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ORGANIZADORES
RAQUEL MARQUES CARRIÇO FERREIRA
AGUIMARIO PIMENTEL SILVA
CASOS DO COTIDIANO:
O DISCURSO DA PUBLICIDADE EM REVISTA
ORGANIZADORES
RAQUEL MARQUES CARRIÇO FERREIRA
AGUIMARIO PIMENTEL SILVA
São Cristóvão - SE
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Reitor
Angelo Roberto Antoniolli
Vice-Reitora
Iara Maria Campelo Lima
ISBN 978-85-7822-655-8
CDU 659.1(81)
5
APRESENTAÇÃO
1 Wachowicz, Marcos. A revisão da lei autoral principais alterações: debates e motivações. PIDCC, Ara-
caju, Ano IV, Edição nº 08/2015, p. 542-562.
6
A par dos textos aqui selecionados, uma ressalva deve ser feita ao leitor.
Muito embora os termos publicidade e propaganda tenham origens
diferenciadas e sejam postos, por muitos autores, como conceitos
distintos – uma revela-se portadora de relações específicas com fins
comerciais, outra com fins ideológicos e políticos; uma seria não paga,
já a outra aconteceria de forma espontânea, sem necessariamente
acontecer de modo profissional, embora intencional –, perante a lei
os termos são sinônimos. Assim, o leitor perceberá, aqui, a utilização
dos dois termos para fazer referência ao mesmo significado. A Lei
4.680, de 18 de junho de 1965 – que regula o exercício da profissão
de publicitário –, o Código Brasileiro de Autorregulamentação
Publicitária, bem comoas normas padrão da atividade publicitária
absorvem o princípio da ética dos profissionais da propaganda e ditam
10
PARÓDIAS E PARÁFRASES:
UM RISCO DUPLO DO
DIREITO AUTORAL
RESUMO
Introdução
O mercado publicitário brasileiro registrou um total de R$ 129,9 bilhões
investidos em publicidade, no ano de 2016, segundo pesquisa da Kantar
IBOPE Media1. Além disso, é impressionante o destaque criativo que
a produção publicitária brasileira mantém no cenário internacional.
Apenas no biênio 2016-2017, o Brasil conquistou, no Festival
Internacional de Publicidade de Cannes (Cannes Lions International
Festival ofCreativity), 189 prêmios. Em 2016, conquistou 90 prêmios em
17 categorias diferentes (10 leões de ouro, 22 de prata e 58 de bronze).
O país ficou com a terceira posição no ranking geral da premiação. Em
2017, foram 99 prêmios (14 leões de ouro, 33 de prata e 52 de bronze),
ocupando, assim, a quarta posição no ranking geral2.
1 Fonte: <https://www.kantaribopemedia.com/pracas-janeiro-a-dezembro-2016/>.
2 Os dados relativos às premiações conquistadas pelos criativos brasileiros podem ser encontrados em
<https://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/brasil-ganha-99-leoes-no-festival-de-
-publicidade-de-cannes.ghtml> e em <http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/>.
2016/06/brasil-conquista-90-leoes-em-cannes-e-almapbbdo-e-eleita-agencia-do-ano.html>.
14
Criação Publicitária
O processo criativo publicitário pode ser desenvolvido a partir de
poucas opções metodológicas. O método dedutivo é uma delas, uma
proposição clássica que fornece uma estrutura de tipos de experiências
potencialmente recompensadoras com um produto/serviço (sensorial,
racional, social, de satisfação pessoal), sendo tal condição o argumento
de venda da campanha publicitária. Além do argumento que está
calcado em uma proposição de venda, a mensagem publicitária
também será constituída segundo um tratamento estético, com duas
características: estilo e tom.
Tal reconhecimento, por sua vez, é apontado por Cappo (2003) desde
outro viés, quando menciona que, não raro, os criativos recebem
orientação para utilizar trabalhos alheios como referência na
elaboração do material publicitário. Ele diz que, atualmente, “uma
análise dos comerciais de diferentes países mostra que as ideias criativas
são habitualmente copiadas ou adotadas” (CAPPO, 2003, p. 82). Tal
condição do processo criativo na produção publicitária põe em xeque,
então, os limites dos procedimentos entendidos como apropriados.
3 Os direitos autorais são regidos pela Lei Federal nº 9.610, promulgada em 19 de fevereiro de 1998, que
veio reafirmar e ampliar os direitos de criação e execução pública de obras intelectuais. O Brasil também
assinou diversos tratados e convenções internacionais que representam o compromisso assumido pelo
país, perante a comunidade internacional, de respeitar e proteger os direitos autorais relativos aos di-
versos tipos de obras intelectuais. Dentre as principais normas internacionais, podemos destacar: a Con-
venção de Berna (Decreto 75.699, de 6.12.75); a Convenção de Roma, sobre direitos conexos (Decreto
57.125, de 19.10.65); o Acordo sobre aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao
Comércio – ADPIC (Decreto 1.355, de 30.12.94). Também estão protegidos pela Constituição Federal,
art. 5º, inciso XXVII, e pelo Código Penal, art. 184.
17
intelectuais, para que isto sirva como prova segura da autoria, sendo o
registro efetuado segundo a natureza da obra.
