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NATUREZA MORTA
William Kentridge - Paula Rego
Ensaios – Processos de análise
Estudo de formas
Desenho A 12P
Escola Secundária de Santa Maria – Sintra – 2010/11

«(...) Une nature morte n'est jamais qu'une mélodie du monde visible. Elle pose le problème du silence dans le
monde de la peinture (...).» Jean-Jacques Lévêque

Introdução
A natureza morta é uma pintura, desenho, colagem ou fotografia de objectos inanimados do quotidiano.
Praticada desde a Antiguidade, a natureza morta só foi considerada no Ocidente como um género autónomo a
partir do séc. XVI. A expressão inglesa, Still Life, parece ser a mais correcta, pois, por vezes, o instante torna-se
uma verdadeira eternidade. Este género de representação atravessa toda a arte moderna e é considerado o que
melhor revela a existência das formas, das cores e dos valores de luz.
No séc. XIX, as composições do pintor Paul Cézanne deram um novo alento à natureza morta. Cézanne
estudava atentamente a disposição dos objectos que iria pintar. No entanto, apesar desse cuidado, a ordenação
dos elementos resultava despretensiosa.
Giorgio Morandi foi dos pintores modernos o que mais se concentrou em natureza morta. Os seus objectos:
garrafas, candelabros, potes, dispostos em combinações cromáticas subtis, são esvaziados de conteúdos
simbólicos e literários, o que confere a essas obras um carácter muito original.
Os arranjos de objectos nas diversas composições e colagens de Juan Gris, Pablo Picasso e Georges Braque
associam a Natureza morta directamente ao cubismo.
Na arte contemporânea as representações de objectos inanimados, surgem em suportes tão diversos como a
escultura, instalação ou vídeo.

As imagens apresentadas são reproduções de obras do género natureza morta realizadas desde o séc. XVI à actualidade.

Definição e Objectivos
A primeira fase do trabalho consiste na execução de esboços com recurso à linha e à técnica mista, tendo em
vista a análise e interiorização da geometria-base do grupo de objectos que serve de modelo. (eixos, proporções,
simetrias, linha de contorno, etc.,)
A segunda fase consta da realização de uma representação em tons neutros, usando grafite e carvão e uma
representação usando carvão e pastel de óleo.

Percurso e metodologia
Fase 1:
Registos exploratórios com recurso à linha em folhas A3.
1. Execução de esboços rápidos do grupo de objectos observado na sua totalidade, segundo vários pontos de
vista por suporte. Definição das várias aparências dos objectos, tentando captar a estrutura, os eixos e a
morfologia global (2 suportes).
2. Representação pormenorizada de um dos objectos observado na sua totalidade: eixos construtivos, estrutura,
linhas de contorno, proporções e perspectiva (1 suporte).
Utilização de lápis e grafites.

Registos exploratórios com recurso à técnica mista (linha e mancha).


1. Representação do grupo de objectos, segundo dois pontos de vista diferentes.
Definição das várias aparências dos elementos. Procurar captar a morfologia global, volume, claro-escuro e
textura (2 suportes).
Utilização de lápis, grafites e carvão.

Fase 2:
Realização de duas representações atentas e objectivas do modelo em de folhas A2 , segundo dois pontos de
vista distintos.
1. Grafite e carvão
- Representação cuidadosa dos eixos construtivos, inclinações, estrutura, pontos de inflexão e de concordância,
linhas de contorno e perspectiva.
- Registo dos contrastes de valores de claro-escuro e das textura dos materiais que constituem os modelos.
Aproximação às técnicas, processos, instrumentos e modos de fazer observados no universo artístico de William
Kentridge (Joanesburgo, África do Sul, 1955).

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2. Carvão e pastel de óleo
- Representação cuidadosa dos eixos construtivos, inclinações, estrutura, pontos de inflexão e de concordância,
linhas de contorno e perspectiva.
- Registo dos contrastes dos valores de claro-escuro, da cor e da textura dos materiais que constituem os
modelos. Utilização de carvão para a definição da morfologia geral e do volume e do pastel de óleo para alguns
apontamentos de cor considerados relevantes.
Aproximação às técnicas, processos, instrumentos e modos de fazer observados no universo artístico de
Paula Rego (Lisboa,1935).

