Pode ser causada por 3 defeitos: bile hipersaturada com paciente que inspire profundamente (diafragma desce – abaixa
colesterol, nucleação acelerada e hipomotilidade da vesícula a vesícula), e palpa-se a região subcostal direita – o paciente
biliar (dismotilidade da vesícula) interrompe a inspiração profunda na palpação.
▪ Cálculos de colesterol (amarela) x pigmentares (marrom e o Exames laboratoriais: hemograma, transaminases (TGO
preta): cálculos menores (+ perigosos) e TGP), fosfatase alcalina, amilase e lipase
▪ Cálculos grandes: são fatores de risco para câncer de o Exame de imagem: rotina de abdome aguda (para
vesícula eliminar outras causas) + US (se tiver acesso)
▪ Cálculos pequenos: são fatores de risco para ▪ TRATAMENTO:depende da evolução do paciente- há a
coledocolitíase e pancreatite tendência de tratar e operar no mesmo internamento.
▪ QUADRO CLÍNICO: assintomática, dor em cólica biliar o Paciente chega com início do surto AGUDO da doença: faz
(espasmódica) – dor epigástrica ou no QSD, que ocorre 15-30 suporte (administração de líquido EV, analgésico, jejum e
minutos após uma refeição. Dura menos que 5-6 horas ATB) + internação → espera paciente melhorar → melhora
▪ Irradia para a região dorsal em 3-4 dias → opera
▪ Associada a náuseas e vômitos o Paciente chega com 3,4 e 5 dias de evolução (não é surto
▪ Complicações: colecistite aguda, coledocolitíase, pancreatite agudo) → faz suporte → pode esperar 3-4 semanas →
aguda, colangite aguda (abscesso hepático), vesícula em depois opera
porcelana, íleo biliar, síndrome de Bouveret o Paciente chega bem → há piora rápida do quadro ou tem
▪ DIAGNÓSTICO:Ultrassom (Como saber se é cálculo? complicações → opera imediatamente
Cálculo tem sombra acústica – melhor exame para as vias
biliares) 3. PANCREATITE AGUDA
▪ TRATAMENTO: colecistectomia – na prática a maioria dos ▪ Pode ser leve ou grave
cirurgiões optam por retirar o Leve: 80-90% dos casos, sem sequela
o Assintomático: cálculos >3cm, pólipos de vesícula biliar, o Graves: necrose e infecção pancreática, complicações
vesícula em porcelana, anomalia congênita da vesícula fatais e graves – tem mortalidade de 98% em 1 ano
biliar ▪ Causas + comuns: litíase biliar e álcool, mas pode ser:
o Metabólicas: álcool, veneno de escorpião, genético,
2. COLECISTITE medicamentos
▪ Depois dos 50 anos, homens e mulher têm incidência igual o Mecânicos: colelitíase, pós-operatório, complicação por
▪ Pode ser colecistite calculosa e acalculosa CPRE, obstrução do ducto pancreático (tumor pancreático,
o Calculosa 90-95% causada por obstrução do ducto cístico áscaris)
▪ A obstrução do ducto cístico causa um ↑ da pressão o Vasculares e Infecciosos
intraluminal da vesícula biliar, obstrução venosa e ▪ Lesão pancreática inicial → ativação de enzimas pancreáticas
linfática, edema e isquemia e ulceração da sua parede e, (tripsina, lipase) → autodigestão → necrose pancreática
▪ Quando necrosante: pode haver derrame pleural e ▪ Interna e pede critérios de Ranson. Não tem nenhum
dispneia. Na pancreatite necrosante pode haver SIRS. Pois critério de Ranson, amilase aumentada (de boas) → jejum
as enzimas vão pra circulação → observa
▪ QUADRO CLÍNICO: dor de início súbito, paciente curva-se ▪ Veio 3 critérios → TC → necrose → ATB → UTI → piora →
para frente e assumem várias posições na tentativa de aliviar a TC → ar → sinal de infecção → necrosectomia
dor, referida no quadrante superior direito e esquerdo, no a. Única indicação de ATB em pancreatite aguda - pancreatite
epigástrio ou em todo o abdome superior necrótica - mortalidade quase 100% Faz imipenem
o Dor em faixa b. Única indicação de cirurgia: infecção (sepse) - tira a necose
o Complicações: choque distributivo e hemorrágico, íleo (necrosectomia). Viu ar na necrose - infeccionou - mortalidade
paralítico, pulmonar, derrame pleural, pseudocisto e quase 100%
abscesso o Faz CPRE → papilotomia → se tiver cálculo impactado
▪ Pseudocisto pancreático: coleção fluida, rica em o Não usar morfina – usar meperidina (menos
suco pancreático, que persiste após a 4° a 6° semana interferência no esfíncter de Oddi)
do início da pancreatite aguda. Há aumento do nível
da amilase sérica, dá para ver na US e TC, TTO é 4. PANCREATITE CRÔNICA
endoscópico ▪ A causa + comum no adulto é alcoólica, seguido de idiopática e
o Exame físico: região periumbilical (sinal de Cullen) ou na criança e adolescente é a fibrose cística
em flancos (sinal de Gray-Turner) – dissecção do sangue ▪ Classificação de Marselha-Roma:
peripancreático para a gordura subcutâneo – hemorragia o Pancreatite crônica calcificante: + alcoólica
retroperitoneal - É raro, sinais de gravidade o Pancreatite crônica obstrutiva: tumor
▪ DIAGNÓSTICO: amilase (permanece elevada 3 a 7 dias) e o Pancreatite crônica inflamatória: Sjogren
lipase (permanece elevada 7-10 dias, + específica)-são 3 ▪ QUADRO CLÍNICO: dor no abdome superior e pode irradiar
vezes maiores- estão elevadas na fase aguda– dá o para o dorso, ou+ raramente para o ombro esquerdo. Pode ser
diagnóstico associada a náuseas e vômitos.
▪ DX: pelo menos 2 dos seguintes achados – Critérios de ▪ Dor surge após as refeições, durando cerca de 2 horas.
Atlanta: sintomas compatíveis com a doença, amilase ou ▪ Os episódios e a intensidade da dor aumentam inicialmente,
lípase elevados, imagem radiológica compatível com DX mas após muitos anos de pancreatite crônica, diminuem,
o Exames laboratoriais: hemograma, lipase, amilase, possivelmente por destruição do tecido pancreático
bilirrubinas, transaminases, FA e GAMA-GT o Triade clássica: ESTEATORREIA, CALCIFICAÇÃO E
o Exames de imagem: RX e US – para excluir outras causas DIABETES
e para descobrir a etiologia ▪ DIAGNÓSTICO: Rx simples (calcificação do pâncreas) e TC
o TC – exame de escolha para pancreatite (melhor exame de imagem)
▪ TC contrastada – gravidade → mostra alterações o Amilsa e lipase NÃO estão aumentados, é só na aguda
depois de 24-48h → pancreatite aguda grave (é a que ▪ TRATAMENTO: faz tto da dor, esteatorreia, diabetes mellitus
tem necrose) (faz insulinoterapia) e suporte nutricional. TTO das
▪ TC nas primeiras 24h de pancreatite: pâncreas consequências,
normal o Não tomar morfina → causa espasmo do esfíncter de
o Critérios de Ranson > 3 indica pancreatite grave, e 7-8 Oddi → piora pancreatite
indica 100% mortalidade; esse é baseado em exames o Única indicação de cirurgia na pancreatite crônica:
laboratoriais • Dor intratável ou refratária
o Balthazar: se baseia nos dados encontrados na TC • Whipple
▪ TRATAMENTO: interna + reposição volêmica + jejum (fica até • Partinton – Rochelle - ducto de Wirshow está todo
5 a 7 dias, se deixar por mais tempo pode predispor a entupido, abre - coloca alça para de doer e para de fazer
complicações, faz nutrição parenteral)+ analgesia + ATB necrose pancreática
(usar na necrose)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
As doenças que se manifestam com intensa dor abdominal aguda devem ser afastadas, entre elas:

