Você está na página 1de 2

Revisando a História II

2012-10-12 17:10:53 Redação

Stand da Editora Revisão na Feira do Livro em Porto Alegre


Novembro de 1997

Apresentamos neste artigo a segunda parte da entrevista realizada por Orestes de Andrade Júnior, do Jornal das Missões, com o
gaúcho Siegfried Ellwanger Castan, a 27 de janeiro de 1998.

Há no mundo atual, uma febre revisionista intensa. A editora Revisão utiliza justamente esse expediente, o da revisão da história.
Isto é, procura reescrevê-la. Sobretudo no que se refere a 2ª Guerra Mundial, especificamente ao Holocausto judeu. Negam a
existência das câmaras de gás e contestam o número de seis milhões de judeus mortos. Reafirmam a idéia de que os judeus
tramam contra a humanidade e almejam dominar o mundo. É acusado, pelos Direitos Humanos, de incitamento ao racismo e de
fornecer bibliografia, que inspira a formação de “grupos neonazistas”. Os leitores da editora são, basicamente, nacionalistas,
integralistas (saudosistas do Integralismo de Plínio Salgado, da década de 30), revisionistas, “skinheads” e militares. Para eles,
Hitler foi um eficiente administrador público e a história da 2ª Guerra Mundial foi totalmente distorcida, pois é a visão dos
vencedores. Confira, a seguir, a sequência da polêmica entrevista com S. E. Castan.

2ª Guerra Mundial

Orestes de Andrade Júnior: Por que revisar a história, sobretudo a história da Segunda Guerra Mundial, especialmente o
Holocausto judeu?

Siegfried Ellwanger Castan: Porque são falsidades, deformações, mentiras escabrosas que nos foram passadas principalmente
pra eleger os heróis e as vítimas, e assim condenar um povo e absolver outro, com objetivos muito mais claros pra nós.

OAJ: Como mentiras? Os nazistas não mataram 6 milhões de judeus durante a guerra?

SEC: Claro que não. Esse número é irreal. Aliás, nós, no ano de 1994, lançamos um prêmio de esclarecimento no valor de 6
milhões de cruzeiros reais, para a primeira testemunha ocular judaica que provasse a morte não de 6 milhões, mas de um único
judeu morto em câmaras de gás. O resultado? Não apareceu ninguém. Porque eles podem ser mentirosos, mas eles não são
burros.

OAJ: Não me lembro de ter lido nada a respeito disso?

SEC: O que demonstra que nossa imprensa é totalmente dominada, pois nenhum órgão de comunicação foi capaz de noticiar o
prêmio. O anúncio deste prêmio foi feito em entrevista coletiva, no dia 2 de maio de 1994, no Hotel Continental, com a presença de
vários jornais, sendo que toda a grande imprensa do país recebeu fax comunicando sobre o acontecimento. A imprensa é amarrada.
Ela pratica uma autocensura pra não perder as verbas de publicidade, a gente sabe disso. Nós temos experiências aqui mesmo em
Porto Alegre, quando a gente tenta e consegue publicar um anúncio, a pressão que os órgãos de imprensa sofrem, com ameaças
intensas de corte de verbas publicitárias. Dizem que o que nós falamos poderia ofender as coitadas das vítimas.

OAJ: Qual a base empírica utilizada para se fazer a afirmação de que o Holocausto é uma obra de ficção da história? E as câmaras
de gás, não existiram? Qual a comprovação destas afirmações?

SEC: A população judaica aumentou, e não diminuiu no período da guerra. O próprio presidente do congresso mundial judaico, o
seu Naum Goldman, reconheceu isso. Tu conhece algum judeu burro? Não, né. É muito raro. Tu achas que ele iriam deixar matar 6
milhões de judeus, nem tinha 6 milhões, cacete. E ainda mais em câmara de gás. Nunca existiu câmara de gás. A única câmara de
gás que há no mundo é nos EUA. Eles não conseguem nem recompor no Museu do Holocausto como seria uma câmara de gás.

OAJ: Então não houve perseguição e matança de judeus?

SEC: Ah, certamente houve mortes, falecimentos de judeus. Mas muito menos do que se noticia. Perseguição havia pra quem
contrariava as leis existentes na Alemanha. A propaganda favorável aos judeus é imensa. Na televisão, em filmes, pra todo mundo
ficar com pena dos coitadinhos dos judeus.

OAJ: Os alemães, por exemplo, não eram proibidos de casarem com mulheres judias?

SEC: Eram. Como as judias também eram proibidas de casarem com alemães, poloneses, americanos e qualquer outro povo.
Vocês (a imprensa) parece que esqueceram que em muitos estados americanos a lei proibia o casamento de negros e brancos.

OAJ: O sr. acredita mesmo que os judeus querem dominar o mundo e conspiram contra a humanidade, ainda, se é que um dia
tiveram este tipo de atitude?
SEC: Exatamente. É só ler os Protocolos dos Sábios de Sião. Tu já leste? Tem que ler pra entender o que eu estou falando. Senão
tu via achar que isso é balela. Este ano até, eles estão festejando 100 anos desse apócrifo, como eles chamam. E o que está
previsto nele está realmente se realizando em detalhes. É tudo excelente, para o domínio deles, mas um desaforo contra a
humanidade. É eles, e só eles. E como eles são organizados, tem dinheiro, o pessoal se submete, veja por exemplo as livrarias de
Porto Alegre, que não vendem meus livros por medo de sofrerem boicotes da comunidade judaica. É uma barbaridade!