Apresentação
Identificação, legendagem e organização dos suportes de formato A3 num dossier.

Calendarização prevista
Turno A
Fase 1 – Linha / Mancha Fase 2 - Grafite/Carvão Fase 2 - Carvão/Pastel de óleo
24 de Jan. / 11 de Fev. 15 a 22 de Fev. 25 de Fev. / 4 de Mar.
Turno B
Fase 1 – Linha / Mancha Fase 2 - Grafite/Carvão Fase 2 - Carvão/Pastel de óleo
25 de Jan. / 11 de Fev. 15 a 22 de Fev. 25 de Fev. / 4 de Mar.

Avaliação CM AA AP
Estrutura, Configuração geral, Proporções, Perspectiva; Ocupação da página;
F1 Fluidez do traçado, Adequação da mancha; Utilização dos meios e técnicas; 90
Inovação/ Originalidade
Configuração geral, Proporções, Perspectiva; Volume, Textura, Cor; Ocupação da página;
F2 100
Utilização dos meios e técnicas; Inovação/ Originalidade/ Expressividade
Apresentação 10
(CM – Cotação máxima, AA – Auto avaliação, AP – Avaliação do professor). Total 200

Fig.1 Francisco de Zurbarán, pintor espanhol (1598-1664),


A cup of water and a rose on a silver plate, c.1630,
National Gallery, Londres

Fig.2 Pieter Claesz, pintor barroco holandês (1597-1661),


Nature morte au hareng, óleo sobre tela, 36 x 46cm, 1636
(Musée Boijmans Van Beuningen, Rotterdam)

Fig.3 Jan de Heem, pintor holandês


(1606-1683), Natureza morta Fig. 4 Samuel van Hoogstraten, pintor holandês (1627-1678),
(aluno de Rembrandt van Rijn) Natureza morta,
óleo sobre tela, 1664, Dordrechts Museum

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Fig.6 Fantin Latour, artista plástico francês (1836-1904),
White cup and a saucer, c.1864,
Fitz William Museum, London,

Fig.5 Jean-Simeon Chardin, pintor francês (1699-1779),


Natureza morta com jarro de vidro e frutas, óleo, c.1750

Fig.7 Paul Cézanne, pintor pós-impressionista francês Fig.8 Vincent van Gogh, pintor pós-impressionista holandês
(1839-1906), Natureza-morta com frutos (1853-1890), Natureza morta

Fig.10 Chaim Soutine, pintor expressionista lituano/ francês,


(1893-1943), Natureza morta

Fig.9 Fernand Léger, pintor cubista francês


(1881-1947), Natureza morta

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Fig.11 Pierre Bonnard, pintor francês (1863-1661), Nature
Morte au Bouquet de Fleurs, óleo sobre tela.

Fig.12 Giorgio Morandi, pintor italiano (1890-1964),


Natura morta (1952), óleo sobre tela, 40x46cm

Fig.13 George Braque, pintor e escultor francês (1882-1963),


(fundador do Cubismo juntamente com Picasso)
Nature morte a la guitarre et ridaux rouge

Fig.14 Pablo Picasso, pintor cubista espanhol


(1881-1963), Natureza morta com violino e frutas,
desenho, pintura e colagem

Fig.16 Auguste Herbin, pintor francês (1882-1960),


Natureza morta com melão
Fig.15 Juan Gris, pintor e escultor cubista
espanhol (1887-1927), Natureza morta

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Fig.17 Henri Matisse, pintor do fauvismo, francês
(1869-1954), Nature morte aux oranges ou corbeille, Fig.18 Peterhans, fotógrafo alemão (1921-1927),
1912, óleo sobre tela, 94 x 85cm, (professor do curso de fotografia da Bauhaus desde
Museu National Picasso, Paris 1929 a 1933), Natureza morta com pedaços de limão,
tule e plumas, colagem, 1929

Fig.19 Baltazar Gomes Figueira, (1604-1674), Fig. 20 Josefa de Óbidos (1630-1684), Natureza morta
Nature morte au poisson, Museu do Louvre, Paris com fruta e flores, c.1670, Palácio de Queluz

Fig. 22 Abel Manta (1888-1982), Natureza morta,


1965, Museu de Grão Vasco

Fig. 21 Eduardo Viana (1881-1967), Natureza morta,


1961, oleo sobre tela

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