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Relação de trabalho e

relação de emprego
CIRO ALENCAR DE AMORIM
E-mail: caaadv@hotmail.com
RELAÇÃO DE EMPREGO X
RELAÇÃO DE TRABALHO

Relação de Trabalho é o gênero da qual a relação de emprego é


uma espécie.

Relação de Trabalho corresponde a qualquer vínculo jurídico


por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviço
para outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação.
(Trabalho Autônomo, Eventual, trabalho voluntário...)
RELAÇÃO DE EMPREGO X
RELAÇÃO DE TRABALHO

Relação de trabalho
voluntário
Estágio
Relação de emprego –
autônomo
empregado / Rural /
eventual
Doméstico / intermitente
/aprendiz / mãe social
cooperado
Avulso
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO DE EMPREGO

TEORIA CONTRATUALISTA:

1º -Essa corrente apregoa a essencialidade do elemento


volitivo para a formação da relação de emprego. Sem as
vontades convergentes, esta não se constitui.

2º - A relação de emprego é contratual na forma, embora


institucional na substância, com relação ao elenco de
direitos básicos, deixando para as partes espaço para
cláusulas que não contrariarem a lei.
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO DE EMPREGO

TEORIA ANTICONTRATUALISTA:
Não haveria autonomia de vontade na discussão do conteúdo do
contrato de trabalho. A empresa, por ser uma instituição,
impõe regras aos trabalhadores, como ocorre com o Estado em
relação ao funcionário público.

TEORIA MISTA

O contrato de trabalho tem, porém, natureza contratual, pois


não deixa de ser um ajuste de vontades entre as partes, pois o
empregado e o empregador fazem a contratação porque querem
e não por obrigação legal.
CONCEITO DE EMPREGADO

De acordo com os requisitos elencados acima, Vólia


Bomfim conceitua:

“Empregado como toda pessoa física que preste


serviços de natureza não eventual a empregador
(pessoa física ou jurídica), com subordinação jurídica,
mediante salário e sem correr o risco do negócio.”
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA RELAÇÃO
DE EMPREGO

Os artigos 2º e 3º da CLT relacionam todos os requisitos


necessários para configuração da relação de emprego
(trabalhador urbano ou rural). Deve ser observada a
simultaneidade de todos os requisitos:

a) Subordinação;
b) Habitualidade ou Não eventualidade;
c) Onerosidade;
d) Pessoalidade (pessoa física);
e) Alteridade – (ASPONE);
f) Exclusividade???
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA RELAÇÃO
DE EMPREGO

 Na ausência de qualquer dos elementos não estaremos


diante da relação de emprego (ausência de vínculo),
mas sim relação de trabalho;

 Não havendo relação de emprego, não gozará dos


benefícios e proteções legais dispensadas ao
empregado;
PESSOALIDADE

- Característica: Este requisito evidencia-se pela


natureza intuitu personae, ou seja, em relação a
determinada pessoa (NATURAL) em função de qualidades
pessoais. Exemplificativamente:
FORMAÇÃO TÉCNICA;
FORMAÇÃO ACADÊMICA;
PERFIL PROFISSIONAL;
PERSONALIDADE;
GRAU DE CONFIANÇA DEPOSITADO;
- Não se pode fazer substituir por outro a sua escolha.
Contudo, pode o empregador colocar um substituto a sua
escolha ou aceitar a indicação do trabalhador.
- O trabalhador é o meio pelo qual se obtém o serviço, ou
seja, o resultado final.
PESSOALIDADE
JURISPRUDÊNCIA

RELAÇÃO DE EMPREGO – AUSÊNCIA DE


SUBORDINAÇÃO JURÍDICA – VÍNCULO NÃO
CONFIGURADO. Para o reconhecimento do vínculo
empregatício, é necessária a reunião dos pressupostos
específicos que lhe são inerentes, ou seja, trabalho
realizado por pessoa física, de CARÁTER INTUITU
PERSONAE, de forma continuada, sob remuneração, e
em situação de subordinação jurídica. Não demonstrada
nos autos a ocorrência desses requisitos, não há como
reconhecer a existência da relação de emprego. (TRT 12ª
R – 1ª T – ROV Nº 1141/2004.009.12.00-3 – AC. Nº
5436/05 – RELª. MARIA DO CÉO DE AVELAR – DJSC
18.05.05 – P. 294) (RDT Nº 06 DE JUNHO DE 2005
PESSOALIDADE
JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA Nº 159 DO TST - EMPREGADO SUBSTITUTO