A paráfrase, por sua vez, também é citada no texto da lei. Esta, por
essência, refere-se à interpretação de um texto com palavras próprias,
mantido o pensamento do original: do grego para-phrasis (repetição de
uma sentença), a paráfrase imita o original. Parafrasear um texto é repeti-
lo com outras palavras, mas sem alterar suas ideias. A paráfrase é um novo
enunciado ou texto que remete à formulação de origem, mas através da
utilização de outros recursos de linguagem. Por esse motivo, segundo a lei,
ela não se pode assemelhar verdadeiramente à obra original.
uma releitura com novas apropriações5. Ambas são admitidas por lei,
sem a necessidade de solicitação da permissão legal de uso da obra
referenciada, ainda que esta condição seja controversa. Vejamos alguns
casos específicos verificados no domínio publicitário.
5 Essa posição com relação à paráfrase é bastante polêmica. Há quem entenda que a paráfrase se ca-
racterize por uma condição didática, há quem julgue que ela possa vir a assumir uma condição poética,
linguagem passível de ser reproduzida em uma mensagem publicitária. Por definição, Helena Beristáin
afirma que a paráfrase é o enunciado que descreve o significado de outro enunciado, ou seja, é um
acréscimo explicativo, produto da compreensão ou da interpretação; uma espécie de tradução da lín-
gua para a mesma língua, pois o significado é equivalente, mas se manifesta mediante um significante
distinto, um sinônimo, já que a paráfrase é metalinguística (…). Em outra acepção, paráfrase é a inter-
pretação livre e geralmente ampliada de um texto. Pode se dar a partir de obras escritas na mesma
língua ou em outras. Pode ter propósito didático ou literário. No primeiro caso, reduz os tropos, quer
dizer, explica-os, verte o sentido figurado das expressões para um sentido literal; traduz a linguagem
conotativa para uma linguagem denotativa. No segundo caso, trata-se da recriação poética do mesmo
tema, pela qual os tropos do original podem assumir outros tropos na paráfrase (BERISTÁIN, 2006 apud
BARROSO; CARRASCOZA; GUARDIA, 2011, p. 78).
23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Canções, clichês, cenas de filmes, expressões populares propagadas
por inúmeras fontes ou mesmo pela própria publicidade têm servido de
referência para novas formas de anúncios e de filmes publicitários. Tal
processo associativo tem a finalidade de “pegar carona” no sucesso da
obra referente e facilitar a aceitação e a lembrança do produto/serviço
divulgado, através do recurso a uma memória discursiva compartilhada
pelos indivíduos no meio social. É a exploração dessa memória comum
que se encontra na base do processo que aqui exploramos.
Isso significa, enfim, que a própria lei, nesse sentido, apresenta uma
contradição que abre margem para a contestação de peças publicitárias
baseadas em paródias ou paráfrases. De qualquer forma, os casos
mencionados acima não conseguiram comprovar a adaptação da obra
original na condição de paródia, como defendido pelos próprios acusados.
referência pop Guerra nas estrelas (Star Wars), com seu personagem
icônico Darth Vader e com a trilha característica do filme original. O
intuito foi caracterizar a tipologia da família feliz e bem sucedida que
possui o automóvel em questão. No filme, uma criança fantasiada do
personagem Darth Vader surge em cena tentando usar a sua “força” de
controle mental sobre os objetos, tal como na série original. Fazendo o
gesto característico do uso da “força”, o pequeno Darth Vader utiliza-a
contra uma série de objetos na casa: bicicleta ergométrica, boneca,
máquina de lavar roupas e até mesmo o cachorro, não obtendo, por
resultado, sucesso algum. Frustrado, o garoto dirige-se à parte externa
da casa, no mesmo momento em que seu pai chega dirigindo o novo
Passat. Ignorando o abraço do pai, o garoto tenta mais enfaticamente
seu controle mental sobre o automóvel. Ele fica de frente para o Passat
e faz o gesto do uso da “força” (referência ao produto original). A trilha
chega a seu clímax e é bruscamente interrompida, ocasionando o
ápice do suspense provocado. O carro, enfim, manifesta-se ao acionar
o alarme e ao piscar os faróis dianteiros, assustando o protagonista do
filme, que imagina que seu poder mental finalmente funcionou.
REFERÊNCIAS
ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito Autoral. 2 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1997.
GUEIROS JR., N. O direito autoral no show business. Rio de Janeiro: Gryphus, 1999.
Jackson de SOUZA
Raquel Marques Carriço FERREIRA
RESUMO
Introdução
Trabalhando cada vez mais (por meio da publicidade) através dos dizeres
“tenha, compre e seja feliz”, essa indústria faz com que a mulher tenha
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em mente que não basta apenas ter para ser feliz; é necessário competir
com os mais altos padrões de beleza, o que contrasta, assim, com a
realidade de grande parte da população feminina (MORENO, 2009).
Procedimentos Metodológicos
Inicialmente, objetivou-se, neste trabalho, compreender aspectos
relacionados à autorregulamentação da publicidade de dois espaços
geográficos (Brasil e Reino Unido), países com distintas concepções sobre
o uso de editores de imagem, e avaliar as variáveis que possam ter relação
com essas diferenças. Para tanto, foi utilizado o método do estudo de
caso que, como afirma Yin (2001, p. 32 apud DUARTE, 2006, p. 216), “[...]
é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo
dentro de um contexto da vida real”. A estratégia de estudo caracteriza-
se como exploratória e qualitativa e, a partir de Yin (2005), considera-se
que a presente pesquisa trabalhou com estudos de casos múltiplos, visto
que foram analisadas, comparativamente, duas localidades.
