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Democracia é um regime de governo cuja origem do poder vem do povo.

Em
um governo democrático, todos os cidadãos possuem o mesmo estatuto e têm
garantido o direito à participação política.
Um dos aspectos que define a democracia é a livre escolha de governantes
pelos cidadãos através de eleições diretas ou indiretas.

Um sistema de governo que atua democraticamente, deve abranger todos os


elementos de sua organização política: sindicatos, associações, movimentos
sociais, parlamento, etc.

Nesse sentido, democracia não é apenas uma forma de Estado ou de


Constituição, mas a ordem constitucional, eleitoral e administrativa.

Isto se reflete no equilíbrio dos poderes e órgãos do Estado, a prioridade


política do Parlamento, o sistema alternativo de grupos governamentais e de
oposição.

A democracia tem como princípios fundamentais:

 liberdade do indivíduo perante os representantes do poder político,


especialmente face ao Estado;
 liberdade de opinião e de expressão da vontade política;
 multiplicidade ideológica;
 liberdade de imprensa;
 acesso à informação;
 igualdade dos direitos e oportunidades favoráveis para que o povo e os
partidos se pronunciem sobre todas as decisões de interesse geral;
 alternância do poder de acordo com os interesses dos cidadãos.

Mas o que nós Brasileiros estamos presenciando é a incríveis embates entre


os poderes da República e, como consequência, repercussão de muito barulho.
Desde que entrou em vigor a atual Constituição, com alguma frequência, houve
discussões e desrespeito a algumas normas, mas nunca como agora.
Atualmente se assiste, com perplexidade, inéditos e recíprocos ataques
personificados entre titulares do Executivo, Legislativo e Judiciário fustigando
uns aos outros sem qualquer reserva protocolar.
Chegamos, então, numa quadra que representa justamente a total inversão
daquilo que apregoa a essência republicana, a sujeição absoluta aos marcos
legais para todos os cidadãos, também, é claro, para aqueles que exercem
algum poder constituído. Os excessos percebidos nos últimos meses vêm
sendo praticados sob a justificativa de estarem servindo à contenção de
abusos de outros Poderes, por não observância do tal sistema de freios e
contrapesos.
Nessa briga para ver quem sujeita quem, o que deveria ser imperioso é o que
está no texto constitucional. Quando o País enfrenta uma terrível pandemia,
que se desdobra em crises econômica e social, a instabilidade clama
justamente por ainda mais civilidade e institucionalidade. Apostar no contrário
é investir na descoordenação geral e na tragédia ampla e duradoura. Os ânimos
precisam serenar e o império da lei nos guiar. E alguém precisa assumir a
liderança.
A tripartição dos Poderes está assentada na base do Estado Democrático de
Direito, pois é esse arranjo que garante as liberdades civis e que impede a
gestação de tiranos com avanços além das competências. O uso desmedido
de prerrogativas não pode ser tolerado sob circunstância alguma, nem mesmo
nos períodos repletos de excepcionalidades como o atual, marcado por
desafios de catástrofe trazida pelo vírus.
Não existe poder moderador, muito menos militar, para recolocar a harmonia
perdida pelos Três Poderes republicanos. O que urge são atitudes moderadas
dos indivíduos que respondem temporariamente pelos poderes, inspiradas na
Lei Maior. O modelo tripartite não requer apenas o equilíbrio entre as
autoridades para que cumpram suas missões, lembrando que as pessoas
passam e as instituições ficam.
O Brasil presencia, desde 1988, sob a égide da Constituição Cidadã, o mais
longo período democrático da sua história. Nessa fase, nossa democracia
superou com resiliência todo tipo de teste, alguns profundamente dramáticos.
Pois será com as mesmas balizas legais que venceremos as turbulências do
momento.

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