- CARÁTER NÃO EVENTUAL - VACÂNCIA DO CARGO
I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha
caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o
empregado substituto fará jus ao salário contratual
do substituído.
SUBORDINAÇÃO

Característica: Este requisito se destaca pela imposição da


ordem, submissão, da dependência, da subalternidade
hierárquica.

- Critério utilizado como diferenciador entre o contrato de


trabalho emprego e os demais contratos de trabalho;

- Poder diretivo do empregador:

a) Poder diretivo: Dar conteúdo a atividade do empregado;


b) Poder disciplinar: Impor punição aos empregados;
c) Poder de organização: organizar a estrutura da empresa;
SUBORDINAÇÃO

O EMPREGADO TRABALHA SOB A DEPENDÊNCIA DO


EMPREGADOR
Princípio da alteridade = Os riscos da atividade corre pelo
empregador Direção, disciplinar e organização.
Atenção: Essa subordinação não alcança a vida pessoal dos
empregados

Algumas teorias são identificadas para explicar a subordinação:


 Subordinação Jurídica;
 Subordinação técnica;
 Subordinação econômica;
 SUBORDINAÇÃO ESTRUTURAL
 SUBORDINAÇÃO DIGITAL /TECNOLÓGICA
SUBORDINAÇÃO

Subordinação jurídica:

A subordinação do empregado decorre da Lei. Assim, quando


aceita trabalhar para o empregador, consequentemente
aceitará as regras e orientações, observando os parâmetros
estabelecidos pelo empregador.

Subordinação técnica

Essa teoria fundamenta-se no fato de que o empregador detém


o conhecimento técnico dos meios de produção. Logo, o
empregado estaria subordinado estaria subordinado
tecnicamente ao empregador.
SUBORDINAÇÃO

Subordinação econômica:

Essa teoria está lastreada no fato da subordinação decorrer da


necessidade do salário pelo empregado.

Subordinação Digital / tecnológica:

Art. 6º, parágrafo único, da CLT (uso de meios telemáticos);

PARÁGRAFO ÚNICO. OS MEIOS TELEMÁTICOS E INFORMATIZADOS


DE COMANDO, CONTROLE E SUPERVISÃO SE EQUIPARAM, PARA
FINS DE SUBORDINAÇÃO JURÍDICA, AOS MEIOS PESSOAIS E
DIRETOS DE COMANDO, CONTROLE E SUPERVISÃO DO TRABALHO
ALHEIO.
SUBORDINAÇÃO

• A EMPRESA NÃO DÁ LIBERDADE PARA O TRABALHADOR


ESCOLHER OS CLIENTES.
• NÃO PERMITE QUE O MOTORISTA DECIDA QUANTO IRÁ COBRAR
PELO SERVIÇO.
• NÃO PERMITE QUE O MOTORISTA PASSE MUITO TEMPO SEM
REALIZAR LOGIN;
• INDICA A ROTA;
• PENALIZA O MOTORISTA DESCREDENCIAMENTO;
• OUTRAS REGRAS
SUBORDINAÇÃO

Subordinação ESTRUTURAL

(...) O TRABALHADOR PODE REALIZAR TANTO ATIVIDADE-MEIO


COMO ATIVIDADE-FIM DO TOMADOR DE SERVIÇOS; SERÁ, PORÉM,
SUBORDINADO CASO SE AJUSTE, ESTRUTURALMENTE, AO SISTEMA
ORGANIZACIONAL E OPERATIVO DA ENTIDADE TOMADORA DE
SERVIÇOS, ABSORVENDO SUA CULTURA E SUA LÓGICA
EMPRESARIAIS DURANTE O CLICO DE PRESTAÇÃO DE SEU LABOR
E, NA MEDIDA DESSA ACULTURAÇÃO, SEU PODE DIRECIONADOR E
DIRIGENTE. (LEITE, 2012, P. 15).
SUBORDINAÇÃO
JURISPRUDÊNCIA

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


- VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Decisão regional em que se
entendeu descaracterizado o vínculo empregatício por
não comprovada a subordinação jurídica. Inviável
recurso de revista para reanalisar as provas e chegar à
conclusão de que existente subordinação jurídica a fim
de caracterizar o vínculo empregatício. Incidência da
súmula nº 126 do TST agravo de instrumento desprovido.