43
Artigo 1º
Todo anúncio deve ser respeitador e conformar-se
às leis do país; deve, ainda, ser honesto e verdadeiro.
Artigo 2º
Todo anúncio deve ser preparado com o devido
senso de responsabilidade social, evitando
acentuar, de forma depreciativa, diferenciações
sociais decorrentes do maior ou menor poder
aquisitivo dos grupos a que se destina ou que
possa eventualmente atingir.
Artigo 3º
Todo anúncio deve ter presente a responsabilidade
do Anunciante, da Agência de Publicidade e do
Veículo de Divulgação junto ao Consumidor.
Artigo 4º
Todo anúncio deve respeitar os princípios de leal
concorrência geralmente aceitos no mundo dos
negócios.
Artigo 5º
Nenhum anúncio deve denegrir a atividade
publicitária ou desmerecer a confiança do público
nos serviços que a publicidade presta à economia
como um todo e ao público em particular.
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Artigo 6º
Toda publicidade deve estar em consonância com
os objetivos do desenvolvimento econômico, da
educação e da cultura nacionais.
Artigo 7º
De vez que a publicidade exerce forte influência
de ordem cultural sobre grandes massas
da população, este Código recomenda que
os anúncios sejam criados e produzidos por
Agências e Profissionais sediados no país - salvo
impossibilidade devidamente comprovada e,
ainda, que toda publicidade seja agenciada por
empresa aqui estabelecida (CONAR, 2018).
A ASA, por sua vez, surgiu no Reino Unido na década de 1960. Logo
em 1961, a associação publicitária existente à época decidiu criar um
sistema de autorregulamentação, que foi amadurecido a partir do
ano posterior. Atualmente, o conselho julgador possui 13 membros, e
pesquisas revelam que 97% das peças publicitárias veiculadas estão em
conformidade com o código existente. Algumas delas, quando é o caso,
são sustadas antes mesmo do início da veiculação (ASA, 2018).
Além disso, cabe frisar que existem dois órgãos que auxiliam a ASA
na manutenção do código e no monitoramento da publicidade do
Reino Unido: o CommitteeofAdvertisingPractice – CAP, que aborda
exclusivamente o processo de não difusão de publicidade, promoção de
vendas e marketing direto, e o Broadcast CommitteeofAdvertisingPractice
47
Percebe-se, dessa forma, que, no que diz respeito aos princípios gerais,
tanto o Conar quanto a ASA são bastante semelhantes, procurando
abster o consumidor de propagandas enganosas que porventura
venham a induzir a erros. A ASA possui uma qualidade a mais no que
tange ao fato de as marcas precisarem atribuir uma prova documental,
juntamente à campanha a ser veiculada, comprometendo-se com o
cumprimento de todas as normas impostas pelo órgão, gerando, assim,
menores índices de processos e, consequentemente, de sustações.
48
Pré-produção
O uso de técnicas de pré-produção, como styling,
maquiagem, inserções de cílios, de cabelo,
etc. é aceitável sem a divulgação explícita,
desde que essas técnicas não induzam ao erro.
São exemplos propensos a promover o erro:
• “Antes e depois” em imagens onde apenas no
‘depois’ tenham sido usadas técnicas de pré-
produção, ou o uso de diferentes técnicas em uma
série de imagens que mostram efeitos graduais;
• A inserção de cílios mais longos ou mais grossos
do que os modelos de cílios naturais ou que
se proponham a mais do que substituir cílios
danificados ou ausentes, a menos que possa ser
demonstrado que o efeito ilustrado é realizável
em cílios sem adornos naturais.
• O uso excessivo de extensões de cabelo que
aumentam significativamente o volume dos
cabelos em anúncios, a menos que possa ser
demonstrado que o efeito ilustrado é realizável
no cabelo natural.
• O uso de unhas artificiais nas propagandas de
produtos para unhas, onde o benefício reivindicado
é outro que não meramente decorativo.
[...]
Exemplos que não devemos nos enganar:
• O uso de styling e make-up em geral.
• O uso de cílios postiços para fora da área do olho.
[...]
• O uso de unhas falsas ou artificiais para unhas
coloridas onde o efeito de cosméticos é alcançável
em unhas naturais.
Pós-produção
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Brasil
No Brasil, em um estudo realizado por Campana, Ferreira e Tavares
(2012), com 99 mulheres entre 18 e 73 anos, as autoras descobriram
correlações mais recorrentes entre a internalização da mídia e a
aceitação de cirurgia plástica estética. No entanto, destaca-se que o
fator “reflexão” foi decisivo em suas decisões. Na pesquisa realizada por
Daros, Zago e Confortin (2012), com 71 mulheres da cidade de Chapecó-
SC que tinham entre 18 e 40 anos e que praticavam atividade física em
academias, observou-se que 78,8% das mulheres entrevistadas estavam
insatisfeitas com sua imagem corporal. Ao mesmo tempo, 33,8% dessas
mulheres demonstravam sofrer de transtornos alimentares.
Reino Unido
No Reino Unido, em uma pesquisa realizada no ano de 2005, com
adolescentes do sexo feminino, Clay, Vignoles e Dittmar (2005)
constataram que o avanço da idade indicava o aumento da preocupação
e da insatisfação com o corpo. De acordo com constatações do estudo,
a mídia era um dos principais fatores de influência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A não intervenção, por parte do Brasil, pode ser explicada, por exemplo,
pelo forte poder da indústria de cosméticos, que todos os anos movimenta
bilhões em comunicação, com anúncios nos intervalos comerciais,
merchandising televisivo em programas, telenovelas etc., e faz figurar o
país no ranking dos principais mercados de cosméticos do mundo.