OAJ: Esta atitude da comunidade judaica não é compreensível já que a história é uma roda, onde práticas passadas podem
retornar a ativa se não forem tomadas as devidas precauções? Não se trata de uma natural autodefesa, pra que as atrocidades
cometidas no passado nunca mais voltem a ser praticadas?

SEC: Que atrocidades?

OAJ: As conhecidas por todos, de domínio público e notório!

SEC: Pois é justamente isso que nós estamos contestando. Há uma técnica muito conhecida, que consiste em difamar o autor e
tentar ridicularizá-lo, para que “os leitores não percam tempo, não gastem seu dinheiro, lendo besteiras”, visto que, afinal, a história
já foi escrita e não admite contestações. Por que será que existe essa preocupação toda com os nossos livros, a ponto de quererem
proibi-los e até queimá-los? Eu desafio qualquer um a vir discutir comigo. Sobre fatos, não com acusações. Discussão de gente
grande, porra. Estamos iniciando uma “Campanha pela Verdade Histórica”, onde estamos dispostos a oferecer diretamente nossos
livros para um milhão de leitores importantes dentro de nosso país, entre juízes, desembargadores, professores em geral,
profissionais liberais, autoridades civis, religiosas etc.

Preconceito

OAJ: Como o sr. se sente o grande guru de grupos neonazistas, que perseguem, violentam e matam outros seres humanos? O sr.
não acha que as suas obras influenciam muitos destes grupos? É este o objetivo, afinal?

SEC: Isso não existe. Há muita mentira nisso tudo. Eles não matam, não espancam, não perseguem ninguém. Senão, porque não
provam e prendem eles. Mas caso isso exista, eu sou totalmente contrário. Isso é um crime. E nas minhas obras não existe nada
que diga que se tem que perseguir homossexuais, narcotraficantes, coisas assim. Não há nada em minhas obras que dê motivos
para que aconteçam essas coisas. Nada a ver. Eu não sou guru de coisa nenhuma, quer saber (irritado). O fato de alguém ler algum
livro não quer dizer nada. Afinal o pessoal não assiste um monte de filmes mentirosos, como A Lista de Schindler. O próprio
Spielberg declarou, certa vez, que ficção é mais eficiente do que documentário. Isso é de ninguém, estou apenas contando a
verdadeira história.

OAJ: O sr. considera que pode estar havendo um mau uso de suas ideias, então?

SEC: Não, não acho que há mau uso não. Eu acho que quando alguém agride um homossexual, isso vem totalmente da cabeça
dele, que não deve estar funcionando muito bem. Não tem nada a ver com os meus livros.

OAJ: Mas o sr. não teme que, direta ou indiretamente, suas obras acabem influenciando ataques aos judeus?

SEC: Isso não existe. Sabemos, muito bem, que esses supostos ataques sofridos pelos judeus são forjados pelos próprios
sionistas. Essa tática é velha e conhecida. Eles pintam suásticas com dizeres antijudaicos nas paredes de sinagogas, colégios e
cemitérios judeus. E muitas dessas ameaças de bomba são falsas, promovidas por eles próprios.

OAJ: O sr. tem algum tipo de preconceito contra negros e homossexuais? O que o sr. pensa a respeito dessas pessoas?

SEC: Absolutamente. Inclusive, nós temos livros publicados pela editora, que mostram que muitos negros foram escravizados por
hebreus e judeus, o que motivou uma certa inferioridade dos negros na sociedade. Mas eles estão se recuperando e vão vencer.
Publicamos livros editados pela USP (Universidade de São Paulo), que dão nomes dos judeus que trabalharam e lucraram com a
escravidão. Também não tenho nada contra homossexuais. Tenho até amigo que são. São pessoas que podem ter algum tipo de
distúrbio, sei lá. Mas não tenho nada contra eles.

OAJ: E quanto aos judeus, pelo visto, o sr. é contra?

SEC: Não sou contra judeus. Sou contra sionistas, esses nacionalistas, fanáticos. Não por serem nacionalistas, mas o negócio é
que eles são nacionalistas pro lado deles, só querem o bem estar de Israel, da comunidade judaica. Se fosse o contrário, pro nosso
lado, eu fecharia com eles.

OAJ: Então o sr. admite ser anti-sionista?

SEC: Sim. Pode publicar que eu sou mesmo anti-sionista.

OAJ: O sr. acha legítimo que um país avance sobre os outros pra se tornar mais forte e grande, como fez Hitler à frente da
Alemanha?

SEC: Eu acho que cada governante deve levar o seu povo o mais alto possível, mas pra isso não precisa dominar, tomar ou agredir
outros países. Basta cuidar do seu.

Em breve publicaremos a terceira parte da entrevista.

Revisando a História I.
Revisando a História III

Você também pode gostar