(TST - AIRR: 1663720115100812 166-37.2011.5.10.0812,


RELATOR: LUIZ PHILIPPE VIEIRA DE MELLO FILHO,
DATA DE JULGAMENTO: 29/08/2012, 4ª TURMA)
REFORMA TRABALHISTA
SUBORDINAÇÃO? (REFORMA)

Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este


todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de
forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado
prevista no art. 3o desta Consolidação.

 Intensão do julgador = Cumprimento das formalidades


legais, não haverá relação de emprego (Primazia da
realidade?).
 Autônomo = sem subordinação;

 Aplicação do artigo 9º da CLT


PARALELO COM A REFORMA -
SUBORDINAÇÃO

Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito


ou expresso, correspondente à relação de emprego.

Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da


sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício
entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores
de serviços daquela.
REFORMA TRABALHISTA
SUBORDINAÇÃO? (REFORMA)

COOPERATIVA. FRAUDE. VÍNCULO DE EMPREGO. MATÉRIA


FÁTICA. É (...) no sentido de que ficou comprovada a
contratação fraudulenta do reclamante, por meio de
cooperativa, bem como o preenchimento dos requisitos
necessários à caracterização do vínculo jurídico de emprego
entre o demandante e a primeira reclamada. Incidência da
Súmula n.º 126 do Tribunal Superior do Trabalho. Agravo de
instrumento conhecido e não provido. (TST - AIRR:
21037320105020381, Relator: Lelio Bentes Corrêa, Data de
Julgamento: 27/08/2014.
REFORMA TRABALHISTA
SUBORDINAÇÃO? (REFORMA)

INCLUSÃO: ART. 444, parágrafo único:

Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere


o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art.
611-A desta consolidação, com a mesma eficácia legal e
PREPONDERÂNCIA SOBRE OS INSTRUMENTOS COLETIVOS,
no caso de empregado portador de diploma de nível
superior e que perceba salário mensal igual ou superior a
duas vezes o limite máximo dos benefícios do regime geral
de previdência social.”

Obs: Possibilidade negocial individual


Aplicação dos princípios Constitucionais e do Trabalho
ONEROSIDADE

- CARACTERÍSTICA: O contrato de trabalho é por sua natureza


sinalagmático, ou seja, o patrão recebe os serviços e o
empregado, o respectivo pagamento.
- Toda prestação de trabalho corresponde a uma
contraprestação (pecuniária ou em natura);
- Não há contrato de emprego gratuito. Ainda que o empregado
trabalhe em troca de casa e comida este trabalho será
considerado oneroso.
Obs.: O pagamento do salário integralmente em forma de
utilidade é irregular, nos termos do artigo 82, parágrafo único
da CLT.
- Trabalho Religioso (não oneroso); Trabalho do preso (Art.
28, §2º, Lei 7.210/84)
ONEROSIDADE
JURISPRUDÊNCIA

TRABALHO VOLUNTÁRIO - VÍNCULO DE EMPREGO -


PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE -
CONFIGURAÇÃO. O fato de existir lei específica
regulamentando o exercício da atividade voluntária - lei nº
9.608/98 - não é suficiente para afastar a incidência de
relação de emprego. Assim, restando demonstrado que
a reclamante exercia suas atividades mediante
recebimento de salário, (ONEROSIDADE) bem como
presentes os demais requisitos do contrato de trabalho
(arts. 2º e 3º da CLT) impõe-se o reconhecimento do
vínculo laboral. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
(TRT 10ª R - 3ª T - RO Nº 185/2007.018.10.00-0 - REL.
GRIJALBO FERNANDES COUTINHO - DJ 20.07.07 - P. 51)
(RDT Nº 8 - AGOSTO DE 2007)
HABITUALIDADE OU NÃO
EVENTUALIDADE