REFERÊNCIAS
ASA – ADVERTISING STANDARDS AUTHORITY.About ASA.Disponível em:
<http://asa.org.uk>. Acessoem: 12 mar. 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MENON, M.; PANT, P. Are contingencies of self-worth associated with body image
in Indian and British women? PsychologicalStudies, v. 60, n. 2, p. 129-137, 2015.
A AUTORREGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA E O
CONSUMO DE ARMAS DE FOGO
NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS
RESUMO
Introdução
3 O PL 3722/2012 pretende garantir o direito à aquisição e ao porte de armas a todos, desde que atendidos al-
guns critérios. Para comprar uma arma, por exemplo, a pessoa não vai mais precisar comprovar a necessidade
para a Polícia Federal. A proposta acaba com a obrigatoriedade de renovação do registro, que passa a ser per-
manente. Também cai a idade mínima para a aquisição de uma arma: de 25 para 21 anos de idade. Vale desta-
car que o artigo 78 do projeto revoga expressamente a Lei 10.826/2003, o Estatuto do Desarmamento, substi-
tuindo-o por um Estatuto de Regulamentação das Armas de Fogo. Disponível em: <http://congressoemfoco.
uol.com.br/ noticias/camara-prepara-liberacao-de-venda-e-porte-de-armas-proposta-enfrenta-oposicao/>.
4 Disponível em: <http://www.conar.org.br/>.
70
7 Ver Armas de fogo: proteção ou risco?,de Antônio Rangel Bandeira e Josephine Bourgois (2005).
8 Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/06/suprema-corte-dos-eua-rejeita-que-
-estados-limitem-posse-de-armas.html>.
74
O alto índice de suicídios por armas de fogo, nos Estados Unidos, gerou
a criação do Plano de Ação de Saúde Mental da Organização Mundial da
Saúde (OMS), em maio de 2013, do qual a prevenção do suicídio é uma
parte integrante, com o objetivo de reduzir essa taxa nos países em 10%,
até o ano de 202020. Além disso, o estudo realizado pela Organização
Mundial da Saúde, em 201421, aponta que muitos suicídios ocorrem
impulsivamente, em momentos de crise, e que, nestas circunstâncias,
o pronto acesso aos meios de tal prática – como os pesticidas ou as
armas de fogo – pode determinar se uma pessoa vive ou morre. Os
estudos realizados pela OMS mostram uma estreita correlação entre a
proporção de famílias que possuem armas de fogo e a proporção de sua
utilização em episódios de suicídio22.
17 Segundo dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 208.803.887 habitantes, enquanto os Estados
Unidos, de acordo com o Country Meters, possuem cerca de 328.486.566 habitantes. Dados disponíveis
em: <https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html> e <http://countrymeters.info/pt/
United_States_ of_America_(USA)>.
18 Dados retirados do GunPolicy. Disponível em: <http://www.gunpolicy.org/firearms/region/united-states>.
19 Dados retirados do GunPolicy. Disponível em: <http://www.gunpolicy.org/firearms/region/united-states>.
20 Dados retirados do Preventing Suicide, World Health Organization. Disponível em: <http://apps.who.
int/ iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf?ua=1&ua=1>.
21 Preventing Suicide, World Health Organization.Disponível em: <http://apps.who.int/ iris/bitstre
am/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf?ua=1&ua=1>. Acesso em: 26 mar. 2018
22 Estudo disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.
pdf?ua=1 &ua=1>.
78
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BANDEIRA, A. R.; BOURGOIS, J. Armas de fogo: proteção ou risco? Rio de
Janeiro: Viva Rio, 2005.
RESUMO
Introdução
Nos anos 1970, cerceados pelas ameaças do governo militar, que vis-
ava a intervir na publicidade na tentativa de restringir ainda mais sua
atuação, que já vinha sendo submetida a uma espécie de lei de censura
prévia apoiada pelo governo federal e por órgãos ligados à ditadura,
os publicitários, preocupados com a defesa e com a credibilidade da
profissão, organizaram, em 1978, a 3ª edição do Congresso Brasileiro de
Propaganda. Nele, foi discutido e aprovado o Código Brasileiro de Autor-
regulamentação Publicitária, constituindo-se, dois anos depois, o Con-
selho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), a primeira
entidade não governamental com a função de fiscalizar e zelar pela
liberdade de expressão comercial, defendendo os interesses das partes
envolvidas no mercado publicitário, inclusive os do consumidor. Além
de sua estrutura administrativa, o Conar tem um conselho formado por
representantes dos consumidores, das agências, dos anunciantes e dos
veículos (YANAZE, 2006). No julgamento de uma denúncia, recebida ou
levantada pelo próprio órgão, os acusados têm total direito de defesa,
e, uma vez condenada, a peça está sujeita à modificação e até mesmo
à sustação de sua exibição pelos veículos de comunicação de massa.
cas postas em prática no mercado tem sido cada vez mais acentuado, prin-
cipalmente quando associado às denúncias de consumidores e autoridades.