(1) Doença péptica / Úlcera perfurada. (3) Isquemia mesentérica. (6) Gravidez ectópica.

(2)Colelitíase,Coledocolitíase, (4) Obstrução intestinal aguda.

Colecistite aguda. (5) IAM inferior / Dissecção aórtica


abdominal.

Na colelitíase e na doença péptica a dor costuma ter menor duração. A dor da colecistite aguda pode ser muito semelhante à dor da
pancreatite. A isquemia mesentérica aguda pode ser facilmente confundida com pancreatite aguda – um histórico de fibrilação atrial,
pós-IAM, a ausência de vômitos incoercíveis, a presença de diarreia ou sangue no toque retal e uma acidose metabólica proeminente,
são dados que sugerem o diagnóstico de isquemia mesentérica. Na úlcera perfurada, o exame abdominal em geral mostra irritação
peritoneal proeminente (às vezes, “abdome em tábua”), achados não esperados na pancreatite aguda, que é uma causa de inflamação
predominantemente retroperitoneal. Há casos em que os critérios clínicos e laboratoriais não são capazes de diferenciar com certeza a
pancreatite aguda de seus diagnós- ticos diferenciais; nestes, está indicada a laparotomia exploradora

CASO OTTO:
Paciente chegou com dor no hipocondrio direto, levemente ictérico (só esclera), dor à palpação no hipocondrio direto, leucocitose, TGO
e TGP↑↑↑↑↑↑ (300 e 700 respectivamente) - hepatite (lesão direta nos hepatócitos)

COMO MONTAR UMA OSCE?


INTEGRADAS COM O MÓDULO – CRIANÇA E ADULTO, DOR e DIARREIA, NEOPLASIAS, COLECISTITE e COLELITIASE, ICTERÍCIA?

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