- CARACTERÍSTICA: Decorre da expressão “não eventual” referida no


artigo 3º da CLT. A expressão significa casual, acidental, fortuito;

- Não eventual para CLT significa necessidade permanente da


atividade, seja ela contínua ou intermitente:

CONTÍNUA: Ex.: Professor que leciona numa faculdade de segunda


a sexta;
INTERMITENTE: Ex.: Professor que leciona numa faculdade de por
dois dias na semana.

- Eventual é o trabalho de necessidade eventual do tomador (afastar a


ideia de repetição).
Ex.: Trabalhador contratado para executar manutenção das janelas
da faculdade)

Obs.: Serviços não possuem presunção de necessidade;


HABITUALIDADE OU NÃO
EVENTUALIDADE

LC – 150/2015

ART. 1O AO EMPREGADO DOMÉSTICO, ASSIM CONSIDERADO


AQUELE QUE PRESTA SERVIÇOS DE FORMA CONTÍNUA,
SUBORDINADA, ONEROSA E PESSOAL E DE FINALIDADE NÃO
LUCRATIVA À PESSOA OU À FAMÍLIA, NO ÂMBITO RESIDENCIAL
DESTAS, POR MAIS DE 2 (DOIS) DIAS POR SEMANA, APLICA-SE
O DISPOSTO NESTA LEI.
HABITUALIDADE OU NÃO
EVENTUALIDADE
JURISPRUDÊNCIA

VINCULO DE EMPREGO. Não há falar em eventualidade na


prestação de serviços pelo reclamante. Embora o trabalho
prestado pela empresa fosse "eventual", no sentido de
que não ocorria em todos os dias de todas as semanas, já
que suas atividades dependiam de sua contratação por outra
empresa para prestação de serviço, o que o reclamado fez,
claramente, foi transferir os riscos da sua atividade econômica
às pessoas que para ele trabalhavam, associando o recebimento
de salário à existência de prestação efetiva de serviço da
reclamada a terceiro. Provimento negado. (TRT-4 - RO:
00002235020115040512 RS 0000223-50.2011.5.04.0512,
RELATOR: MARÇAL HENRI DOS SANTOS FIGUEIREDO, DATA
DE JULGAMENTO: 07/11/2012, 2ª VARA DO TRABALHO DE
BENTO GONÇALVES)

Se o contrato de trabalho fosse intermitente?


ALTERIDADE

CARACTERÍSTICA: Previsto no artigo 2º da CLT, dispõe que o


risco do negócio cabe somente ao empregador;
Há uma linha tênue em alguns casos, podendo suscitar
dúvidas, sendo necessário analisar o caso concreto:
• Forma de ajuste da contraprestação: Mensal (presunção),
por percentagem, por produção, etc.
• Possibilidade de assumirem os danos causados ao tomador:
Empregado (462, § 1º CLT), sócio, prestador de serviços,
empreiteiro, etc.
• Investimento no serviço ou negócio: Pequenos
investimentos, que não impedem a relação de emprego, pois
não chega a configurar risco financeiro ao trabalhador.
• Divergência: alguns autores entendem que não se trata de um
requisito essencial nas relações de emprego, mas de um princípio
que determina que os riscos da atividade do empregador correm
por sua conta.
ALTERIDADE
JURISPRUDÊNCIA

RISCOS DO EMPREENDIMENTO. PRINCÍPIO DA


ALTERIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE
RESPONSABILIZAÇÃO DO OBREIRO. A regra que pauta
os contratos de trabalho regidos pela CLT é que a
assunção dos riscos inerentes ao empreendimento
cabem ao empregador, em virtude do princípio da
alteridade. Desta forma, não é possível admitir que o
obreiro arque com quaisquer dos prejuízos que a empresa
venha a sofrer em virtude dos riscos oriundos de sua
atividade econômica.(TRT-1 - RO: 00008632520125010052
RJ , RELATOR: CLAUDIA REGINA VIANNA MARQUES
BARROZO, DATA DE JULGAMENTO: 13/05/2014, QUINTA
TURMA, DATA DE PUBLICAÇÃO: 22/05/2014)
ALTERIDADE
JURISPRUDÊNCIA

COMISSÕES ESTORNADAS. DESCONTOS INDEVIDOS.