A legislação publicitária e a
publicidade direcionada às crianças
Com a constante exposição infantil à publicidade, as crianças se tornaram
influenciadoras no processo de compra, tornando, por consequência,
essa modalidade de propaganda um alvo de condenação por parte
dos pais. Estes julgam que as crianças são altamente vulneráveis e
não possuem maturidade suficiente para defenderem-se da persuasão
aplicada pela propaganda. Por conta da repetição exaustiva do conteúdo
publicitário, as crianças se tornaram mais autoritárias,anulando a força
parental por conta da demanda consumista3. Desse modo, numa visão
“radical” dos efeitos maléficos da publicidade, os pais, apoiados por
entidades dedicadas a este assunto, movimentam-se no intuito de frear
o suposto “consumo voraz” por parte das crianças, influenciado pela
propaganda, que estimularia problemas sociais, psicológicos e físicos,
tais como a obesidade, o bullying e até alguns delitos.
3 Pensamento baseado na matéria de Fernanda Salla para o site Mundo Estranho, denominada “A
publicidade deve ser proibida para crianças?”. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/ma-
teria/a-publicidade-deve-ser-proibida-para-criancas> .
88
4 Pensamento baseado na matéria de Fernanda Salla para o site Mundo Estranho, denominada “A
publicidade deve ser proibida para crianças?”. Disponível em: <http://mundoestranho.abril. com.br/
materia/a-publicidade-deve-ser-proibida-para-criancas>.
5 Informação tirada de um artigo escrito por Edson Crescitelli para a revista do SESC. Disponível em:
<http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?edicao_id=202&Artigo_ID=3159&IDCatego-
ria=3411&reftype=2>.
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6 Estes dados têm como fonte o IBOPE, mas foram retirados de um coluna na internet especializada
em televisão denominada “Natelinha”. Matéria disponível em: <http://natelinha.uol.com.br/noticias/
2012/05/22/carrossel-atinge-alta-audiencia-em-outras-regioes-do-brasil-confira-174108.php>.
7 Cada ponto no PNT equivale a 608.165 indivíduos e 204.108 domicílios.
8 Que manteve um índice superior a 10 pontos no painel nacional.
94
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANDRE, Alberto. Ética e códigos da comunicação social. 4 ed. rev. ampl.
Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2000.
PUBLIPOST X OSTENSIVIDADE:
A PUBLICIDADE DISFARÇADA DE OPINIÃO
RESUMO
O presente artigo visa a ampliar o conhecimento em relação à existência
de conteúdo patrocinado nas plataformas digitais e ao conceito de
digital influencer, mostrando como a publicidade tem se adaptado a
essa nova prática, vinculando-se ao entretenimento para ser melhor
recebida pelo seu público. O objetivo deste estudo é demonstrar
a importância do cumprimento das disposições legais em torno da
autorregulamentação publicitária (principalmente no que se refere à
ostensividade), a partir da exploração de casos que respeitaram tais
disposições e obtiveram sucesso, mas, também, de casos que foram de
encontro às normas do Conselho Nacional de Autorregulamentação
Publicitária (Conar) e acabaram gerando imbróglios para o criador do
conteúdo e para a marca anunciadora.
Introdução
É esse diálogo, que acontece entre pessoas comuns, que faz surgir
um vínculo entre o comunicador e a sua audiência. “As inúmeras
vozes que ressoam no ciberespaço continuarão a se fazer ouvir e
a gerar respostas” (LÉVY, 2000). Devido ao fato de os interlocutores
estarem no mesmo meio – a internet –, a comunicação torna-se apenas
relativamente igualitária (uma vez que, nesse processo comunicacional,
uma das partes possui maior relevância). Assim, com esse sentimento
de identificação – seja pelo tipo de conteúdo, pela maneira como este é
apresentado ou pela própria pessoa que o apresenta –, o fato é que se
cria a ideia de uma maior aproximação do seguidor em relação ao criador
desse conteúdo, o que vem colocando a figura do “ídolo” num patamar
diferente da que ela experimentava antes do advento de tais redes,
quando isolada em plataformas às quais o público não tinha um acesso
tão direto, isto é, nas quais não havia a aproximação anteriormente
referida. Essa facilidade permite que os usuários da internet tenham voz
não somente para interagir com os influenciadores, mas, também, para
se tornarem formadores de opinião e, por sua vez, atrair seguidores que
compactuam com seu modo de pensar.
1 Como prova da força que vêm ganhando os influenciadores digitais, na atualidade, o Centro Univer-
sitário Brasileiro (Unibra) já oferta um curso de graduação em Digital Influencer, como se pode verificar na
própria página da instituição na internet, disponível em <https://grupounibra.com/curso-graduacao/digital-
-influencer-graduacao/>.
103
O caso repercutiu de maneira intensa, nas redes sociais, por vários dias.
Muitos inscritos do canal Você Sabia?iniciaram um movimento contra
os apresentadores, que tiveram suas imagens manchadas, diminuindo
a credibilidade do canal. Após a polêmica, o vídeo foi removido e, em
seguida, uma nota foi lançada no perfil oficial do canal no Facebook6:
6 <https://www.facebook.com/vcsabia/posts/1186472921475666>.
110
A ação acabou não surtindo o efeito desejado, nem para o canal, nem
para o Governo Federal, que terminou envolvido em uma polêmica, uma
vez que foi divulgado um gasto de cerca de R$ 295 mil com a produção
de conteúdo patrocinado para mais cinco canais do YouTube. Estima-se
que o governo tenha gasto R$ 13 milhões na divulgação da reforma do
Ensino Médio.
Gabriela Pugliesi
Um dos casos de maior repercussão, no que se diz respeito à publicidade
disfarçada de opinião, é o da blogueira Gabriela Pugliesi. Famosa por
expor sua vida nas redes sociais, a digital influencer conta com 3,7
milhões de seguidores em sua conta do Instagram7 e já foi alvo de outras
polêmicas, a exemplo de quando o Conselho Regional de Nutricionistas
criticou-a por estimular suas seguidoras a expor a boa forma e, em
2014, quando a blogueira foi acusada de fazer publicidade disfarçada
de alguns produtos em seu blog Tips4Life.
Jovem Nerd
Criado em 2002 por Alexandre Ottoni (Jovem Nerd) e DeivePazos
(Azaghal), o siteJovem Nerd abrange várias áreas da culturageekenerd
mundial. Cinema, séries de TV, videogames e quadrinhos são o principal
foco do site, que, em 2009, foi eleito o melhor blog do país pelo Video
Music Brasil, realizado pela MTV Brasil18.
Buscando atingir um público ainda maior, foi criado o canal Jovem Nerd
no YouTube, no ano de 2006, hoje com mais de 2 milhões de inscritos
e um total de mais de 520 milhões de visualizações. Em 2012, os
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALVIM, Mariana. Conar vê propaganda velada em posts de Gabriela Pugliesi
sobre Skol Ultra no Instagram. O Globo, Rio de Janeiro, 19 fev. 2016.
Disponível em: <http://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/conar-
ve-propaganda-velada-em-posts-de-gabriela-pugliesi-sobre-skol-ultra-no-
instagram.html>. Acesso em: 06/02/2018.
MARTINS, Stephan. Jovem Nerd ganha prêmio VMB de melhor blog. Jovem
Nerd, 02 out. 2009. Disponível em: <https://jovemnerd.com.br/nerdnews/
jovem-nerd-ganha-o-premio-vmb-de-melhor-blog/>. Acesso em: 06 fev. 2018.
119
PEREIRA JR, Alberto; TÔRRES, Iuri de Castro. O que você não vê na TV. Folha
de S. Paulo, São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/
ilustrada/74476-o-que-voce-nao-ve-na-tv.shtml>. Acesso em: 05 fev. 2018.
R7. Porta dos fundos incomoda e faz rir, destaca New York Times. 01 set.
2013. Disponível em: <https://diversao.r7.com/tv-e-entretenimento/porta-
dos-fundos-incomoda-e-faz-rir-destaca-new-york-times-09062017>. Acesso
em: 04 fev. 2018.
TORRES, Cláudio. A Bíblia do marketing digital. São Paulo: Editora Novatec, 2009.
RESUMO
Introdução
Rótulos e embalagens
Com a acirrada disputa de mercado, com as novas exigências do
consumidor e com as mudanças que estão ocorrendo nos cenários
econômico e sociocultural, cada vez mais as empresas têm se preocupado
com os aspectos estéticos do produto, ou seja, com a comunicação visual.
É perceptível que a importância da embalagem, em alguns mercados,
é reconhecida, notadamente em bebidas, cosméticos e perfumes. Isso
acontece porque, geralmente, a interação com o objeto é grande e, na
maioria das vezes, é difícil observar as diferenças nos produtos.
Marcas e legislação
Em sua origem, a marca surgiu com o intuito de informar e distinguir o
responsável pela obra, ou seja, basicamente tinha a função de informar
a proveniência do produto. No Brasil, as marcas passaram a contar com
proteção legal a partir de 1875, com a Lei nº 2.682, que surgiu após
disputa judicial, na qual uma marca era acusada de imitação. “É curioso
observar que a lei surgiu para reverter a absolvição dada ao comerciante
da marca imitadora, com o argumento de que a lei não previa sanção
criminal aos atos de imitação” (ACCIOLY, 2000, p.14).
Legislação publicitária
O profissional de criação utiliza seu repertório cultural, suas vivências,
seu cotidiano e sua memória para criar uma peça publicitária. O desafio
é descobrir novas conexões e abordagens em mensagens e objetos já
conhecidos. É importante lembrar que a ética faz parte da profissão, e
que as questões de autoria precisam ser lembradas. Conforme o Código
de Ética Publicitária (1957): “17 – O plágio, ou a simples imitação de
outra propaganda, é prática condenada e vedada ao profissional”.
125
No que diz respeito ao plágio, podemos defini-lo como uma cópia dissimulada
da obra alheia, sem autorização para tal. Quando ocorre em publicidade, os
artigos 41 e 42 do supracitado código salvaguardam os lesados.
Red Bull – A Red Bull iniciou suas atividades no ano de 1984, quando
Dietrich Mateschitz, um empresário austríaco, fez uma viagem de
negócios à Tailândia. Ao chegar a esse país, Mateschitz começou a sofrer
com o jetleg, um distúrbio físico causado pela diferença de fuso horário
após uma longa viagem de avião. Então, casualmente, descobriu uma
bebida chamada KratingDaeng, que continha altas doses de cafeína e
uma substância estimulante chamada taurina. Ao perceber o potencial
do produto, Mateschitz decidiu levar amostras da bebida para a Áustria
e iniciar sua fabricação em grande escala industrial. Devido às altas
128
quando seu filho, Alexander Walker, e seu neto, Alexander Walker II,
estabeleceram a marca como uma das mais populares na Escócia. A
empresa uniu-se à DistillersCompany em 1925. Em 1986, a Distillers foi
adquirida pela Guinness e, mais tarde, fundiu-se com a Grand Metropol-
itan, para formar a Diageo em 1997.