PRINCÍPIO DA ALTERIDADE. DEVOLUÇÃO. Cabe ao
empregador os riscos do empreendimento, como contrapeso
lógico à livre iniciativa e ao jus variandi, dos quais é o titular
absoluto. Os descontos salariais são restritos às situações
cumulativas previstas no art. 462, da CLT. Por fim, a
disposição na lei específica do vendedor empregado (art. 7º, da
lei 3.207/57), é clara ao prever a possibilidade de estorno de
comissões no caso de insolvência do comprador, e não mera
inadimplência de parcelas da transação ultimada. Devolução
devida. Recurso provido.(TRT-2 - RO: 00028086120135020027
SP 00028086120135020027 A28, RELATOR: MARIA ELIZABETH
MOSTARDO NUNES, DATA DE JULGAMENTO: 11/09/2014, 12ª
TURMA, DATA DE PUBLICAÇÃO: 19/09/2014)
ALTERIDADE
JURISPRUDÊNCIA

MANICURE SUBORDINADA. EMPREGADA. O fato da


manicure receber por comissão e arcar com as
despesas de seu material não descaracteriza a
relação de emprego quando submetida a jornada
à agendada previamente pela empresa e
controlada pelo gerente. (RO 1675/02. 8ª TURMA
1ª REG. REL. JUÍZA VÓLIA BONFIM CASSAR. SESSÃO
DIA 29.06.2005).
EXCLUSIVIDADE
NÃO É REQUISITO

CARACTERÍSTICA: A exclusividade não é requisito nem para


caracterização nem para descaracterização do vínculo
empregatício.

- Não encontra previsão nos artigos 2º e 3º da CLT;

- Pode o trabalhador cumular dois ou mais empregos que não


sejam no mesmo horário (professores, médicos, etc.)

- Em caso de mais de um vínculo: Obrigação de não


concorrência (informações) e comunicar o período de férias
nos termos do artigo 138 da CLT.

- Não há presunção de exclusividade (expressa em contrato).


Cláusula especial. Exceção: Detentor de segredo comercial ou
informações confidenciais (CLT artigo 482, c e g, da CLT).
EXCLUSIVIDADE
JURISPRUDÊNCIA

CONTRATO DE TRABALHO. EXCLUSIVIDADE. Exclusividade não


é requisito do contrato de trabalho, nem tem previsão no artigo 3º da
CLT. O obreiro pode ter mais de um emprego, visando ao aumento da
sua renda mensal. Em cada um dos locais de trabalho, será
considerado empregado. A legislação mostra a possibilidade de o
empregado ter mais de um emprego. O artigo 138 da CLT permite que
o empregado preste serviços em suas férias a outro empregador, se
estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele. O artigo 414 da CLT mostra que as
horas de trabalho do menor que tiver mais de um emprego deverão ser
totalizadas. (TRT-2 - RECORD: 2400200426102007 SP 02400-
2004-261-02-00-7, Relator: SÉRGIO PINTO MARTINS, Data de
Julgamento: 21/09/2006, 2ª TURMA, Data de Publicação:
10/10/2006)
LOCAL DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
NÃO É REQUISITO

 Olocal da prestação dos serviços é IRRELEVANTE para


configurar o vínculo empregatício;
Vejamos o artigo 6º da CLT (TELETRABALHO):
Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do
empregado e o realizado a distância, desde que estejam
caracterizados os pressupostos da relação de emprego.

Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de


comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de
subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de
comando, controle e supervisão do trabalho alheio.
PROFISSIONALIDADE
NÃO É REQUISITO

Profissionalidade não é requisito essencial à caracterização da


relação de emprego.

Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que


prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.

Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de


emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho
intelectual, técnico e manual.

Presentes os requisitos da relação de emprego o trabalhador


poderá ser artista, médico, advogado, executivo...

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