A Ambev ainda explica que a proteção da marca deve ser vista sob dupla
perspectiva: primeiro, com o fim de afastar a confusão do consumidor e,
segundo, com o fim de impedir o parasitismo, o enriquecimento sem causa
à custa do prestígio da marca alheia. Esclarece, também, que, embora as
cores, isoladamente, não sejam objeto de apropriação, elas são elementos
construtores da imagem da marca perante o público (trade dress).
A Red Bull considerou que a marca brasileira era similar ao seu produto,
o que poderia confundir o consumidor na hora da compra. A empresa
também alegou que a RedHorsehavia imitado a embalagem de seu
produto, e que alguns dos símbolos da embalagem eram idênticos. “As
cores entre as duas latas são completamente diferentes. A Red Bull é
azul, enquanto a RedHorse é vermelha (figura 3). O símbolo da Red Bull
é touro e a da RedHorse é um cavalo com asas”, afirmou o advogado
da RedHorse. Em seguida, a Red Bull alegou que a RedHorse estava
enganando o consumidor final.
A marca da João Andante foi criada pela Cria UFMG Jr., agência
experimental da Universidade Federal de Minas Gerais. Os criadores
basearam-se no personagem Dom Quixote, que é representado por um
personagem em um quadro de Picasso, tendo também como referência o
famoso personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato (figura 5 e figura 6).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
101 DO BRASIL, portal. Disponível em: <http://www.101dobrasil.com.br/
empresa.html>. Acesso em: 8 fev. 2014.
BLOCH, Peter H. Seeking the ideal form: product design and consumer
response. Journalof Marketing, v. 59, n. 3, p. 16-29, jul. 1995.
KROMINSKI, Erick. Para ser bom, o whisky precisa ser envelhecido? Disponível
em: <http://www.muitointeressante.com.br/pq/perguntas/para-ser-bom-o-
whisky-precisa-ser-envelhecido>. Acesso em: 5 fev. 2014.
SCHMITT, Bernd H.; PAN, Yigang. Managing corporate and brand identities in the
Asia-Pacific region. California Management Review, v. 36, n.4, p. 32-48, 1994.
RESUMO
Introdução
1 BARBOSA, Mariana.Onda politicamente correta matou a liberdade criativa, diz Olivetto.Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/09/1517161-onda-politicamente-correta-matou-a-
-liberdade-criativa-diz-olivetto.shtml>.
144
A ética na publicidade
A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria
realização de um tipo de comportamento (VALLS, 2005). É, ainda, uma
disciplina responsável por normatizar esses costumes de uma sociedade
exclusivamente pela razão, tendo sua veia mais pragmática na criação das
leis que influenciam o comportamento do indivíduo.
Análises e resultados
Quadro 1 – Propagandas envolvendo o princípio
Categoria Anunciante Denúncias Resultado
da respeitabilidade e a ideia do “politicamente
Apelo Excessivo correto”, julgadas pelo Conar no ano de 2015.
“Closeup Brasil #beijocloseup” 3
03 Arquivamento
à Sensualidade
Fonte: Os autores.
Posto Ipiranga – Indio4 01 Arquivamento
Desrespeito à
Decência e aos O Boticário – Dia dos namorados5 500 Arquivamento
Bons Costumes
Sonho de Valsa – Pense menos, ame mais 6
04 Arquivamento
Desrespeito à
Banco Cacique – Juros de sogra7 01 Arquivamento
Família
Oi – Poder, poder, pode8 15 Arquivamento
TVN 01 Arquivamento
Desrespeito à
Sadia – Fatiador gato 9
07 Arquivamento
Figura Humana
Maquiagem asepxia10 01 Arquivamento
Rexona Antibacteriano – Elevador 11
02 Arquivamento
3 Disponível em: <http://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/closeup-lanca-campanha-
Desrespeito à
O Boticário – Farejadores12 03 Arquivamento -com-beijos-gays-e-causa-polemica-nas-redes-46008/>.
Profissão
4 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DmHTzwJ-xsg>.
Eclipse Love Conar Arquivamento
5 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=p4b8BMnolDI>.
Fiat – Novo Palio 201513 02 Arquivamento 6 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=HYWyzYJhQyk>.
Cerveja Schin – Blocos de carnaval14 Consum. Arquivamento 7 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=tiStKks4uro>.
8 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=c5SPlfcFOoc&spfreload=10>.
Itaipava – Verão 15
125 Arquivamento
9 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=WAvwD9N21m0>.
Risqué – Homens que amamos16 02 Arquivamento 10 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=2A8rxgjR0io>.
Desrespeito Cerveja Schin – Homenagem aos 11 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=izjRs59qmQg>.
06 Arquivamento
a Questões bares...17 12 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=-TYeACOHnDo>.
Relacionadas 13 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=zo6huDTia60>.
Itaipava 100%18 50 Sustação
aos Gêneros 14 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=RyEFVs5Kfbc>.
Hyundai – Novo HB2019 11 Arquivamento
15 Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=H_2i9zk1FbY>.
Novalfem – Sem MiMiMi20 171 Sustação 16 Disponível em:<http://www.risque.com.br/homens.php>.
Bombril – Toda brasileira é uma diva21 118 Arquivamento 17 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KrFcf2nlBWM>.
18 Disponível em: <http://www.adnews.com.br/public/img/noticias/ck/images/Itaipava.jpg>.
Anador – Escolha22 02 Arquivamento
19 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=M_WIDTGUBeU>.
Snickers – Vestiário Claudia Raia23 02 Arquivamento 20 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tCwxzpnuDGQ>.
Tigre – Vão tentar te seduzir...24 02 Arquivamento 21 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ftSYeutKdZU>.
Sustação e 22 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9gZq1DFg_jI>.
Diageo Brasil – Branco 07 23 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GkgzJCiYfIY>.
Advertência
Preconceito e/
24 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=__vnJ-tGeMI>.
ou Discriminação Coca Cola – Comer juntos25 02 Arquivamento
25 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bvRx_1GNHg8>.
Colégio Tiradentes26 02 Arquivamento 26 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IYHgY42LUdw>.
153
27 GOUVEIA, Marcelo. Closeup lança campanha com beijos gays e causa polêmica nas redes. Disponível
em: <http://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/closeup-lanca-campanha-com-beijos-gays-e-
-causa-polemica-nas-redes-46008/>.
28 Trecho da música do VT Dia dos Namorados do Boticário.
154
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelo menos metade das defesas dos casos levantados utilizou o humor
das peças em contrapartida às acusações realizadas, sendo que a
grande maioria teve tal argumento aceito pelo relator, o que resultou
no arquivamento dos respectivos casos. Isso mostra como é comum o
uso do humor enquanto estratégia de persuasão, sobretudo quando se
trata de peças publicitárias produzidas no Brasil.
REFERÊNCIAS
CONSELHO NACIONAL DE AUTORREGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA. Ética
na prática: a autorregulamentação e o “politicamente correto”. Boletim do
Conar. V. 208. São Paulo: Porto Palavra Editores Associados, 2015.
RESUMO
Introdução
1 O conceito de estereótipo foi postulado na área de comunicação em 1922, pelo jornalista norte-ame-
ricano Walter Lippman. Araujo (2007) diz que o termo apresenta duas perspectivas: designa uma forma
de orientação para o indivíduo na sociedade, a fim de facilitar a associação de situações que o cercam; e,
sob a perspectiva de Pêcheux, é algo que é reproduzido, apenas replicado, sem qualquer interpretação
e discernimento.
2 Segundo o Dicionário Michaelis, identidade é “consciência que uma pessoa tem de si mesma”.
162
O Conselho Nacional
de Autorregulamentação Publicitária
Gênero e Publicidade
Gênero é conceituado como um grupo de espécies que entre si mantêm
certas analogias, e não deve ser meramente concebido como a inscrição
cultural de significado num sexo previamente dado, afirma Butler (1998).
O que a autora postula é que o gênero é um fenômeno inconstante e
contextual, que não denotaria um ser substantivo, “mas um ponto
relativo de convergência entre conjuntos específicos de relações, cultural
e historicamente convergentes” (BUTLER, 1998, p. 29).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Daniela. As palavras e seus efeitos: sexismo na publicidade. 2007.
122 f. Dissertação (Mestrado em Letras). Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
RESUMO
Introdução
adquiridos pelo corpo sexuado, não sendo correto afirmar que ocorra
em decorrência do sexo. De uma maneira ou de outra, quando esse
status drasticamente independente é posto, ele torna-se um artifício
flutuante (BUTLER, 2003).
É fato que, na sociedade patriarcal, para ser um homem é preciso não ser
associado a uma mulher. Desse modo, a feminilidade transforma-se em
polo de repulsa, o inimigo que deve ser rejeitado, sob a pena de, ao ser
tomado como uma mulher, um homem ser hostilizado como tal. Isso ocorre
porque o binarismo de gênero que impera na nossa sociedade constrói-sede
modo a forjar uma coerência presumida entre o sexo biológico, a identidade
de gênero e o desejo heterossexual (WELZER-LANG, 2001).
sexual deve ser lida de modo que se interligue às duas outras instâncias
performativas do gênero. Portanto, àqueles que são homens e desejam
outros homens se nega o privilégio da “honorabilidade masculina”
(FERNANDES, 2013).
A opressão na publicidade
e sua atividade de regulamentação
Dentro desse contexto de machismo e de homofobia, é notável a
presença de discursos opressores que reverberam na construção da
sociedade e dos seus produtos midiáticos. No que concerne à publicidade,
somos expostos, frequentemente, a mensagens preconceituosas e
discriminatórias que auxiliam na manutenção das relações de poder
construídas no meio social. Ocasionalmente, tal problema, presente
nos discursos publicitários, acaba por ir de encontro aos Art. 19º e 20º
do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, os quais
afirmam que a publicidade tem a responsabilidade de manter o respeito
à dignidade humana, bem como não deve favorecer ou estimular
qualquer ofensa ou discriminação.
182
Fonte: Autores
81(59,5%)
Propagandas arquivadas
Propagandas sustadas
Total de 136 denúncias Propagandas alteradas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAHIA, A. G. M. F.; SANTOS, D. M. O longo caminho contra a discriminação por
orientação sexual no Brasil no constitucionalismo pós-88: igualdade e liberdade
religiosa. Revista Mandrágora, São Paulo, v. 18, n. 18, p. 5-25, 2012.